segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

ALFINETADA (142)


MAIS SETE PUBLICAÇÕES DE ARTIGOS DESTE HPA, ANO 2003

COMENDO PELAS BEIRADAS (12)


QUANDO A RELIGIÃO INCENTIVA O ERRO – O CASO DA ELEIÇÃO PARA CONSELHEIROS DO CONSELHO TUTELAR E UMA FRASE SINTETIZANDO TUDO



Numa simples eleição para renovar as cadeiras do Conselho Tutelar de Bauru algo denota os desvios do momento despontando na curva da esquina. Algo foi montado, verdadeiro aparato de força para conquista dessas vagas. Passar por cima do que rege as leis é mero detalhe, afinal, o que vale a pena é a conquista do espaço, a trincheira sendo arrebatada, custe o que custar. O que leva um segmento dentro de uma cidade a mover céu e terra, tentar enganar a tudo e todos, só para conquistar o troféu? Essa não mais necessidade de seguir as regras ditadas pelo bom senso, renegando a própria Constituição do país é mais do que perigosa. O agrupamento se achando acima do bem e do mal, cria sua estratégia, monta um esquema e o coloca em prática, nem ligando se existe ou não regras estabelecidas, formalizadas e a serem respeitadas e cumpridas. Isso é o que menos importa. Esse estar acima da lei já denota que o vale tudo está acima do bem e do mal. Fraudar, desrespeitar, tudo são meros detalhes, ainda mais quando se utiliza do nome de um ser superior como protetor para as ações. A religião como escora para passar a perna em tudo o mais.

Um certo segmento religioso deu mais uma demonstração de seu irracionalismo em Bauru no dia de ontem. Foi bestial. Mais um explícito exemplo de como agem, por conta própria, ocupando espaços e fazendo de tudo e mais um pouco para preenchê-los. Eu me indigno com isso e vejo que algo precisaria ser feito e já. Primeiro, a identificação dos autores da piada de péssimo gosto. Depois a punição rigorosa, severa, exemplar. Fatos como esse não podem se repetir. Ilegalidades desse naipe merecem execração pública, para que não se repitam. Permanecendo calados, como se fosse coisa pequena, a coisa tende a crescer e tomar proporções inimagináveis. A Promotoria Pública já ciente dos comprovados fatos precisa agir, ir a fundo na questão. Pela voz de Ailton Pereira Aguiar, um pouco da revolta que deveria ser coletiva: “Isto tudo é uma afronta com todos os moradores de Bauru, vendo descaradamente os que querem ganhar na força, isto não é luta de braços e sim uma quebra da democracia pelos direitos de nossos jovens e de nossas crianças, aquelas que tanto necessitam de um conselheiro para momento difícil de maus tratos, de um abuso e vocês Pastores, que tanto falam em Deus, que dizem pregar a palavra de Deus!!!!!! Vocês não estão vendo o lado social e do direito da criança e do adolescente e só querem posições estratégicas!!!!”.

Da parte das pessoas do lado de cá, as que observaram isso tudo e não concordam com a tática, o procedimento, o desmando, o algo a ser feito é muito simples. Se essas pessoas se organizam dessa forma e jeito e acreditam que será dessa forma que assumirão a maioria dos postos daqui para frente, organizadamente a sociedade precisa reagir e se preparar contra essa invasão. Ou ocorre uma organização contrária a isso, clara oposição, denunciando e brecando esse avanço retrógrado, principalmente contra os avanços sociais, procurando por abaixo tudo o que foi duramente conquistado ou num curto espaço de tempo eles estarão tomando conta de nossas vidas e daí será tarde demais. O Intermezzo de Bertold Brecht/Maiakovski (de quem enfim?) cai como uma luva para o que se passa: "Primeiro levaram os negros/ Mas não me importei com isso/ Eu não era negro./ Em seguida levaram alguns operários/ Mas não me importei com isso/ Eu também não era operário./ Depois prenderam os miseráveis/ Mas não me importei com isso/ Porque eu não sou miserável./ Depois agarraram uns desempregados/ Mas como tenho meu emprego/ Também não me importei./ Agora estão me levando/ Mas já é tarde./ Como eu não me importei com ninguém/ Ninguém se importa comigo.”.

domingo, 28 de fevereiro de 2016

FRASES DE UM LIVRO LIDO (100)


ARESTAS DOMINICAIS

01 - EM DEFESA DE FHC - TEXTO DE CARLOS D'INCAO - OPINIÃO JORNAL DA CIDADE

Só hoje fui ler o artigo do professor Carlos D'Incao publicado no Opinião do JC de ontem, EM DEFESA DE FHC, sábado, 27/02. Concordo em genero, número e grau, mas só se esse país fosse uma ilha da normalidade e as águas corressem normalmente para o mar, tranquilas e serenas. Não é isso o que acontece. Primeiro, lembremos das maldades todas cometidas contra Lula, desde tempos de antanho e acrescidas das barbaridades atuais. O escrito contra FHC é fichinha perto do já vasculhado da vida do sapo barbudo e quase nada encontrado, mas mesmo assim sendo espezinhando nos mínimos detalhes (sabemos quais as intenções, né!). Isso deveria também merecer comentários do articulista semanal do JC. Enfim, vasculhar a vida alheia quando se quer criticar a pessoa politicamente é baixaria sem tamanho. Mas meu comentário principal do texto é outro. FHC deveria sim passar incolume sobre ter um filho fora do casamento, pagar pensão, levar sua amante para residir no exterior, bancar a mesma, mas houve um agravante e esse deve e precisa merecer toda a investigação, espezinhação e constrangimento possível: pelo visto ela foi bancada no exterior com negociações espúrias, dinheirama pública e irregular. Se fosse às espenças do FHC o bico deveria se calar, moralistas e não moralistas, mas no agravante, a POLÍCIA precisa intervir. Não acha o mesmo, professor? Abracito de um leitor assíduo.

Leiam o artigo clicando aqui: http://www.jcnet.com.br/editorias_noticias.php?codigo=242436

02 - O QUE AINDA BUSCO NOS JORNAIS - "O DESBRAVADOR DO SERTÃO", JC REGIONAL AUTORIA DO AURÉLIO FERNANDES ALONSO
Diante de um jornalão, principalmente os dominicais, com mais cadernos e número de páginas que os dias normais, nem tudo merece leitura. A cada dia estamos mais e mais seletivos. Escolher a leitura é algo dos mais interessantes, como fiz hoje diante do JC no meu portão. Trouxe para dentro de casa junto com a Carta Capital, a última Brasileiros e um livrão da Ecléa Bosi, que pretendo destrinchar em no máximo dois ou três dias. Tudo ali diante dos meus olhos, mas algo me chamou a atenção no JC de hoje e logo numa pequena chamada de capa, sem foto, sem nada: "A história de Theodoro, o desbravador". Começo a folhear o jornal e na Coluna do Rufino, percebo que o citado jornalista também se apercebeu da grandeza do que estava embutido logo a seguir, pois produz a primeira nota da coluna e com direito a foto do autor, o jornalista Aurélio Fernandes Alonso. Folhei logo o jornal todo e me concentrei no caderno Regional, com 3 páginas.

No título do Caderno lá estava o título, O DESBRAVADOR DO SERTÃO. Sabia que iria me deliciar e de fato o fiz, me lambuzei todo. Primeiro escrevo do autor, o Aurélio, um pacato cidadão, mais dado a escrever do que falar, mas quando fala, tem fortes argumentos para te segurar numa longa conversa. Nos encontramos de vez em sempre lá no Alfredo de Castilho, jogos do Noroeste e ano passado papeamos até cansar num final de jogo, onde falamos de tudo e mais um pouco.
Foi ótimo para conhecê-lo melhor e crescer em mim a admiração pelo bom trabalho, pautado pela ética, lisura e jornalismo como nos velhos tempos. Ele, fiquei sabendo depois é cria d'o Debate, o vibrante semanário de Santa Cruz do Rio Pardo, que quase fechou as portas por querer denunciar algo de um juiz local. Diante disso informo algo, tudo que tem a assinatura do Aurélio eu já vou lendo e na imensa maioria das vezes acabo gostando.

