sábado, 31 de dezembro de 2016

DIÁRIO DE CUBA (82)


ACHO QUE VOU BATER ASAS EM 2017...
Ajudem assoprando e tudo vai dar certo.
Querendo alçar voo e mandar as favas essa bestialidade predominante por essas plagas.
Não vamos deixar esses bestiais podarem nossas asas.
Amanhã recomeçamos tudo de novo, ou melhor, prosseguimos na lida.
Boas entradas e saídas para tudo, todas e todos.
São os sinceros votos do HPA

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

RETRATOS DE BAURU (195)


FERNANDÃO É O REI DO TRAÇO, DA ESTRADA E TAMBÉM DO TATOO
Antes de escrever desse grande sujeito conto algo do bloco Bauru Sem, Tomate é MiXto. Esse nosso quinto ano no Calçadão da Batista e já com enredo pronto: “A Casa da Eny continua aqui”. Todo Ano contamos graciosamente com um ilustrador a abrilhantar com seu traço nossa camiseta. No primeiro foi o Leandro Gonçalez, depois Fausto Bergocce, Junião, Beto Maringoni e esse ano quem topou a parada de colaborar com os foliões emprestando sua arte para nossa festa é o aqui homenageado. Abaixo escrevinho um bocadinho dele.

FERNANDÃO é o modo carinhoso da maioria chamar o grande artista do traço, cartunista, chargista e ilustrador FERNANDO DIAS, hoje muito popular pois está todo dia no alto da segunda página do Jornal da Cidade com suas boas tiradas, na charge ali publicada. Dias atrás o encontrei e perguntei sobre se cria e desenha na redação e sua resposta: “Quase não vou mais ao jornal, faço tudo de casa. Minha casa é meu estúdio, meu local de trabalho”. Além do mais é polivalente, pois bate um bolão em outras posições, todas com muita tarimba. Roqueiro de quatro costados, desses que não abandona nunca a cancha de continuar escutando e curtindo pela aí algo sobre o que lhe embala a vida. Mestre também tatuador, com tarimba e clientela sempre crescendo. Como desenha, cria imagens mirabolantes que podem ser vistas em corpos variados pela aí. Por fim (deve ter mais), é amante praticante da arte de andar de motocicleta, desses de fazer parte de um grupo fechado e estradar por esse mundão afora. Como perceberam o cara não para, sempre agitando algo novo, podendo ser visto em variadas apresentações culturais da cidade. Morador do Bela Vista desde moleque, criado naquelas ruas é também uma espécie de embaixador do bairro. Sujeito bem antenado e sem preconceitos, criativo em algo facilmente comprovado pela forma como se utiliza dos temas para criar suas charges. Traço fino, limpo, claro, facilmente identificável, Fernandão estampou a imagem do Bloco para o Carnaval de 2017 em algo a ser apresentado publicamente nos próximos dias.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

BEIRA DE ESTRADA (31)


TRÊS TEXTÍCULOS (OPS) DE FINAL DE ANO


1) NÃO ME VENHAM QUERER NÃO REALIZAR O CARNAVAL POR CAUSA DA TAL CRISE: “Eu digo SIM à festa da virada no RJ! E SIM as festas da virada, folias de reis, de carnaval, Semana Santa, de padroeiras e juninas de todos os municípios. E... PAGUE AO SERVIDOR !! Do estado e de todos os municípios. Cultura, Turismo, Patrimônio Cultural Material e Imaterial, Eventos, Festas e Celebrações são parte do desenvolvimento humano, social e econômico de todos os lugares. Não caímos na armadilha demagógica de governantes ruins e que querem colocar uns contra os outros. Não sejamos simplistas. E vamos cobrar o que é certo: que os recursos destinados a Educação, a Saúde, a Habitação, ao pagamento do funcionalismo etc sejam bem administrados e não sair despindo um santo para cobrir o outro. Se você também diz SIM, copie e cole no seu mural”, servidora pública estadual do Rio de Janeiro e carnavalesca juramentada, além de sambista de todas as horas, Cláudia Lucciola.

2) DEVO OU NÃO FESTEJAR A PASSAGEM DO ANO DIANTE DE TANTO INIQUIDADE?:
“Me perguntam por aqui se não acho um absurdo festejar réveillon no meio de um momento difícil. Eu não acho nada, cada um que faça o que quiser, é claro. Não vou ditar regra; vou apenas festejar a virada, mesmo que para mim a data não signifique grande coisa, como sempre faço e aprendi com os meus, com maior ou menor entusiasmo. Os avós que me criaram tiveram a sabedoria de ensinar na prática o seguinte: a gente não faz festa porque a vida é fácil. A gente faz festa exatamente pela razão contrária. A cultura do samba veio desse aparente paradoxo: não se samba porque a vida é mole; se samba porque a vida é dura. O sentido das celebrações, ao menos para mim e para minha circunstância, é esse. Festa e fresta são quase a mesma coisa e não concebo uma sem a outra. Noves fora, não tenho mais idade para ser fiscal da celebração alheia e nem dou trela para quem se arrogue de fiscal da minha. (E acho que quem não quiser festejar porra nenhuma tá certo também). No mais, o que espanta miséria é festa, como dizia Beto Sem Braço. Depois do terceiro traçado, na hora do sufoco, sonrisal vira champanhe e é vida que segue.”, o professor de História que mais entende de magias, folguedos e furdunços, Luiz Antonio Simas.

3) A DEPRESSÃO QUE ACOMETE ALGUNS NA PASSAGEM DO ANO:
"A época mais deprimente do ano, pra mim, são as "festas" de fim de ano, natal e reveiom. Aí os podres sociais vêm descarados, em caridades, em solidariedades, em afetos e sensibilidades momentâneos e hipócritas. É quando se vê mais claramente a falsidade nos olhos, a alienação, o egoísmo travestido de sorrisos e desejos bons, tudo falso, instantâneo do que não se é, querendo ser - mas sem capacidade, pelos vícios sociais cotidianos. Os desvalidos se expõem na expectativa das bondades em pó solúvel, refeições, panetones de última categoria, rabanadas, restos de peru e até vinho barato rolam nas ceias sobre caixotes ou no chão, mesmo. Então eu vejo a cara porca da minha sociedade corrompida, teleguiada, cega e aboiada, em todos os níveis. Os mais tristes, pra mim, são os níveis superiores, onde a ignorância e a alienação são instruídas e medrosas. Têm condições de tomar consciência, mas morrem de medo, preferem a alienação. E se faz caridade pra não se tomar consciência e mudar valores e comportamentos. Covardia planejada, implantada pela mídia e exercida pela média. Não há "menos favorecidos", há sabotados pela estrutura; não há inferioridade na miséria e na ignorância, há vítimas de crimes sociais, que tiveram roubados seus direitos humanos, básicos e constitucionais." Eduardo Marinho, um que não conheço, mas seu escrito está do jeitinho que gostaria de ter produzido.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

BEIRA DE ESTRADA (72)


O QUE SEI DE LUIZ ANTÔNIO FERNANDEZ FONSECA, NOVO SECRETÁRIO MUNICIPAL DE CULTURA

Quase nada. Do pouco que sei conto aqui. Homem da USC, das hostes dos profissionais daquela Universidade. Palestrante e com mestrado/doutorado. Pouco ou quase nada conhecido nas rodas culturais da cidade. Uma pessoa culta, porém não o vejo circulando pelos meios culturais da cidade. Amanhã mesmo, poderia ser visto lá na Câmara Municipal no último ato verdadeiramente cultural da cidade quando três cantantes e encantantes estarão sendo homenageadas. Ótimo lugar para a classe artística travar conhecimento com seu novo Secretário de Cultura.

