domingo, 31 de julho de 2016

OS QUE FAZEM FALTA e OS QUE SOBRARAM (89)


A ÚLTIMA ELEIÇÃO DE DONA ESTELA COM ALGUM PODER, DEPOIS O OSTRACISMO – AGUARDAR PARA VER
O resultado de prévia no PT em Bauru, numa esdrúxula e inconsequente disputa entre a límpida opção pela candidatura própria e a inaceitável coligação com um partido golpista (78 x 4), desses confirmando ser contra o retorno de Dilma ao poder é só mais uma das tristes e dolorosas consequências de erros seguidos, de uma direção totalmente fora de sintonia com o que de fato um dia representou esse tal de Partido dos Trabalhadores.

Alguém em sã consciência acreditaria que precisaríamos estar aqui a discutir algo mais do que imponderável? Estamos ainda em luta para devolver o Governo a Dilma e dentre todos os partidos que a apunhalaram de forma vil e cruel, um deles é esse, o PRB, com ligação mais do que umbilical com a Igreja Universal. Como é possível se unir a uns na armação ilimitada contra a presidenta, numa coligação para as próximas eleições? São os mesmos absurdos dos que acreditaram que apoiando um candidato do DEM à presidência da Câmara dos Deputados poderia gerar dividendos para o partido.

Eu quis voltar ao PT num momento onde muitos dele se afastaram, pois ligado a um grupo de pessoas, todas de esquerda, acreditávamos que, algo ainda poderia ser feito para salvar o partido, devolvendo-a aos seus antigos ideais. A missão, sabíamos, seria das mais ingratas. Muito mais do que imaginávamos. Enquanto não ocorrer uma depuração interna, de gente como os que estiveram envolvidos na aposta de uma coligação perversa e nefasta como a ocorrida, tudo o mais é besteira. E se não ocorrer essa depuração, chego a crer que nada mais poderá ser feito e seu fim mais do que decretado. Por fim, nem minha filiação foi devidamente enviada ao partido e continuo petista sem filiação.

Eu não entrego os pontos com mais essa dita derrota. Continuarei na minha trincheira denunciando cada novo ato, cada passo dado dentro desse acordo que possibilitou a coligação como espúrio. A trama urdida nos bastidores internos do partido na cidade nessa semana é daquelas de filme de terror. O favorecimento e facilidades direcionadas a favorecer o grupo hoje no poder, comandado por Estela Almagro, além de estarem sepultando qualquer possibilidade de oxigenação, deixam bem claro a que vieram. Não se faz necessário ficar repetindo o que ocorreu, como ocorreu, pois tudo está tão claro e só não entende quem não quer. Tudo está sendo feito para favorecer uma só pessoa, a hoje “dona” do PT na cidade, Estela.

O bom disso tudo (sim, existe algo de bom) é que no descrédito total onde enfiaram o partido, Estela fez uma jogada pensando em como poderia se eleger, com alguém lhe bancando a campanha. Conseguiu, mas o resultado, deverá dos mais pífios. O PT possui (ou possuía) em Bauru um percentual significativo de votos. São votos do PT, da esquerda e não dela. Com o ocorrido hoje e a sucessão de fatos lamentáveis envolvendo o partido, esse percentual deve cair e muito, além da fragmentação para outras siglas. Daí, a coligação com o PRB elegerá um pastor deles, o mesmo que um dia j´pa foi vereador e Estela ficará de fora.

Pela primeira vez não terá mandato e estará definitivamente desempregada como política profissional. Diante do partido perderá e muito da importância, imponência e destaque. Não terá, como teve até o momento, uma moeda de troca para negociar com outros partidos quando de eleições. Perderá todo e qualquer status e cairá rapidamente no ostracismo. Essa eleição será a derradeira dela com algum cacife para negociar e, com toda certeza, de janeiro em diante terá que se virar de outra forma, pois se também não se bandear para trabalhos junto a esse PRB, estará diante da inevitável perda de toda luz dos holofotes, algo que a manteve no palco dos acontecimentos até então. Será o seu fim e para isso, não se faz necessário ser nenhum BIDU.

Estamos diante do último ato com algum poder dessa triste personagem da história do PT em nossa cidade. O PT hoje perdeu mais uma vez e se houver gente a comemorar algo, percebam o tom de tristeza interior, de preocupação nos semblantes destes, pois sabem terem feito um mero negócio, desses onde o que virá pela frente poderá e deverá ser a penumbra mais escura até então conhecida. No acordo de coligação e na derrota do PT no próximo pleito, existirá de fato a possibilidade da tão decantada renovação ocorrer.

Tenham certeza, esses que até hoje se beneficiaram do partido, quando isso deixar de ocorrer, não mais se interessarão pelo mesmo e daí, como prevejo, daremos nomes a todos os bois. Com muita tristeza escrevo isso e lamento muito, como sempre lamentei, gritei e até já fui parar em delegacia de polícia (denunciando antigos pleitos). Alguém em são consciência consegue antever como se processará a campanha do PT daqui por diante? Mais triste que isso será observar a alegria dos demais candidatos já definidos para o pleito municipal, pois se estavam diante do único com alguma possibilidade de desmontar o discurso neoliberal de todos, agora trocarão figurinhas e sorrisos nos debates pela frente. Estão a rir do PT e das facilidades proporcionada pelo partido a todos eles.

Obs.: Quando me deparo com as fotos da fachada da sede da CUT pixadas na madrugada que antecederam a votação (sic) de hoje e numa delas, a própria Estela sorrindo e se deixando fotografar diante dos escritos, a constatação de que tudo o que escrevi acima está prestes a se consumar. É só aguardar e conferir.

sábado, 30 de julho de 2016

RELATOS PORTENHOS / LATINOS (29)


ALGO DO ESTOU A FAZER NA ARGENTINA
Ontem, sexta hora do almoço, saio de um encontro na rádio 750 com Victor Hugo Morales, um radialista a combater o neoliberalismo e ao passar diante da Casa Rosada, eis um algo mais a movimentar meu dia. Fico sabendo que o presidente mexicano está a visitar Buenos Aires, um com clara ligação com o narcotráfico e grupos paramilitares a infelicitar cada vez mais aquele país. Uma manifestação estava ocorrendo para repudiar a visita e denunciar a matança indiscriminada de jovens, estudantes e trabalhadores. Me juntei ao grupo e deixo aqui os registros de mais um histórico lugar onde me meto e atividade onde estou a participar. Vale o registro.
HPA

quinta-feira, 28 de julho de 2016

COMENDO PELAS BEIRADAS (22)


O PRAZER DE SE RECEBIDO NA RESIDÊNCIA DE AMIGOS ARGENTINOS
Visitar uma cidade no estrangeiro é uma coisa, passear por esse lugar, desfrutar de seus encantos, conhecer pessoas é sempre recheado de encantos mil, mas quando de uma viagem, cultura bem diferente da sua, surge um convite para um encontro, bate papo na residência de um amigo(a) recém conquistado, as considerações pessoais se elevam para estratosféricas considerações. Algo dessa natureza ocorreu comigo nessa viagem para Buenos Aires.

Altos de Boedo é um bairro histórico e nele a residência do casal, do educador paraguaio/argentino Adrian e do alemão/argentino cabeleireiro de cães Sergio. No local uma amiga, professora equatoriana hospedada lá por alguns dias e nós, eu, Ana e Guilherme, brasileiros em visita à cidade de Buenos Aires.

Uma conversação mais do que inebriante, pois muitas nações ali representadas, vários temas em questão e tudo reunido em torno de uma mesa com acepipes e conversa para dar e vender. O mesmo prazer senti anos atrás, mas precisamente em 2008, quando também fui recebido numa casa de um cubano e lá, além de conhecer algo totalmente novo para mim, a alegria de estar ao lado de gente falando muito bem do país onde nasci, vivo e moro. Hoje, com o Brasil no meio de um danado de um golpe de estado, tudo aquilo que o país possuía de tão belo e a encantar os estrangeiros está um tanto ofuscado. Nosso estado já não é tão democrático como acreditávamos.