Dessa sua pesquisa, a envolver a história de José Theodoro de Souza, um sujeito que saiu de Pouso Alegre MG "para iniciar a guerra ao índio e ocupar terras nas regiões de Botucatu, Bauru e parte meridional do Estado" eu me encantei. Contando com a substancial ajuda de dois historiadores, João Carlos Figueiroa e Celso Prado ele foi a fundo e dá uma amostragem do tanto que ainda pode ser feito em relação às nossas origens. Quem quer saber de como se deu a chegada do homem branco por essas plagas deve se preparar, pois a carnificina comeu solta. O exemplo maior foi a glorificação do matador de índios Machado de Mello, como praça bauruense e bem defronte nossa estação ferroviária, na época ponto de entrada e saída da cidade. Cultuamos até hoje os matadores, isso um fato. Vale muito a pena a leitura do rico material produzido pelo sempre competente Aurélio. Cliquem a seguir e leiam:http://www.jcnet.com.br/…/2…/02/o-desbravador-do-sertao.html

Na qualidade de historiador, indico, recomendo, dou aval, sugiro e acrescento: jornalismo linha de frente. Valeu, seu Aurélio!

03 - DILMA E PT NÃO TEM SAÍDA ALÉM DO RETORNO ÁS ORIGENS
Tento junto de um grupo de pessoas de Bauru recriar um grupo de defesa da verdade factual dos fatos, contra a bestialidade predominante nas ruas, com essa indigna perseguição somente ao PT, como única fonte da corupção no país, isentando tudo o mais. Daí, a luta desses pela defesa de Dilma, Lula e também, é claro do PT, mas não nos moldes atuais e sim, com o de antanho, o da origem lutadora e sempre em busca das tais melhorias sociais tão necessitadas. O grupo já se reuniu duas vezes e está num impasse. Cresceu o número de presentes e interessados, mas patina entre apoiar esse provável e necessário novo momento do PT e fazer a defesa contra as injustiças vislumbradas nas ruas. Ou tudo junto e misturado. O negócio é se posicionar e manter acesa a chama de que outro mundo é mais do que possível. Estarei nessa luta a vida toda e contra essa bestialidade vesga de destruir o PT e com isso dar por finda a luta contra a corrupção. Minha luta, aliás, se faz contra os que pensam e agem dessa forma. Não lutam contra corrupção nenhuma, mas pela continuidade dos privilegios de alguns. Uns sabem muito bem dos motivos de estarem nas ruas, outros compram gato por lebre.

Quero dizer com tudo isso algo muito simples e o faço ao terminar de ler um dos dois editoriais escritos por Mino Carta em sua revista, a Carta Capital, chegando às bancas hoje em Bauru. No "Catatonia Governista", ainda indisponível no site, ele diz algo que já devia ter sido o mantra a nos guiar desde o começo: "Não há saída para o Governo e o PT, a partir do reconhecimento de erros gravíssimos, o retorno às origens, embora temperadas pelas consequências dos eventos históricos que marcaram o mundo desde 1980 sem abalar a ideia central da procura infatigável da igualdade". O que Mino escreve é sabido até pelas pedras do reino mineral: Não existe como fazer acordo com a parte contrária e ser bem sucedido, Impossível isso. Ou o que resta de dignidade no PT acorda e dá voz aos seus militantes, todos mais do que empenhados em defender esse Governo, mas não aceitando mais acordos de bastidores, feito pelas costas e a revelia dos anseios populares.

Ainda acredito nessa volta às origens, nessas pessoas que possam revitalizar esse partido e fazê-lo voltar aos trilhos da normalidade e sensibilizar sua classe dirigente. Tudo deverá ocorrer de baixo para cima e grupos como esse em que inicio debates é o que mais necessitamos no momento. Algo para se fortalecer, para junto a quem pensa igual a ti, ir em busca da reviravolta. Ou o PT, ajudado pela esquerda brasileira faz isso, ou estará decretando seu fim. Essa nossa última esperança de ainda ver esse partido voltar a ser o que era. É agora ou nunca, do contrário vou cuidar de minha vida e dar às costas para isso tudo. Mas quero sentir que os de cima pensam igual aos de baixo. Basta dessa "inércia governista diante dessa ofensiva inequivocadamente golpista, pois isso é o que menos convém ao país" (Mino). Não quero ser complacente com nada, nem tenho medo de confronto, quero mais é ir pras cabeças, pois sei que as mudanças sociais só acontecerão com um Governo Popular, nunca com um neoliberal. Mas cadê o Governo popular que tanto sonhei? É por ele que luto, dia e noite, 24h do meu dia.

sábado, 27 de fevereiro de 2016

O QUE FAZER EM BAURU E NAS REDONDEZAS (73)


ALGO DO QUE OUÇO E INDICO NA RÁDIO BAURUENSE - MÚSICA LIGEIRA



Nem é preciso ficar repetindo que a rádio Unesp FM de Bauru é a melhor que temos. Não me canso de repetir: Bauru é privilegiada por ter uma rádio nesses moldes. Um luxo, sofiscada no exato ponto, bela, singela, sublime, esbelta, radiante, cativante... Viajo em suas ondas. São tantos os motivos para estar sintonizado nela noite e dia. Tantos amigos por lá, gente como Wellington Leite e tantos outros e outras. Maravilham meus dias. Mas hoje, quero ir um pouco além da puxação de saco, costumeira no meu caso, pois gosto muito do que ali ouço. Só saio dela para ouvir noticiários e futebol em outras, mas confesso, volto logo.

Quero escrever umas poucas, muito breves linhas de um programa que ouço já faz tempo, o MÚSICA LIGEIRA, apresentado pelo JOÃO FLÁVIO LIMA. Primeiro informo não conhecer pessoalmente o João, esse que maravilhosamente apresenta o programa. Gosto demais do jeitão irreverente como apresenta suas atrações musicais, sempre cheio de boas informações adicionais. João possui um jeito ligeiro, maneiro, malemolente e cheio de traquejos, desses envolventes. Pode até transparecer prepotência no jeito amalandreado da fala, mas acredito que, como é bom de ouvido, pelo bom gosto demonstrado, deve ser também de ouvir indicações outras. E tem um bom gosto musical de encher os olhos, multiplo, sem exageros. Percebo que o programa é a sua cara. Apresenta raridades e novidades como se estivesse numa festa de fundo de quintal e ali falando naquela linguagem pros amigos mais chegados. E de sua verve saem indicações valiosas de boa música espalhada pelo mundo todo.

Cada novo programa é sempre cheio de boas novidades. Impossível não ouvir a cada semana e com uma bloquinho de papel grudado no rádio, tudo para ir anotando algumas das belezuras ali expostas.
Outro dia quase bati o carro, pois estava rodando pela aí e ele lá apresentando uma novidade para mim, um latino de encher os olhos. Tentei anotar o nome do gajo com o carro em movimento, tudo para não esquecer a dica. É isso, o programa do João está completando anos, exatos DEZ anos de vida e como gosto muito, quis deixar uma acarinhamento especial por tudo o que tenho ouvido de sonoridades a deliciar meus ouvidos. Gosto dessa universalidade musical ligeira e quando posso ouço na sexta e depois as duas reapresentações.

João, valeu pelos dez, siga em frente, teu programa vale muito a pena nessa fuga de uma mesmice hoje quase (ainda bem) predominante na imensa maioria das rádios brasileiras. Você só podia estar aí mesmo na Unesp FM, uma com a cara do seu programa. Gosto muito e indico para ouvidos dispostos a enxergar o belo na novidade e não na repetição abestalhada de hoje em dia. Programas dessa laia engrandecem o rádio, dignificam qualquer dial. Vou continuar seguindo junto. No mais, qualquer dia a gente se tromba por aí e quero te mostrar umas novidades que possuo aqui no mafuá, afinal sou colecionador de LP/CDs e afins.



ACORDO E VEJO MEU BAITA AMIGO NA PRIMEIRA PÁGINA DO JORNAL DA CIDADE
E não era nada sobre nota policial, política, social, comercial, muito menos dentro do que mais estamos acostumados a sair fazendo hoje em dia, principalmente pelas redes sociais, se digladiando sobre questiúnculas de rebate ao ódio espalhado pelas ruas. 