Nada posso dizer dele, pois o que sei é de sua atuação lá na USC no hoje nem sei se já extinto NUPHS, o antigo Núcleo de Documentação criado pelo memorialista Gabriel Rui Pelegrina. Anos atrás quando a USC defenestrou o professor Gabriel, questionei a universidade e o professor Luiz, na qualidade de seu Coordenador Geral de Extensão respondeu pela mesma em algo que pode ser acompanhado pelo link a seguir: http://mafuadohpa.blogspot.com.br/…/um-lugar-por-ai-23-nucl…. Foi incisivo e hoje, confesso, não sei a quantas anda o Núcleo. Sei que nos tempos quando a ex-professora daquela universidade, Márcia Nava esteve por lá, andava nos trilhos. Por fim, ela também acabou sendo defenestrada. Isso tudo foi lá pelos idos de 2012 e tenho mais isso de minha lavra sobre o mesmo assunto e publicado no meu blog, o Mafuá do HPA: http://mafuadohpa.blogspot.com.br/…/meus-textos-no-bom-dia-…. Não seria esse o momento de resgatar todo o acervo remanescente com o Pelegrina (que já manifestou esse interesse) e também o ainda com a USC para a Cultura municipal administrar?

Não discuto aqui competência, pois acredito, o professor Luiz tem de sobra. Gosto de gente orieunda da iniciativa privada, ainda mais de universidade e vindo atuar no serviço público. Podemos ter belas surpresas. Assim espero. Já tivemos de tudo no comando da Cultura Municipal. Torço e muito para que engrene, pois não me sai da lembrança exonerações e desistências. A mais dramática para mim, foi uma que até me causou processo judicial. Questionávamos na época a forma de atuação da mesma e no calor do embate, escrevi num texto que mantinha no diário Bom Dia, tratar-se de “aspone”. Esse um perigo, não o processo, mas a pessoa muito intelectualizada assumir algo dessa natureza e ficar em cima de um pedestal, olhando tudo lá de cima e dando pouca atenção para os de baixo. Não é fácil administrar a Cultura dessa forma. Os que tentaram não resistiram.


Luiz me parece ter um perfil de bom diálogo. Ótimo isso. Existem na cidade muitos agrupamentos culturais, com denominações e interesses variados. Ele irá tomar conhecimento de todos no decorrer do tempo e saberá ouvir todos, entender de suas motivações e interesses. Importante isso. Errará ao se apoiar em somente um, ou ouvir poucos. Difícil e complicado ouvir todos, ou pelo menos, quase todos. Tentar é importante. Faço votos que o faça e circule muito. Está acostumado ao uso de aparelhos culturais por uma universidade particular e agora terá sob seu domínio todo o aparato público municipal. Volto a dizer, torço muito. Temos eventos consolidados na cidade, grandiosos, outros em fase de. Temos bons agentes culturais e ótimos artistas. Não me canso de dizer ser Bauru uma cidade privilegiada no quesito Cultura, pois temos de tudo e de ótima qualidade. Poderia citar uma infinidade de nomes e de vários segmentos. O novo secretário vai trabalhar no meio e com essa gente toda.

Tomara consiga colocar em prática tudo o que traz de conhecimento e não incorra no erro de atuar como se ainda estivesse num entidade privada. Vivemos um momento onde tudo o que é público está sendo dilapidado pelos atuais mandantes estaduais e federais, em algo que denominam de “estado mínimo”. Trabalhar com tudo o que temos sem incorrer na medonhice de entregar o que nos resta para ser administrado por terceiros é algo mais que primordial. No mais, continuo no meu canto, observando e crendo ser esse o momento de uma ampla atuação coletiva da Cultura na cidade. Menos individualismo e mais pelo coletivo, para criarmos coletivamente um grande, sonhado e necessário Projeto Cultural para Bauru.

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

CARTAS (168)


TRÊS MULHERES, A CÂMARA MUNICIPAL, UM VEREADOR E A ÚLTIMA AÇÃO POLÍTICA CULTURAL DO ANO - QUE TAL OCUPAR MUSICALMENTE O LOCAL?

Enquanto a cidade dormita nesses bucólicos dias, eis que algo acontece e marca a forte presença cultural nos estertores desse estonteante ano (o do golpe a infelicitar o país). No lugar onde nada de mais interessante acontecerá nos próximos quatro anos, predomínio a partir de janeiro de meros acordos onde um dos lados da questão terá tudo validado, referendado e aprovado, a Câmara Municipal, eis que dia 29/12, no começo da manhã, 10h, salão nobre, um ato encerrará o ano com a devida chave de ouro, não só do ano, como do mandato de um vereador verdadeiramente a favor do eleitorado menos favorecido e do trabalhador, Roque Ferreira.

Com uma justa homenagem a três bravas mulheres, todas cantantes e encantantes, Denise Amaral, Joelma Moura e Drika Sanches, o ano estará lacrado, definitivamente encerrado nas hostes culturais bauruenses. Eis o convite feito pelo vereador pelas redes sociais: “CONVITE - Na próxima quinta, 29/12 as 10 horas no Plenário da Câmara Municipal serão entregues Moções de Aplausos a estas três artistas da cidade de Bauru.”.

Falar dessas três mulheres em Bauru é como chover no molhado. Nada mais precisa ser dito e a certeira homenagem diz tudo. Elas são DEZ. Seria bom até para encerrar esse ano de uma forma inusitada a gente conseguir reunir um pessoal envolvido com a Cultura (e não só a musical), lotarmos o recinto da Câmara e lá ao final dos trabalhos, quando for dado por encerrado os falatórios, algo for subindo e ocupando todos os espaços dali e invadindo também a praça defronte. Ou seja, proponho um grande samba, um grande grito cultural, ensurdecedor manifesto pela boniteza representada pelas três e algo muito mais além, sugerido e ali sacramentado.

Que tal uma ocupação musical da Câmara e uma cantoria coletiva? A sugestão está lançada e se aceita, nada precisa ser feito, além de silenciosamente os espaços irem sendo ocupados. Um leva um reco-reco, outro um pandeiro, uma gaita, flauta, sax, trombone, surdo, violão, guitarra e tudo o mais. Vai ser uma maravilha ocupar a Câmara musicalmente e dessa forma, todos juntos, jogar simbolicamente um bocado de sal grosso em suas instalações (algo mais do que necessário) e assim tentar aliviar o que já foi ali sacramentado e, porventura possa vir a ocorrer nos próximos dias no mesmo lugar.

Só mesmo a classe artística pode produzir algo nesse sentido... musicalizar a Câmara.


O PRÊMIO "DESATENÇÃO 2016", CRIAÇÃO DO 'BAURU SEM TOMATE É MIXTO' VAI PARA...
Dias atrás Tatiana Calmon, eu e outros integrantes do farsesco, burlesco e algumas vezes carnavalesco bloco Bauru Sem Tomate é MiXto resolvemos dar o pontapé inicial para uma premiação anual para os que mais pisaram na bola na cidade no ano que se encerra. A coisa se ampliou e ganhou proporções de nos reunirmos e elencarmos algo nesse sentido. A primeira vez sempre é mais complicada, depois deslancha que é uma beleza e vai que nem quiabo. Pensamos numa festa para o próximo dia 30/12 e seria lá no mafuá, mas será tudo tão perto do ano novo e daí adiamos para lá pelo dia 10 de janeiro próximo. Falta organizar muita coisa para o "CEMITÉRIO DOS MORTOS VIVOS", algo em cima de uma antológica premiação que o saudoso Henfil fazia décadas atrás. Tatiana aproximou mais a coisa e deu um nome mais local, "PRÊMIO DESATENÇÃO". Daí queremos ouvir todos e bolar tudo com mais apuro. Faltam os nomes aos troféus e seus agraciados.