Não quero entrar em detalhes de conversas ocorridas, mas pelas fotos aqui publicadas, um bocadinho dessas possibilidades aproximativas, que para mim possuem um caráter grandioso. Hoje, nas vésperas de mais uma reunião do Mercosul, uma onde seria celebrado um acordo selado entre as nações dessa América sulista, com a direção da mesma sendo substituída de forma alternativa entre todos os países. Dessa vez quem assumiria seria a Venezuela e, independente de como anda a situação daquele país, o acordo teria que ser respeitado. Justamente Brasil, representando pelo golpista e interino Temer e a Argentina, pelo neoliberal e “basura” Macri estão tentando de todos os modos e maneiras impedir que isso venha a acontecer. Essa é a forma como esses senhores tratam e entendem democracia, só com o venha a nós, nada a vosso reino.

Vivendo numa América tão surreal, cheia de nuances, indas e vindas, altos e baixos, sentamos todos à mesa e por algumas horas, dissecamos esse nosso pedaço de chão. Gosto demais dessas possibilidades de entendimento mútuo. Saio fortalecido delas. Essa só mais uma as que me meto e me envolvo.

quarta-feira, 27 de julho de 2016

RETRATOS DE BAURU (190)


A DESPEDIDA DE SEU BATÉ, MAIS QUE “GERENTE” DE TIBIRIÇÁ
Tem pessoas possuidoras da marca registrada de um determinado lugar. Esse aqui hoje retratado possui a do lugar onde mora, cresceu e viveu a maior parte de sua vida. A imponência em pessoa, mas não a daquela pessoa autoritária, mandona, impondo medo nos que estão ao seu lado. Esse aqui construiu algo bem ao seu modo. Negro retinto, sofreu muito mais do que propagou quando lhe perguntado sobre, nem por isso resignado. Soube aproveitar as oportunidades que a vida lhe deu e teve mais sorte que muitos dos seus. Conquistou uma liderança pelos posicionamentos, firmeza de propósitos e pela maneira como tratava o semelhante. Simples uma vida inteira, preferindo o andar descalço pelo chão de terra, do que o com os pés dentro de um calçado qualquer. Viveu intensamente e deixou algo a ser perpetuado, passado hoje de pai para filho. Com sua ida, a tristeza instalada junto aos seus logo é substituída pela continuidade de algo perpetuado como marca registrada. Deixou mais do que história de vida, deixou exemplos e tudo começou num Quilombo, o de Tibiriçá.

JOSÉ ANTONIO COSMO, ou simplesmente seu Baté, morreu semana passada aos 87 anos lá na “sua” Tibiriçá. Coloco “sua” Tibiriçá entre aspas sem nenhuma pretensão. Baté e os seus possuem lá alguns pedaços de terra, num lugar onde vicejou um famoso Quilombo, um reduto negro, de luta e enfrentamentos históricos na cidade de Bauru. Não mandam, mas são respeitados por tudo o que já presenciavam, viveram e fizeram por aquelas paragens. Sentar com ele era de uma prazer inenarrável, pois as histórias de sua vida iam saindo assim de uma forma simples, como dois e dois são quatro. Ele não descrevia as dificuldades todas da vida como um peso, mas como etapas superadas e na somatória, chegando ao dia de hoje com alguma bonança. Os Baté suaram muito a camisa e conquistaram um espaço, um cantinho pra ser chamado de seu. O apelido veio do futebol, de um goleiro de nome Taubaté. O respeito veio dos tempos quando o pai honrou compromisso feito com algodão e não quis fugir sem pagar a conta, como alguns sugeriam. Pagou o que devia aos grandões e ensinou isso aos filhos. Ele e dona Irene seguiram a sina e hoje, quando parte, deixa oito filhos, 27 netos e 16 bisnetos, além de uma lenda a envolver seu nome. Lenda essa construída desde os tempos quando morava na rua Floresta, depois ingressou na Prefeitura Municipal, onde também conseguiu colocar alguns dos seus. Esse ano, após alguns anos sem desfilar no Carnaval, atendeu clamores vindo de todos os lados (um deles de Ana Bia Andrade) e saiu na avenida do samba na frente do bloco Estrela do Samba. Foi uma antecipada despedida, no seu caso, feita pouco a pouco e tristemente concluída dia 27/07. É desses que vai ser lembrado ad eternum.

terça-feira, 26 de julho de 2016

RELATOS PORTENHOS (28)


TAXISTA E JORNALEIRO DE BUENOS AIRES

O taxista é italiano de nascimento. Veio com os pais muito jovem para Buenos Aires e hoje se considera mais argentino que muitos aqui nascidos. Adentramos seu táxi em quatro pessoas e me sento à frente. Uma conversa animada rola dentre os do banco de trás. Aproveito e puxo conversa com o motorista, um senhor beirando entre 60 e 65 anos. Ao vê-lo ouvindo um programa de rádio, desses de bate papo, muito comuns por aqui, digo conhecer um locutor famoso no país. Ele já estava predisposto a mudar de estação quando lhe digo o nome: Victor Hugo Morales. Sua reação é de rejeição imediata. Não muda de estação, fecha a cara e me diz não gostar dele. “Já gostei, hoje fala demais e esses possuem coisas não muito boas. Ele recebeu muito dinheiro da Cristina (Kirchner) para só falar bem dela. Quando Macri tomou posse deram um jeito e o tiraram do ar, mas agora voltou nessa 750, uma emissora kirchnerista”, diz. Para ele, Macri está certo em tudo e Cristina e tudo o que estiver com algo a defendê-la, errados até a medula. Para me certificar disso, o instigo perguntando sobre outro famoso jornalista no país, Jorge Lanata, o Gordo, um ex-kirchnerista, hoje inimigo declarado deles e escrevendo no diário Clarin, a mídia conservadora do país. Não me diz uma só palavra desabonadora sobre sua controversa atuação e me diz até o canal de TV onde também atua. Ainda tento algo sobre Victor Hugo, falando sobre o trabalho que fez para a TV ao lado de Maradona. Não abre a guarda, se irrita mais e aproveita para descer a lenha também no craque da bola: “Os dois são muito faladores. E estão do lado de Cristina”. Daí solta algo mais sobre a situação do país: “Cristina cobrava somente cinco pesos por mês pelo gás e isso era totalmente deficitário. Macri foi obrigado a subir a conta em 400%. Alguém tinha que parar com a brincadeira e pagar a conta. Era impossível continuar com aquele preço”. Digo que, quem está pagando essa conta é o trabalhador e gente como ele e o prazo de seis meses pedido por Macri ao país já venceu e nada mudou. Fecha a cara e começa a perceber que terá problemas para responder e se safar do que viria pela frente, mas chegamos ao destino e ele mal de despede de mim, fechando a cara como diante de um questionador e voraz inimigo.

