quinta-feira, 30 de abril de 2020

FRASES DE UM LIVRO LIDO (151)


LER HANNAH ARENDT, “A CONDIÇÃO HUMANA”, FORMA DE NÃO ENLOUQUECER DE VEZ

Quer saber dos motivos do meu deprê nesses dias? Claro, tem a ver com a pandemia, suas consequências e tudo o mais em decorrência do confinamento e das agruras dos que penam nesses dias. Algo mais. Escolhi para reler, depois de mais de trinta anos, o livro “A Condição Humana”, da filósofa e pensadora política Hannah Arendt. Não podia ter momento pior para fazê-lo, pois creio eu, devo ter juntado o que ali ia absorvendo e na comparação com o que vejo acontecendo do lado de fora de minha janela, fico cada vez mais postergado, entregue a um desânimo quase sem volta. Como não se sentir em estado de petição de miséria quando diante de pensamentos como os que aqui os apresento:

- “A condição humana diz respeito às formas de vida que o homem impõe a si mesmo para sobreviver. São condições que tendem a suprir a existência do homem. As condições variam de acordo com o lugar e o momento histórico do qual o homem é parte. Nesse sentido todos os homens são condicionados, até mesmo aqueles que condicionam o comportamento de outros tornam-se condicionados pelo próprio movimento de condicionar. Sendo assim, somos condicionados por duas maneiras: Pelos nossos próprios atos, aquilo que pensamos, nossos sentimentos, em suma os aspectos internos do condicionamento e pelo contexto histórico que vivemos, a cultura, os amigos, a família; são os elementos externos do condicionamento”.
- “A verdade factual vai prevalecer se houver homens dispostos a dizer o que acontece”.
- “Cem anos depois de Marx, sabemos da falácia do seu raciocínio; o tempo livre do animal laborans (animal trabalhador) nunca é gasto em nada a não ser no consumo e, quanto mais tempo ele adquire, mais gananciosos e vorazes se tornam seus apetites.”
- "Mesmo no tempo mais sombrio temos o direito de esperar alguma iluminação, e que tal iluminação pode bem provir, menos das teorias e conceitos, e mais da luz incerta, bruxuleante e frequentemente fraca que alguns homens e mulheres, nas suas vidas e obras, farão brilhar em quase todas as circunstâncias e irradiarão pelo tempo que lhes foi dado na terra".
- “A nossa crença na realidade da vida e na realidade do mundo não são, com efeito, a mesma coisa. A segunda provém basicamente da permanência e da durabilidade do mundo, bem superiores às da vida mortal. Se o homem soubesse que o mundo acabaria quando ele morresse, ou logo depois, esse mundo perderia toda a sua realidade, como a perdeu para os antigos cristãos, na medida em que estes estavam convencidos de que as suas expectativas escatológicas seriam imediatamente realizadas. A confiança na realidade da vida, pelo contrário, depende quase exclusivamente da intensidade com que a vida é experimentada, do impacte com que ela se faz sentir. Esta intensidade é tão grande e a sua força é tão elementar que, onde quer que prevaleça, na alegria ou na dor, oblitera qualquer outra realidade mundana. Já se observou muitas vezes que aquilo que a vida dos ricos perde em vitalidade, em intimidade com as «boas coisas» da natureza, ganha em refinamento, em sensibilidade às coisas belas do mundo. O facto é que a capacidade humana de vida no mundo implica sempre uma capacidade de transcender e alienar-se dos processos da própria vida, enquanto a vitalidade e o vigor só podem ser conservados na medida em que os homens se disponham a arcar com o ônus, as fadigas e as penas da vida”.
- “A pluralidade humana, condição básica da ação e do discurso, tem o duplo aspecto da igualdade e da diferença. Se não fossem iguais, os homens seriam incapazes de compreender-se entre si e aos seus ancestrais, ou de fazer planos para o futuro e prever as necessidades das gerações vindouras. Se não fossem diferentes, se cada humano não diferisse de todos os que existiram, existem ou virão a existir, os homens não precisariam do discurso ou da ação para se fazerem entender”.
- “As idéias vêm e vão, duram algum tempo, podem até alcançar certa imortalidade própria, dependendo do seu poder de iluminar e esclarecer, que vive e perdura independentemente do tempo e da história”.
- “Uma existência vivida inteiramente em público, na presença de outros, torna-se, como diríamos, superficial.”
- “[...] tudo que os homens fazem, sabem ou experimentam só tem sentido na medida em que pode ser discutido.”

Você também tem interesse em conhecer esse livro. Clique a seguir, aqui ele todo em PDF: https://wp.ufpel.edu.br/…/A-Condi%C3%A7%C3%A3o-Humana.-Hann…

Essas são minhas companhias em tempos de pandemia, os livros, mal termino um, já tenho outros embalados, empilhados ao lado da cama, do computador, do sofá, junto à mesa do jantar, do vaso sanitário, no banco do carro, ou seja, a leitura não me deixa enlouquecer...


NIRLANDO BEIRÃO - UM JORNALISTA COMO POUCOS, INSEPARÁVEL LEITURA, PARTIU NA NOITE DE ONTEM
A triste notícia eu a recebi pouco antes de deitar, noite de quinta, pela página do Alberto Villas: "Que dia triste. Perdemos o querido Nirlando Beirão". Numa foto, ambos juntos, sabia da doença do velho esgrimador das boas letrinhas, algo degenerativo a lhe consumir as entranhas. Um lutador. Pouco depois, René Ruschel também escreve algo a emocionar: "O jornalista e escritor Nirlando Beirão faleceu nesta quinta-feira, às 22 hrs, em São Paulo, por complicações causadas pela esclerose lateral amiotrófica - ELA. Foi diagnosticado com a doença em 2016. Em 2019 lançou o livro “Meus começos e meus fins”, onde contava sua história e sua doença. Entre outros veículos, foi editor de Carta Capital. Descansa Nirla! Aqui, você brilhou". Ele se foi aos 71 anos, dos poucos nessa época sem ser pelo COVID.

Nirlando resistiu e foi em frente até quando deu. Mesmo a doença lhe roendo por dentro seguia produzindo uma das seções mais saborosas da revista Carta Capital, a "QI - Guia da vida contemporânea", sempre com um contundente texto de sua lavra. Não perdi um sequer, todos de elevado quilate, pedras preciosas. A revista o reverencia num texto publicado nesta madrugada e faz aumentar minha emoção, pois o leio logo ao acordar: https://www.cartacapital.com.br/…/nirlando-era-um-sujeito…/…. Ainda no mesmo tom, Mino Carta tem publicado no facebook da revista algo ainda mais contundente, resumido numa frase curta, mas muito significativa décadas de amizade, "amigo generoso que escrevia sinfonias": https://www.cartacapital.com.br/…/nirlando-beirao-amigo-ge…/

Eu o acompanho desde muito tempo. Colecionei a revista Status e quando tentaram relançar com nova roupagem, lá estava Nirlando e seu primoroso texto. Sempre impecável, desses que qualquer admirador das letrinhas bate os olhos e se apaixona assim de cara, amor à primeira vista. Suas colunas no Caderno 2 do Estadão merecem um livro, são daquelas a enfeitar um jornal. Cheguei a trocar alguns afagos com ele, via e-mail, nunca pessoais. O vi algumas vezes pela capital pauslista e na última, bem me recordo, estava junto do amigo cartunista Fausto Bergocce, na Livraria Cultura, ali na Paulista, isso deve ter no máximo uns dois anos, talvez pouco mais. Eu e Fausto circulávamos pelo lugar, vasculhando prateleiras, quando lhe aponto o Nirlando, com livros debaixo do braço. Comento com o amigo e ele que também o conhecia de antigas redações me diz para irmos cumprimentá-lo. Disse que não, não o iria amolar, pois nada teria além do cumprimento e da bajulação pelos textos propiciados. Perdemos a oportunidade do afago.

Gente como Nirlando merece mais do que um afago, mero escrito, pois são as tais perdas, onde não mais existem peças de reposição no mercado para substituí-las. Me arrisco e o farei pessoalmente para a revista, até para a própria Manuela Carta, quando lhe darei a singela sugestão de não encerrar com a QI na revista. Existe alguém já colaborador da revista com competência e cabedal para assumir o papel de tocar o barco adiante: Alberto Villas. Da mesma verve generosa, suave, escrita primorosa, pode dar sequência ao que Nirlando vinha fazendo. Encerro com a lapidar frase de Mino, no seu texto aqui lincado e dizendo tudo de gente como Nirlando: "De gente como Nirlando Beirão, é preciso ficar perto o máximo que se puder". Eu o fazia lendo, relendo, indicando e o passando adiante toda semana.