Oscar Sobrinho versava sobre o Oscar, o outro, o do cinema, que não assisto mais já faz tempo e descubro, ele também não. Vale por ver o amigo lembrado e pelas belas indicações cinematorgráficas feitas pelo gajo. Ele, como bom pioneiro tomateiro juramentado, deixa claro e tão evidente em tão poucas linhas dos motivos de o ter na mais alta consideração. VivaOscar Fernandes da Cunha, um baita de um sujeito, não só pelo avantajado tamanho (altura e largura), mas pelo imenso coração humanitário, venerador dos bons santos e causas, degustador da boa bebida e hoje um também sapiente fazedor de pratos, construtor de paladares e sabores. Esse Oscar merece mesmo os píncaros da glória!!!

HPA - bom sábado a tudo, todas e todos.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

OS QUE FAZEM FALTA e OS QUE SOBRARAM (83)


UMA ESQUINA CARIOCA*
* Uma história realmente acontecida, num dia desses, lugar certo e sabido e aqui relatada como forma de eternizar esses encontros tão maravilhosos na vida de qualquer ser humano:

Venho eu todo pimpão descendo uma rua no velho centro carioca, no pedaço próximo ao cais, trecho inicial da Teófilo Ottoni, quinta passada, 25/02, esquina com recuerdos de antanho, desses de não se acabarem mais. Impossível deixar de olhar boquiaberto para o alto, aquele calçamento em paralelepípedo, estreitas ruas, tudo lembrando o que existe de história naquele trecho. Distraído, com as duas mãos ocupadas, numa delas uma pesada bolsa com meus pertences e noutra uma caixa, mobilidade reduzida, sou chamado por alguém e perco a concentração:

- “Ei, o senhor aí de vermelho (sim, continuo teimando em andar de vermelho, mesmo com as recomendações em contrário). Ei, sim, o senhor mesmo”, me diz um ambulante, senhor na faixa dos 60 anos, com jaleco também vermelho e diante de um carrinho de guloseimas ali estacionado (sic) no meio fio.

Olho para os lados me certificando de ser comigo mesmo e diante de nenhum eminente perigo (eram umas 16h) me dirijo até ele:

- Sim, é comigo? Que deseja?

- Me desculpe a intromissão. Ao vê-lo absorto, olhando para todos os lados, pensei num primeiro momento tratar-se de um sujeito normal, mas daí pensei, um sujeito normal não olha mais para os prédios como faz. Todos passam muito apressados, sem tempo para nada. Fico aqui o dia quase todo e de uns tempos para cá passei a observar os que ainda se dignam a olhar o entorno com outros olhos. O Sr, por acaso, é de fora?

Ri, confirmo, digo também dos meus muitos retornos por ali e de uma nunca satisfeita vontade de admirar, cada vez mais, os cantos e recantos cariocas, talvez algo adquirido de um velho cidadão daquela cidade, José Pereira de Andrade, advogado e procurador do município, meu sogro, visionário como eu.

Ele também ri, pega num dos meus braços e me diz quase sussurrando, mesmo ninguém aparentemente estar nos ouvindo:

- Continue assim, mas tome lá seus cuidados. Olhar para o alto tem lá seus perigos, agravados hoje pelo vermelho de sua vestimenta. Quando juntos, essa sensibilidade com a cor vermelha só pode dar coisa boa. Eu padeço por usá-la, gozam muito, mas não troco por nada. Siga seu caminho, muito cuidado com as pedras no caminho. Esse país, meu caro, tem vermelho de pouco e desbotados de montão. Nós é que fazemos a diferença.

E mais não me diz. Chega um cliente, ele me empurra para seguir meu caminho. Abobalhado me vou, não sem antes parar pouco à frente e tirar algumas fotos na tal esquina, porém, nenhuma dele. Achei deselegante identificá-lo assim nem mais nem menos.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

O PESADELO NÃO É CAIR, É NUNCA CHEGAR AO TRAPÉZIO
Tira de Miguel Rep, publicada hoje no diário argentino Página 12, ilustrando exatamente a situação onde me encontro com meus trabalhos acadêmicos, minha vida profissional e a distribuição do tempo durante as tais 24h do dia. Como ela me cai como uma luva, explícito o desenho como amostragem exata de algo a servir como exemplo. E tentando, ao meu modo e jeito, alcançar mais uma vez no dia de hoje a alça do trapézio, parecendo ali tão perto, mas tão distante, tão lisa e em movimento, num difícil, complicado exercício onde tenho que juntar forças, equilíbio e destreza para alcançar meus objetivos.

Bye. Amanhã conto o resto, o final dessa história (toc toc toc).

HPA

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

DOCUMENTOS DO FUNDO DO BAÚ (88)


A DAMA DO PEIXOTO - UM HISTÓRIA DAS RUAS NO CORAÇÃO DO RIO DE JANEIRO
Eu a Ana Bia estamos hospedados no apartamento de Dani Barbosa, nos altos do bairro Peixoto, rua Henrique Oswald, Copacabana e bem em frente uma praça, quase entrada do túnel Velho, perto da comunidade do Tabajara. Olho pela janela nessa manhã de quarta, pouco antes de começar minhas intermináveis escrevinhações e ao avistar uma senhora sentada num dos bancos da praça, bem vestida e depois a puxar um carrinho, desses de feira, com todos os seus pertences recebo a descrição de ser ela uma famosa personagem desse pedaço de canto carioca, A DAMA DO PEIXOTO. Sua história virou tema de um curta metragem, com o mesmo nome, direção de Allan Ribeiro e Douglas Soares, em 2011 e com um subtítulo dos mais instigantes: "Ela está aqui, ela está ali e os outros invisíveis são os outros". Cliquem a seguir e assistam o curta, com menos de dez minutos: https://www.youtube.com/watch?v=V5WNB4UruZU

Ela ali sentadinha num banco da praça, eu aqui na janela vendo o vídeo e a vendo brincando com os cães e em pouco tempo sacando da bolsa uma lixa e dando um trato nas unhas e mãos. Dani me diz não ser fácil a aproximação, pois na maioria dos momentos é temperamental, reage bruscamente e nem comida aceita sendo lhe entregue diretamente pelas mãos dos moradores. Pede que deixe num canto perto dela, que vai avaliar se tem a necessidade. Corre o folclore de ter sido modelo internacional, viajado boa parte do mundo e outros dizem ter sido aeromoça e também com muitas viagens na bagagem. Ninguém sabe elucidar dos motivos de ter ido parar nas ruas e também onde passa suas noites. O perceptível é sua bela aparência, sempre bem cuidada, tentando manter os cabelos num estado mais do que apresentável e por aí adiante. Vive nas ruas.

Eu me intrigo com histórias assim e com personagens como esse. Ainda ontem passei numa livraria e um dos títulos bem na minha frente, lá estava um E QUEM VAI CONTINUAR CONTANDO AS PEQUENAS HISTÓRIAS? Pois é, essa e tantas outras histórias me movem, instigam, provocam. Já queria descer, se aproximar, puxar conversa, mas o tempo urge. Serão somente três dias de Rio e enquanto termino um trabalho acadêmico, sentado aqui na janela de um primeiro andar, ela se move de um lado para outro, me faz escrever e vê-la ali logo na frente. Mais não escrevo, mas essas pequenas histórias de pessoas perdidas na imensidão desse mundo me movem muito mais do que uma ida à praia e tantas outras coisas mais. Misturo meus pensamentos e todo o barco. "É a vida, é bonita e é bonita...", já dizia Gonzaguinha, mesmo com tanta história não tão bela logo ali na frente, como as em cada banco da praça aqui do bairro Peixoto.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

CARTAS (154)


É RUIM, MAS É BOM...*

* Essa eu enviei para sair na Tribuna do Leitor do Jornal da Cidade. Era para ter saído hoje, mas como estou fora da cidade não tenho certeza se saiu, mas se não saiu hoje, deve sair na quinta. Antecipo seu conteúdo por essa via e meio:

“Esse Governo Federal é mesmo dos mais insensíveis e nada faz pelos municípios brasileiros”. Epa! Parem tudo, pois afirmativas como essa já não colam mais. Hoje, mesmo muitos fazendo questão de tapar o sol com a peneira e esconder que a maioria das cidades brasileiras andam (e continuam a fazê-lo) graças às continuadas ações do dito Governo, insensível para alguns, mas o único cumprindo regiamente suas obrigações.