Para apimentar o que virá lembro aqui de texto publicado no Mafuá do HPA, com uma ideia mais ou menos parecida lançada em 01/12/2011, podendo ser lida clicando no link a seguir: http://mafuadohpa.blogspot.com.br/search?q=cena+bauruense+(91)

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

FRASES DE UM LIVRO LIDO (110)


NUMA SÉRIE DE TV, DE UM LADO O MODO DE VIDA DO RICO E DO OUTRO O DO POBRE – COMPARAÇÕES OBSERVANDO “GILMORE GIRLS”, PAPO ENTRE PAI E FILHO
Esses dias natalinos são propícios para reflexões variadas e múltiplas. Longe do meu filho por esses dias, 600 e poucos quilômetros nos separam, ele em Bauru e eu em São Lourenço MG. Nos falamos pelo facebook e pelo telefone. Bate aquela vontade de ficar junto e de ouvir suas histórias. Sim, ele me conta mais histórias do que eu conto para ele. Invertemos a situação. Uma delicia o que ouço. Ele me diz algo, anoto e depois vou pesquisar. Não conto pra ele assim de imediato o fato de desconhecer o assunto. Dia desses isso me voltou a acontecer.

Contou-me detalhes de uma série de TV do canal CW norte-americana, algo que assistiu em inglês, localizando-a por esse infindável mundão de possibilidades da internet. Trata-se da GILMORE GIRLS e segundo o que me informava começou em 2000 e foi até 2007. Ele me pergunta se conhecia. Claro que não, pois se nem as nacionais ou as atuais assisto, quanto mais uma terminada em 2007 e em inglês.

Mas o que me conta da série muito me interessa. Uma das regiões mais ricas dos EUA é a Nova Inglaterra, tudo se passa. Disso sabia algo, por ali a maior concentração de gente com bonança financeira na terra do Tio Sam. Clima temperado, proliferam por ali casarões grandiosos e casas no estilo considerado pelos pobres mortais como uma espécie de paraíso terrestre. E me relata assim por cima a história dos Gilmore, uma rica família ali estabelecida. Por um desses desencontros da vida, a filha do casal conhece um pobretão e com ele quer morar. Rejeição imediata e ao não a vergarem, ela sai de casa e vai sobreviver em profissões as mais duras.

A boniteza da série começa justamente quando dessa separação e em todos os capítulos são mostrados os dois mundos, o da riqueza e avareza onde vivem os pais e o onde a filha foi se enfurnar, prevalecendo algo inexistente do lado de lá, a solidariedade humana. Diz que muitos anos depois, num aperto passado pela filha, ela já com 16 anos, procura os velhos, pois precisa obter algo e sabe não fará falta nenhuma a eles. Consegue um empréstimo, com a condição de propiciar um jantar semanal com os avós.

E me conta em detalhes algo que a neta propicia aos velhos e do mundo onde a filha toca sua vida. Num certo momento lhe pergunto o que está por detrás disso tudo, a mensagem da série. Seus olhos parecem brilhar e me diz mais ou menos isso: “Pai, a riqueza dessa série são os diálogos, um confronto não onde pegam em armas, mas o choque é tão evidente e a oportunidade de conhecer as entranhas dos dois lados da questão. O mundo dos ricos, aquelas festas onde não existe paz, um confronto estabelecido a todo instante. Um sorri para o outro, mas na verdade quer comê-lo vivo, quer lhe passar a perna, quer ser melhor que ele. Uma verdadeira partida de xadrez. Alguém ali é predador e vai vencer o outro de qualquer maneira, sem dó e piedade. O lado pobre onde vive a moça é despretensioso, nas festas as pessoas se divertem de fato, o local de trabalho menos tenso, riem mais e sem se importar em disputar com aquele ali na sua frente”.

Ouço ele me dizer aquilo tudo e me transporto para nosso mundo, em Bauru ou qualquer canto capitalista onde vigore o tal do “deus dinheiro” acima de tudo e de todos. Faço uma comparação das mais simples enquanto ele termina seu relato. O interrompo e lhe digo: “Filho, veja se entendi. Uma festa de premiação, por exemplo dos destaques do Prêmio Melhores do Ano da revista Atenção em Bauru possui interesses e comportamentos bem distintos dos que ocorrem em outra premiação, como a de 20 de Novembro, Zumbi dos Palmares, lá com a família Baté em Tibiriçá?”.

“Sim, isso mesmo”, me diz e ficamos traçando as tais diferenças e interesses em jogo aqui e ali. Anotei tudo e ao chegar em casa fui pesquisar sobre a série. Primeiro me deparei com um site em português: http://gilmoregirls.com.br/. Aqui detalhes sobre a série: http://www.brasilpost.com.br/…/fatos-sobre-gilmore-girls_n_…. E um pouco mais em: http://www.brasilpost.com.br/…/fatos-sobre-gilmore-girls_n_…. E algo das reações no público norte-americano: https://observatoriodocinema.bol.uol.com.br/…/gilmore-girls….

Achei pertinente postar algo dessa natureza exatamente nesse momento pós-Natal. Enfim, seria isso mesmo, o mundo do rico se traduz por uma competição desenfreada e no do pobre ainda uma possibilidade do desfrute de uma possibilidade mais palatável no modo de vida?

domingo, 25 de dezembro de 2016

UMA MÚSICA (143)


DO “PONTO DE VISTA” DA “PÓS-VERDADE” A MENTIRA ESTÁ VENCENDO

Estou aqui nesse dia meio que diferente dos demais, domingo e de barriga estufada, sentado aqui num lugar apartado de tudo e todos, tentando estudar e aprofundar leituras mestradinas, não sem antes me ater a algo que me cai às mãos com a edição especial de final de ano de Carta Capital, num texto do jornalista Gabriel Priolli, “A Era da Pós-Verdade”. Hoje mesmo no almoço vejo como a mentira venceu a verdade e a maioria das pessoas dá mais importância a uma versão dos fatos passada pela TV (mídia num todo) como verdade absoluta do que, como verdadeiramente se deram. Sim, a sociedade está preferindo os boatos aos fatos. Lembram-se quando nos enfiaram goela abaixo que Saddam Hussein tinha armas nucleares no Iraque. Não as tinha, mas naquele momento comprou-se gato por lebre. Kaddafi, o sírio foi assassinado pelo mesmo motivo. Não sei se isso é propriamente denominado de “culto à mentira”, mas sei tratar-se da mais absoluta indiferença com a verdade dos fatos. Isso da pós-verdade é uma espécie de Arte da Mentira, comprada hoje pela maioria dos seres frequentadores de meios internéticos. Leem pouco, sabem de tudo e tecem loas prolongadas, fazendo uso de uma verdade mais ou menos estabelecida, uma triste verdade única, sem possibilidade de outra saída, alternativa ou via vicinal. Priolli afirma, ela “desconsiderar fatos objetivos e prefere acreditar em lendas, num mundo atomizado, em que mentiras, rumores e fofocas se espalham com velocidade alarmante. O cidadão comum posiciona-se sobre um terreno movediço de informações, cada vez mais instável. Se os fatos se ajustam as suas ideias, ótimo. Caso contrário, não virão ao caso, pois a verdade é confirmada através de lobbies”.
Priolli e a pós-verdade...