INTERVENÇÕES DO SUPER-HERÓI BAURUENSE (132)


FAÇA O QUE EU DIGO, NÃO O QUE EU FAÇO - DIANTE DE FALA DO SEGALLA, PRESIDENTE CÂMARA VEREADORES DE BAURU
Circula pelas redes sociais uma eloquente fala do atual presidente da Câmara Municipal de Vereadores de Bauru, José Roberto Segalla, onde ele prega a desobediência civil à avessas, algo sui generis no ramo das artimanhas políticas. Eis o vídeo: https://www.facebook.com/JoseRobertoSegalla/posts/2676948079206452?. Ele num local protegido, fechado, com todas as garantias de segurança contra o coronavírus, máscara ocupando todo seu rosto, alerta o prefeito para a conveniência de deixar as recomendações da OMS - Organização Mundial de Saúde de lado, abra o comércio, dê uma banana não só para o governador Dória, mas para medidas de segurança e assim atenda os clamores do que prega as leis de mercado, com tudo escancarado. Guardião, o intrépido super-herói de Bauru se aproveita da imagem e diz uma palavrinha, não só para ele, mas para os que, exatamente no dia quando o país chega perto dos 500 mortos por dia, pregam pelo relaxamento das medidas restritivas:

"Meu caro nobre vereador, seu vídeo é no mínimo irônico, motivo de chacota pública, pois está envergando uma paramentada máscara, num local refrigerado, fechado, com todas as medidas de segurança e pregando que o outro faça algo diferente. Ou seja, sabe da gravidade da situação, está se cuidando, como se vê, mas quer que o outro corra todos os riscos. Maravilha de linha de pensamento e ação. Não poderia expressar melhor o que vai pela cabeça de muitos dos nossos governantes, os seguidores do ditado, faça o que eu digo, não o que eu faça. Seria divertido, se não fosse trágico, pois adversário político do governador, pelo que se vê, vendo-o crescer diante de atitudes minimamente corretas, pelo menos no momento, não lhe dá nem uma trégua pandemica e lhe tasca a pua até quando acerta. Muito fácil pregar a abertura, quando para tudo na vida pessoal ocorre ao contrário, pois até em audiência pública recém ocorrida na Câmara, tudo por vídeo conferência, cada um em sua residência, já para o povão, no caso, os comerciários, esses que enfrentem o rojão", diz Guardião.

Continua sua fala: "Isso serve também para o pessoal do SinComércio de Bauru, alguns articulistas como o senhor Reinaldo Cafeo, pelas ondas da 94FM, todos mais interessados na situação do comerciante, o lado empresarial, mas com poucos olhos para a situação do comerciário, o que atua na linha de frente junto ao público e para a pandemia em curso. Em muitos países, o que se vê são Governos agindo não só com Auxílios Emergenciais para o trabalhador e os menos favorecidos, mas também para comerciantes e empresários. Aqui não, nada se cobra do Governo Federal para que se tenham ações nesse sentido, mas insistem, justamente quando o país atravessa o pico do aumento dos casos de infecção, em ações onde a proliferação poderá ser devastadora. Pegar no pé do prefeito, algo normal, mas não no momento onde ele atua, em primeiro lugar para salvar vidas e não em atos de gabinete, com falas despropositadas. O ditado citado por mim até poderia ser outro, o Pimenta no dos outros é refresco, bem adequado para a situação. Se isso reflete somente a opinião do presidente, ainda não se sabe, mas ele na qualidade de mandatário na Casa de Leis bauruense, deveria assim como Bolsonaro quando faz suas patacoadas pelas ruas, pensar duas vezes, pois incentiva e insufla algo não só perigoso, como pode, lá na frente provocar o aumento da proliferação do vírus. Fala que não prega a abertura escancarada, mas propõe abertura para Dia das Mães, mesmo sabendo que com isso se perderia o controle. Lindo na fala de gabinete, execução descontrolada na prática. Já do restante da edilidade, seria de bom alvitre ouvi-los para ver se pensam a mesma coisa, enfim como disse Segalla, estamos mal servidos de governador, daí minha pergunta, e de vereadores?", conclui.
OBS.: Guardião é obra da arte do traço do artista Gonçalez Leandro, com escrevinhações do mafuento HPA.

quarta-feira, 29 de abril de 2020

DOCUMENTOS DO FUNDO DO BAÚ (143)


A POUCA VERGONHA INSTITUCIONALIZADA - AUXÍLIO EMERGENCIAL ENTREGUE EM CONTA GOTAS
“Milene Prado, minha esposa, conseguiu ser aprovada na análise e criaram uma conta virtual da Caixa. Orientaram baixar o app Caixa Tem para finalizar os procedimentos. Fizemos conforme orientado, mas quanta burocracia, quanta enrolação, quanta filha da putice. Resultado tá aí abaixo. Era mais fácil e honesto deixar uma mensagem "Se Vira Povo Burro"! Vocês acham que o povo mais humilde vai conseguir fazer todas essas etapas complicadas e demoradas pelo celular? E se conseguir, ainda ficar na espera enquando a geladeira está vazia? Atual governo é muito canalha.. O governo PT deixou tudo pronto, até Temer usou esses dados para pagar FGTS, bastaria um cruzamento de informações com dados da Fazenda, Bolsa Família e INSS e o dinheiro já estaria na mão. Genocidas!”, texto de Wagner Pastore, ele também desempregado e hoje vendendo pães junto da esposa, algo encontrado para ir se virando até quando tudo estiver normalizado (se um dia isso ainda for possível), ver o que será de suas vidas. Talvez, até por sorte, a coisa dos pães se materialize como uma boa alternativa (toc toc toc). Mas essa é outra história e o que aqui relato é o sufoco de milhões de brasileiros, todos muito necessitados, à espera dos tais R$ 600 reais e muita dificuldade para conseguir materializar o tal do dinheiro em mãos.

As histórias como a do Wagner se repetem e até mais trágicas. Quanto mais grotão deste país, mais penúria, menos informação, mais aproveitadores rodeando os incautos cidadãos, mais filas, tanto para ainda tentar se cadastrar, para depois entrarem em outra, a dos aprovados e em condições de conseguir uma senha, receber em dinheiro, sacar e poder quitar suas contas/dívidas (pobre paga conta, odeia dever). Munidos dela, quem não tem acesso para manusear a movimentação via cartão, a única alternativa é enfrentar as filas e contar com a ajuda dos funcionários da Caixa. Imagine o sufoco para receber e depois sair com a grana no bolso, enfrentando outra legião de gente pronta para surrupiar essa grana dos que não conseguirem guarda-lo bem até conseguir pagar suas contas e comprar comida. A TV mostra as filas e em cada expressão, o sofrimento ali estampado, uma história diferente, mas no frigir dos ovos, todas muito iguais. Um sofrimento indescritível, dor imensa em todos os com a sensibilidade a flor da pele, pulsando e pronta para explodir. Ficar só observando isso tudo do lado de cá, sem quase nada poder fazer é de uam dor insuportável, incontrolável e indescritível. A perversidade tem nome e sobrenome, Senhor Inominável, nosso atual mandante encastelado no Palácio do Planalto, o que ontem teve a desfaçatez de dizer ser Messias, mas não poder fazer nada. E quando o faz, faz mal feito, pela metade, sem vontade, forçado, praticamente sob pressão.