Não se espantem, pois não vim aqui para fazer propaganda governamental. Vim só para mostrar por A + B que, diante de todas as iniquidades atuais, quem faz cidades como Bauru continuar andando é o Governo de dona Dilma. Sim, simples assim. Perguntem para o prefeito Rodrigo o que ele tanto vai fazer em Brasília e quase nada para, por exemplo, no Palácio dos Bandeirantes, sede do Governo paulista. O dinheiro movendo Bauru nesse momento de crise vem de Brasília, mas precisamente do cumprimento do combinado entre as partes. Com todas as dificuldades financeiras possíveis e inadiáveis, Dilma penosamente não deixa a desejar. Observem se Alckmin faz o mesmo. Não.
Faz exatamente o contrário, quando fecha salas de aula, descumpre o prometido no acordo com alunos após a ocupação das escolas, precariza a Saúde com redução de verbas e só pensa em aumentar seu caixa (sic), com mais e mais pedágios. E gente bem próxima dele está metida nesse imbróglio com a Merenda Escolar.

Não se exaltem, não se faz necessário nada disso. Basta comparar números, propostas de trabalho e forma de atuação. Ela, para parcela significativa dos paulistas representa o atraso, mas propicia o andar da carruagem. Já do outro, que diz aos quatro ventos ser a esperança dos novos tempos, com a implantação do nefasto Estado Mínimo, cada vez mais a decretação da falência dos municípios. Façam suas escolhas, pois enquanto uma leva pauladas, o outro louros. Não estaríamos espezinhando o algoz errado? Meras questiúnculas pós carnavalescas. Tem alguns que para beneficiar a cidade ficam com parte do enviado, mas outros repassam integralmente. Olhemos com os olhos mais que atentos para tudo isso e no frigir dos ovos, um alento: Dilma não foge da raia e seu Governo pode ser creditado como a mola propulsora do que ainda nos move para a frente nesses bicudos tempos. Perguntem ao Rodrigo se tenho ou não razão?

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

DROPS - HISTÓRIAS REALMENTE ACONTECIDAS (127)


AO VIVO E A CORES:
Ontem estava subindo lá pros lados do Rasi, ia seguindo via beiradas do Mary Dota, passando ao lado do Mondelli, quando dos lados dos trilhos, já chegando no Chapadão, uma surpresa alvissareira e me fazendo parar o carro e assuntar do movimento do MST (depois fico sabendo serem do MSL - Movimento Social de Luta Campo e Cidade) estar atuando em prol da distribuição de terras, ainda tão necessitada de novos capítulos em nossa história. Essa bandeira vermelha é de muita luta em prol do fim das desigualdades sociais e ao me inteirar melhor, vejo outra bandeira de luta, essa em nome do ACAMPAMENTO MORADA NOVA. Hoje é um belo dia para voltar lá e não mais assuntar, mas ver no que posso ajudar, colaborar, dar o meu quinhão e fortalecer o movimento. Vamos nessa? Já ouço dizer tratar-se de uma área que os cartórios não informavam quem era o real proprietário, mas já estão com pedido de reintegração de posse prontos e com a Polícia Militar sendo colocada de prontidão para retirá-los de lá. Pouco abaixo, lá pelos lados de Triagem Paulista, àrea do Governo Federal e também ociosas, nenhum utilidade prática nos dias de hoje. Me identifico cada vez mais com esses que ainda buscam forças, se juntam e botam o bloco na rua que é uma belezura. Cada vez mais com eles, pois são os que movimentam esse país no sentido do fim das injustiças sociais, ainda gritantes e clamando por mudanças imediatas. Antes de algum gaiato vir criticar o movimento, acho de bom alvitre entender o que de fato se passa, como se dá a questão secular do latifundio improdutivo e ocioso no país e a partir daí, fazer uma análise crítica, debate cheio de esperança para todos os miseráveis desse país continente. Vou pra rua nesse domingo sujar meu pé de lama e apoiar essa ocupação. Daí, se não me encontarem pela aqui, saibam de antemão, eles estão precisando de nosso apoio e reforça na luta.
HPA - Bauru SP, domingo, 21 de fevereiro de 2016.

domingo, 21 de fevereiro de 2016

PALANQUE - USE SEU MAGAFONE (81)


REORGANIZAÇÃO DISFARÇADA – UMA PROFESSORA DENUNCIA O FECHAMENTO DE SALAS DE AULA EM SÃO PAULO E DO CLIMA VIVIDO POR TODOS ELES

O governador Geraldo Alckmin é a crueldade em pessoa. Perdeu a queda de braço com estudantes quando da ocupação das escolas, mas não a guerra. O troco ele está dando agora quando fecha uma sala de aula atrás de outra e encurrala os professores. Troquei diálogo com uma professora da rede pública estadual e eis a conversa, mais do que reveladora, triste e com uma constatação, o clima de guerra com os professores está instalado. Os estudantes precisam agora se posicionar junto com os professores e reocuparem as escolas, pois deixaram um legado: não parecem dispostos a acatar mudanças sem o seu consentimento. Daí, a organização deverá continuar na lida.

Abaixo a conversa com a professora:
- Bom dia Henrique. Gostaria de tirar uma dúvida cruel contigo

- Tire. Bom dia

- Desde a ocupação das escolas pelos alunos, a vida dos professores se transformou em um verdadeiro inferno, terra sem lei.

- O governador está por detrás disso, está claro, não conseguiu seu intento lá e agora dá o troco fechando classes.

- Pois como ele não pode punir os jovens é em nós que o chicote esta comendo. Ele fechou as salas de leitura, eram dois professores pra cobrir os três períodos e ele tirou deixando somente um.

- Salas de aulas eliminadas num vapt-vupt e sem dó e piedade, quem se ferra mais é o professor. A luta tem que continuar para encurralar esse crápula desse insano governador, fascista e da Opus Dei. Esse o tal do Estado Mínimo...

- No caso da coordenação que era dois, um pro fundamental e o médio, ele mandou um pra sala e outro que se dane e arque com tudo. Tem professor desempregado literalmente. Estão mandando a gente pra outras cidades. Diretores puxa sacos dizem que nós, com tantos anos não somos competentes para acompanhar o que ocorre. Tem gente que age com a cabeça e o bolso do governador. Um assédio insuportável. Vou tentar gravar o que a diretora de uma cidade vizinha me disse. O que você faria no meu lugar, estou perplexa? Conversei com alguns amigos que me disseram que a cabeça da Gina, a coordenadora da Divisão de Ensino está com a cabeça a premio por causa dessa ocupação. Eu só quero trabalhar, mas que seja de forma justa e que tenha um horário que eu possa não correr perigo.

- Me deixe a par para postar algo. Explicite a questão que reproduzo por aqui, sem citar seu nome. Bom tema para encurralar o governador, pois o que ocorre na escola onde está agora me parece ser a mesma de todas as outras.

- Eu vou escrever para você o que ele tem feito através dos mandatos e decretos.

- Faça e cite os problemas criados após o fim das ocupações, a nova postura do Governo Estadual... ai dar o que falar...