O jornaleiro tem sua banca ali na movimentada avenida Santa Fé, perto da calle Lerea, sede da Universidade Palermo onde estive o dia todo. Sua pequena banca fica numa das esquinas e o abordo na hora do almoço dessa terça, debaixo de uma persistente chuva e com muito frio. Sai antes da hora e me separei do grupo só para comprar o diário Página 12. Olho por todos os lados na banca e não o vejo. Bem na frente dos nossos olhos o Clárin, mas esse, disse ao senhor que me atende, não o queria nem de graça. Peço o Página 12 e ele saca lá debaixo e me estende. São R$ 20 pesos. Pago e ele me pergunta de que país sou. Sabendo ser brasileiro, digo ser de São Paulo, Bauru, terra onde Pelé nasceu para o futebol. Fala-me do Santos e lhe digo ser corintiano. Foi o que bastou para me falar de Tevez e lembrar o fato dele já ter jogado no Corinthians. Digo ontem ter visto a atitude dele, todo alegre na TV dizendo não querer saber de propostas na Europa, que fica no Boca e é aqui que é e está feliz. “Precisamos de mais jogadores assim, apostando nas coisas desse continente, dessa América Latina. Nós somos todos irmãos e só seremos livres e soberanos quando um ajudar o outro. Cresceremos juntos e seremos mais felizes. O Mercosul é algo maravilhoso, que nos une a todos e quando sacarmos isso, um abrir coletivos de olhos, seremos muito mais. Nós temos muito mais a ver com a Venezuela do que com a França”, diz. Pede um instante e volta com a edição de ontem do diário esportivo Olé nas mãos e me entrega, um com Tevez na primeira página. “Esse é um regalo para ti, pois pensa como eu, lê um bom jornal, sério e correto. Sacamos das maldades que estão a fazer com o povo, principalmente o pobre”. Despeço todo feliz e volta na chuva até as portas do Congresso com dois jornais debaixo do braço.

DOCUMENTOS DO FUNDO DO BAÚ (92)


DOS MOTIVOS DE UMA VIAGEM

Apresento dois trabalhos acadêmicos na Universidade de Palermo, Buenos Aires, Argentina, todos dia 26 de julho e no dia 27, quarta, acompanho a companheira Ana Bia Andrade na homenagem "Trajetória Acadêmica", título a ser recebido nessa data. No mais, tomamos algum vinho e percorro as ruas em busca de histórias múltiplas e variadas, mas isso conto depois, quando tempo houver para tanto. Envolvido com a coisa e sem tempo para internediações de praxe. Até breve.

domingo, 24 de julho de 2016

CARTAS (161)


RETROCESSO PIOR QUE O DE 1964*
Carta de minha lavra e responsabilidade publicada na Tribuna do Leitor, do Jornal da Cidade, edição de 24/07/16:

Leio aqui e alhures algo pelo qual não dá para concordar. Alguns colunistas, missivistas e até arrivistas insistem em continuar apregoando que o país está se encaminhando economicamente e quetais com esse (des)governo interino golpista em curso. Mas como seria isso possível com tanta iniquidade sendo presenciada? Não é possível. O que existe é a anuência de uma turba não discutindo mais o país e sim, apoiando incondicionalmente a entrega de tudo para o capital estrangeiro e a redução dos direitos trabalhistas, tendo isso como saída para tudo. Pobre de um país com gente pensando e agindo dessa forma.

Mais do que evidente e numa simplista análise, o golpe em curso (tomara que não se consume de fato) é imensamente pior do que o ocorrido no país em 1964. Os militares, instigados pelos mesmos que hoje abertamente estão no leme do golpe, danaram com o país, mas possuíam algo perdido no movimento de hoje. Os fardados daquela época fizeram e aconteceram, mas eram nacionalistas e não pensavam em entregar o país. Já hoje, o pensamento é um só, nada mais nos pertence, tudo o que ainda é público deve ser repassado para a iniciativa privada, conseqüentemente, capital internacional. Não defendem sequer o país onde moram, fazendo aberta campanha para ver tudo nas mãos de outrem e tendo o disparate de levantar a bandeira desse tal progresso. Que raio de progresso é esse que não privilegia mais nada como nosso? Progresso virou entregação nacional.

Muito além de qualquer bandeira partidária, o país está perdendo no menor espaço de tempo tudo o que foi duramente conquistado ao longo de décadas, num retrocesso sem tamanho e com proporções ainda não muito bem definidas. Nunca o empresariado brasileiro se mostrou tão envolvido em pensar somente nos seus botões, estando na ponta de lança de todas as perdas trabalhistas, até então a garantia do bem estar vivenciado no país. Inacreditável percebê-los apostando em legislação que os favoreça descaradamente, só para aumentar seus lucros e nem aí se isso levará à miséria a imensa maioria dos brasileiros.

Triste sina a de um país que, ousou se apresentar diferente ao mundo, mas cai agora na armadilha do andar para trás, como tábua de salvação. Salvação de que e para quem? Para uns poucos. A elite cultural brasileira não tem sólida formação cultural, ela adere a todos os modismos, sempre se mostrou subserviente ao capital internacional. A burguesia brasileira não possui história, tradição. Não existe esse zelo pelo passado, pela legalidade, pelo bem-estar de todos. O que vejo sendo concretamente imposto e aceito por muitos, referendado como o correto nesses pouco mais de dois meses com Temer & Cia é aquilo que vem exatamente em desacordo com o que aprendi com Norberto Bobbio. No seu conceito sobre Direita e Esquerda, esquerda pressupõe que os homens são essencialmente iguais, e por isso a promoção de políticas em prol da igualdade. Já a hoje escancarada direita não se mostra nem um pouco generosa, mas cruel até a medula, insensível e a cada nova ação pensando o país para uns poucos e não na sua totalidade.

Sem defender essa ou aquela proposta. Insinuaram algo salutar num passado não tão distante e irrefutável o retrocesso. Não se faz necessário nenhum esforço para a triste constatação de estarmos caminhando para um mundo mais injusto, excludente, privilégio de uns poucos e para um triste, “dane-se o resto”. O resto somos nós, os assalariados, trabalhadores, classe média para baixo, todos sendo colocados no mesmo balaio do descarte. Aceitar isso como progresso é o mesmo que, se manter calado, indiferente quando uma pessoa como Eduardo Cunha faz o quer desse país, o manipula ao seu bel prazer, tudo porque possui na manga da camisa uma bela moeda de troca, a da manipulação barata. Até quando seremos manipulados por uns poucos a nos ditar o que e como devemos fazer, ser e estar?

Basta de cordeirinhos não enxergando um palmo diante do nariz. Não é esse o país tão sonhado por todos nós. Luto por justiça social e não por conveniências que me favoreçam.

sábado, 23 de julho de 2016

O PRIMEIRO A RIR DAS ÚLTIMAS (26)


O DESABAFO DO PROFESSOR PAULO NEVES É O DE TODOS NÓS: JUSTAMENTE DOIS MÉDICOS SÃO CULPADOS DO QUE ESTÁ A ACONTECER COM O CENTRINHO EM BAURU, GERALDO ALCKMIN E PEDRO TOBIAS


Leiam seu post ontem aqui pelo facebook:

"...ATÉ' O CENTRINHO?
VERGONHOSO!
UMAS DAS REFERENCIAS DE BAURU ESTÁ PRESTES A SE DESMONTAR, O GRANDE S0NHO DO PROFESSOR GASTÀO, ESTÁ INDO POR ÁGUA ABAIXO ABAIXO, VERGONHOSO!
O HOSPITAL DE REABILITAÇAO DE ANOMALIAS CRANIOFACIAIS, CONHECIDO MUNDIALMENTE COMO CENTRINHO  ESTÁ PRESTES A UM DESMONTE...TUDO FOI REDUZIDO ,ATÉ AS CADEIRAS DE ORTODONTIA CAIU PARA 5, ANTES ERAM 12...ISSO NO GOVERNO DO ALKIMIN, QUE É MÉDICO, PSDB...ISSO NO GOVERNO DO DEPUTADO BAURUENSE PEDRO TOBIAS, QUE É MÉDICO, DO PSDB...