Foi a pós-verdade quem derrubou Filma Rousseff, sem tirar nem por. Ela, como até as pedras do reino mineral sabem não cometeu nenhum crime de responsabilidade na Presidência da República, condição indispensável para o impedimento, mesmo assim foi deposta pelo “conjunto da obra” e nada foi capaz de impedir. Lulinha, esse filho um tanto abstrato de Lula continua, mesmo após todos os desmentidos possíveis e imagináveis continuará sendo o dono da Friboi. Aqui na mesa do almoço, ouço algo sobre Moro e sua “missão” por acabar com a corrupção (mesmo jogando a sujeira tucana para debaixo do tapete). Prefiro me calar, enquanto todos vão jogar buraco, me isolo e vou ler, estudar. Na vitrolinha um CD encontrado pela casa onde me hospedo, o “Trilhos – Terra Firme”, do excelente grupo carioca de samba da antiga, o Casuarina. Eu lendo sobre Folkcomunicação e a música comendo solta. Eis que, assim do nada ouço a “PONTO DE VISTA” (João Cavalcanti/Eduardo Krieger) e me rendo: Respeitar o ponto de vista é uma coisa, aceitar a pós-verdade é bem diferente.
Capa do CD do Casuarina.
Vale a pena encerrar o dia lendo e ouvindo essa bela canção, clicando a seguir: https://www.youtube.com/watch?v=n8yMhmBnfIw
Do ponto de vista da terra quem gira é o sol
Do ponto de vista da mãe todo filho é bonito
Do ponto de vista do ponto o círculo é infinito
Do ponto de vista do cego sirene é farol

Do ponto de vista do mar quem balança é a praia
Do ponto de vista da vida um dia é pouco
Guardado no bolso do louco
Há sempre um pedaço de deus
Respeite meus pontos de vista
Que eu respeito os teus

Às vezes o ponto de vista tem certa miopia,
Pois enxerga diferente do que a gente gostaria
Não é preciso por lente nem óculos de grau
Tampouco que exista somente
Um ponto de vista igual

O jeito é manter o respeito e ponto final (2x)
Esse guru norte-americano saca tudo com precisão prá lá de impressionante. 

sábado, 24 de dezembro de 2016

O QUE FAZER EM BAURU E NAS REDONDEZAS (84)


DIZEM SER HOJE O DIA DE NOEL, ESCOLHI O MEU...

Cada um possui o Noel que merece e aquele mais dentro de sua concepção de mundo. Eu tenho o meu e o vejo nas ruas da cidade o ano inteiro. Trata-se do seu FLOR, isso mesmo o moto-taxista FLORISVALDO AVELINO. Esse distinto senhor, todo santo ano se traveste de Papai Noel e em algum lugar da cidade de Bauru estará atuando, preferencialmente na frente de algum estabelecimento comercial, ganhando seus trocados e fazendo a festa ao seu modo e jeito.

Esse ano o encontro ali junto da estação férrea, a da NOB, a mais linda de todo interior do estado de SP (segundo palavras de Ignácio de Loyola Brandão), atuando profissionalmente numa imensa, diria incomensurável loja de produtos R$ 1 real, a Magazine Pereirão, encravada onde antes existiu uma imponente loja comercial nos áureos anos da ferrovia e depois, mais uma dessas tantas descartáveis Igrejas Universal. Pois bem, seu FLOR está ali vestido de Noel defronte essa loja e paro para uma curta conversa dias atrás, mais por saber quem está por detrás (ou dentro) daquela fantasia (ainda vermelha).

A sua história com Noel já contei aqui, mas a repito em poucas palavras. Ele gosta de se doar nesse período e se veste naturalmente com sua fantasia, como se estivesse indo para um baile a fantasia. Se prepara com o devido esmero e atua, tendo sua melhor interpretação no papel do bom velhinho. Isso ocorre porque atua com amor e dedicação, muito além do ganho que irá lhe prover umas travessuras a mais nas festas natalinas. Ele corta a barba comprida logo após a passagem do Natal e a deixa crescer novamente durante o ano todo, cortando-a novamente, ano após anos na mesma data. Faz isso de caso pensado e conta com a anuência de sua família.

Ressalto ele, o querido seu Flor Florisvaldo Avelino e mais que isso, com a lembrança dele nesse texto que antecede o Natal, o faço por um simples motivo, o de continuar, dia após dia, fugindo da ostentação consumista desses dias, mas enxergando o que está por detrás da festa, ou seja, a simplicidade das pessoas que se entregam a isso tudo com uma abnegação que vai além das raias do compreensível. Eu, ao vê-lo nas ruas e até andando de moto trajando a vestimenta, percebo que a festa natalina se aproxima e ao escrever algo sobre a mesma, ressalto mais a figura do amigo dentro do traje do propriamente do que a do tal bom velhinho, criação feita somente para ampliação do consumo capitalista.

Flor é uma espécie bem popular nas ruas de Bauru, mais conhecido que nota de um real (hoje em extinção) e toda vez que o reencontro, um sorriso se abre em meus lábios. Algo instintivo, pois ele é mais do que um grande sujeito, um digno representante dessas camadas populares que dão o seu jeito de se enfronharem nas manifestações criadas pelos mais diferentes interesses e usufruem de alguma forma dela para proveito próprio, ou seja, ganham algo com isso tudo. E isso me maravilha, essa capacidade de improvisação popular. Portanto, para mim, Natal é seu Flor.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

PALANQUE - USE SEU MEGAFONE (94)


UMA REFLEXÃO RECEBIDA POR EMAIL E AQUI POSTADA PARA AMPLIAR O DEBATE SOBRE O NOVO GOVERNO BAURUENSE:

"BAURU - SORRISO DA DESGRAÇA - Sempre vi Bauru como uma grande fazenda com o seu coronel perverso mandando em tudo na cidade, sei bem ser um problema de todo esse Brasil, mas como bauruense, observar a cidade como é manipulada por um coronel e suas forças vivas, me fez não gostar da cidade, felizmente não ficarei muito tempo por estas terras.

Mais triste ao observar que a morte de Bauru será recebida por muitos sorrisos de cidadãos cegos diante da desgraça total que está para ocorrer.

Não fala aqui um pessimista, mas um realista que tem experiência para observar o que se passa com o município, o prefeito cessante entrega uma cidade em liquidação para o próximo fazer o serviço funeral de Bauru.

Gazzeta será uma espécie de Nilson Costa mais jovem, um era o velhinho com cara de anjinho e outro o jovem bonitinho e simpático. Nilson tinha um coronel reformado no seu governo dando cartas, encheu de oportunistas sua administração, mandava gente sua negociar sujamente no legislativo por apoio contra as denúncias que acumulavam em seu governo, quem se lembra do vereador Dota Jr. no fim de mandato dizendo ter feito de tudo na prefeitura, tirou e colocou secretários?? Foi uma tragédia de governo e vi tudo isso bem de perto e portanto posso falar com toda a tranquilidade.

O "jovem" prefeito que chega, também tem o seu coronel reformado dando cartas, as pessoas olham só para o primeiro escalão, mas não estão vendo a banda podre que está chegando nas cerejeiras nos andares inferiores que são os que causam os problemas maiores. Gente já carimbada nas hostes públicas, sempre com os piores governos possíveis na cidade.

O Gazzeta entrou na moda e vendeu a imagem de "não político" sendo que sempre viveu de fazer política, o rostinho nunca me enganou e conheço bem a peça, de fato, qualquer cidadão poderia ver a merda que se anuncia, mas muitos estão cegos e outros são oportunistas mesmo tentando ainda morder algum cargo.

Um prefeito que além de toda essa estrutura que está sendo montada e mesmo não sendo o preferido das forças vivas, senta tranquilamente com elas, ele está falando abertamente nas PPPs, será PPP para o lixo, iluminação, e muitas mais anunciadas, o que será precarização total dos serviços públicos e um rombo enorme para o município, exemplos assim já temos vários no Brasil e a ruína de cidades. E não terá oposição e fiscalização na câmara, algo gravíssimo para esse momento.