O sofrimento se multiplica. Acompanhei uma discussão num post, gente que não quero identificar, todos muito simples, conversa entre amigas (os), tudo postado do jeito que escreviam: “Alguem conseguio pegar esse codigo pk pra mim nao mando nd”, esse o post. A amiga também tentando conseguir a tal senha posta: “não consigo entra não nessa bosta, tô cansada, não tenho nada na geladeira, o que faço?”. Alguém sugere: “reinicia o celular”. Outra vem com uma dica: “Melhor horário pra entra e é de madrugada ou 7 da manhã”. Um amigo: “Eu não dormi essa noite, fiquei tentando a noite inteira, vou ter que ir lá na agência, não tem outro jeito, já tentei de tudo”. Por fim, a que postou suas dificuldades volta a desabafar: “Essa caixa ta cm palhaçada pk nao chega codigo nem um e nao mostra.porra nenhuma. Pra sacar. E mentira dizim ke iria ta na pagina de sacar não tem nd disso”. Outra amiga entra na conversa: “Tô tentando os do meu sogro e tbm não entra nem no aplicativo e nem chega código, tá um inferno”. Outro posta: “Tô desde as quatro da manhã tentando e nada”. Outra diz: “pode ser o seu celular. Será que não é ?”. Outra desabafa: “Meninas o mais foda e que a se a gente não entra na caixa tem, a gente não consegue ter acesso a esse carai de código pra saca”. Surge uma amiga com algo visto na TV: “tava vendo no jornal que eles tão querendo muda isso neh tomara”. Ela responde: “Tomara msm. Oq adianta o dinheiro tá lá, e agnte não conseguir pegar”. Tem quem sugere outra coisa: “Paciéncia vai la na assistência social”. Resposta: “Vou nada, quero o que é meu. É porque tem muita jente au mesmo tempo entrano aí fica assim”. Outro: “Gente e quem n consegui como vai saca”. Por fim: “isso tá uma porra”.

Isso tudo é coisa mais que séria, mas tem quem ironize, até para amenizar: “Caiu o Mandetta; Caiu o Moro; Caiu a Ludmilla; Só não caiu os 600,00 que ainda está em análise” e “Até o cadastro dos meninos da boca foi aprovado e o meu continua em análise”. O fato é um só, escrachado, escanacado e bem latente: o desGoverno com suas atitudes pouco convenientes amplia a proliferação do vírus e quando tem que atender aos mais necessitados, o faz com pouco caso. Não merecem um só elogio, são cruéis até a medula. Está mais do claro que, nos países de baixa renda e não tomando as medidas mínimas de boa conduta, isso significa que as pessoas vão morrer de fome. O presenciado é exatamente isso, as pessoas tentando não morrer de fome. De uma entrevista recente com Jim Yong Kim, ex- presidente do Banco Mundial: "Você está preocupado com o que acontecerá em países de baixa e média renda?". E ele: "Estou extremamente preocupado com o que vai acontecer na maior parte do mundo. Todo o mundo financeiro está de cabeça para baixo. Isso é claramente pior que a crise financeira global de 2007/2008. Está chegando perto da depressão global da década de 1930. E é possível que isso piore ainda mais". A íntegra, na Revista Nature, está, aqui: https://docs.google.com/…/1Yn8oM-qiol-z6WU0WyHQ4sx305X…/edit.

Expresso neste texto mais um pouco do meu absoluto desânimo com o descaso dos atuais governantes para com seu povo. Incontido, desde onde me encontro, a forma que tenho de continuar ativo é denunciando, expondo as chagas, cutrucando, provocando, mostrando, propondo algo diferente (vejam como a Argentina consegue algo completamente diferente, ótimos resultados) e de indignação em indignação, sei que sairei daqui mais revoltado, desgostoso e pronto para tudo. A luta se intensificará com os que hoje destroem nossos sonhos, o da possibilidade de um outro mundo.

O SENHOR INOMINÁVEL E DOIS TROPEÇOS NO DIA DE HOJE
Depois da fala de ontem, quando, na qualidade de presidente da República foi-lhe perguntado sobre o aumento do número de mortes, sua resposta, a esperada para sujeito tão desqualificado: "E daí? Lamento, sou Messias, mas não posso tudo". Boçal até não mais poder, dois fatos foram o devido troco para sujeito tão desajustado:

1.) Donald Trump quando junto do governador da Flórida, o questiona a todo instante da situação da continuidade dos voos aéreos para o Brasil. O motivo alegado por Trump, tão boçal quanto o nosso, mas nesse quesito sensato: "O presidente do Brasil é meu amigo, mas o país está agindo em contrário de outros países e lá ocorre um descontrole". Ou seja, perderemos nos próximos dias os últimos voos aéreos para os EUA. Até Trump percebe nitidamente o descompasso de nosso mandatário para com as devidas ações diante da pandemia.

2) Foi imposto o nome escolhido pelo mandatário para a Direção Geral da Polícia Federal, alguém muito próximo aos seus filhos, amigos íntimos e na sequência, com toda certeza, a paralisação das investigações para os crimes cometidos pela família. O nomeado já estava começando as INatividades. Hoje pela manhã, ministro do STF, numa atitude inolvidável, barra a nomeação e diz que a proximidade entre as partes poderá possibilitar ações nada recomendáveis para a boa condução de investigações em curso.

Na somatória dessas e outras notícias, creio, não existir mais dúvidas, algo em curso nas entranhas do sistema já definiram como não mais possível a sequência na iniquidade no Brasil. Se isso vai facilitar ou não o surgimento e endeusamento de um outro nome como provável Salvador da Pátria, isso já muito bem encaminhado, é o que veremos, mas no momento, vale muito os golpes no que precisamos descartar com rapidez: esse presidente se superando na irracionalidade.

ÀS PESSOAS QUE EU AMO QUE OPTARAM PELO CAPITÃO
EXISTEM DEFEITOS QUE SÃO IMPERDOÁVEIS

A história/poema de Baudelaire chamada “Os Olhos dos Pobres” expressa muito bem esse sentimento: tome aqui conhecimento dela. Eis o link: https://midianinja.org/news/as-pessoas-que-eu-amo-que-optaram-pelo-capitao/?fbclid=IwAR0DAH9Om7N3TcVdoNmYiypVMTQCG6EwCwiBcBkg6R8zh7a2ezzCE6O_Hqg

ESSES NÃO ME ENGANAM
A situação do jornalismo é triste. Mas a diferença entre imprensa tradicional e jornalismo alternativo, ao menos no quesito 'leitura de cenário', ainda é grande... "Foram encurralados: não há mais como 'fantasiar' diante de um Bolsonaro. Ocorre que o atrofiamento do aparato leitor foi tão grande, que sequer eles conseguem ser originais: precisam plagiar as análises já feitas pelos jornalistas desgarrados que optaram por não vender suas almas ao esquecimento." Eis o link: https://gustavoconde.blogspot.com/2020/04/eu-sei-o-que-voces-escreveram-no-verao.html?spref=fb&fbclid=IwAR27y1ashzOCDjwbR0NaybBz8ty2Yvg1iWho7yLt__iwaKi-Ec5Ry96BGGY

terça-feira, 28 de abril de 2020

PALANQUE - USE SEU MEGAFONE (140)


O QUE MAIS ME COMOVE E PRENDE A ATENÇÃO SÃO AS HISTÓRIAS PESSOAIS - UMA MAIS DOLORIDA QUE A OUTRA

Viajo pelo facebook e elas me prendem, me cativam, as leio com o peito em chagas, pois retratam o que de fato ocorre pela aí. Alguns exemplos:

1.)
“Uma amiga minha que mora em São Paulo acabou de me contar que pegou Covid. Ela não saía de casa pra nada. Tomou todos os cuidados, usou máscara. Disse que o trajeto ela não teve contato com ninguém e colocou a máscara qd foi entrar nos estabelecimentos. Foi uma vez ao supermercado e duas vezes na farmácia.... Eu acredito que só tenho uma explicação. Essa merda está no ar, igual uma gripe... E vc se cuida e pega. Pois é gente isso é um vírus se ele andou da China até aqui, por que não iria fazer estrago?”, Bia Bassan.

2.) “Jovem de 27 anos é o primeiro caso de SRAG (provável COVID) a usar a câmara fria do cemitério do Redentor. Vinte e sete anos! Dois a mais do que eu! Vamos abrir o comércio? Vamos isolar apenas idosos? Que fique claro que não deixo de me solidarizar com a aflição de quem precisa manter seu pequeno negócio, honrar seus compromissos e pagar seus funcionários, mas o auxílio financeiro para o pequeno empreendedor tem que vir do governo federal nesse momento de economia crítica. É essa a única verticalização possível, não dá quarentena, como pedem alguns “pseudo-empresários”. Quarentena vertical como? Os patrões em cima e a gente embaixo? Só se for.”, Adham Marin.