A CÚPULA BAURUENSE DO PSDB NÀO DEVE ESTAR PREOCUPADA, JÁ QUE AS ELEICÕES ESTÃO PROXIMAS... AS FORÇAS VIVAS DO PSDB ESTÀO AÍ PREOCUPADOS COM OS CANDIDATOS E RESULTADOS, SEM DÚVIDA ISSO MUITO MAIS IMPORTANTE!
E BAURU VAI SE DETERIORANDO DIA-APÓS DIAS...UMA CIDADE DESMOTIVADA, PARADA, SEM LIDERANÇA NENHUMA, INODORA, INCOLOR,CIDADE DO BLÁ -BLÁ -BLÁ , BASTA OUVIR OS VEREADORES, UMA CIDADE ESTÚPIDA, EMBURRECIDA...E NÃ0 VENHAM ME DIZER QUE A CULPA É DO REITOR DA USP...MENTIRA! CONTÁVAMOS A HISTÓRIA DE BAURU COM O CENTRINHO COMO REFERÊNCIA MUNICIPAL, ESTADUAL, NACIONAL E MUNDIAL, TÍ NHAMOS ORGULHO DE COMENTAR SOBRE O C E N T R I N H O SOBRE A INSTITUIÇÃ0 E AGORA O DESMONTE!
VAMOS AGUARDAR O ENTERRO, MAS, ANTES VAMOS COBRAR DAS AUTORIDADES UMA POSIÇÃO E UMA EXPLICACÃO DO PSDB...ANTES A REFER6ENCIA ERA A CASA DA ENY, QUE AGORA VAI PRO CINEMA...AGORA O C E N T R I N H O - UM HOSPITAL DE PESQUISA E DE GRANDES MÉDICOS, DE GRANDES FUNCIONÁORIOS SEJA DO ATENDIMENTO ATÉ OS TÉCNICOS DO ENTIDADE.
POR FAVOR, NÃO VENHAM COM HIPOCRISIA ...ISSO VAI SER PRIVATIZADO? A CIDADE INODORA PODE RESPONDER!".

E tem gente ainda a cegamente apoiar Alkmin e Tobias... O velho e bom super-herói bauruense, o Guardião já havia alertado para isso em dois textos ano passado. Agora, a consumação do estrago. Esperar o que de gente do PSDB? Acabaram com o Centrinho e vem mais por aí...
HPA e um bom DOMINGO a tudo, todas e todos

BAURU POR AÍ (128)


A PROPOSTA É UM PT SEM OS PENDURICALHOS DO PASSADO – SEM FISIOLOGISMOS, SEM APOIAR GOLPISTAS E SEM DISPOR DE NENHUM MÉTODO ESPÚRIO PARA ATINGIR SEUS OBJETIVOS


Entenda e participe do novo momento, juntando o que li vindo de três considerados e servindo como exemplo desse novo momento pela frente:

1. “Na minha cidade natal, Bauru... ouvi dizer, em conversas de bar, que... há um equívoco: o PRB, que foi às ruas pelo impeachment da presidente Dilma Roussef... e que, pelas características partidárias e ideológicas, apoia o governo interino Temer... e até aquelas velhas sandices de "volta da ditadura, dos militares e tal",,, está se aliando à vice-prefeita Estela Almagro, que é do PT e teria sido coordenadora do programa "Minha Casa, Minha Vida"... do governo Dilma... e teria lutado contra o golpista Temer. Talvez sejam só conversas de bar... e nada disso seja realidade... ou pode ser que Guimarães Rosa tenha entrado nesse enredo... e mais um romance, ao estilo do "Burrinho Pedrês", esteja no ar... (ou nas urnas).”, professor Reginaldo Tech.

2. “ENCONTRO MUNICIPAL DO PT-CONVOCAÇÃO - No dia 31 de julho , domingo, ainda sem local definido , será realizado encontro de filiados ao PT , onde será discutida e votada duas propostas: A proposta da direção municipal ( Estela ),defende o não lançamento de candidato a prefeito e ainda uma coligação com o PRB, partido ligado a igreja universal , que tem entre seus quadros o bispo Marcelo Crivela, sobrinho do Edir Macedo e Celso Russomano. a proposta do núcleo DNA-Petista , assim como a minha , e de muitos militantes independentes é por candidatura própria e aliança com partidos que não estejam alinhados com o golpe. A informação que tenho até o momento é que para que tenha direito a voto no encontro o militante filiado tem que estar em dia com a contribuição partidária até 5 dias antes do encontro. Estou verificando a possibilidade deste valor ser referente apenas ao ultimo semestre cujo valor é de $15,00 reais, mas ainda não está definido.
De minha parte , estou comunicando os companheiros e companheiras , da inviabilidade de nossa pré-candidatura a prefeito , e do apoio irrestrito a Carlos D’Incao , por entender ser ele o que reúne,no momento, melhores condições de interlocução com a sociedade; É importante o comparecimento ; Estaremos fiscalizando em conjunto com a direção estadual; VAMOS DIZER NÃO AO GOLPE! TANTO FORA COMO DENTRO DO PT Assim que tivermos mais informações , estaremos comunicando e orientando, COMPARTILHE.”, militante João Neto.

3. “ATÉ AQUI EU FUI - Como já é sabido, abracei a defesa do Partido dos Trabalhadores em um momento onde essa agremiação era atacada em todos os níveis pelos poderes hegemônicos. Minha postura foi única e exclusivamente em defesa do que esse partido pode representar no cenário nacional: os ideais da construção de um país mais justo e igualitário ou seja, um país que não seja o paraíso de alguns poucos e o inferno de milhões e milhões de trabalhadores. Sei que o crescimento do partido e sua ascensão ao poder deram condições para a penetração de interesses escusos que traem a classe trabalhadora e corrompem os princípios originais do próprio partido.
O que ocorre hoje em nossa cidade é exatamente isso. Assim, apresentei-me como pré-candidato à prefeitura da cidade sabendo que enfrentaria tanto adversários de outros partidos como também encontraria inimigos no interior do próprio partido, que insistem em valer-se dele para atingir benefícios pessoais. Denunciei as investidas da atual Comissão Provisória a favor de uma aliança com o PRB, partido da Igreja Universal. Essas investidas foram orquestradas pela vice-prefeita Estela Almagro. Essa aliança - nefasta e absurda - presta aos interesses únicos e exclusivos de sua candidatura à vereadora. Como ato contínuo, fui surpreendido no dia seguinte com a notícia de que o Partido teria decidido abandonar a candidatura própria alegando que eu mesmo teria renunciado à minha pré-candidatura e também sugerido a aliança com o PRB (!). Mentiras e mais mentiras... Com o estatuto do Partido dos Trabalhadores nas mãos recorri a Direção Estadual e consegui reverter essa decisão: SOU AINDA PRÉ-CANDIDATO. Porém, essa mesma Direção estabeleceu que no dia 31/07 todos os filiados com mais de um ano de filiação deverão optar, em plenária, qual será o destino do partido. Estabeleceram 2 opções:
1 - O Partido pode seguir os desejos pessoais de Estela Almagro e fazer uma aliança com o partido da Igreja Universal. Um partido de direita, fascistóide, homofóbico, golpista, fisiológico e aliado do governo Temer.
2 - O Partido pode optar por uma candidatura própria e se opor ao projeto neoliberal que está em curso - no país e em nossa cidade - e apresentar propostas para a construção de uma realidade mais justa, plural, democrática e inclusiva.
Os detalhes sobre o local e como se dará essa plenária ainda não estão estabelecidos. Bom... Até aqui eu consegui ir sozinho... A partir de agora preciso da ajuda daqueles que - como eu - desejam que o Partido dos Trabalhadores se revigore e atue conforme seus princípios originais, quais sejam, lutar pela classe trabalhadora, agir de forma honesta e colocar em pauta um projeto para a construção de uma nova e melhor sociedade. Os interesses estão claros e postos às vistas de quem quer ver. De minha parte, afirmo que não vou fazer nenhum conchavo, maracutaia ou esquemão de compra de votos de filiados para vencer essa disputa. Quem tem interesse em se manifestar deve fazer por suas próprias convicções ideológicas. Não vou pagar para ninguém a taxa de R$15,00 (estabelecida pelo regimento partidário) para estar adimplente com o Partido e poder votar. Não vou pagar ônibus para transportar filiados. Não vou dar dinheiro para alguém votar naquilo que defendo. Em suma, não agirei como um delinquente. Isso não é virtude, é o mínimo que se espera de qualquer pessoa decente. Todos os filiados têm até o dia 26/07 para quitar a taxa e estarem aptos para votar. Por fim, alerto que esse encontro selará o destino do Partido dos Trabalhadores em nossa cidade. Por essa razão, não faltarão interesses para que nosso partido se destrua de vez e se afogue nas águas desprezíveis do fascismo e do fisiologismo. Como disse: até aqui eu fui.” professor Carlos D’Incao.

sexta-feira, 22 de julho de 2016

CHARGE ESCOLHIDA A DEDO (110)


BATI ASAS AO LADO DE DONA ANA, MAS EM BREVE VOLTO, RECARREGADO E PRONTO PARA O QUE DER E VIER...