E as pessoas estão sorrindo para tudo isso, certas de que ele é o cara, Bauru será outra agora. Bem, talvez seja, a cidade do caos. com o cara para exterminá-la de vez. Não me conformo, antes tudo era feito na surdida, hoje o sujeito fala abertamente de PPPs, entregar serviços para o setor privado e as pessoas aplaudem. Tem hora que penso que todos tem que se foder mesmo, mas só as vezes.

Outra coisa engraçada são alguns ditos "esquerdistas" que estarão no novo governo, claro que sei bem os pelegos que são, mas só para a piada, esse ano gritaram "golpe, golpe" "golpistas", "não aliamos com golpistas", pois bem, qual é o critério para golpista e não golpista?? Ganhar um holerite?? O Gazzeta apoiou publicamente o impedimento da Dilma, é do partido e apoiado pelo Kassab, pelo DEM, e aí???

Lamento pelos que ficarão por aqui, mas tem momentos da vida que cansa perceber que estamos rodeados de gente falsa, oportunista e que tem preço, muitas vezes em oferta.

Camarada Insurgente Marcos Paulo Resende". 

EM TEMPO: Marcos não adentra redes sociais e me envia esse texto via e-mail. Posto aqui pela pertinência do mesmo. Que se amplie a discussão em torno dos pontos levantados sobre algo muito sério e pouco discutido na nova administração.

OUTRA COISA DEVOLVAM LOGO O PODER PARA ESSA SENHORA E VAMOS COLOCAR UM FIM NESSA BAGUNÇA: Entrevista e primeira página edição de hoje do diário argetino Pagina 12, após visita ilustre ontem da ex-presidenta, laureada com homenagem em universidade buenarista.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

ALGO DA INTERNET (123)


O “CHATO” DO HENRIQUE SÓ FALA DESSAS COISAS

lAERTE, sempre muito intenso e presente em suas charges;
1.) O CONE SUL VOLTA A TER PRESOS POLÍTICOS - A PRIMEIRA VEM DE MACRI NA ARGENTINA

Eric Nepomucemo, para o blog Nocaute, do jornalista Fernando Morais descreve o que se passa no país vizinho: http://www.nocaute.blog.br/america-latina/milagro-sala-primeira-presa-politica-do-governo-macri.html#comment-886

2.) PARA 2017, A ÚNICA FORMA POSSÍVEL DE OPINARMOS E TERMOS UM ESPAÇO É A CRIAÇÃO DE ALGO SIMILAR EM BAURU
Ofereço garbosamente meu mafuá, ou mesmo poderíamos usar o domingo pela manhã em algum lugar na Feira do Rolo, onde toda semana iríamos comentar conjuntamente as proezas e desproezas que os que agem contra os interesses populares estão a aprontar contra essa Bauru, que pelo visto, tem lombo de burro. Seria um falatório pra lá de incomodador, com uma turma fixa e sempre com ilustres convidados, semana após semana, onde montaríamos um grande perfil dessa Bauru que não faz parte dos convescotes. A ideia continua mais do que de pé e vai ser oficialmente lançada tão logo a "gente" (quem seriam esses?) consiga reunir todos por esses dias festivos. Na "Sala do Zé", do Trajano algo assim. Se não existe espaço para a boa críticas feita pelos meios convencionais, nada como a criação dos próprios meios. É o que temos que fazer, mais do que urgente e necessário. Vejam o que o Trajano faz e imaginemos o que pode e deve ser feito por aqui. Vai ser o Uó do Borogodó... Confiram algo do Zé no link a seguir: https://www.youtube.com/watch?v=-ODsBJ4slkE&feature=youtu.be

3.) EU NÃO ACREDITO NA VERSÃO NORTE-AMERICANA DA GUERRA EM ALEPPO NA SÍRIA? E VOCÊ? VALE A PENA ESPIAR E ENTENDER O OUTRO LADO DA MOEDA, MUITO MAIS PALATÁVEL... 

Espiem o vídeo a seguir: https://www.facebook.com/NossaEpoca/videos/1384389761572108/?pnref=story

4.) "La última vez" de Darío Sztajnszrajber (do site do diário Página 12):
https://www.facebook.com/pagina12resiste/videos/1515158175455147/?pnref=story

5.) QUER UMA SITUAÇÃO BEM TÍPICA DO BRASIL DE HOJE? LÁ VAI...
Em Foz do Iguaçu QUASE toda a Câmara de vereadores daquela cidade foi presa, incluindo forças vivas, maçons, ratos de igrejas, sionistas, sorrisos amarelos, colarinhos brancos de várias matizes. Sobrou só UM, esse não vai ser preso e por um único motivo, não participou de nenhum dos esquemas em que todos os demais estavam envolvidos. Trata-se de um sujeito marxista, socialista, de esquerda, fervoroso defensor dos movimentos sociais, contra o golpe e pró Dilma. Deu para entender? O envolvimento é quase total, mas existem os que se salvam. É com esses que eu vou... Vejam isso: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1711291825854806&set=a.1378987062418619.1073741828.100009220146896&type=3&theater

6.) QUANDO ESCREVO BOAS ENTRADAS E SAÍDAS PARA 2017 PENSO NISSO...



quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

FRASES (150)


MEU CARTÃO DE BOAS ENTRADAS E SAÍDAS PARA ESSE ANO QUE NÃO DEVE TERMINAR DIA 31

Tento juntar junto com uma ilustração algo rolando aqui pelas ondas mafuentas onde sobrevivo. São pequenas peças, todas significativas para mim e cada uma com uma bela história de vida. Sabe aquele livro do Mário Prata, onde ele pegou sua agenda pessoal com mais de mil endereços e telefones e disse a si mesmo: "Isso dá um livro. Tenho uma história com cada uma dessas pessoas aqui de minha agenda". E contou. Todos temos nossas peças, agendas e historinhas pra lá de particulares, juntadas e prontas para serem cuspidas, ou seja, delatadas, melhor, reveladas. Exponho algumas poucas junto a essa ilustração. No entorno de cada uma longas histórias de vida vivida, intensamente, como gosto de fazer. Hoje mesmo, pronto para botar o pé na estrada, uma boa reflexão de tudo o que aconteceu nos nossos costados nesse ano que se encerra. Aliás, acho mesmo que os reflexos dele permanecerão por outro tanto, já invadindo o novo e sem perspectiva de 2017 dar o ar de sua graça. Foram tantas desgraças e a pior dela foi a interrupção da nossa democracia, pois quer queiram ou não os cuja ficha ainda não caiu, estamos com todos os pés mais do que atolados num estado de exceção. Ele aprofunda a crise, amordaça pensamentos e interrompe trajetórias de vida. Tudo o que tinha para falar hoje a todos junto desse modesto cartão já foi dito por mim ao longo desses 361 dias do ano. Escrevo dia após a dia e ali um bocado de mim, despejado sem eira nem beira. Num mundo bem mais intolerante, tento sobreviver, continuar agindo como sempre o fiz, até que me podem por completo, me amordacem e me calem. Falta pouco para isso acontecer hoje no Brasil onde golpistas tomaram o poder e estragaram o país em tão pouco tempo. Resistir é preciso. Eu tento, com minha forma e jeito. Resistir é preciso, faço a minha parte. Não conseguirei viver num país do jeito em que está se consolidando, daí boto meu bloco na rua. É só assim que consigo viver. Boas entradas e saídas,são meus sinceros votos para os me suportando, a mim e meus escritos. Inté mais ver. 