3.) “Hoje parei na porta de uma padaria, iria entrar para comprar meu pãozinho quente, mas notei que os atendimentos não usavam máscara; simplesmente não entrei”, Tião Camargo.

4.) “Copiei e trago esse depoimento cheia de dor. Ontem preparei mais um dos corpos de Covid-19. Morte rápida e sofrida. Saturação caindo, pressão arterial diminuindo, mesmo com doses altíssimas de drogas vasoativas. Várias sedações para melhor adaptação ao respirador mecânico, conforto e diminuição de dores. Febre, muita febre. Os que estão lúcidos relatam cansaço, dor nas costas ao respirar, deprimem-se pelo isolamento, tosse desesperadora, não aceitam bem a dieta oferecida por causa da dispnéia e da falta de paladar e olfato (relato de ontem dos nossos pacientes lúcidos). Medicamentos diversos e antibióticos e, no fim, o vírus venceu. De nada adiantou tantos investimentos e cuidados intensivos. No final do preparo olhei para os olhos do paciente e vi lágrimas saindo de seus olhos, já em óbito. Existem explicações científicas para tal fato, me doeu ver aquilo. Passei a mão no seu rosto em forma de carinho, fiz uma breve oração, passei algodão em seus olhos para secar aquele líquido que me parecia serem lágrimas. Higienizei, segui todo o protocolo (que é diferente de um óbito comum), o perfumei como faço com todos os pacientes, como uma forma de amor, respeito e dignidade, mesmo sabendo que seus familiares não se aproximariam, não haveria velório e tempo para chorar. Fechei aquele saco preto. Ali acabou meu trabalho. Mas, e sua família? Será que alguém está preparado pra perder um dos seus e passar por tudo isso? Se cuide! Cuide dos seus. Não é só politicagem, não é uma conspiração mundial. É um vírus que mata e leva quem você ama. Aproveite cada minuto desta vida. Ame mais, sorria mais, beije e abrace mais, dê valor a sua família e amigos, reveja suas prioridades, brigue pelo certo, não seja isento diante do mal. Sei que estou ali por escolha minha e porque preciso aprender mais. Preciso ser um ser humano melhor. É preciso se conscientizar e ficar em casa. É preciso cuidar! Acreditem, essa doença mata e mata muito rápido. (Camila Baltazar - UPA PIRITUBA) #linhadefrente #enfermeira”, transcrito por Maria Cecília Maria Cecilia Campos.

5.) “À pouco tempo atrás no meu serviço, eu estava trabalhando enquanto meu chefe e um amigo conversavam. O teor do assunto se baseava no argumento de que o Brasil vive essas crises por suas próprias escolhas e pelas "regalias" que aqui temos, como o sus por exemplo, foi citado. Eu me senti no direito de entrar no assunto deles e dizer que o SUS é o maior bem da nação brasileira. Riram de mim, debocharam e disseram que nos Estados Unidos por exemplo não existe sus e olha a elite que eles são. O meu argumento foi o seguinte: eu perdi meu pai no leito de um hospital, porém antes disso ele se curou de um câncer 10 anos antes, basicamente bancado pelo SUS. Eu ainda lembro quando chegou na casa dele um folheto do governo em forma de questionário para meu pai responder como ocorreu todo o processo da cirurgia e como ele se sentiu enquanto estava internado na Unicamp, ele preencheria e após isso enviava de volta. Disse à eles que eles criticam o Sus dessa forma pois eles tem dinheiro para bancar uma cirurgia por exemplo caso os pais deles venham adoecer, mas no meu caso, se não fosse o Sus talvez eu tivesse perdido meu pai a muito mais tempo. É muito fácil a pessoa ter condição e achar que todos devem se virar da mesma forma. O pensamento elitista é que é o câncer do nosso país. É por isso que julgam tanto bolsa família e outros programas de apoio social. Pois eles não querem que o pobre deixe de ser pobre. Porque o pobre sendo mizeravel se sujeita à qualquer emprego por qualquer salário porque tem que sobreviver à qualquer custo. Porem o pobre tendo uma vida melhor custa caro para a classe média alta, eles vão ter que lavar as próprias privadas se não quiser bancar todos os direitos de uma diarista”, Mateus Exel Leoni.

Viajando por elas, aqui trancado, protegido, sofro junto, mesmo à distância. Ainda farei muita coisa, se conseguir escapar...

SE A GENTE NÃO CONSEGUE REVERTER A SITUAÇÃO, SERÁ PELO HUMOR, ELES CAIRÃO DE PODRES - Nada como um dia após o outro. Exatamento pelo que vejo, a necessidade do humor, da resistência pelas mãos dos que mostram a verdadeira face deste país através da ironia, picardia bem definida, na veia, na exata medida, feita para desconstruir o inolvidável sendo mostrado como moderno, novo, opção... Ele, o humor, faz o que deveríamos estar fazendo, botando pra jambrar, sem dó e piedade, desancando os que se disfarçam de bons mocinhos. Eis o link do Adnet resumindo a questão: https://www.facebook.com/scromov/videos/10214055553582806/

AH, SE NÃO TIVESSEMOS O SUS...
Adicionar legenda

Tão vilimpediado, ofendido, maltratado e nos últimos tempos, nos pós-golpe de 2016, também renegado, postergado, humilhado e deixado à mingua, mas quando desponta no horizonte uma pandemia, quem irá salvar a nação? Ele, o SUS - Sistema Único de Saúde. Quem aguenta a pinimba, o rojão e não só põe a cara para bater, mas está na lida, fazendo o que é seu ofício de direito, mangas arregaçadas, mostrando a que veio nesse momento de extrema necessidade? O velho e bom SUS, nosso surrado sistema de saúde, preterido pelos tais planos de saúde, por tudo o que a iniciativa privada tem para oferecer, mas na hora do pega pra capar, é ele quem dá um jeito. Até dias atrás, o ex-ministro da Saúde, Mandetta, um que não escondia sua pretensões contra o SUS, mas na hora do aperto vestiu a jaqueta com o emblema e não mais tirou até ser defenestrado. Pelo menos tenho esse gostinho, o cara foi um dos seus algozes, mas quando a coisa apertou, foi obrigado a se escorar no que ainda restava de SUS e mesmo diante de todos os golpes abaixo da linha da cintura, ele ainda resistiu e se mostra o que temos de mais eficiente para enfrentar os males deste mundo. O atual ministro, representando o lado mais nefasto do que ainda resta de governo Bozo, nunca vestuirá não só a jaqueta, como tecerá palavras elogiosas ao SUS, mas dele fará uso, pois não existe outra alternativa. Daí, a pergunta que não quer calar: Ah, se não tivessemos o SUS? Imagina como estariamos? Quem estaria nos tratando nesse momento? Como estariam os sem dinheiro para tratamento digno? Que a gente saia vivo disso tudo e saibamos todos valorizar cada vez mais o SUS, tudo o que ele representa e saber enfrentar tudo e todos os que ainda tentarão colocá-lo na berlinda. Ele é um sinal mais do que evidente que a política de por fim ao serviço público existente no país faz parte de um plano maquiavélico, dantesco de destruição e impedimento para que o menos favorecido continue desfrutando de serviços essenciais. São tantos outros, mas hoje, nesse exato momento, uma amostra do que devemos defender com unhas e dentes daqui por diante.

