sábado, 16 de julho de 2016
ALFINETADA (147)
UM MURAL, TITO MADI E SUA PIRAJUÍ*
* Na quinta passada recebo via email do amigo paulista pirajuiense Francisco Bonadio, uma informação: "Hoje, Tito Madi comemora 87 anos de idade. Aqueles que desejarem cumprimentá-lo, podem ligar para sua casa 0 XX 21 - 2257-2200. ou mandar email para seus filhos Carmem Bulcão (carmembulcao@yahoo.com) ou Ricardo Hemais Maddi (rmaddi@globo.com) ou para suas respectivas páginas no Facebook - Carmem Maddi Bulcão e Ricardo Maddi.". Na sequência quem liga é o Alex, diretor do Alfinete, semanário de Pirajuí e com um pedido para escrever algo para algo especial a ser publicado na edição que sai às bancas hoje. Escrevo esse texto:
Permaneço um tempo longe das publicações neste querido semanário, mas nunca dele me esqueço. Tenho ótimas recordações de todos os momentos em que emprestei minha escrita e contei com a tolerância dos leitores de Pirajuí e região para com meus semanais textos. Criei excelentes amizades na cidade, principalmente por causa do jornal. Uma delas conto aqui. Quando comecei, o time de colunistas era grande. Tinha para todos os gostos. O tamanho do jornal era pequeno, mas era grande sua penetração (ui!). Hebdomadário, como Marcelo Pavanato, o então dono do negócio gostava de denomina-lo, “picava e não feria”, seu slogan de guerra, onde praticava o bom combate.
Ao meu lado em suas páginas uma galeria de bons escrevinhadores. Escolho uma edição ao léu aqui na minha coleção e lá revejo quem estava ao meu lado: Piter Pereira, Omar Khouri, Tufão (onde andará esse cara?), Marcelo Daniel, Celso Fonseca, Maringoni,Fausto Bergocce e até o João Bidu. Um outro acabou se tornando um grande amigo, Tito Madi. Escrevo dele sempre com muita emoção e contentamento. Tito mandava seus textos para o jornal escritos a máquina ou a mão e os enviava via fax, que hoje nem mais existem em funcionamento. Marcelo transcrevia tudo com sua eterna paciência.
Eram suas reminiscências da cidade, dos seus tempos por ali, infância intensamente vivida nas ruas e campos de pelada. O danado quase foi jogador de futebol de verdade e isso só vim a saber lendo seus textos. Muito escreveu sobre sua cantoria, sua carreira, o Rio de Janeiro, a esposa e os amigos. O Bonadio sempre foi o maior deles, esse até hoje o maior entendido no mundo de Tito Madi, até mais do que ele próprio. Eram textos curtos, escritos com muita intensidade e emoção. Ele me contou certa vez que escrever aquelas linhas o fazia voltar no tempo. Sei que ficou tomado de imensa tristeza quando deu por fim a série de escritos. Qualquer dia alguém reúne tudo e transforma num livro. Aguardo esse dia.
Falaria e escreveria de Tito por dias. Trabalhei na Cultura em Bauru e o trouxe uma vez no Automóvel Clube, veio outra pelo SESC e por fim, o primeiro da série Grandes Nomes do Alameda Quality. Em todas, fazia questão de ficar uns dias na sua Pirajuí. Fez shows homéricos na cidade, tanto no Parque Clube, como outra vez, num palco imenso na rua numa festa da cidade. Ele se desdobrava para se apresentar para os seus, um preparo diferente. Esmero de quem ama sua terra.
Hoje, vejo que mais uma homenagem foi feita a ele e isso é algo para soltar fogos, dar piruetas na rua e pedir homenagem na Câmara Municipal. Um artista conseguiu um espaço e pintou um lindo mural enaltecendo o maior artista da cidade numa parede na cidade. Murais são lindos, pois a gente passa constantemente diante deles e a cada reencontro com a obra, mais uma olhada e a lembrança de quem está por detrás dela, tanto o artista que a criou, com o homenageado. E quando esse homenageado é Tito Madi, o encantamento é maior.
Acabo de comprar numa última ida ao Rio o seu último CD, um com o músico Gilson Peranzzetta, onde ele canta magistralmente aquelas canções cheias de muito mel, adocicadas pela envolvente voz desse compositor e intérprete único no cancioneiro popular brasileiro. Tito resiste na sua Copacabana, vive de saudades, muitas delas de Pirajuí, sua gente e fatos ali vividos. Quando vi o mural, tudo isso me veio à mente. O ontem e o hoje, o que ocorreu e o que está sendo feito. Se ontem ele fez muito por nós, que façamos algo por ele e já. Mandem notícias para ele da homenagem, ele vai adorar. Tito adora receber notícias de Pirajuí, ainda mais quando são dele e boas.
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2 comentários:
Estive em Pirajuí hoje e vi o mural. Ficou bem legal. Parabéns a quem fez a bela e merecida homenagem e parabéns a Tito Madi, querido músico de nossa cidade. Todo tempo e lugar são oportunos para homenagear sua pessoa e arte.
Heloisa Alves Ferreira Leal
Muito linda a homenagem ao grande artista Tito Madi!!!
Fausto Bergocce
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