terça-feira, 30 de junho de 2015

UM LUGAR POR AÍ (69) e O PRIMEIRO A RIR DAS ÚLTIMAS (09)


ENCERRANDO JUNHO COM OS ÚLTIMOS CACOS DO MÊS


CACO 1 - O QUE ME INTERESSA HOJE É VER A GRÉCIA VERGAR OS PODEROSOS DA EUROPA E DO MUNDO:
EL DESAFIO GRIEGO
No diário argentino Página 12, edição de hoje uma análise das mais interessantes e linda, porque analisa sem levar em consideração o que a maioria da mídia brasileira pratica, a intransigente defesa do mercado, do deus dinheiro e do neoliberalismo. Existem outras saídas e é por elas que a Grécia deve (e precisa) seguir, guiando boa parte do mundo na sequência.
Leiam clicando a seguir: http://www.pagina12.com.ar/…/elmun…/4-276027-2015-06-30.html
Como é salutar encontrar visões ainda por essa vertente na imprensa.
A Grécia pode ser a saída tanto aguardada, o pontapé inicial para uma revolta mundial contra os donos do capital, que infelicitam a vida das pessoas. Vamos com eles? Nada como reestabelecer uma vidinha saudável, tranquila, amena, pobre e edificante, sem grandes arroubos consumistas, mas preservando a dignidade humana. O mundo está precisando mais e mais de vidinhas simples, descompromissadas e onde vivamos mais. Nesse mundo onde a busca por mais e mais é intransigente, deixamos de viver e isso cansa. Queremos viver!!!! Que a Grécia nos mostre um novo caminho.
HPA - torcendo muito por uma Grécia livre, altaneira e soberana

CACO 2 - A PENÚRIA DO FUTEBOL, O QUE AINDA VEJO E UMA FRASE QUE DIZ MUITO:
Recebi ontem vindo do Roque Ferreira, esse triste e melancólico documento, "A penúria do futebol pelo interior em São Paulo" (http://infograficos.estadao.com.br/esportes/penuria-futebol-interior-sao-paulo/).
É para chorar, e copiosamente. Venho chorando sobre esse assunto há muito tempo. E cada vez mais quero me dliciar com esse futebol advindo do interior brasileiro e cada vez menos com o dos grandes clubes e times. Ainda bem existir o Canal BRasil para nos presentear com jogos da Série Cdo Brasileiro e mesmo a Rede TV com os da B. E a té a Rede Vida com os jogos do interior de São Paulo. São o que preciso no momento, nada mais. Não consigo mais assistir jogo inteiro da Seleção, com essa composição e o que está por detrás de tudo o que vemos no campo. Me recuso. Assim como me recuso a paparicar o Futebol Amador bauruense bancado por quem o é no momento. Não vou referendar isso e daí, como a maioria faz vista grossa para isso e continuam achando tudo mil maravilhas, me abstenho e fico na minha. Perdeu a graça, o encanto, a magia e até mesmo a certeza absoluta de que tudo é resolvido nas quatro linhas do campo.
Desse momento mais que triste do futebol brasileiro, lembro a morte semana passada de um grande o jogador CArlinhos, que foi jogador e técnico do Flamengo, também chamado de Violino, tal a finesse com que jogava. Fala pausada, baixa, meio sussurrada, li algo dele no pós-morte e é o reflexo dessa pouca vergonha vicejando hoje no nosso futebol. Simples assim, sem tirar nem por. "Os jogadores não tem mais compromisso com o clube, só com os empresários que os empregam".

A putaria financeira está institucionalizada e os clube cada vez mais quebrados. A mudança tem que ser ampla, geral e irrestrita. Ou o caos, logo ali na curva da esquina, vai se consumar e mais rápido do que se imagina. Pelo bem do futebol falta uns e outros com muita coragem de enfrentamento disso tudo e uma verdadeira virada de mesa. Do contrário, só pioraremos.

CACO 3 - O PRIMEIRO A RIR DAS ÚLTIMAS (09) UMA FOTO QUE NÃO MOSTRA O OUTRO LADO
Foi feito um alarde além do natural sobre um alto valor alcançado nesses dias no tal do IMPOSTÔMETRO. Dizem ter alcançado um valor estratosférico. A ACIB - Associação Comercial e Industrial de Bauru foi na onda e fez festa para se dizer muito contrariada com o alto índice. Sim, seria ótimo se não fosse algo um tanto sem sentido. O tal do "Arraiá do Imposto" gerou belas fotos com modelos vestidas a caráter, como verdadeiras caipirinhas e com cartazes anunciando os valores dos altos impostos. Acho o valor cobrado um absurdo, devendo mesmo ser cobrado o melhor uso desses impostos e sempre em alto e bom som, mas não só isso.