EU SEMPRE GOSTEI MUITO DE PERAMBULAR PELA GALERIA DO ROCK

Vejam o link: https://agora.folha.uol.com.br/sao-paulo/2020/04/ponto-turistico-de-sp-galeria-do-rock-entra-em-crise-e-400-ja-perderam-emprego.shtml?utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=compfb&fbclid=IwAR15jIAFRM2MCdevQXZ0I9N5a4qmsfD7YLct257OChwh3wfm0RtSvc8r0iE
Aqui uma junção de várias coisas e desembocando tudo em quase 60 dias de quarentena, com paradeira generalizada e o desGoverno Federal, além de não pagar adequadamente o auxílio para os em situação de extrema necessidade, não volta seus olhos para os pequenos comerciantes, também necessitando manter suas portas abertas, resistir e prosseguir a caminhada. Muita coisa por lá já estava deteriorada, em petição de quase miséria, sobrevivendo mal e porcamente e agora, com o agravamento, fechamento e continuidade por tempo indeterminado desse período de resguardo obrigatório, na junção disso tudo, portas fechadas. Temo pelo destino da Galeria do Rock. Como estará o pessoal da Baratos & Afins e tantos outros por lá?

segunda-feira, 27 de abril de 2020

COMENTÁRIO QUALQUER (201)


FAKE NEWS, CARLUXO E BAURU NO CAMINHO
A notícia do dia é que a Polícia Federal está em vias de concluir as investigações sobre a Fábrica de Fake News brasileira e elas concluem que tudo flui do Carluxo - apelido de infância, também conhecido como Número Dois, um dos filhos do Senhor Inominável, também nas horas vagas vereador carioca, hoje exercendo suas funções de vereança diretamente de Brasília DF, conspirando contra os que se opõem aos interesses do seu pai e do clã bolsonarista. Já era tempo. Evidências não devem faltar, cartas na mesa, só faltando a hoje vilipendiada Polícia Federal mostrar a que veio e salvar o que pode de sua chamuscada reputação. Se nada for apurado, uma certeza, as investigações foram barradas e o lado do submundo deste insólito país vencerá mais uma queda de braço contra o lado da Justiça (essa tão em falta neste país). São tantos reveses, que não dá mais para se contar com nada, pois as bolas nas costas da verdade impera no país desde o fatídico golpe de 2016, aquele que chegou como Jucá previu, "Com Supremo, com tudo", levando todas as instituições junto.

A pergunta que não quer calar, quando tudo isso vier à tona, se vier, claro, tem também a ver com Bauru? Sim, Bauru sempre tem uma pontinha de rabo aparecendo na podridão nacional. Enfim, Marcos Pontes é ministro e hoje vemos um bauruense formado pela ITE aguardando para ser efetivado como Ministro da Justiça. Todos da laia bolsonariana, ou seja, farinhas do mesmo saco. Pois bem, além disso, algo do passado ainda não foi devidamente explicado e desvendado: quais seriam os nomes dos bauruenses envolvidos naquele bunker, aquela central de Fake News que foi desbaratada lá pelos lados da avenida Getúlio Vargas? Tem gente graúda aqui da terrinha envolvida, dizem que experts em informática e política de redes. Carluxo caindo, tudo o mais precisará vir à tona e Bauru precisa tomar conhecimento de quem recebia para prestar serviço para esse esquema. Estamos cansados de ver nomes de laranjas publicados. Queremos o pai da criança, aquele que, mesmo sem ter seu nome na relação dos proprietários da coisa, era quem manipulava tudo nos bastidores, recebia pela prestação do serviço. Ansioso aguardo por essa divulgação, para desmascarar mais um dos que se dizem santos aqui na terrinha "sem limites", mas na verdade o são todos do pau oco. Chega de varrer sujeira pra debaixo do tapete, Bauru nas paradas de sucesso, diria, nas piores nos últimos tempos.

BAURU DESANDOU...
Recebo isso de um dileto amigo de cidade vizinha, filho residindo aqui, ontem domingo: “Boa noite, meu filho mora aí em Bauru e me postou que o Vitória Régia está a Roda do Capeta, um monte de velhos em rodinhas e ninguém de máscara. Aí agora é obrigado mas tão cagando pra tudo uma vez que o pessoal do lucro a revelia fez hoje carreta! Triste exemplo, vender e lucrar é preciso, viver não!”. De outro que voltava do mercado: “acabei de vir do mercado, de cada 5 pessoas 4 estão sem máscara e ainda por cima acompanhadas! O desrespeito é total, o pessoal do mercado fala, sinaliza, pede respeitosamente, mas o povo não tá nem aí! E ainda tem uns que humilham os funcionários , gritando, esbravejando e coisa pior. Lamentável”. Na praça defronte onde moro, famílias inteiras se confraternizam em piqueniques e crianças brincam, todas juntas, agrupadas e sem nenhum cuidado com isolamento social.

"ATENÇÃO BAURUENSES! Decreto 14.734 de 22/4/2020 - uso obrigatório de máscaras quando sair de casa. Respeitem!", esse o recado ainda sendo repassado por quem se cuida e mantém o isolamento, mas, por outro lado outra decisão: "Deveria ter começado, mas por pressão, tudo foi adiado para 04/05, ou seja, a licenciosidade continua por todos lugares".

Que fazer? Eu continuo no meu isolamento, cada vez mais sério, tipo o que o presidente Alberto fernandez pratica na Argentina, com tudo fechado. A diferença daqui e de lá é que por decisão governamental, o Governo Federal faz das tripas coração para ajudar a todos indistintamente, desde os mais necessitados, até os comerciantes. Deixaram de pagar até dívidas, como a do FMI. prioridade máxima para com o povo. Aqui não. Lá estã oconseguindo segurar a onda e o número de mortos se mantém dos mais baixos, aqui tende a subir, pois as medidas de precaução foram afrouxadas e o povão, mesmo os que se dizem conscientes, estão de volta às ruas. Tomara isso tudo não se afunile numa imensa tragédia, mas se ocorrer, os culpados disso tudo tenho bem bem já anotados em minha cadernetinha. Depois da carreata dos comerciantes ontem, aliando-se de peito aberto aos fora dos requisitos de segurança, temo nçao por eles, mas por seus funcionários, praticamente induzidos a voltarem ao trabalho e sem forças ou voz ativa para reagir. O país está sssim, conduzido pelos que só pensam neles e nos seus lucros.

ROLINHAS, ROLAS E A FALTA DE ROLONAS...
https://www.jcnet.com.br/…/721596-infestacao-de-rolinhas-pr…
Deu hoje na edição dominical do Jornal da Cidade - Bauru SP, "Infestação de rolinhas provoca muita sujeira e transtorno em praça - Localizada na Vila Nova Cidade Universitária, em Bauru, a praça Salim Haddad Neto foi invadida por fezes e penas de rolinhas". Eu moro na citada praça e não reclamo das rolinhas. Agora pela manhã poucos pássaros, no final da tarde eles chegam e lotam as árvores, espetáculo bonito, sendo mais bonito o barulho produzido pelo vai-e-vem delas. Expulsas de seu habitat natural, descobriram o arvoredo da praça e aqui fazem a festa. O pessoal da periferia da cidade faz o mesmo quando compram as promoções de esfirras do Habib's e lotam a praça, principalmente de madrugada (e em plena pandemia), deixando depois, caixas e guardanapos espalhados pelos cantos. Esses, guardadas as devidas proporções e os entendendo, são mais predadores que as rolinhas. Vejo fotos da sujeirada deixada por elas, as rolinhas, não as caixas provenientes do Habib's (que já foi motivo de reclamação para que alguém deles viesse recolher toda manhã e nada) e informo que a praça tem jardineiro próprio, pago pelos moradores, cota mensal, para cuidar da praça, capinar, limpar e zelar por tudo o mais. Ele gosta do que faz, esse seu trabalho, passa a semana ali e creio, também goste das rolinhas, maritacas, gaviões e outras aves que por aqui vicejam. Rolinhas fazem parte de um ciclo anual, assim como as maritacas, já as pombas permanecem o ano todo, mas são obra da natureza. Que seria da praça e de nós, pobres humanos sem a presença deles.
Escrevo isso pensando numa conhecida senhora que cansada de varrer sua calçada, colocou veneno na árvore defronte sua casa e hoje está lá, com o sol batendo forte em sua casa e cara, sem tréguas. Deixemos as rolinhas em paz e nos preocupemos com a falta de outras rolas, pelo que sei (não se ouve gemidos oriundos das janelas dos apartamentos), em falta nesses tempos de família toda juntada no mesmo espaço por infindáveis dias. Eu não crio pelo em ovo, aliás, reclamaria quando não ver mais essa praça recheada de aves. A bosta delas é só um detalhe. A cantoria e a algazarra suplanta tudo o mais. Que falta do que fazer! Portanto, sou declaradamente a favor de rolas, rolinhas e rolonas, na praça e dentro da casa dos distintos moradores do lugar, inclusive na minha, claro. Fica o registro.

