UMA CONVERSA NO AEROPORTO E CAÍMOS DE BOCA NA ARGENTINA
Vim rever Buenos Aires e adjacências junto da Ana, companheira de todas as horas. Ela num Congresso, eu nas ruas. Ontem algumas histórias já na chegada. A primeira no aeroporto de Guarulhos. Nosso voo Gol atrasou e ficamos assuntando sobre um atraso muito maior e um grupo grande de bolivianos reclamando sobre estarem confinados ali no saguão de embarque internacional desde a noite anterior. Não puderam sair para nada, não tinham dinheiro para gastos ali, tudo muito caro e pasmem, contaram que do voo cancelado pela Gol, um grupo de passageiros mais abastados, alguns médicos e um grupo de ricos comerciantes colombianos foram levados para um hotel. Eles não, foram abandonado ali e só embarcaram mais de doze horas depois. Uma senhora esbravejava no local, mas muito ciente de que o fazia para o nada. “De que adianta gritar aqui, onde só os que estão do meu lado ouvem. Não sabemos impor nossos direitos e isso que aqui ocorreu me prova a existência de uns muito mais iguais que outros”. Embarcaram para Cochabamba entre protestos. Tiveram seus direitos tolhidos diante de uma parte dos passageiros, com privilégios especiais.
Vim rever Buenos Aires e adjacências junto da Ana, companheira de todas as horas. Ela num Congresso, eu nas ruas. Ontem algumas histórias já na chegada. A primeira no aeroporto de Guarulhos. Nosso voo Gol atrasou e ficamos assuntando sobre um atraso muito maior e um grupo grande de bolivianos reclamando sobre estarem confinados ali no saguão de embarque internacional desde a noite anterior. Não puderam sair para nada, não tinham dinheiro para gastos ali, tudo muito caro e pasmem, contaram que do voo cancelado pela Gol, um grupo de passageiros mais abastados, alguns médicos e um grupo de ricos comerciantes colombianos foram levados para um hotel. Eles não, foram abandonado ali e só embarcaram mais de doze horas depois. Uma senhora esbravejava no local, mas muito ciente de que o fazia para o nada. “De que adianta gritar aqui, onde só os que estão do meu lado ouvem. Não sabemos impor nossos direitos e isso que aqui ocorreu me prova a existência de uns muito mais iguais que outros”. Embarcaram para Cochabamba entre protestos. Tiveram seus direitos tolhidos diante de uma parte dos passageiros, com privilégios especiais.
No tumulto, eu e Ana conhecemos um casal de argentinos,
também interessados no furdunço. Daí o motivo de meu texto. Ela uma médica
ginecologista aposentada e ele um comerciante aposentado. Vinham de alguns dias
no Brasil e reclamavam muito dos aeroportos. Não só do atraso, mas da frieza
das relações com os atendentes. Conversamos pra dedéu, pois nosso voo marcado
para 11h20 saiu só uma hora depois. Um assunto puxado por ele foi o condutor da
conversa, a Lei de Médios. “Veja o caso do meu país, onde um grupo empresarial
midiático, o Clarín quer dominar tudo, monopoliza com mais de 300 empresas o
setor de mídia, comandando desde jornais, TV, internet, quer tudo e se acha
correto, mesmo com uma legislação que diz ser o limite de concessões para um
mesmo grupo de 4 empresas. O absurdo maior é a Justiça agindo em favor deles. Não existe oxigenação desse jeito, pensam só neles e em mais nada. E a informação que passam é distorcida, segundo a sua concepção de mercado”,
foi seu comentário. Penso da mesma forma e a conversa fluiu. Sobre Cristina, a
presidente disse algo interessante: “Cristina não é santa, mas é melhor do que
o que tínhamos antes. A diferença dela para com a Dilma hoje é uma só. Ela não
perde um só momento para estar ao lado de certos movimentos populares
argentinos. Isso reduz a ação da direita que não consegue promover um movimento
como no Brasil, ficam acuados e se forem para as ruas o confronto ocorrerá e feio. Na Argentina, você vai perceber, os movimentos sociais e
populares estão nas ruas e a maioria ao lado de Cristina”, foram suas palavras.
3 comentários:
Henrique
Vou te contar uma história.
Vou sempre ao Paraguai, pois de onde estou não é muito longe. Aproveito os finais de semana e junto com colegas de trabalho vamos para Foz do Iguaçu e de lá atravessamos a fronteira. Tentei algumas vezes estabelecer uma conversa diferente com os brasileiros que estão no Paraguai e não consegui nada além do negócio de fazer comprar. Ninguém vai lá pensando em política.
Penso que o mesmo ocorrerá contigo aí na Argentina. A grande maioria dos que vão para Bueno Aires estão interessados em compras, aproveitar o peso em baixa e que com alguns dólares poderão fazer bons negócios. Não pense que encontrará alguém disposto a discutir seriamente a questão da Argentina e do Brasil de hoje. Será uma minoria.
Os que estão por aí agora pensam só em compras, assim como os que vão para o Paraguai via Foz do Iguaçu, Ciudad del leste.
Confira se não é isso e depois me diga
Um abraço do Paulo Lima
caro Paulo
Você tem razão.
Hoje foi dia de compras e o que vi nas ruas de brasileiros é a exata descrição do que me escreve.
Mas o argentino que abordo para papos é interessante os papos propiciados. Tenho agendado uns embates legais pela frente e depois discutimos por aqui.
Henrique - direto do mafuá
Que falta faz ao Brasil de um grande jornal com pensamento livre, sem o domínio desses grupos familiares, deturpadores da informação. Só querem aumentar seus monopólios e tratam a informação como mero negócio.
André Ramos
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