- Após a ocupação dos alunos e ele não conseguindo agir de forma arbitraria como ele age, ele reduziu o quadro de professores, como, diminuiu a quantidade de professores na sala de leitura, e todas as escolas tinham dois coordenadores um para dar suporte para os professores do ensino fundamental e outro pro médio e o que ele fez, reduziu deixando apenas um responsável para as duas funções com o mesmo salário e jornada, claro, exaustiva. Com isso os professores foram obrigados a retornar a sala de aula, ele divide as categorias por efetivos, categoria F e a categoria O e os de cadastro emergenciais, que esse ano não existirá.
Muitos professores pra não ficar desempregados tiveram que ir para fora de suas cidades e trabalhar, gastando do seu próprio bolso os pedágios, gasolina. No site da atribuição de aula em Bauru ele colocou assim “Atribuição Inicial 2016 Atribuição 2016 Docentes efetivos, Categoria 'F' e Categoria 'O' que, além da habilitação docente (licenciatura completa) possuem alguma qualificação docente (são bacharéis ou estudantes, por exemplo) podem ampliar sua carga horária com aulas do saldo de 05/01. A atribuição é na unidade escolar para os docentes 'da casa'. (No caso dos docentes categoria 'O' somente para os que tiveram aulas atribuídas em 05/02). Docentes qualificados (faixas II a VI como identificados em nossa DE) participam da atribuição de aulas na Diretoria de Ensino, caso ainda reste saldo disponível. NOTA IMPORTANTE: Não há 'saldo novo' para atribuição nestes dias. Somente serão oferecidas aulas constantes do saldo do dia 05/02. O saldo para o dia 12/02 será publicado a partir das 12 horas do dia 11/02. Em breve estaremos divulgando cronograma das atribuições semanais. Novos Docentes, Cadastro Emergencial e Docentes 'V' Notas e Informações Informamos que durante a vigência do Decreto 61466/15, que veda a admissão e a contratação de pessoal, não haverá abertura do Cadastro Emergencial. O decreto também impede que docentes classificados como Categoria 'V' possam ter aulas atribuídas, podendo atuar somente como eventuais”. Com isso tenho uma galera desempregada literalmente. Docentes que participaram da greve (período de 13/03 a 12/06) e que necessitam de aulas para reposição, devem entrar em contato com as escolas abaixo relacionadas. E atenção, esta relação poderá ser atualizada até o próximo dia 08/07.

- Muita crueldade, hem!

- Ele está acabando com nossa vida, você pode procurar isto no site da atribuição de aula. Em Bauru tenho amigos sem emprego e como fomos obrigados a ir pra outra escola somos tratados como forasteiros mesmo. Todo este assédio moral de qualquer forma vai estourar, tenho meios de como gravar, pois tenho amigos também jornalistas, todas as humilhações. Caso a senhora Gina não resolva o caso vou levar a conhecimento publico a gravação e tudo que venho sofrendo alguém tem que brecar. Essa ocupação custou cara demais para nós professores e a lei é do silencio para que as cabeças não rolem. É cobrança, é pagar pedágio com nosso dinheiro, é se virar pra estar no horário e que se dane o mundo, há muitas colegas que podem lhe dar essa informação certa e muito verdadeira. Jamais colocaria você em maus lençóis com uma inverdade, porém estou sentindo na pele, e sinceramente não vejo interesse mais em continuar lecionando. Mas essa semana vou tentar falar com a Gina e se ela não resolver isto vou tomar as medidas cabíveis.

sábado, 20 de fevereiro de 2016

BEIRA DE ESTRADA (59)


A PLACA QUE NINGUÉM QUERIA TIRAR DO LUGAR
Ela foi colocada bem no pé de um poste no cruzamento das ruas Aparecida com Antonio Alves e sinalizava algo ali na sequêcia da rua, virando a Gustavo Maciel, um buraco no meio da rua, desses tantos procriando como mato pela cidade. Nem se sabe se esse foi cria da chuva, de vazamento, de percalço outro, o fato é que ele acabou sendo reparado, a enchente se foi, deixando rastros ainda perceptíveis por lá, mas a placa foi ficando, por semanas, mais de um mês ali no mesmissimo lugar. E a dita cuja foi feita com um resto de peça de guarda roupa que não sobreviveu à chuvarada de janeiro. Ninguém queria botar a mão nela, tipo aquelas macumbas na esquina que todos passam e ninguém se atreve a provar da pinga ali praticamente oferecida. Assim como a placa veio ela acabou se indo. Nem sua autoria foi devidamente identificada. Foi obra de um anônimo, como tantos criando placas variadas em buracos cidade afora. Na ironia, na base da chacota vai sendo alertado, chamado a atenção, grita geral contra desmandos variados e múltiplos. Placas dizem muito mais do que mil palavras ao vento, pois elas ficam ali diante de nossos olhos e a cada reolhada para elas, tudo volta à mente. Que elas se proliferem em cada novo buraco e problema.

PLACAS
Sou um adorador de placas, não as normais de sinalização, mas as escritas das mais variadas formas e jeitos para sinalizar situações outras. Essas por exemplo, colocadas em buracos e improvisadas de tudo quanto é jeito e maneira. Postes variados e múltiplos são utilizados como mola mestras, ou seja, o local seguro e de boa visibilidade onde um alerta pode ser fixado e muitos verão. Um muroi e uma inscrição, como o da Maria Inês Faneco, no ssa mais popular pipoqueira e escrevinhadora de paredes. Isso tudo, são mensagens cifradas, decodificadas e com endereço mais do que certo. Inscrições em muros, recados deixados ao lado de alguma obra, algum problema existente, tudo é uma forma de diálogo entre aqueles que possuem dificuldade de comunicação com o restante do mundo. A placa não deixa de ser um grito para que outrem o ouça e daí ocorra a amplificação ou o atendimento do clamor, da necessidade.

Tento estudar esse fenônomeno e estou ainda nos cuieros do entendimento disso tudo. São tantas formas, cada uma mais instigante que a outra e uma mais revolucionária que a outra. Passei a colecionar essas imagens e estou com alguns escritos acadêmicos engatilhados sobre esse tema. Eles me provocam. Uma placa junto a um buraco e um xingamento para o alcaide da ocasião, o mesmo para qualquer outra ocorrência, problemas variados, tudo pode gerar uma reação e é nessa reação que nasce a criatividade, a espontaneidade da resposta na lata, direta e reta. Quando eivada de ironia, melhor ainda, mais certeira, pois além de gerar o alerta, quando provoca risos, parece gerar mais constrangimento naquele que é o alvo da desdita.

Me delicio com elas e como começo o dia com uma escrita sobre isso, aproveito e também termino. Junto tudo, desde frases de parachoques de caminhões, grafittes em paredes. bilhetinhos colocados em chamamentos de alerta, ou seja, tudo o que ocorra como resposta, reverberão imediata de algo visto e pelo qual não ocorre concordância. Essas reações também podem ser de agradecimento, como vejo faixas espalhadas em locais diversos e abordando de tudo um pouco. Emplacando o mundo contra as malversações todas a que estamos sujeitos estamos reagindo e não aceitando pacificamente esse mundo como ele é nos apresentado. E como sou adepto de que "um outro mundo é possível", isso tudo me faz parar e ficar tentando escrevinhações.

HPA, após umas cevadas pela aí.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

MÚSICA (134)


NÃO GENERALIZE...
Sou abordado por um bestalhão na rua e ele já chega me dizendo coisas do PT. E daí, lhe pergunto, o que tenho a ver com isso? Vem querer me dizer de sacanagens com gastos públicos, essas aberrações que pouquíssimos partidos hoje escapam de estar enfurnados até o pescoço. Olho para os lados, pouca gente, me certifico da procedência nada alvissareira do cobrador, pois é gente das rebarbas tucanas (digo rebarbas porque existe uns que nada decidem por lá, tudo aceitam e ainda saem a defender a crueldade neoliberal) aqui na cidade e lhe tasco um “VÁ A MERDA”. O cara se espanta e digo se quer ir comigo até o Pereirão ali na esquina, pois lhe comprarei um espelho, desses de R$ 1 real a peça, tudo para que se veja nele e continue a repetir o que me diz para si mesmo. Devo ter ganho mais um desafeto, mas esses caras não tem desconfiômetro e se esperam ter em mim um paciente ouvinte, receptivo nessas intermináveis ladainhas, me verão sempre com uma pavio cada vez mais curto. Basta dessa baboseira.