Um parágrafo a mais: Não vejo problema nas rolinhas. Eles vieram, fizeram sua festa e se foram com a chegada da noite. Algo mais preocupante e justamente durante a pandemia. Tente contar, mas a praça estava muito cheia, mas de gente. Consegui contar 42 pessoas, mas creio, tinha mais. Famílias inteiras, crianças brincando umas com as outras, toalhas estendidas na grama, piqueniques ocorrendo, tudo como se estivessemos num domingo normal. Esse sim, o perigo. Se assim está desse jeito, imagino como deve estar o Vitória Régia.

domingo, 26 de abril de 2020

CENA BAURUENSE (201)


MOSAICO BAURUENSE ATRAVÉS DE POSTAGENS DIÁRIAS DESTE HPA*
* Com ajuda de colaboradores, pois mafuento se encontra de quarentena, confinado em lugar incerto e não sabido.
01. Dia 13.04.2020: Domingo, feira dominical da rua Gustavo Maciel, em sua quadra 5, a famosa banca de ovos do Moisés Luceli Bastos e esposa Lu, promovendo todas as adaptações recomendadas para continuar atendendo e lá na frente, quando tudo isso passar, poder continuar fazendo uso do lema que o move, o da "feiraterapia".

02. Dia 14.04.2020: Paulo Ribeiro Jr., morador ao lado do Cemitério do Jardim Redentor envia fotos e comentários sobre a movimentação desses dias: "Eu moro próximo ao velório do jardim Redentor, raramente estão velando os corpos, o cemitério fica em funcionamento, porém com os portões fechados e uma viatura sem identificação fica lá dentro até umas 21h e umas pessoas com uniformes marrom, um macacão igual de piloto de avião, só abrem para receber os enterros. O portão central está sempre fechado, mas o entra e sai é grande e fica até tarde, moro aqui há 40 anos nunca vi isso. Hoje homens trabalhando embaixo de chuva, portões fechados, estão medindo uma área que era destinada a enterros de indigentes". São os tais preparativos para a enxurrada de mortos previstos para os próximos dias na cidade.

03. Dia 15.04.2020: "Acabou a pandemia e ninguém me contou", fotografa e escreve Luiz Augusto Alves em seu facebook, olhando pela janela e questionando pelo fato de voltar a ver as ruas do centro com intensa movimentação, cheias de carros e pessoas.

04. Dia 16.04.2020: Fila na rampa entrada da agência central dos Correios, na rua Gerson França, demonstra a necessidade de algo ali ser feito mesmo em tempo de pandemia.

05. Dia 17.04.2020: "Já ouviu falar do respirador mecânico? Então, somos nós Fisioterapeutas que monitoramos e ajustamos diariamente os parâmetros deste aparelho e que estamos na linha de frente dentro das UTIs, 24 horas, junto com os demais profissionais intensivistas (médicos e enfermeiros). Parabéns a todos os colegas intensivistas, em especial aos fisioterapeutas", frase de Celio Daibem, hoje aqui homenageado, um dia após a troca do ministro da Saúde e ressaltando sempre a importância de todos os profissionais na ponta, na linha de frente, correndo todos os riscos, como ele e tantos outros, a maioria anônimos, os tais imprescindíveis destes tempos.

06. Dia 18.04.2020: Algo mais adicionado ao cenário do Cemitério Municipal do Jardim Redentor, o abrigando os populares, um enorme freezer em formato de containner, local para acondicionar os que falecerão em decorrência do descaso com as medidas de isolamento social na cidade.

07. Dia 19.04.2020: Doriléia Cristina Ramos posta uma foto do domingo passado, Feira do Rolo, quando o local estava praticamente às moscas, só os feirantes envolvidos com questões alimentares no local e o que deve estar se repetindo neste dia. Respeito ao determinado pelos Todos em Casa. E como esteve no dia de hoje?

08. Dia 20.04.2020: Vigilantes da empresa de segurança Protege, em sua maioria oriundos do meio militar, em foto postada ontem no facebook, defronte o local de trabalho e deixando bem claro as intenções destes no atual cenário brasileiro.

09. Dia 21.04.2020: Numa esquina qualquer da Zona Sul bauruense, solitário sorveteiro percorre ruas vazias, acionando sua conhecida buzina, vã tentativa de continuar amealhando algum para sua sobrevivência.

10. Dia 22.04.2020: Em foto de Malavolta Jr, do Jornal da Cidade, ato evangélico junto da bandeira nacional, no alto na avenida Nações Norte, pastora se ajoelha e ora, diante de outros à sua volta, todos percorrendo pontos da cidade, acreditando na força da reza e, assim quebrando a quarentena orientada como melhor foma de reduzir o contagio do Covid-19.

11. Dia 23.04.2020: "Amigos tudo que tínhamos montamos e levamos ontem, ainda falta muita gente para atendermos, se cada um doar um grão ninguém passará fome... Faça sua doação, rua Vereador Antonio Ferreira de Menezes, 1-87 Vila Falcão ou me ligue 996755495", esse o recado de Maria Ines Faneco, com a foto de sua calçada abarrotada de cestas básicas, prontas para serem distribuidas na periferia da cidade de Bauru.

12. Dia 14.04.2020: Cecília, dona do supermercado Tobaro, Jardim Brasil, praticamente funcionando com parentes e dois funcionários, outros afastados pelo risco, segue na quarentena atendendo com horários reduzidos, não abrindo mais aos domingos, fechando para o almoço e tomando o maior cuidado com as medidas de segurança diante do que sabe, ser coisa mais que séria.

13. Dia 25.04.2020: Pelo sim, pelo não, prós e contras, temos um bom Secretário Municipal de Saúde, Sérgio Antonio, atuante, disposto e querendo acertar, como ontem, visto aqui numa imagem reproduzida da TV, quando da inauguração do PAC - Posto Avançado Covid-19, junto ao PS Central, de onde nenhum paciente sairá do local sem saber se tem ou não o vírus.

14. Dia 26.04.2020: Mais de 4 mil mortos pelo coronavírus no país pelo COVID-19 e carreata patrocinada pelo SinComércio sobe e desce a avenida Nações Unidas nesta manhã de domingo, puxada por caminhão de som, apregoando serem "10 mil empresários e 38 mil colaboradores", propondo a abertura do comércio, desleixando medidas de segurança para o período.


sábado, 25 de abril de 2020

DIÁRIO DE CUBA (119)


A MELHOR NOTÍCIA DENTRE TODAS DO DIA DE ONTEM FOI ESSA

Ela veio do Pará, onde uma tal de PGP - Procuradoria Geral do Pará autorizou a contratação de médicos, em caráter emergencial, para resolver o problema da falta de atendimento observada em todas as já saturadas unidades do Saúde do Estado, principalmente na capital, Belém. Evidente que, para resolver de fato foram buscar quem? Os médicos cubanos. E o fizeram, ou ao mesmo tentam assim em cima da hora, trazer de volta todos os que anterioremnte atuaram no Estado, pois como se sabe, eram mais que competentes. Como também se sabe, o Pará é hoje governado por um da clã Barbalho, nem sei qual, se filho, neto, cunhado, mas sei ser qualquer coisa do Jader, o ex-senador, conservador até a medula, camaleão do tipo que se adequa à conveniência. Já apoiou os governos petistas, quando isso lhe era conveniente, presidiu o Senado e depois, com a mudança de rumos do país, ficou mais calado, mas esteve junto dos golpistas. Como a maioria dos que apostam na política desse jeito onde o toma lá dá cá faz parte do dia a dia. Daí, algo salta aos olhos, os Barbalho podem ser tudo, mas de bobos não possuem nada. E agora, diante do caos instalado no Pará, num beco sem saída, mesmo sabendo que a contratação poderá ferir suscetibilidades entre o Estado e o Governo Federal, não pensaram duas vezes e foram em busca de quem pode resolver de fato, rapidamente a situação no atendimento: os cubanos. Eis o link de uma das materias divulgadas ontem por todo o país: https://www.bol.uol.com.br/…/com-filas-em-alta-para-recorre…

Falem o que quiseram dos cubanos e dos seus médicos, mas de algo ninguém pode desdizer sensatamente, tiveram um trabalho do mais alto nível no país, sem máculas, impecável e demonstração eficiência, competência e mais que tudo, solidariedade para com o sofrido povo dos grotões e subúrbios do país. Olho pelo retrovisor e constato isso em todos os lugares. Cito só um exemplo: Tibiriçá, o distrito aqui pertinho de Bauru. Perguntem para todos os seus moradores e terás a resposta na lata, morrem de saudade da médica cubana, uma que ia de casa em casa, chamava todos pelo nome, estava integrada na vida da comunidade (até morava no distrito), algo nunca visto por lá até então e hoje sabem, não mais verão, pelo menos enquanto durar esse desGoverno golpista, miliciano e anti-nacionalista. O Pará hoje está demonstrando a grande burrada que foi o encerramento do Mais Médicos, pois ao recorrer a eles, sabe muito bem o que faz. Ao peitar determinação federal e toda burocracia a possibilitar o retorno, uma que impede a contratação e diz ser necessário uma autorização de conselhos brasileiros, sai na frente e pensa em primeiro lugar na solução de um problemão batendo na sua porta e depois irá ver como solucionar o problema com legalidade e quetais. Tudo bem que normas precisam ser seguidas, mas quando essas são declaradamente criadas para impedir e cercear algo libertário, o confronto e a desobediência se faz necessário.