HPA

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

INTERVENÇÕES DO SUPER-HERÓI BAURUENSE (98)


GUARDIÃO E SUAS ESCOLHAS...
Final de ano é ótimo para o rescaldo do que foi feito de bom e de ruim no período que se encerra. Guardião, o super-herói bauruense (criação da verve e pincel de Leandro Gonçalez, com pitacos deste HPA), bota o bloco na rua e escancara pertencer ao grupo dos que protestam contra o estado de coisas sendo imposto ao país por um golpe institucional dos mais cruéis e insanos. Não se faz necessário pedir para Guardião uma expressão de sarcasmo ou mesmo de contradição com o que está em curso. Pelas suas ações ao longo do tempo, desde sua aparição anos atrás, essa é talvez a característica mais evidente do DNA do protetor dos fracos e oprimidos bauruenses.

“Já não vigora no país um regime democrático, desde o golpe parlamentar. Com Dilma era uma crise. Com Temer é o caos e com um golpe no golpe assumindo alguém pela via indireta, o fim, o holocausto. Nunca o país viveu uma situação de perdas de direitos tão rapidamente jogados na lata do lixo, tudo para favorecer uns poucos, em detrimento da grande massa, hoje espoliada e encurralada, com medo do que virá. Em Bauru tudo ocorre de forma idêntica. A mídia age respaldando o que está sendo feito, a maioria dos políticos se cala e sabemos, quem cala consente. Os que se aquietam, ajudam aos golpistas se consolidarem. No Judiciário daqui nenhuma reação contra as arbitrariedades. As tais forças vivas da cidade todas se vestem de verde-amarelo e saem desfilando pela Getúlio Vargas. Todos muito condescendentes e, a partir de agora, a aplicação da lei passa a depender das circunstâncias. E o povão acuado, ainda sem entender, com um baú de maldades despejado sobre a cabeça de todos, os arautos da bestialidade tentam fazer o povo engolir que tudo ainda é coisa de Dilma e de Lula. Nem coragem para assumirem o que fazem possuem”, resume GUARDIÃO em seu desabafo de final de ano.

E ele continua, pois insuflado pelos seguidores é instado a botar os bofes para fora: “E ano que vem por aqui as coisas tendem a piorar. Pelo visto não teremos mais representantes a defender os interesses populares dentro da Câmara de Vereadores. Nem teremos por lá oposição ao novo Governo, daí como fiscalizar? Nesses novos tempos o perigo é a especulação, desde a imobiliária até a de bom senso. O surgimento de uma faciosfera pode se tornar um fator de desestabilização generalizada, onde tudo vai sendo eliminado, desde direitos, previdência básica, ou seja, vinte anos de pura estagnação. Como alguém vai conseguir fazer uma greve diante de tamanha opressão? Se hoje nas ruas quem luta pela defesa dos direitos, quem combate o crime é o que está sendo criminalizado, como querer que alguém ainda faça o bom combate sem sofrer as duras consequências. Isso vai ser mesmo um trabalho para os super-heróis e disso não arredarei pé. Estarei no meu posto, vigilante e pronto para intervir diante daqueles todos que babacamente ousarem ser mais realistas que o rei aqui pelos lados de Bauru. Irei demonstrar o quanto são ridículos e vendilhões. E como sei terei muito serviço pela frente, ano que vem promete e desde já estou nos preparativos para cutuca-los com a vara curta. Você me ajudam?”, conclui.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

DICAS (155)


E A CULTURA VAI PARA...
Foto tirada por Roque Ferreira e publicada ontem nas redes sociais.

A novela, que ontem parecia ter seu fim antecipado, hoje volta à estaca zero. Comecemos do começo.

Em 08/12/2016, a coluna Entrelinhas do JC antecipa o que a cidade inteira já sabia: “Peso na balança - Por outro lado, os dirigentes partidários fazem questão de não esquecer o papel de suas legendas para o sucesso da coligação de Gazzetta. Pepistas - que devem ficar com a Agricultura e a Cultura, mas também almejam a Secretaria de Obras - repetem o quão foi decisiva sua adesão para que o projeto eleitoral do ambientalista ganhasse musculatura.”.

A Secretaria Municipal de Cultura, dentro da divisão de seu Governo, entre os que lhe apoiaram caberia ao PP, mais precisamente a alguém ligado ao vereador Markinho da Diversidade. Nenhuma crítica nisso, o prefeito é o Gazzeta e escolhe como bem lhe aprouver. O burburinho de nomes e possibilidades viceja, cresce e floresce.

Ontem o vereador Roque Ferreira divulga pelas redes sociais, às 12h56, algo ouvido, segundo ele, de influente pessoa das hostes do prefeito eleito: “RECEBI INFORMAÇÃO QUE O GAZZETTA DEFINIU A INDICAÇÃO DE Sivaldo Camargo como novo Secretário da Cultura. Servidor de carreira e de competência reconhecida. Se for confirmado pode ser uma boa escolha.”.

Logo viralizou nas redes sociais e em pouco tempo mais de vinte compartilhamentos, quatrocentos curtições e cem comentários. Eis aqui algo do link do Roque: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1363031913715570&set=a.219121804773259.60853.100000263230735&type=3&theater. A receptividade foi pra lá de excelente e em todos os comentários só elogios. Sivaldo ficou sem saber o que fazer, pois nada sabia além do escrito por Roque. Atendeu o telefone a tarde e boa parte da noite e se sensibilizou com as manifestações de apreço e contentamento expressadas nos comentários. Muitos vieram lhe parabenizar e alguns até pediram algo em proveito próprio. Deu de tudo e ele sem entender.


No final da tarde, 17h14, participantes do Fórum Permanente de Cultura se manifestaram pela postagem feita pelo produtor cultural do Teatro Protótipo e agente cultural da Cultura Municipal, Fábio Valerio: “Esperamos uma explicação do Roque sobre a informação veiculada hj....”. No link a seguir as manifestações todas reunidas: https://www.facebook.com/groups/721181174697326/permalink/743812745767502/

Todas as reações estão contempladas nos comentários ali postados. Em alguns outros posts muitos se dirigiam diretamente ao prefeito eleito e se dizendo satisfeitos pela escolha e até alguns afirmando: “Ótimo nome, agora dê um jeito de nomear”. Teve de tudo.

Eu, hoje pela manhã após ler algumas críticas de pessoas ligadas ao Fórum, postei isso nas redes sociais: “Acordo e releio tudo o que aqui foi postado a respeito do (im)provável nome de Sivaldo para ocupar a Secretaria Municipal Cultura. Como isso poderia ser mais do que bom, concluo. Deixo uma salutar pensata de minha modesta parte para tudo e todos: alguém imagina em sã consciência que, o prefeito eleito iria ouvir algum Fórum Cultural para escolher o ocupante ao cargo? Ainda mais diante de disputa já estabelecida entre partes já subdivididas de seu futuro Governo, quando leio abertamente isso no que nos resta de mídia, informando ser a pasta propriedade de um partido político que lhe deu sustentação. Diante disso, quando Roque ouve de alguém lá das hostes do prefeito que, existe algo gravitando em torno de uma saída honrosa para tudo isso, louvo aos céus com isso. Seria o uó do borogodó e grande feito de Gazzeta, contrariando interesses imensos de outrens para a pasta. Mas, isso não passou pelo Fórum e desmerece a Cultura. Sim, seria pior se tudo continuasse a correr como se mostrava as articulações. Vejamos: nenhuma outra escolha foi submetida a ninguém, grupos organizados e quetais. Por que isso ocorreria na Cultura? Não é essa a prática presenciada. Pés no chão e muita luta pela frente. Como seria bom termos um Secretário sem envolvimento em projetos pessoais e pensando e atuando em cima de um grande (e ainda não idealizado) Projeto Cultural para o município. Boa sorte para nós todos... Abracitos cordiais do HPA - EM TEMPO: Elson Reis, meu amigo pessoal, fez uma boa administração, pessoa do ramo, o que pode dentro das condições atuais. Não atua em prol de um, de poucos, mas de muitos. Seria ótimo a continuidade disso e não o retrocesso.”.