No Carnaval do Sambódromo de Bauru, o Paulinho Pereira, que é meu amigo, homem tucano, comandou a Oficina Cultural na cidade, perdeu o emprego, mas não deixou de ser tucano, quis vir dar risada em alto e bom som, chegando cheio de pompa e a me dizer que o Lula é sim dono do tal sítio e até do duplex. E daí? Pra cima de mim vem querer rir e demonstrar que o lado que defende não faz pior. Faz e já começam por aqui com o Mensalão da AHB, depois o da Merenda Escolar e tantos outros, infindáveis citações. Telhadão mais que de vidro e querendo sacanear logo comigo. Nessa semana mais revelações dos descaminhos seguidos de um tal de FHC, Serra e mais de Aécio. Como um cara pode querer defender gente desse tipo e ainda vir rir de prováveis deslizes de outrem? Não mandei o Paulinho á merda, mas foi por pouco. Mudamos de assunto, pois não queria estragar minha noite logo no começo. Carnavalizamos e assim foi melhor para nós todos.

Estou envolvidíssimo em algo onde quero crer ainda possa existir uma real possibilidade de mudança de rumo. Estamos formatando e ampliando atuação de um Grupo de pessoas com o intuito de dar uma cara nova ao PT, aquela mesma de quando da sua criação e pela qual muitos militantes nunca abandonaram ideais, posturas e práticas de vida. Muitos seguem os preceitos de antanho e me posiciono junto a esses. Já que não existe alternativa plausível para mudanças, por que não tentar mudar o lugar onde você se encontra? É o que estamos tentando fazer. Se outros tantos fizerem o mesmo, a limpa será geral e sobrará os dentro de uma linha ideológica respeitável. Acredito nessa possibilidade e nos encontros já realizados, encontro cada vez mais gente com o mesmo propósito e vontade política. E mais que isso, fazer a defesa da verdade factual dos fatos contra esse mar de mediocridade que assola o país. Em breve mais novidades disso.

Quando do primeiro encontro desse grupo, ao voltar para o carro ligo o som e lá na rádio Unesp uma música sob medida do Celso Viáfora invade o ar. Era a “QUE NEM A GENTE”, com uma letra bem dentro do que precisava ouvir naquele exato momento. Eu sei estar fora de qualquer generalização sobre essas corruptelas e conchavos todos vicejando pela aí e daí, a letra das mais instigantes. Primeiro convido para colocarem esse vídeo no ar: https://www.youtube.com/watch?v=sjLG0TynjmE. Ela faz parte de um CD que tenho aqui no mafuá (esse a chuva não levou), O "Batuque de Tudo" e na letra isso do que mais falta nas relações de hoje em dia, essa tolerância tão necessária. O cara chega e já te mede de cima embaixo, te aponta o dedo e te condiciona como inimigo público número um, lado oposto do que ele pensa e daí, merecedor do pelourinho. Hoje é sexta, dia bom para entender essa letra tão bela, significativa, mesmo que muitos não estejam nem mais aí em entender nada, só esmerdalhar as relações humanas:

"Favelado não é tudo traficante/ Milionário não é tudo prepotente/ Maltrapilho não é tudo meliante/ Elegante não é, necessariamente,/ Tudo competente./ Ianque não é tudo imperialista/ Paulista não nasceu tudo na mooca/ Sambista não é tudo carioca/ Artista não é tudo comunista/ Maconheiro e indecente/ Todo mundo é meio assim que nem a gente:/ Tudo igual mas muito diferente./ Muçulmano não é tudo terrorista/ Imigrante não é tudo delinqüente/ Deputado não é tudo oportunista/ Retirante não é, necessariamente,/ Tudo indigente/ Baiano não é tudo irreverente/ Mineiro não é tudo come-quieto/ Batuque não é tudo o som do gueto/ Barbudo não é tudo comunista/ Militante ou presidente/ Todo mundo é meio assim que nem a gente:/ Tudo igual mas muito diferente./ Ser um branco não é ser tudo racista/ Ser um índio não é ser tudo indolente/ Cearense não é ser tudo humorista/ Cientista não é, necessariamente,/ Tudo inteligente/ Gaúcho não é tudo sangue quente/ Parente não é tudo nepotista/ Compositor não é tudo ruim da idéia./ A bomba da coréia/ Não é tudo mais que a bomba do ocidente/ Todo mundo é meio assim que nem a gente:/ Tudo igual mas muito diferente".

ALABÊ DE JERUSALÉM, NA VOZ E INTERPRETAÇÃO DE ALTAY VELOSO

Esse cara é lá de Alcântara, subúrbio de São Gonçalo, cidade do Grande Rio, dos lados de Niterói, uma voz dessas maravilhosas, que encanta quem a ouve. Tudo o que descubro dele trago para o mafuá e ouço sempre com grande júbilo. Altay Veloso seu nome, um negão de dois metros de altura e com uma voz aveludada, preciosa. Dias atrás recxebi uma dica para escutar algo novo dele. Veio de um amigão lá do Rio, o Pasqual Macariello, aposentado da Petrobras, morador da Tijuca e devorador de boa música. Veio com o seguinte conselho, logo acatado e agora distribuido por essa via: "Conheci o Altay Veloso no Amarelinho, meados da década de 80. Causou-me a melhor das impressões. Sustentava-se com aulas de violão para produzir com independência. Algum tempo depois tive o prazer de vê-lo apresentar o disco Sedução, no Teatro Ipanema. Por vezes, se fosse presentear um amigo, ofertava sem titubear este disco dele. Após décadas de esquecimento, num momento mais sentimental que Pierrot, casualmente deparei-me com uma preciosidade. Assisti pelo menos três vezes nesta semana e até agora não consegui encontrar uma palavra que pudesse expressar a grandiosidade desta ópera. Se você não conhece, assista e tente descobrir.
Abraço". Clique a seguir e ouça inteiro a belezura:
https://www.youtube.com/watch?v=4rpPqioVt5o

Precisava compartilhar isso com quem gosta de música boa, sem preconceito.Sou um ateu convicto, sem possibilidades de cura (sic), mas quando ouço uma peça musical dessa envergadura, parei e ouvi com a devida atenção. Altay e outros tantos, como Selma Reis , o vozeirão do José Tobias, deixei de fundo por aqui enquanto trabalho e ia parando. Gostei da ópera em si. Um clamor contra a intolerância... Por fim, vi também Silvio Cesar e até Bibi Ferreira, e também muita gente boa, como Leny, Lucinha Lins, Elba, Margareth Menezes, Lenine, José Vercilio, Sandra de Sá, Claudio Courtier, Isabel Fillardis, Claudio Zoli, Fafá, Wando, Cris Delano, Carlos Dafé, Lucinha lins, Talma de Freitas e sob a batuta séria de Paulo Cesar Feital.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

O PRIMEIRO A RIR DAS ÚLTIMAS (19)


JC VIU O AEDES NO NÚCLEO DE SAÚDE DO MARY DOTA, MAS NÃO NO TETO DA USC
Abro o jornal bauruense na manhã de hoje e lá na manchete maior isso: “Incrível: até núcleo de saúde tem criadouro do Aedes aegypti” (http://www.jcnet.com.br/…/ate-caixa-em-posto-de-saude-cria-…). Fui ler e nada encontrei de algo que ontem bombava nas redes sociais, umas fotos do teto da USC – Universidade do Sagrado Coração com água em toda sua extensão. Como isso passou desapercebido pelo pessoal do jornal? Não sei. Sei que receberam denúncias sobre ter água parada no teto lá da unidade de saúde no periférico bairro e ao visto, não estavam ligados no que estava em ebulição na internet. As fotos com água parada no teto da USC virilizaram (sic) por tudo quanto é lugar, menos sequer numa pequena nota no JC. Dentre todas as variadas e múltiplas fotos estampadas ontem e que até agora não sei como foram tiradas e nem a autoria, fizeram até uma piada, que cai como uma luva para reprodução e toques variados e múltiplos para os diretores daquela instituição educacional se tocarem e olharem para o alto. Reproduzo a irônica montagem com o único intuito de demonstrar que, se a pouca água lá da unidade de saúde pode causar riscos, o aguaceiro lá da USC pode (e deve) causar muito mais perigo, medo e gerar providências urgentes, imediatas e necessárias. Vale o registro, pois Broncolino, o que se utilizava do slogan, “o primeiro a rir das últimas”, com toda certeza, estaria divagando sobre isso tudo que é uma maravilha.