Adoraria ver isso se repetindo de agora por diante no país num todo, primeiro como forma de reconhecer o que os médicos cubanos fizeram e trouxeram de bom ao país, depois, não desmerecendo o trabalho de valorosas equipes médicas atuando no momento, principalmente as públicas. Porém, não existe como tapar o sol com a peneira. Existe declarada dificuldade, muito grande, em contratar médicos que aceitem o trabalho de ponta, nas periferias, nos cafundós do país e também nas suas áreas de risco, pois foram formados num regime onde impera a desumanização, trocada pelo lado mercantilista da profissão. Em Cuba, o ser humano sempre está em primeiro lugar, o semelhante é tratado de igual pra igual, esteja ele onde estiver na graduação social. O Pará acertou em cheio em peitar determinação federal, assume os riscos e, com certeza, deve contar com todo apoio de sua população, que nesse momento quer ser atendida, receber tratamento digno. De tudo o que vi ontem sendo divulgado como notícia, saída de ministro, fala deste e do presidente, mortes só aumentando, tudo bem próximo do caos no setor de Saúde, a boa notícia chega do Pará. Sejam muito bem vindos, médicos cubanos, o Brasil precisa de vocês!

RESPOSTA DE WALLACE SAMPAIO PARA MINHAS INDAGAÇÕES:
Saiu hoje na Tribuna do Leitor, do Jornal da Cidade, assinado por Walace Garroux Sampaio

ESCLARECENDO
Prezado Henrique Perazzi de Aquino, já nos conhecemos de longa data. Tivemos até uma convivência mais próxima por um algum tempo.

Tem meu respeito e mesmo admiração pela retidão durante toda sua vida, sempre fiel às suas convicções político-ideológicas, das quais não comungo em boa parte.

Assumi uma posição radical na defesa do comércio bauruense consciente de que me exporia às críticas e à opinião pública. Claro fica que não estou aqui para contradizê-lo, em respeito ao princípio do contraditório, que entendo essencial, em um veículo isento como este, para o julgamento de seus leitores. O que me faz, pela primeira vez, vir a esta tribuna são duas opiniões que não condizem com a verdade.

Em primeiro lugar, quando disse que deveria dirigir minhas críticas ao governo federal, lembro que a estrutura sindical, que conhece muito bem, reserva às Confederações Nacionais as demandas frente à União. Conforme dito popular, "Quer mudar o mundo, olhe para seu quintal".

Meu espaço é aqui em Bauru e região.

Para finalizar, há um equívoco que lamento. Não me coloque no mesmo barco em que estejam Trump e Bolsonaro. Não me conhece o suficiente para fazer essa afirmação.

Se náufrago, agarrado a um pedaço de madeira, e avistar um barco com esses dois, continuo esperando que surja outro no horizonte. Continuarei atento ao que escreve com a experiência de antigo missivista.

MINHA RESPOSTA:

Sim, entendo, agradeço a forma respeitosa como me trata, mas mesmo assim, ao deixar a cobrança do que de fato resolveria a questão, tanto para comerciantes, como para comerciários, para entidades à nivel nacional e pensando na questão local, não vi em nenhum momento a reverebaração dessa cobrança e sim, somente, no abrir portas, como se uma coisa não tivesse ligação umbilical com a outra. Continuo tendo a certeza, todos seriamos mais eficientes cobrando a quem direito para assumir seu papel, obrigatório nesse momento e o SinComércio não move uma palha nesse sentido.

ENCERRANDO O DIA

LIÇÃO APRENDIDA
Minhas diletas amigas, Maria Inês Faneco e Tatiana Calmon, ambas me deram uma lição, aprendida para o resto da vida. Muitas vezes ia até elas pedir por algumas famílias, uma cesta básica ou mesmo produtos avulsos para doar. Faneco certa vez me disse e dias atrás li num dos seus posts algo, servindo para mim e para todos os demais; "Meu caro, você pode. O que tenho aqui são para gente muito necessitada e preciso de mais, não posso te dar nada para repassar. Faça você mesmo seu esforço e doe. Eu sei que você consegue". Nessa semana, recebi pedidos de gente em situação de muita vulnerabilidade. Pensei nas duas amigas, cada uma se desdobrando ao seu modo e jeito, incansáveis no que fazem. Não tinha como ir amolar e ver se podiam me ajudar, eu mesmo tinha que dar o meu jeito e dei. Resolvi ao meu modo e jeito para duas famílias e devo fazer para outras na sequência. É o mínimo que podemos fazer, não sobrecarregar quem já está até as tampas com muito trabalho pela frente. No final, a gente se sente melhor assim, todos de uma certa forma juntos, no frigir dos ovos, dando o seu quinhão para quem está numa situação muito pior que a nossa. Agradeço as duas pelo toque recebido...

sexta-feira, 24 de abril de 2020

PERGUNTAR NÃO OFENDE ou QUE SAUDADE DE ERNESTO VARELA (158)


VAMOS POR PARTES

ONTEM À NOITE, MORO AINDA ERA MINISTRO DA JUSTIÇA:

UMA PALAVRINHA SOBRE A POLÍCIA FEDERAL
Essa eu não posso deixar passar. A PF tinha orgulho de ser autônoma e até pressionar um Governo legalmente eleito, o do ex-presidente Lula. De uma coisa eles, os policiais não podiam reclamar, pois nunca tiveram durante o mandato do sapo barbudo nenhuma tentativa de cercear investigações ou mesmo promover a troca de diretores, como agora, para barrar investigações em curso. Lula terminou seu mandato e essa polícia continuou espezinhando Dilma, mas depois do golpe de 2016, aquele que chegou como Jucá previa, "com Supremo, com tudo", nunca mais essa polícia foi a mesma. Foram-se os tempos de autonomia. Antigamente existiam algumas divisões dentro dela, até uma bem democrática, mas foi sufocada e se existe hoje, está bem calada, sem nenhum movimento. Tudo o que existia lá dentro de ar mais democrático se foi e hoje, pelo que se vê, tudo e todos por lá são declaradamente bolsonaristas. Tudo dominado, sem tirar sem por. De algo eles devem ter se arrependido, a perca total e absoluta da autonomia.
Hoje miam baixinho, algo bem diferente da atuação de antanho. Perceptível e ninguém consegue disfarçar isso. Se existe algum arroubo de lisura, de autonomia, de prosseguimento em investigações contra mandatários do atual Governo, eis uma última cartada sendo jogada, tudo na mesa de jogo no momento. De um lado uma PF sob domínio de um ministro, Sergio Moro e seguindo o que esse determina e do outro a tentativa dela passar a seguir cegamente o que lhe ditará o presidente, o Senhor Inominável. Em ambos os lados, muito da autonomia já foi perdida, nem sombras do que foi num passado não tão distante, mas eles, os policiais sabem, tudo pode piorar. Vejam só como são as coisas são, a instituição quase inteira apoiou esse que hoje ainda é nosso presidente, aliás, continua apoiando, mas pode ser justamente esse o que vai lhe cravar a estaca, aquela que os manterão caladinhos, sem poder agir, sem nenhuma autonomia, atados e vigiados. A vida é assim mesmo, nada como um dia após o outro. Parece que o dia deles chegaram e eu não podia deixar passar de registrar o fato como histórico, o de mais um segmento que deu incondicional apoio para o "novo" e o novo lhe passa a perna, lhe tolhe a liberdade, lhe mantém sob grilhões. É isso.