TERRORISMO A BRASILEIRA - Segundo o chargista bauruense Gilberto Maringoni.
 (ao lado).

A DELAÇÃO COMPENSA - QDO VEJO ESSA NOVA DELAÇÃO DOS PUBLICITÁRIOS LIGADOS AO PT, o casal denunciando que toda a dinheirama que receberam é proveniente de Caixa 2, penso logo numa matéria que li na revista Cata Capital há duas semanas atrás. Todos os partidos envolvidos naquela eleição presidencial fizeram a mesma coisa que dona Dilma e o PT, mas só vale investigar, perseguir e tentar punir a qualquer custo o PT. Qual o motivo disso e de levantarem essa bola justamente agora? Simples demais da conta. Dilma pode superar essa fase no Senado e ter seu mandato restituido. Os golpistas e seus asseclas não querem isso. Porém, existe algo mais e isso conta e muito. Lula, numa última pesquisa eleitoral se mostra imbátivel. Não existe candidato que o supere nas urnas, daí nada como uma nova delação premidada incriminar mais uma vez o PT e tentar embaralhar PT e Lula, impossibilitando que concorra e ganhe no próximo pleito. E quem delata o PT e Lula na Lava Jato, como demonstra a reportagem da revista é rapidamente liberado para responder em casa, com tornelozeira, mas em casa e longe das grades. Vale tudo contra o PT, mas se o sujeito envolver outros partidos, a resposta do Moro é só uma: "Isso interessa, mas não agora". Entenda lendo a matéria e vendo se tenho ou não razão nessa linha de pensamento.
http://www.cartacapital.com.br/revis…/908/a-delacao-compensa
HPA pronto para bater asas. Fui!!!!!!!!!

AMIGOS E AMIGAS BAURUENSES E PETISTAS
Esse é o momento de dizer a que viemos. Junte-se a nós nesse ato dia 26/07, terça próxima, 19h. Vamos nessa?
https://www.facebook.com/events/1771713839739937/

QUE BELA LIÇÃO A POPULAÇÃO DE AMERICANA ESTÁ DANDO PARA NÓS, BAURUENSES E O RESTO DO PAÍS - PERDEMOS A OPORTUNIDADE:
https://www.facebook.com/jairinhodanoticia/videos/1179005595485315/

ESSA EU INDICO A LEITURA DE OLHOS FECHADOS:
Ler sobre os apuros do (des)Governo do interino e golpista Michel Temer é para desopilar o fígado. Rir com tanta iniquidade é melhor que chorar, mesmo que o baú de maldades continue sendo o ritual desse país nos tempos atuais. Nunca em tão pouco tempo gente num Governos fizeram e apunhalaram tanto um país como ocorre nos dias atuais. E temquem os apoiem de forma incondicvonal? Mino vai na veia...
https://www.facebook.com/CartaCapital/videos/1174418762579536/


DE 21 A 31/JULHO HPA BATENDO ASAS FORA DA GAIOLA BAURUENSE...
Fui.

quinta-feira, 21 de julho de 2016

INTERVENÇÕES DO SUPER-HERÓI BAURUENSE (94)


SOBRE A TAL DA VERBA CARIMBADA...
Ter dinheiro em caixa em época de crise é algo para muito além do caçar a cabeça. Guardião, o super-herói bauruense se debruçou sobre a questão diante de comentários, insinuações e tentativas sendo feitas pelos administradores municipais em usarem recursos direcionados como verba carimbada para atividades outras. Vejam seu pronunciamento no dia de ontem em cadeia municipal (sic): “Se o dinheiro chegou para uma coisa, evidente que deve ser usado para essa finalidade. Ponto. Usá-lo para outra, além de ferir legislação vigente, indica em primeiro lugar problemas administrativos meio que incontornáveis. Administrar uma cidade não deve ser tarefa das mais fáceis. Com dinheiro em caixa e situação econômica favorável banana no mel, mas com ventos contrários e com algum no caixa, a tentação se faz presente. Toco no intocável e resolvo outra coisinha ou continuo seguindo à risca o que manda o figurino constitucional, ou seja, as regras prescritas?”.

Guardião não é irônico, mas mordaz. Procurando entender e até compreender os dois lados da questão, vai mais longe: “O caso da grana alta em caixa para o Tratamento de Esgoto, tão almejado pela cidade de Bauru é uma coisa, outra coisa completamente diferente, mas versando sobre as mesmas questiúnculas é a grana, também alta no caixa da FUNPREV, o fundo previdenciário dos funcionários da Prefeitura Municipal. Com contribuições mensais o caixa aparentemente é alto, mas o que virá pela frente pede cautela na forma de aplicação da grana para não deixar toda uma categoria na mão lá na frente. Isso uma coisa, outra o que muitos querem fazer vendo aquele mar de dinheiro pela frente. Os muito bem intencionados ficam tentando sugerir isso e aquilo na forma de aplicações mirabolantes, mas outros querem desviar algo para sanar buracos outros. Isso é rotina no serviço público, mas essas questões não estão sendo tratadas como deveriam de fato”.

Com isso levanta a bola para uma ampla discussão: ser ou não ser, eis a questão? Ou seja, Mexer ou não mexer em bufunfa dessa natureza, eis o problema? “Evidente que se é carimbada e existe de fato e de direito a necessidade mais do que preeminente de sua utilização para uma finalidade, no caso a Estação Tratamento de Esgoto, querer utilizar para outra é o mesmo que sair do prumo, muito além de desvio de conduta. E dentro dessa mesma linha, querer antecipar alto valor para uma empresa que poderá vir a prestar esse serviço é o mesmo que chegar com uma chumaço de grana na janela em dia de vento forte, quase incontrolável. Vai dar merda! Ou seja, não existe alternativa ou outro caminho a ser seguido. O que essa cidade precisa de fato é constituir uma Comissão Fiscalizadora dessas granas todas, algo sério e não deixar que outrem manipulem isso e aquilo para quesitos outros. E ponto final”. E daí, se Guardião disse, esse escrevinhador e o idealizador do mesmo, o homem do traço criativo, Leandro Gonçalez fazem o mesmo confirmando o escrito.

quarta-feira, 20 de julho de 2016

AMIGOS DO PEITO (121)


DOIS QUESTIONAMENTOS E A MINHA RESPOSTA – CHACOALHADA GERAL
No primeiro, a amiga Rosângela Barrenha me dá uma cutucada, extensiva a todos que ficam postando algo por aqui e nada fazem de concreto, nas ruas e lutas para combater o que está em curso: “E daí? Que vamos fazer além de postar fora Temer?”.

Na segunda, outro baita amigo, Guilherme Reis, o Tio Gui, sobre isso de estamos organizados, mas produzirmos pouco em relação ao combate ao golpe, como o nada ocorrido na passagem da tocha olímpica na cidade: “E a tocha, nada? Vários estão querendo saber onde vai ser o Fora Temer”.