AMANTE DAS BEIRADAS DO FUTEBOL
Hoje tem um clássico das beiradas do futebol e cada vez mais assisto a jogos assim e deixo de lado os clássicos. Esse negócio de grandes jogos, grandes times, disputas homéricas, grande poder midiático por detrás da coisa me atraem cada vez menos. Prefiro o futebol periférico e é com ele que me divirto e me recarrego. Por isso, ando ao lado do meu Noroeste, nas quebradas do futebol paulista e irei assistir a jogos do XV de Jaú (um antigo rival, hoje mais próximo) na Bezinha desse ano (vamos Roque Ferreira?). Na Bezinha tem jogos quase o ano todo e nos demais campeonatos pelo interior paulista só uns quatro meses do ano. No dia de hoje, corro o dia todo, leituras e escrevinhações acadêmicas, com o dia praticamente todo trancado aqui no mafuá, mas às 21h não me convidem pra mais nada, pois quero sentar diante de uma TV e assistir a um clássico do futebol brasileiro e abrindo mais uma rodada do Campeonato Carioca de Futebol 2016: América x Bangu. É com esse que eu vou, assim como dias atrás assisti a outro, esse na rua Javari (esse o mais bucólico estádio do país), entre Portuguesa de Desportos X Juventus (O Canindé estava com um show e jogaram lá). Canais como a TV Brasil e Rede Vida são ótimos nessas transmissões. Jogo de time grande já era, pelo menos para mim. Meu futebol de hoje é muito mais isso que outra coisa. Ontem tentei ver meu time, o Corinthians na TV, mas desisti ainda no primeiro tempo e fui ler. Não me convidem pra ir ver um desses clássicos lá no Maraca ou Morumbi, mas se o convite for pra ir em Moça Bonita, Rua Javari, Alfredo de Castilho ou no Dorival de brito, contem comigo. Prefiro as rebarbas, muito mais emocionantes e vibrantes...
http://esportes.terra.com.br/…/classico-entre-america-e-ban…

UM LUGAR POR AÍ (78)


LENÇÓIS, AGUDOS E BAURU: UMA ENCHENTE NÃO SÓ DE ÁGUA DA CHUVA... – QUANTAS CEIs SERÃO NECESSÁRIAS PARA PUNIR OS CULPADOS? UMA JÁ FOI ABERTA...

Abro o JC de hoje e lá uma notícia já anunciada pelos amigos de Lençóis Paulista, a da abertura naquela Câmara de Vereadores de uma CEI – Comissão Especial de Inquérito para elucidar dos reais motivos da cruel enchente que acometeu aquela cidade (e mais Agudos e Bauru) em janeiro 2016. Na conclusão óbvia e sendo propagada com o vento, uma certeza: não foi somente o efeito das águas da chuva o motivador de nossas últimas enchentes. Barragens rurais, construídas meio que de forma desordenada, sem autorizações muito bem fundamentadas estouraram uma atrás da outra e o resultado foi a devastação de parte da área rural, levando o caos para centros urbanos. Mas se foi assim, de quem é a responsabilidade? Onde estão localizadas essas barragens? Quem são seus proprietários? Qual a legislação existente para que sejam construídas? Isso tudo ainda parece um tanto sem respostas convincentes. Acompanhando a CEI de Lençóis seria uma boa oportunidade de observar se existe conluio com o Legislativo ou se de fato estariam interessados em desvendar todos os meandros dessa questão.

Num texto publicado dois dias atrás o artesão DÉCIO DE SOUZA deixou um recado triste, como lançando uma garrafa com uma mensagem num mar revolto e buscando algo:
“BOM DIA. nada!!! Um mês do diluvio, como não avisaram p fazer uma arca? E agora Noé??? Grandes empresas trazem implantada na alma a convicção de que são donas de tudo, é o poder econômico ditando as regras da politica. Administradores não se sentem como pessoas públicas. O povo é que atrapalha seus interesses e vidas privadas. Como o Aedes aegypt? Desenvolveram-se nas águas paradas da Câmara. Sugaram o sangue do cofres públicos. E transmitem um vírus que causa microcefalia coletiva, desobrigando de refletir. Ainda não se desenvolveu uma vacina capaz de imunizar a cidade contra esses zikas. Só p lembrar… A Câmara vai votar hoje se abre ou não uma CEI p investigar as ações decorrentes da enchente. CEI não? Vamos nessa Josias, desculpa ai, mas tudo vai se encaixando. Se puder compartilhar para esquentar a memória é bom!”. Seu texto me tocou e o questionei, entrando num longo debate com gente de lá: “Décio, ainda quero entender melhor isso tudo que nos ocorreu, com vocês aí em Lençóis e aqui em Bauru no rio Bauru, cortando a cidade ao lado na avenida Nuno de Assis. Foi só a força de uma chuva avassaladora e suas águas incontroláveis o que adentrou nossas casas ou teve mesmo também uma ação decisiva de mais água após barragens rurais serem destruídas pela força das chuvas? Queria fazer uma matéria completa sobre essas barragens, onde estão, fotografá-las e mostrar o que ainda não foi feito. Elas precisam, se de fato existem, serem identificadas, saber quem são seus donos, onde estão e após isso iniciar um processo de penalização jurídico criminal. Diga o que sabe disso...”.

Entrei com isso no debate e fui conhecer a ação de dois jornalistas do semanário de Lençóis, o Sabadão do Povo. Décio me avisa de algo: “É um assunto longo, demanda coragem para cobrar ações que previnam que isso volte a acontecer.”. Foi quando entrou na conversa Tânia Morbi, do jornal: “Na verdade, são represas fotografadas e documentadas em Agudos, Lençóis e Borebi, só pra registro.”. Décio diz mais: “Temos como arma principal, prejuízos financeiros e morais de tantas famílias e comerciantes que pela dimensão da enchente não tem mais como protelar. Tornou-se impossível esconder ou minimizar a importância dessa tragédia.”. Tânia me apresenta o que o jornal já fez: “Caro Henrique, não sei até onde está informado sobre o assunto, mas a imprensa, ao menos a que eu represento, tem feito seu papel sim. Se puder, dê uma olha no jornal Sabadão do Povo - via facebook ou issuu (billymao.docs) para conhecer um pouco do que temos feito. Inclusive na edição do último fim de semana, quando se completou um mês do ocorrido, e fomos o único jornal a lembrar a data. Abraços”. Conheço o Billy Mao de nome, ousado, batalhador e fuçado, tudo o que um bom jornalista precisa ser.
Olha uma das tais represas estouradas aqui...


Fui ver a página do Sabadão aqui no facebook e a última edição, já CURTI e reconheço: belo trabalho. Queria muito aprofundar a questão com as fotos das represas estouradas, não só por minha causa mais que própria, mas por causa da omissão coletiva dos grupos de poder existentes. Enfim, a água que passou por Lençóis e Agudos, destruindo tudo, também passou depois por Bauru. Estragos generalizados. E esse pessoal vai ficar impune??? Clicando a seguir a leitura da matéria de hoje do JC: http://www.jcnet.com.br/…/vereadores-abrem-cei-da-enchente-…. Clicando a seguir o texto e comentários do facebook do Décio:https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1314720531876299&set=a.1258417054173314.1073741829.100000150946092&type=3&theater. Clicando a seguir a edição de 12/02 do Sabadão do Povo:https://www.facebook.com/SabadaoDoPovo/posts/659037584198574.

Desvendar isso tudo nos seus mínimos detalhes é agora uma questão de tempo, muito pouco tempo (toc toc toc). Ao trabalho...