HOJE, POR VOLTA DA MEIO DIA, JÁ ERA DEMISSIONÁRIO E ALGO DE BAURU:
DUAS PERGUNTINHAS BEM AO GOSTO DO MOMENTO
1) Sergio Moro caiu e nem por isso deixou de ser o cruel e insano cara que possibilitou a continuidade da Lava Jato e até agora, referendando esse desGoverno do Senhor Inominável. Ou seja, ruim e deplorável sempre. Minha pergunta é a seguinte: Ouço aqui da minha janela alguns gritos pela aí de "Fora Bolsonaro" e me pergunto, se ao sair na janela e fazer o mesmo, não estaria sendo confundido com esses todos que apóiam Moro? Que dilema. Querer Bolsonaro fora é algo mais do que desejado, mas dar qualquer tipo de apoio para Moro não o farei de jeito e nenhuma maneira.


2) O tal do SinComércio aqui de Bauru, sob direção do Wallace Sampaio já demonstrou claramente a que veio, é favorável ao escancaramento das portas comerciais na cidade e já confirmando para domingo a tal da carreata neste sentido. Minha pergunta é a seguinte: O SinComércio, tudo bem, entidade patronal e defensor do Senhor Inominável, mas até agora, algo que não vi foi o pronunciamento do sr Benone Cabelo Batista, o presidente do Sindicatos dos Comerciários, o que representa a classe trabalhadora. Enfim, de que lado estaria o sindicato e seu presidente? Seria de bom alvitre ouvi-lo. Comerciante e comerciário no mesmo barco é algo meio que surreal, mas...

ACABO DE OUVIR O PRONUNCIAMENTO DO BOZO SOBRE MORO - MINHA OPINIÃO
Não li ainda nada a respeito, vou pelo que ouvi e vi. De uma coisa o Bozo tem razão e isso bem claro, Sergio Moro não vale nada. Se um aceitou trabalhar com o outro e se este convidou o outro, ambos se equivalem, ou seja, são do mesmo calibre e procedência. Não creio que alguém, para mim respeitável, possa aceitar trabalhar ou no mínimo estar ao lado de qualquer um deles. Daí, muito simples, Moro não mentiu pela manhã, quando demonstrou que Bozo é o que é, um malversador da pior espécie e agora, Bozo também não mentiu no seu pronunciamento, quando demonstrou que Moro é o que é. Ponto final.
Em ambas as falas, tanto de um como de outro, mágoas, ressentimentos, que antes, quando do convite não existiam. Ao longo do tempo, ambos não valendo nada e existindo em ambos o desejo de seguir adiante no que fazem, porém, perceptível um choque de interesses. Quem tem mais poder no momento defenestra quem tem menos poder. Foi o que aconteceu. O bom disso tudo é que a história não se encerra por aí. Talvez tenha continuidade, o que seria alvissareiro para a nação, pois a partir daí, um mais boquirroto que o outro, surgiria algo novo, podres sendo expostos. Torço por isso. Para mim, tudo o que Moro disse do Bozo é verdade e tudo o que Bozo disse do Moro também é verdade. O melhor mesmo, seria se tivessemos uma polícia de verdade, onde ambos pudessem sair algemados dos respectivos lugares. Tratam-se de sujeitos perigosos para qualquer regime democrático. O que fizeram, fazem e continuarão fazendo é caso de polícia. Enfim, todos os ali presentes são comprovadamente criminosos, por levarem o país à bancarrota, vendilhões de um país, perversos até a medula. Não escapa nenhum. É o que penso.


E MAIS UM SER GRANDIOSO DESSES ÁSPEROS TEMPOS:
AOS QUE SE DOAM... AGORA ALGO DE PAULO FARIA
"Sem CPF nem smartphone: na Cracolândia, o diretor de teatro Paulo Faria oferece auxílio a mais de mil famílias", assim a revista Carta Capital começa um texto, o "Resta a caridade - Lento e burocrático, o programa de auxílio a informais do Governo Federal deixa milhões desassistidos" e conta um pouco da história de algumas pessoas que, diante desse cenário mais que entristecedor, decidiram fazer algo por conta própria.

O drama da Cracolândia paulistana é do conhecimento de todos, mas está ainda mais dramatizado nesses dias com mudanças de locais de abrigos dos povos da rua e eles perdidos, perambulando sem rumo, eira nem beira. Paulo, que possui ali na região, que antes já foi nobre, um galpão-sede de sua companhia teatral, a Pessoal do Faroeste (https://www.pessoaldofaroeste.com.br/espaco), vendo isso tudo fez mais, saiu de sua casa e foi morar na sede do teatro, bem ao lado do maior fuzuê de rua hoje na capital paulista. Não mudou por mudar, pois a intenção foi abrir as portas para alimentar, garantir comida para aquele povo ali nas ruas e o faz com brilhantismo, muita coragem, desprendimento como poucos.

"O drama da Cracolândia é um sinistro fotograma da catástrofe social que se avizinha. No país que ganhou 4,5 milhões de novos miseráveis nos últimos anos, a fome tem chegado mais cedo que a doença", publica a revista. Quem conhece o que foi e o que é hoje a rua do Triunfo, sabe a grandiosidade da coragem de gente como o Paulo lá na capital e a Maria Ines Faneco em Bauru. São pessoas como essas os verdadeiros heróis desses tempos. Paulo, Faneco e outros projetos e instituições estão atentos com os povos das ruas. Ele lá em Sampa abre sua janela e vê circulando na frente do seu teatro legião de pessoas desorientadas, famílias inteiras, desde imigrantes estrangeiros, dependentes químicos, moradores de rua, prostitutas, travestis, desocupados, mendigos, catadores de reciclados... Sua atuação é para esses, por esses saiu da zona de conforto e foi arriscar a própria pele. Como não olhar para gente assim e enxergar na ação que fazem, a salvação da lavoura? Diante da inércia, inaptidão e também má vontade do poder público constituido, esses são os imprescindíveis.

O Paulo passou por Bauru há menos de dois/três anos com uma de suas peças teatrais, lá no Teatro Municipal, foi quando fiquei amigo não só dele, como de uma das atrizes da companhia, a Leona Jhovs. Que dizer de um diretor teatral que abre as portas de sua companhia pensando assim dar o seu quinhão de contribuição para combater a fome na região onde está instalado e funcionando? Paulo faz isso. Sua obra teatral é facilmente buscada num mero click no google, mas não é disso que venho aqui dizer. Tudo o que tem feito agora tem essa conotação de dar uma espécie de soco no estômago de quem assiste, tentando assim, abrir olhos e mentes para enxergar tudo à sua frente com outra visão e possibilidades. Ele tenta, insiste e persiste bravamente. Creio que estiveram aqui em Bauru com a peça "O assassinato do presidente" e aquilo tudo me impactou com tamanha força, tanto que nunca mais esquecerei o ali presenciado. O carinho e a confirmação vem com a efetiva ação dele junto aos moradores no entorno do teatro.

Ah, sim, todos seríamos muito melhores se abrissemos o coração e agíssemos dessa forma e jeito, mas isso aqui, como sabemos é algo surreal, saindo da rotina, daí faço questão de também ser mais um a contar, lembrar, mostrar e reverenciar os que botam a mão na massa. Quem tinha que fazer isso tudo a gente bem sabe quem é, o poder público em todas suas esferas. Uns dizem que fazem e muito, o que podem, mas quando cenas como as que vejo nas fotos das Faneco aqui Bauru, percorrendo nossos bairros periféricos, a maioria desconhecidos de todos nós e entregando cestas básicas conseguidas de ininterruptas campanhas e depois para algo feito pelo Paulo lá na região da Cracolândia, junto tudo e tenho a mais absoluta certeza: o Estado deixa muito a desejar, falha e em alguns caos é até criminoso para com os povos das ruas, a população mais carente, os invisíveis. Daí, surgem verdadeiros "anjos" e com sangue, suor e lágrimas, botam pra jambrar. Consternado, daqui de minha quarentena, impedido de sair às ruas, o máximo que posso fazer é escrever, reconhecer, enaltecer, mostrar, buscar assim que mais e mais pessoas se juntem em iniciativas como essa e assim, possamos virar logo essa mesa e restituir a dignidade para essa hoje desvairada e desorientada nação.

Gente como a Faneco e o Paulo, com seus projetos é o que me move nesses dias. Para e por eles todo meu carinho.