Sim, ambos estão cheios de razão, estamos devagar quase parando no quesito resistência. Eu fiz a minha parte antes da ocorrência do golpe, com várias convocações para atos e todos, contando com intensas e contagiantes participações em todos eles e participei de outro tanto marcado por pessoas e entidades diversas. De tudo o vivenciado conclui que: existe uma parcela significativa da população é contrária ao golpe e pronta para aderir, participar e se juntar ao que de fato for ocorrendo. Confesso hoje estar mais nas vias internéticas que na ativa e isso é um péssimo sinal, pois nada ocorrerá sem mobilização. É do confronto, da junção, união de muitos em prol de algo, da demonstração de nossa força, só assim algo transformador pode se materializar. A minha conclusão é a mesma que ambos: falta mobilização em Bauru. Vejo também que ninguém, pelos menos os envolvidos na transformação, pode se contentar em só reclamar e nada propor. O correto é conjugar o verbo do Eu ao Nós, todos fazendo a sua parte. Se eu proponho, você e tantos outros participam e se você propõe, eu irei e outro tanto idem. Não espere tudo de uma só fonte. Pulverizar isso, massificar as ações e ampliar o leque de propositores é mais do que possível, basta querer. Dia 31/7 tem Ato no Brasil todo contra o golpe.
Até agora não vi nada em Bauru. Uma pena. Eu não estarei aqui nesse dia, mas tantos outros são tão ou muito mais instigadores e realizadores do que eu. Já no dia seguinte, dia 01/08, estarei e desde já convoco, instigo, provoco, marco, convido tudo, todas e todos para algo no Parque Vitória Régia, onde ocorrerá a festa do Aniversário da cidade com diversas e variadas atrações. Quero estar lá com minha faixa e marcar presença. Vamos todos? Por que não bolar algo em conjunto para esse dia? Isso é uma coisa, outra é a conscientização que não deve cessar em todo lugar e a todo instante. O professor na sala de aula, o servidor no seu lugar de trabalho, o torcedor quando ali nas arquibancadas, o que gosta da noite na mesa do bar e assim por diante, na fila do banco, na roleta do circular, no banheiro público, sempre com a defesa da legalidade pronta e repudiando o que estão a fazer com o país. Não é difícil demonstrar o quanto o país está pior que antes, com essa brutal perda de direitos, conquistas tão duramente conseguidas e sendo jogadas na lata do lixo tão rapidamente. Fazer isso a todo instante e momento é tão ou mais importante do que estar presente em qualquer ato público. Agora, quando unido um ao outro, claro, uma possibilidade muito maior. De minha parte afirmo, o toque foi dado, assimilado e já colocado em prática. Eu faço a minha parte, posto algo aqui diariamente e tento ao meu modo e jeito, por todo lugar onde estiver fazer o mesmo. Enfim, Primeiramente e, também, finalmente, Fora Temer! É por aí...

OUTRA COISA - QUEM REPASSA INFORMAÇÕES DESENCONTRADAS AO JORNAL?
Na Entrelinhas de hoje no JC algo mais sobre o imbróglio envolvendo o nome do PT. Quem repassou a informação creditando a dona Estela Almagro, num lance de sensatez, a decisão de propor ao partido uma prévia junto aos seus filiados, onde decidirão se querem candidatura própria ou se coligar ao PRB, a fez de forma equivocada. Isso era o clamor geral, algo inimaginável para ela, mas como nem tudo são facilidades nos bastidores do partido, principalmente os ocorrendo nesse momento via Diretório Estadual do PT, nada melhor de seguir velho ditado, o de perder os anéis para não perder os dedos e lançar como dela uma ideia sendo costurada exatamente pelo outro lado da contenda. A vitória ocorrida na Estadual com a "imposição" de uma prévia é o desenlace de algo que, pode estar tendo seus capítulos derradeiros. Para quem recepciona fichas de filiação, na presença de várias testemunhas e depois nada se concretiza, a certeza de que algo precisa mudar nessas hostes. Ou seja, pelo visto, já está mudando. Bom sinal isso, pois pelo visto, ares renovadores estão em curso. Será que o PT está deixando de ter um dono na cidade e se arejando democraticamente, com possibilidades de ter vida orgânica e normal? A Entrelinha sugere algo que de fato aconteceu ao contrário, mas que o ocorrido é um sinalizador positivo, isso é e muito. Nenhum império dura eternamente.
HPA

terça-feira, 19 de julho de 2016

FRASES DE UM LIVRO LIDO (105)


FAZ FALTA UM “GIP! GIP! NHECO! NHECO!” NOS DIAS DE HOJE
Quando o bom e até hoje insubstituível O Pasquim feneceu, a justificativa encontrada pelos seu desaparecimento, uma espécie de post-mortem era a de que não mais havia espaço na imprensa da época para conteúdo daquela natureza, pois com a abertura todos os órgãos de imprensa já podiam escrever da mesma forma ou até com mais ousadia que o semanário carioca. O tempo passou, algumas décadas e caímos em 2016, onde nossa mídia carece de espelho para olhar as próprias faces e se envergonhar do triste papel desempenhado. Olho para minha estante e um livro me sorri, é o ‘GIP! GIP! NHOCO! NHECO!’, obra da editora Desiderata RJ, que em 2007 colocou na banca u lindo livro com as frases da última página d’O Pasquim, a seção com frases do IVAN LESSA e ilustrações do Redi e outros. Quando estou um tanto irritado como hoje, saco dele e relendo as frases, vejo como algo assim faz falta nos dias de hoje. Rememoro aqui algumas delas, sacadas ao leu:

- “De uma forma geral, só temos uma coisa a TEMER: a coisa de uma forma geral”.
- “Todo brasileiro vivo é uma espécie de milagre”.
- “3 entre 4 pessoas confundem silêncio com ordem. O outro não tem a menor idía doque está dizendo”.
- “A terra de ninguém é sempre dispuitada por duas ou mais facções”.
- “Um nordestino escreve, dois são uma editora. Trê, uma academia”.
- “Se todas as disposições em contrário fossem revogadas, todas as disposições a favor continuariam enchendo o saco”.;
- “A dura realidade, na Suiça, é mole”.
- “Fome é um negócio que dá em pobre devido ao calor e à tensão nervosa que precedem as grandes arrancadas para o progresso”.
- “Os jovens brasileiros quando crescem e se formam viram críticos articulados da progressiva decadência de nosso ensino superior”.
- “Os apolíticos quando morrem deixam uma lacuna irreparável nos sistema de aperfeiçoamento democrático das instituições”.
- “Se você colocar o ouvido no peito de uma católico praticante, ouvirá nitidamente uma voz dizendo: Saravá, zifio!”.
- “No Brasil não há Finlândia”.
- “Nos EUA, ao contrário de vários píses subdesenvolvidos, somente o Super-Homem, Capitão Marvel e congêneres têm direito a poderes excepcionais”.
- “Três em cada quatro deputados são um”.
- “A azeitona na testa é o primeiro passo no sentido da aculturação de nossos silvícolas”.
- “Visão crítica de nossa problemática é Stve Wonder cantando no Canecão”.
- “os prefeitos são emissários divinos destinados asalvar as cidades mudando o nome de suas ruas”.
- “Mandato de Segurança é assim quando despacham um cara pra Europa”.
- “Os jovens brasileiros são a esperança de um futuro melhor para os EUA”.
- “O progresso é uma forma ordeira de se dar prosseguimento à devastação de recursos naturais”.
- “Todos são iguais perante a lei. O problema é que as leis ainda não sabem direito o que querem”.
- “O império da lei reina quando todas as pessoas de terno e gravata são chamadas de ‘Sua excelência’”.
- “Graças ao novo mínimo os trabalhadores podem escolher entre ser enterrados descalços ou de alpargatas”.
- “O Brasil é um país cheio de dedos”.