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

CENA BAURUENSE (144)


O CASO DA OFICINA CULTURAL, UMA ENTREVISTA PARA TV UNESP E UMA ENJAULADA EDIFICAÇÃO
Foi hoje na parte da tarde. Fui convidado para dar uma entrevista para a TV UNesp sobre o imbróglio do prédio da ex-Oficina Cultural ter sido repassado pelo governador do Estado, Geraldo Alckmin para Justiça Fórum Prisional. Os convidados deveriam estar às 15h30 defronte o dito cujo prédio, hoje todo enjaulado. Eram Kyn Junior, da ATB – Associação de Teatro de Bauru, Paulinho Pereira, ex diretor da extinta Oficina (hoje tucano desempregado) e eu. Cheguei tarde e ambos já haviam concedido entrevista e batido em retirada. Fiquei ouvindo a jornalista tentar negociar uma filmagem dentro do prédio, não conseguida e por fim dei meu depoimento, mais ou menos da seguinte forma e jeito:

"Estamos diante de um impasse. Primeiro a Oficina trabalhou todo o tempo nesse local de forma improvisada, com tudo adaptado e agora, quando ia poder atuar com tudo restaurado e adequado para atividades culturais, o governador decide de cima para baixo, autoritariamente fechar algumas Oficinas, inclusive a de Bauru. Essa a primeira contradição, depois o autoritarismo, pois em nenhum momento a classe artística ou qualquer outra da área foi sequer ouvida, visando sua utilização por algo de cunho cultural. Preferiu enjaular a questão.
Tanto o deputado Pedro Tobias, como gente ligada ao partido já haviam até prestado apoio para tudo continuar vinculado à Cultura, mas mudaram de opinião e hoje, rezam na cartilha de quem decide. Apoiam a decisão do governador. Isso sempre ocorre, pois dentre os tucanos ninguém se atreve a dizer algo contra um cacique do partido. Decidiu, todos aceitam passivamente. Isso um fato. Por outro lado, vejo que uma luta da cidade e dos órgãos ligados à Cultura na cidade, se ocorrer, precisam ser bem delimitadas. Primeiro, a Prefeitura teria algum interesse e tem ideia do que poderia ser ali implantado? Se isso ocorrer, ela precisa ser ponta de lança, centroavante nessa luta e não ficar encolhida, jogando como beque de espera, vendo a luta ocorrer e depois ficar com os louros da vitória. De que adianta toda uma luta pela reconquista do prédio sem manifestação de interesse por eles e de como será utilizado? Nada. A não ser que a luta se dará para implantação de outros órgãos culturais e nenhum público municipal. Isso precisa ficar bem claro. Eu e muitos outros topamos entrar na briga, contenda difícil, mas sem antes saber disso, nada feito. Queria ver a Secretaria Municipal de Cultura envolvidíssima nessa contenda, pois será a maior beneficiada. Isso vai ser possível? É agora ou nunca mais.
Muito triste acatar a barbaridade da transferência sem esboçar uma reação em mais um ato ditatorial do governador, mas não me peçam para lutar sem ao menos estarmos todos muito bem unidos, interesses em comum bem colocados e com todos pegando em armas. Se o maior interessado ficar de fora já começamos a luta enfraquecidos."


Não sei quando sai a matéria na TV Unesp, mas antecipo o conteúdo de minha fala e aguardo as avaliações de praxe: vamos cagar ou sair da moita...

AMIGOS DO PEITO (116)


AMIGOS E AMIGAS INTERNETANDO E EU GILETEANDO...


1.) “Pessoal, a citação que tá circulando aqui nas redes sociais, “Aposentados são inúteis à sociedade'', atribuída ao jornalista Leandro Sakamoto, é falsa e já foi amplamente desmentida, então parem de compartilhá-la. Já essa outra citação aqui, olha: "São vagabundos os aposentados com menos de 50 anos", podem compartilhar à vontade, é uma fala do tucano Fernando Henrique, e essa é verídica, mestrando em Comunicação WELLINGTON ANSELMO MARTINS.

2.) “Só ouvi d. Marisa, mulher de Lula, duas vezes. A primeira, foi no começo da década de 80 do século passado, quando lhe perguntaram o que tinha achado do filme Eles Não Usam Black Tie, de Leon Hirszman e ela respondeu "a Fernanda Montenegro não sabe catar feijão". Concordei com ela, embora a cena fosse bonita e esse nem de longe era o problema principal do filme. Voltei a concordar com ela 20 anos depois. Ao conhecer o Palácio da Alvorada teria dito a Lula que os donos do poder nunca os deixariam viver lá. Por oito anos pareceu que seu vaticínio estava errado. Até começarem a cobrar o aluguel...”, professor ALMIR RIBEIRO.

3.) “eu e meu problema como esses comentaristas mistos de "radialistas" de nossa cidade.. desço pro trabalho ouvindo uma estação, quando entra o comentarista, mudo pra outra, e quando chega a hora do comentário econômico da outra, lembro que está na hora de olhar o tempo lá fora..... Eles não fazem analise econômica, emitem juízo de valores políticos partidários...Não da para aguentar”, tricoteira TATIANA CALMON.

4.) “Não gosto dessa história da grande imprensa penalizar Lula por ter um apartamento no Guarujá e uma canoa de lata. Detesto essa patrulha chata e demagógica que os guardiões da moral fazem em torno da aquisição de qualquer bem de consumo por quem veio de estratos mais pobres da sociedade. É uma patrulha ideológica e com definidores de dominação cultural muito bem marcados: pobre não pode ter TV de 42 polegadas, mas é emocionante quando tem uma biblioteca de mil volumes - e, aqui, não canto um Ode à ignorância, não, mas à liberdade de cada um ter o que puder pagar e se entreter como achar que deve; é proibido o triplex no Guarujá, talvez se fosse em Praia Grande... Mas também me incomoda a maneira como alguns colegas da esquerda se referem ao jornalismo, aos jornalistas e à prática jornalística, culpando os operadores do sistema - e não o sistema -, pelas incongruências geradas pelo desvio dos princípios. Não vejo ninguém culpando os professores pelo drama da educação, seja em que nível for; nem quem culpe os garis pela deficiência na coleta de resíduos das cidades. Ninguém culpa os advogados pela lentidão da (in)justiça brasileira e nem os engenheiros pela péssima condição das moradias populares no país. A comunicação sempre carregou consigo títulos que não mereceu, um dia, salvaria o mundo das mazelas da ignorância, hoje, é ela quem promove a ignorância. Nem um, nem outro. Os mecanismos de mediação da comunicação - ou mídia -, são, como todo processo em que há uso da língua, estruturantes na significação e, por si, ideológicos. A sociedade de hoje não tem mais espaço pra discussões que coloquem o jornalismo como possuidor da verdade absoluta, nem como o observador imparcial da realidade. Gatekeeper tem que ficar de lado nessas horas e diluir as perspectivas generalizantes que culpam uma classe cujo piso salarial é de 1200 reais pelos simulacros financeiramente firmados entre empresas (de mídia) e Estado ou pessoas "de Estado". Jornalistas são só jornalistas” estudante de jornalismo ADHAM FELIPE MARIN

5.) “Não poderia deixar de comentar o que podemos dizer, comédia. No transito, estava ouvindo a rádio câmara, e um vereador estava muito bravo (se não me engano alguma coisa com gás é o nome dele) reclamando e inconformado que a semma não tinha instalado o playground no Bosque da Comunidade atendendo seu pedido. Vereador, vai no Bosque, já instalaram e reformaram os brinquedos quebrados há mais de 20 dias. Não contente, outro vereador pediu a palavra e saiu em defesa da semma, afirmando que esteve no bosque e que os pedidos seriam atendidos. Fiquei com vergonha!”, comerciante GUILHERME REIS.

6.) “Brasileiros ricos podem tudo no Brasil. Inclusive construir mansão em área de preservação ambiental e colocar segurança privada em praia pública. Mas vai um sem terra ocupar uma gleba de terra devoluta e o mundo cai abaixo...”, servidor público municipal e artista plástico SILVIO SELVA.

7.) “Sabe o que eu acho estranho , todo mundo ficar abismado com um terço , como em FURNAS , por exemplo , onde rolou um TERÇO pra varias pessoas. Será que furnas é uma igreja ??? Se for , acho muito normal !!! Hahahaha ....”, empresário ZÉ CANELLA.

8.) "No Brasil oligárquico não se combate a pobreza, e sim se combate o pobre.", o comunista em Ação MARCOS PAULO RESENDE, popular Marcão.

Parei na oitava citação, pois tinha mais o que fazer. Leituras e trabalhos acadêmicos me esperam e necessitam ser terminados ainda hoje. Tchau!!!