Finalizo com algo mais após 24h do ocorrido. O prefeito eleito parece não ter decidido nada até o presente momento. A grande novidade foi algo escrito por mim e já vislumbrado na linha do horizonte como possível: “Com tudo isso, a aprovação recebida de alguém com o perfil de Sivaldo Camargo, "eles" lá ficarão meio que na encolha para definir alguém fora desse perfil. E dessa forma, o debate foi ampliado, antes do anúncio do nome e isso deve estar sendo assunto para ampla discussão lá nas hostes escolhitivas da nova administração. Olha como isso, por si só, já é mais do que maravilhoso...”. Já ocorre exatamente isso, tanto que a teatróloga Talita Neves posta algo alvissareiro e até então não imaginado por ninguém, tudo resultado do que Roque ouviu e passou adiante: “Pessoal! E se nós enquanto classe e Fórum pudéssemos indicar nomes... O Gazzetta disse que podemos fazer isso. Teríamos indicações?”.

A informação repassada ao Roque pode até não vingar (queria que sim, toc toc toc), porém, para algo pra lá de muito bom já serviu: Gazzeta deve ouvir a classe artística (será?) e não somente a do Fórum e, dessa forma, talvez nem vingue mais como prescrevia os encaminhamentos informados ao Entrelinhas com o tal indicado pelo PP. Por outro lado, uma outra fonte lá das hostes do prefeito diz que o nome já está escolhido e que isso só vai atrasar a sua divulgação. Amanhã talvez o capítulo final. Viva Sivaldo, um ontem secretário, hoje quase e amanhã não se sabe!!!

domingo, 18 de dezembro de 2016

MEMÓRIA ORAL (205)


LÚDICO ESPAÇO TEATRAL ENFINCADO NO MEIO DA PERIFERIA – MANOEL E SEU ATUCAEC

Escrevo algo aqui e agora e de forma um tanto envergonhada, em plena contrição. Conheço o artista brincante MANOEL FERNANDES desde muito tempo. Faz teatro ao seu modo e jeito, sempre com algo mais do que imodesto: muito amor, pra dar e vender. É desses que, transforma sua casa num imenso palco e de lá irradia sua arte. Sabem lá o que vem a isso do sujeito ir transformando sua própria casa num lugar mágico e transformar aquilo que era um grande sonho em realidade? Pois bem, esse mágico cidadão fez isso. Para quem sobe pela Bernardino de Campos não é difícil chegar lá. Conte até a quadra 16 e vire à direita, ou melhor, não vire, pois mesmo a casa teatro ali estando, a rua é contramão. Siga mais uma, contorne o quarteirão e volte, pronto bem no meio da quadra, o lugar encantado. Anotem o endereço, rua Francisco Ministro Zani 1-41, vila Giunta.

Uma imensa casa amarela, dessas irradiando muita luz não só para o quarteirão, mas para uma vila inteira. Neste sábado, 17/12, o Espaço Cênico ATUCAEC, como é denominado o lugar está com as luzes todas acesas e o encanto já é perceptível dos holofotes instalados no alto da casa, todos improvisados com latas de tinta pintadas de amarelo. Na porta de entrada, ao espiar para dentro um muno colorido, desses onde cores se misturam e acabam por se completarem umas com as outras. Pago R$ 15 e adentro o local para assistir dois espetáculos num só, o “Brincante de Natal” e “Finada Namorada”. Uma vez lá dentro, impossível você ficar parado sem bater aquela baita curiosidade de conhecer cada cantinho, cada cômodo da casa. Ele transformou a sala e o quarto de sua mãe no salão, com cadeiras, uma diferente das outras, todas dispostas e com almofadas em cada. Na frente, uma cortina escura e algo do outro lado que só de pensar, a imaginação viaja junto da vontade de ir lá espiar. Atrás de tudo, um corredor e uma sala de espera, onde está ocorrendo a exposição de final de ano de outro artista, o desenhista Leandro Gonçalez, o criado do Guardião Bauruense.

Manoel circula de um lado a outro apresentando a casa aos que chegam para a sua apresentação de final de ano. Muito solicito, trajando a roupa em que apresentará o espetáculo, com tênis, uma meia colorida até as canelas, assim como o calção e camiseta. Tudo multicor, como a casa e o ambiente. Ele permite que fotos sejam tiradas, mas percebo, gostaria mais se tivesse tempo para ir explicando cada detalhe, pois o lugar é desses que cada coisinha ali fixada te uma história para ser desvendada. Não basta só olhar e não entender nada. Com a explicação dele, tudo toma outra forma. Enquanto ele corre de u lado a outro para atender a acolhida aos que chegam, quem me explica algo mais é uma senhora, muito parecida com aquelas personagens de contos de fada, com um vestido impecável e um penteado bem dentro do clima da casa. Trata-se de Iris Arcanjo Teixeira Carlos, 65, viúva, a mãe do artista e dona do lugar. Aos 65 anos, conta ter decidido algo em conjunto com o filho e tudo para que ele pudesse ter mais espaço para realizar suas aulas e praticar seu sonho teatral com mais tranquilidade.

“Meu quarto era aqui na frente, desse lado esquerdo”, começa seu relato. “Percebi que ele precisava de espaço e construí um quarto grande nos fundos da casa. Tenho um grande quintal, fiz algo onde cabe tudo o que é meu, até com um banheiro separado da casa e lá me instalei. Não me arrependo, aliás, estou mais feliz, pois se ele está feliz, eu também estou. E veja coo ele soube ocupar tudo?”, pergunta e me puxa pelo braço para conhecer outros cômodos. Nisso passa Manoel e me diz: “Fiz essa última reforma com o que recebi lá das apresentações de teatro que me fora patrocinadas”. Ele é um empreendedor nesse quesito de adequar tudo dentro de suas possibilidades. Pergunto a ela sobre ele e tenho um pequeno relato: “Completou 50 anos agora, dá suas aulas de Matemática, ganha seu salário e muito do que ganha investe aqui. Tenho outro filho, fez Ciências Contábeis, é comerciante e curte tudo à distância. Faço tudo por eles e se posso ajudar o Manoel a fazer o que gosta, eu faço”.

Tudo por ali é muito lúdico, feito com uma concentração de carinho, que me vejo na impossibilidade de fazer qualquer tipo de crítica. Vim para assistir ao espetáculo e me maravilho com o que vou encontrando pela frente. Tudo muito organizado, guardado em caixas e no fundo de uma das salas uma imensa coleção ode LPs. “Isso é uma coleção de uma vida inteira. Tenho mais de cinco mil discos e CDs, de todos os gêneros, tudo catalogado. Sei onde está e se me perguntar de algo, localizo para você”, me conta Manoel. Usa tudo isso para suas trilhas sonoras ou mesmo para ouvir durante o dia, embalar sua imaginação produtiva. Fico a observá-lo e tento entender disso de manter algo tão sui generis em sua residência. Nada pergunto a ele sobre isso e tento responder eu mesmo o que e indago. Manoel é um sujeito muito puro, singelo, desses que um dia resolveu abrir mão de tantas outras coisas e se fixou na realização desse seu mundo mágico e dentro dos seus limites pessoais. Com tantas dificuldades aqui e ali de locais de apresentação e ensaios, começou algo em casa e foi ampliando. Deu no que deu.