Essas frases assim soltas talvez dizem pouco, mesmo querendo dizer muito, mas quando com a ilustração do saudoso Redi do lado, daí ganhavam uma proporção inimaginável. Ando vendo pouca provocação para os poderosos de hoje e daí, acredito que nossa imprensa precisa se reiventar, ou melhor, já que ela não vai mesmo sair do marasmo e do conformismo golpista e excludente, o jeito é continuar dando importância e valor para esse meio alternativo de criar e colocar o bloco na rua, o pelas beiradas e vielas. Tá faltando esse jeito pasquim de ser enfurnado na sisudez do que vejo nas bancas de jornais e revistas dos tempos atuais. Nem jornal de humor ácido e contundente temos mais.

Na verdade, gente, desculpem mas, ando precisando rir para não chorar.

segunda-feira, 18 de julho de 2016

MEMÓRIA ORAL (200)


SEIS HISTÓRIAS DESSA BAURU MEIO QUE OCULTAS AÍ NA VIRADA DA ESQUINA
1.) ROSEMEIRE FAZ BICO NA FEIRA E É “UBER” MESMO SEM O SABER

Cada pessoa tem por detrás de si uma bela história de vida e de resistência. Conhecer o que cada um oculta de “sangue, suor e lágrimas” na labuta do dia a dia é engrandecedor. A cada nova história que conto, a demonstração clara e evidente de que o povo é sábio na sua simplicidade e nos meios que encontra para ir contornando as adversidades. Que a injustiça está mais doque instalada no seio de nossa sociedade, disso ninguém mais tem a menor dúvida. O que faço (ou tento fazer) contando essas histórias de vida é enaltecer aqueles tantos lutadores que, não esmorecem, não entregam os pontos e fazem de sua lida diária, não um obstáculo, mas uma trilha valorosa de vida. Conto isso tudo para valorizar o que essas pessoas fazem e a forma como fazem. São histórias tocantes e isso me cala muito fundo.

ROSEMEIRE BETERELLI DIAS DE CARVALHO, 49 anos é mais uma dentre tantas batalhadoras, lutando bravamente por um lugar ao sol dentro do mercado de trabalho. Mora no Mary Dota, ao lado do marido e filho, desempregada, faz bicos para ir tocando a vida. Revende produtos variados de catálogos, desde Natura, Avon, Jurity e outros. Na feira dominical da rua Gustavo Maciel trabalha na banca de frutas e legumes de dona Cotinha, embalando os produtos para serem revendidos em sacos plásticos. Ali, entre tomates, batatas, maçãs e leguminosas faz amizades, dá risada, conhece gente nova a cada instante e trabalha duro, como sempre o fez a vida inteira. Tempos atrás tinha um pequeno comércio de variedades e miudezas no Beija Flor, vendendo desde armarinhos a material escolar, mas por trabalhar fiado, caderneta e confiando no semelhante, quebrou e ficou com uma dívida vultuosa sob suas costas. Fechou em março de 2014 e foi lutar em outras instâncias. Com seu velho e útil veículo, um Gol, presta atendimento para vizinhos, conhecidos, parentes, levando e buscando esses nos lugares onde necessitam e, dessa forma, atua como uma espécie de Uber, mesmo sem saber o que de fato e direito venha a ser isso. Ela se vira, se transforma e não sai de cena, sempre inventando formas novas para levar algo mais para os seus, manter um padrão de vida, Seu diferencial está exposto em dua face, sempre com um baita sorriso, a simpatia em pessoa.

2.) CARLO MOREIRA É CAIXEIRO VIAJANTE EM PLENO SÉCULO XXI
Histórias de estrada me encantam, ainda mais de vendedores, num tempo onde pegar estrada para vender é algo meio que do passado. Ou seja, os vendedores de hoje sentam a bunda numa cadeira e o fazem via internet, criando calo nas nádegas. Os de antanho viajavam muito, gastavam sola de sapato, conheciam todos seus clientes, coisa de olhos nos olhos. Vivenciei um pouco disso com minhas chancelas, áureos tempos onde vasculhei o Rio de Janeiro e Curitiba, tempos inenarráveis e inesquecíveis. Hoje, alguns continuam percorrendo os mesmos caminhos do passado e contar a história de um deles é inebriante. Nas próximas linhas o encantamento de quem ainda percorre por trilhas deslumbrantes estradas e mais estradas.

CARLO MOREIRA é um sujeito boa praça, cabeça toda raspada por opção, magro retinto, roupa jeans desbotada no corpo e quase sempre de camiseta. Nascido em Vera Cruz, bauruense por opção, 56 anos, casado com a Suely Frasson, assumido avô, esse distinto cidadão tem por assumida profissão o ofício de ser caixeiro viajante. Ele, junto de um outro, lotam seus carros e saem vendendo tudo o que possa ser comercializado em vendinhas rurais. Isso mesmo, sua especialidade é vender em lugarejos distantes, enfurnados no meio do nada e disso tira seu sustento e a alegria de sua vida. Outro dia o Jornal da Cidade fez uma matéria com ele (http://www.jcnet.com.br/…/caixeiroviajante-fotografa-bares-…), mostrando um roteiro dessas vendas pela região. É um dos maiores entendidos hoje em lugares perdidos pela aí. Pegou gosto depois da matéria e passou a fotografá-los, donde acho que isso tudo vai gerar um catálogo dos mais úteis para quem gosta de se perder pelo interiorzão desconhecido. Carlo entende de pequenas vendas e une o útil ao agradável, pois pelo baita sorriso, sempre exposto na cara, gosta demais do que faz. É desses que não vê a hora da segunda chegar para botar o carro na estrada, comer poeira pelas estradinhas de terra e rever as vendas nas ditas quebradas do mundaréu. Assim sendo, toca para frente isso de uma profissão quase finda e esquecida nesses ditos modernos tempos.

3.) BATALHADORA ANA PARTE NUM ACIDENTE DE MOTO
Duas vidas tão próximas, mãe e filho morando juntos e com a fatalidade de um acidente, ela se vai. Como descrever algo tão triste e tão comovente? Não existem palavras, gestos, ações para preencher o vazio do ocorrido. Nada supera ou preenche o que antes existia e hoje não mais. Dor, lembranças, histórias relembradas e as interrupções que todos estão sujeitos. Queria poder contar mais, relembrar mais, mas também não consigo. Tenho comigo que, quanto menos reviver algo do corrido, menos dor para os envolvidos em trama tão triste.

ANA MARCIA CARVALHO LEITE, 55 anos é hoje mais uma notícia na primeira página do Jornal da Cidade, com um título dos mais tristes, “Colisão entre carro e moto mata mulher na rodovia”:http://www.jcnet.com.br/…/mulher-morre-e-homem-fica-ferido-…. Na garupa de uma moto, ela perde a vida na madrugada de sábado para domingo. Ana é mais uma dentre tantas batalhadoras dessa nossa aldeia. Felipe Duka, seu único filho, do relacionamento com Duílio Duka de Souza, morava com mãe, numa casa alugada perto da Rodrigues Alves, ali nas imediações do Bar do Brecha. Ela, trabalhou uma vida quase inteira na Tilibra e depois, até hoje na Tiliform, onde é querida por todos. Uma batalhadora, na acepção da palavra, dessas que dedicou sua vida ao filho e ele, sabendo reconhecer, não a largava por nada nesse mundo. Muita tristeza, muita dor, vidas que se separam de forma abrupta, inesperada e com aquela pitada de fatalidade que ninguém quer para si. Uma boa lembrança relembrada hoje por uma amiga: “Ela ia trabalhar, ele pequeno, deixava sua comida pronta, ele chegava da escola, fazia seu dever sozinho, comia e a aguardava chegar no final da dia”.

4.) JULIO DIOGO GANHOU FAMA POR CAUSA DO LIVRO DO EMAGRECIMENTO
“Vou resumir a história. Uma vez comprei um salgado assado. Lá pela metade senti que algo parecia estar enroscado na garganta. Como o desconforto permanecia, fui ao banheiro e tossi. Observei sangue. Cospia sangue, pouco. Fui ao pronto-socorro. O médico que me atendeu disse que havia “um corpo estranho” lá no fundo. Que era para procurar um médico. E só. Era sexta-feita à noite. Tive que esperar amanhecer para a maratona de telefonemas. Que noite longa! Seria algo grave? Gravíssimo? Sábado de manhã, cadê médico? Resolvi pegar o espelho e sair ao sol. Abri a boca, língua pra fora, olhei bem lá no fundo. E vi. Imagine duas pontas de alfinete, um centímetro cada, um ao lado do outro. Só que numa cor verde desbotada, indo para o cinza. Fui pegar a pinça e tirei-os de lá. Guardei as duas ferpas. Ora, por que o médico do PS não o fez, limitando-se a um diagnóstico de “corpo estranho”? Que alívio! Agora, não me lembro o raciocínio que me levou ao orégano. Havia em casa três pacotinhos dessa erva (desses que custam poucos centavos cada), um dos quais abri e despejei num prato branco para dar contraste. E acabei encontrando uma ferpa, uma só, exatamente igual às que haviam enroscado no fundo da minha língua. Eureca! Examinei os outros dois. Num, nada. Noutro, mais uma ferpinha. Desvendado o mistério, fui até o lugar onde havia comprado o salgado e confirmei que usavam orégano, que compravam de grandes pacotes. Ok. Agora, sempre que vou aos supermercados, dou uma passadinha na seção de ervas para examinar o orégano, não a embalagem menor, a maior, a que vem com mais perigo. E sempre acho as tais ferpas. Aparentemente inocentes, são como pontas de agulha”, OS PERIGOS DO ÓREGANO, Tribuna do Leitor, 09/12/12.

Esse texto publicado ai em cima é dele, JULIO DIOGO, uma pessoa das mais simples, andante dessa cidade, pois assim como eu, gosta muito de bater perna. O vejo nos mais diferentes pontos da cidade, na maioria das vezes só. Cada vez mais, depois da perda dos pais. Nos idos de 1995 ganhou fama por causa de um apurado livro,fruto de uita pesquisa, o “Emagreça com Saúde e sem fazer dieta insana”. Até hoje vejo o livro por aí (ontem o vi no sebo do Aran, o Extinção ali na Cussy Junior) e nos sites de vendas, como o Mercado Livre. Quer dizer, o danado viralizou. Circula muito além de nossas fronteiras municipais. Mas o Julio continua por aqui. Essa foto dele é de um dos jogos do Noroeste ano passado e me lembro de problemão que teve com incêndio em sua casa, nos altos do Bela Vista, onde se dizia perseguido e buscava ajuda. O que sei dele? Nada, respondo. Sei o que todos que o veem sabem, que continua em circulação e o livro escrito e a lhe deitar fama. Tempos atrás escrevia muito para a Tribuna do Leitor do JC, como nesse texto publicado no parágrafo acima. Quer dizer, assim como eu, gosta de expor ideias, fomentar discussões, parlapatar e gerar furdunços outros. Publico esse texto para tentar ampliar e saber algo mais do Julio, uma pessoa, conhecida cidade afora, daí o espaço está aberto para informações múltiplas e variadas.

5.) A SIMPLICIDADE DE SEU JOAQUIM POETANDO PELAS RUAS
Fiquei tocado, primeiro por ver dois jovens num clip via facebook, surfando com uma lona azul como se estivessem no mar. Depois, revoltado por ver o novo e golpista ministro da Saúde, tendo no currículo dez inquéritos por improbidade, já estar sacramentado a devolver quase 100 milhões aos cofres públicos e ainda ser nomeado. Depois de tudo me envolvo com as histórias de um velho conhecido, muito simples, escrevinhador e que, toda vez a cruzar comigo pelas ruas, me cerca e quer me mostrar seus escritos. Imprimiu um último e me fez fotografar para avaliar. Li e agora ele quer saber o que acho? Digo, lindo e não minto. Ele é lindo. Esse mundo tem lindas e podres pessoas. Vivo com os lindos e simples.

JOAQUIM CÂNDIDO VIEIRA tem jeito de ter sido ferroviário, como a maioria das pessoas de antanho, mas nunca o foi. Foi escriturário, contador, sempre serviços dessa natureza, burocráticos e onde pode exercer a escrita. Pegou gosto e hoje, com oitenta e lá vai fumaça nos costados vive para escrever. Anos atrás quando soube de um evento ferroviário na estação da NOB fez uma poesia sobre os trilhos e pediu para um amigo imprimir tendo ao fundo uma locomotiva. Foi lá e mostrou para todos e assim faz com tudo o mais. O encontro na Batista de Carvalho e me mostra um poema, esse sobre o caráter das pessoas. Pego o papel, impresso com um fundo verde e leio. Quando me vê querendo dobrá-lo e colocar no bolso me pede com muito jeito para que o devolva, pois é peça única. Dou um jeito e o fotografo antes de devolvê-lo e assim fico com seu escrito. Ele sorri, pede para ler com calma e avaliar. Dias depois liga e pergunta o que achei. Só posso achar a coisa mais linda do mundo, ele andar com seus escritos no bolso e mostrando para uns e outros. Joaquim é de uma velha cepa, desses quase extintos ou em fase de, pessoa encantadora, que ao enxergar no semelhante alguém com os mesmos gostos por escritos, não perde tempo, cerca o mesmo e a cada reencontro puxa assunto. Eu e ele somos amigos desses reencontros e quando o vejo, esqueço de tudo o mais e passo a dedicar longos momentos para ele, pois do contrário ele ficaria muito triste pela pouca atenção. Sábado que vem, com certeza, vai estar com escrito novo nos bolsos.

6.) DONA COTINHA REINA NA FEIRA
Para alguns o peso dos anos parece não representar muita coisa, pois passa ano, sai ano, continuam na mesma lida, pesada e tudo transcorre quase que da mesma forma e jeito. Isso é comum dentre os trabalhadores da feira, atividade rotineira, todo dia feita do mesmo jeito, mudando só o local da montagem e desmontagem do aparato utilizado nas barracas. Algumas pessoas se sobressaem mais do que outras. Hoje conto a história de uma velha senhora, dessas que enfrentam o touro a unha, fazem e acontecem, sem medrar nem fugir da raia.

DONA COTINHA ou DONA ZEZÉ é uma feirante à moda antiga. A idade vai passando, ela com aproximadamente 70 anos (não revela a idade) e ali na lida, acordando cedo, montando barraca, com sol ou chuva e junto aos seus, de terça a domingo (folga na segunda). Gosta de ser chamada pelos dois nomes e se o fizerem com seu nome de batismo, o Maria José, fica brava e esculhamba com o sujeito. Mora na Pousada da Esperança I e há quase 50 anos trabalha diariamente na feira junto dos seus, principalmente filhos. Pau para toda obra, faz e acontece. Carrega e descarrega facilmente a perua Kombi com os produtos que traz das plantações, tudo fresquinho e pronto para o consumo. A mágica e a forma como faz tudo caber, cada coisa em seu devido lugar, com delimitado espaço dentro do automóvel. Quem vê aquilo tudo ali espalhado nas bancas nem imagina como ela comprime a carga e tudo cabe maravilhosamente no veículo da família. Não reclama de sua rotina, gosta do que faz e como a simpatia anda com ela, fazer amizades é algo inerente ao seu trabalho. Cotinha espera permanecer mais uns 40 anos fazendo o que gosta e como gosta, feirando.