O espetáculo vai começar e é algo do gênero “eu sozinho”, ode canta, dança, pula, interpreta, acende e apaga luzes, vende ingressos e tudo o mais. Um abnegado e pelo que se percebe, contente com o que faz e como faz. Isso lhe basta para ser feliz. A felicidade está estampada em seu rosto e isso é tudo. Tem tudo ali sob seu absoluto controle, as luzes se apagam e acendem num simples toque de dedos em locais nas muitas paredes coloridas por onde circula enquanto toca violão, canta e manipula objetos, como bonecas, brinquedos, pequenas caixas e vários outros instrumentos utilizados para enriquecer o espetáculo. Nas fotos tiradas u pouco desse encanto e magia.
Dona Íris, uma antiga professora, curso de Filosofia e Teologia, 65 anos faz questão de ao final, acompanhar cada um dos presentes, ajuda Manoel a desvendar o que está por detrás de cada objeto utilizado. Na verdade ela não participa do espetáculo, mas faz parte dele e só de ali estar, enriquece o brilhantismo do que todos presenciaram.


Não tem como não se emocionar com a pureza do vislumbrado ali naquela noite e na riqueza dos detalhes de um lugar desses inimagináveis no interior de uma cidade do interior paulista. Manoel é um ser diferente de tudo o mais, não está nem aí para o que os outros possam achar pelo fato de ter um teatro ali dentro de sua casa, em plena periferia bauruense, ambiente cheio de luzes, espaço multicor, onde se você olhar para o ceú, vai certamente se deparar com uma estrela dessas que circundam lugares como este. Ou seja, lá de cima, como uma estrela guia, alguém confirma ser ali um lugar especial, como de fato o é. E diante disso tudo, após insistentes e contínuos pedidos do Manoel nas muitas vezes em que nos encontrávamos pela cidade, sempre com solicitação para que fosse conhecer o teatro em sua residência, hoje, após lá ter estado, me resta questionar a mim mesmo: “Por que não o fui antes?”. Bem, fui, gostei, me encantei e espero que com as fotos, outros possam sentir o que senti lá na cantata de Natal lá assistida, a única em que irei por esses tempos.

sábado, 17 de dezembro de 2016

BEIRA DE ESTRADA (71)


DA CONFRATERNIZAÇÃO ANUAL DA CUT BEM QUE PODERIA SAIR UMA UNIÃO DEMOLIDORA

Estive na Confraternização dos Sindicatos filiados à CUT – Central Única dos Trabalhadores, na última quinta em Bauru. Não vou analisar a festa, o encontro anual já consagrado deles, onde além da reunião festiva, reencontros, inclusive entre famílias. Escrevo sobre o que vi de integração sindical diante da perda de direitos promovida pelos golpistas no poder.

Ouvi as falas. Não as anotei, mas assimilo o quanto teria de elementos mais que positivos se fossem colocadas devidamente em prática. Todos os que fizeram uso do microfone fizeram questão de falar em unidade de lutas, resistência contra o que está em curso. Não sei quantos o fizeram somente da boca para fora e vislumbro como seria alvissareiro se a maioria o tivesse feito e prontos para resistir e lutar. Podem alguns me dizer que um encontro desses é um Balaio de Gatos. Sim, pode ser, mas veja bem, a direita está unida e coesa na desintegração de tudo o que hoje está consolidado de garantias institucionais para a classe trabalhadora e mesmo ela, sendo o balaio de gatos que é, segue unida e desconstruindo tudo o que vê pela frente.

No meio sindicalista existe de tudo. Vejo encastelados e acomodados. Porém, todos hoje perdem e muito. E perderão mais se continuarem nesse estado de catatonia. A intenção dos golpistas no poder é sufocar, beirando a extinção dos sindicatos. Daí, os sindicalistas mais espertos sacam que, o momento é de luta, do contrário, enfraquecimento até o “gran finale”.

Seria tão bom ver essa turma toda novamente agitada, na ativa, ocupando os espaços a eles dedicados, ou seja, já passou da hora de colocar o bloco na rua. Na festa os observei conversando aqui e acolá, mas queria mesmo era vê-los continuando esse papo e com muita ação. Que a confraternização de final de ano sirva para esse toque, para que se unam mais e mais e mostrem sua força. O país precisa disso, mais do que nunca, antes que as forças reacionárias tomem conta de tudo. Daí será tarde demais.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

AMIGOS DO PEITO (127)


UM DIÁLOGO ENTRE AMIGOS - PREOCUPAÇÕES COLETIVAS E AQUELA VONTADE DE BOTAR COLETIVAMENTE O BLOCO NA RUA, O DESALENTO


Foi ontem, sexta, 16/12, eu aqui no mafuá, coração de Bauru e o fotógrafo Rui Zilnet, um que já passou por Bauru e hoje reside e atua profissionalmente no Rio de Janeiro, mais precisamente do seu banker em Santa Teresa. Eis nossa profícua conversação:

- Meu amigo, Henrique, boa tarde! Estou pasmo, meu amigo, com a proposta de instalação de uma assembleia constituinte em 1/2/2017, pela bandidagem do congresso. É assustador!

- Só tem uma solução, destituirmos todos e começarmos de novo, mas será que mesmo com nova votação, não se elegerão os mesmos? Mato sem cachorro com esse país, onde fomos parar...

- Estamos fodidos

- Só mesmo uma revolução...

- Henrique, você já leu o teor da proposta? Está aqui:

http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2121336

- Vi, uma aberração. Não sei como o país está quieto, aceitando isso tudo. Já era para termos virado a mesa e colocado todos para correr.

- Aqui no Rio e São Paulo, grandes multidões estão na rua, mas a mídia abafa tudo. Tenho ido às manifestações, onde a PM está sempre de plantão, pronta pra jogar bombas e sentar a porrada nos manifestantes. Só nos resta ir armados pra rua. Não bastasse tudo o que está acontecendo, ainda irão aprovar uma lei para nos censurar nas redes sociais. É uma clara ditadura clara. Quero ler o texto que você irá escrever sobre isso. Se ainda não escreveu.

- Eles pensam que somos bobos e vai ver somos mesmo, pois não estamos mais reagindo à altura.

- Veja isso: "Diante de tal cenário, cabe ao Congresso Nacional chamar para si a responsabilidade que lhe confere a Lei Maior e adotar as medidas necessárias ao restabelecimento da normalidade e da pacificação institucional pela qual anseia a sociedade. " Nesta justificativa entre aspas eles justificam o injustificável. Se é a sociedade que anseia, é a sociedade que tem que convocar, não eles. A sociedade não foi sequer ouvida sobre sua vontade. Eles sabem que a sociedade não os quer. É a destruição de sonhos de milhões de brasileiros que se acabam da noite para o dia.

- Sabe, Rui, só escrever não adianta. Rede social é phoda. Tem que ter o algo mais e é isso nossa falha. Aqui em Bauru, pouco desse algo mais. Precisamos ganhar as ruas.

- Como que uma bandidagem age assim, tão à vontade e ninguém faz nada? Não consigo entender. Será que só nós nos revoltamos? Só nós enxergamos? Não é possível. Mas aqui estamos indo pra rua e nada acontece.

- É que os bandidos são todos eles do lado de lá, desde os políticos, mídia, judiciário, tudo no mesmo balaio.

- Os atos são cada vez mais volumosos e nada acontece. Pois é, é uma merda. Eles tem o que nós não temos: GRANA! Esta constituinte, com certeza será instalada e aprovada. Eu irei embora do Brasil. Eles não poderão me tirar a aposentadoria. Vou pra Alemanha ou França, onde tenho como começar.

- Penso a mesma coisa. Cansamos todos. Estão acabando com o país. E se formos bater de frente, tenha certeza, vai sobrar para nós, seremos detidos, espancados e até condenados.

- Sim, sim, sim, Henrique, está tudo caminhando neste rumo, com muita clareza e pior do que na ditadura militar.

- Hoje já somos mais perseguidos que naquele cruel período e vem mais por aí.