Porém, seria ótimo ver também uma cobrança com a mesma pompa em cima de outro índice que todos sabemos é também dos mais elevados, o tal do SONEGÔMETRO. A sonegação campeia livre, leve e solta nesse país e quando pegos (os tais das forças mais que vivas de um lugar), como no caso recente dos investidores do HSBC, a mídia faz uma vista grossa e sem o mesmo alarde quando o assunto é espezinhar o quintal do vizinho.

Olha, sinceramente, o Impostômetro deve ser alto paca, mas acredito que o Sonegômetro deve ser mais alto ainda. Queria ver a ACIB entrando nessa briga e fazendo de tudo e mais um pouco para diminuir também esses índices.

OBS.: Broncolino, por certo, riria de se pegar somente no pé de uma coisa e não de outra. A foto é do JC, edição de hoje.

CACO 4 - MEUS CREDORES QUE ESPEREM, HOJE NÃO PAGO NADA, QUERO É SABER DA GRÉCIA
Tenho credores chatos. Sempre os tive, pago a todos, mas nada que me impeça de continuar desfrutando da vida, essa que tenho e pelo que sei, outra não existirá. Daí, faço de tudo e mais um pouco para vivê-la a contento. Minhas dívidas eu faço com achegos, quando não posso quitar alto valor, vou lá e dou um bocadinho e quando me surge uma loucura, não deixo de subir nesse bonde e depois acabo dando um jeito. Uns esperam mais, outgros menos e os mais abusados, aqueles que querem enfurnicar com a vida da gente, esse precisam mesmo de uma lição. Os desprovidosde valores sociais no coração, os que só pensam no vil metal, esses merecem um padecimento acima da média. Daí ter resolvido fazer também uma moratória ou coisa lá que se chame dar um tempo no pagamento de minhas atribuições e esperar a coisa ser resolvida lá na GRÉCIA, um país que precisa dar um jeito de se safar dos sacanas que querem lhe surrupiar até a alma (os bolsos já levaram faz tempo). Parei com tudo e torço para que ela mesmo não pagando a conta vencida hoje, consiga na junção de outros na mesma situação mostrar para os que emprestaram a juros escorchantes, que o negócio precisa ser renegociado, pois basta de sacrifícios. Conheço pouco da Grécia além dos pensadores, mas se querem saber de uma coisa, me acho grego desde criancinha e se pudesse estaria lá na praça deles agora mesmo e gritando contra os desmandos dos que nos vendo com a corda no pescoço não facilitam nada e vão lá ainda dar mais um aperto. Acho que a Grécia ainda vai dar um belo de um exemplo pro mundo, Só daí para frente p]enso em como vou pagar os meus credores. Tô com eles e se não posso ajudar de outro jeito, ajudo dessa forma.
Leiam o que o Página 12 acabou de publicar agora, 18h30 em sua página na internet: http://www.pagina12.com.ar/…/ulti…/20-276071-2015-06-30.html

Quando é que a grande mídia brasileira vai dar uma primeira página com oessa do Página 12 argetino em sua edição de hoje?

segunda-feira, 29 de junho de 2015

BAURU POR AÍ (115)


O QUE VI NOS CORREDORES DA FOB USP CENTRINHO É UM TANTO DESOLADOR

Sou a pessoa das historinhas ouvidas pela aí. Circulando esses dias pelos corredores da FOB/USP ouço uma e vejo a necessidade de passá-la adiante. Uma avó de um paciente, um menino com problemas de fala, acabou se mudando para Bauru com toda a família, vindos todos de uma cidade grande, muito distante, mais de 800km daqui, tudo para acompanhar um tratamento em excelência, algo que não tinha condições de ser executado em sua cidade. Seu relato foi mais ou menos esse:

“Viemos todos e por causa de algo comprado coletivamente pela família, a certeza de que teríamos um tratamento de ponta, algo inédito no país, totalmente de primeiro mundo e a única possibilidade de recuperar meu neto. Minha filha deixou um curso universitário, outro abandonou emprego, deixamos tudo para trás e viemos quando tivemos a certeza de que tínhamos que salvar o menino. Moramos de aluguel nesse tempo todo, Tudo aconteceu exatamente dessa forma até bem pouco tempo, mas agora tudo mudou. A USP já não é a mesma. Os investimentos governamentais minguaram e aquilo tudo que aqui ocorria de forma primorosa, foi abandonado. E o que fazer? Voltar atrás será difícil, pois o tratamento está pela metade e com adiamentos mil no seu curso, algo que não ocorria no passado.

Tenho um exemplo clássico disso que falo. Quando chegava aqui pela manhã para algum atendimento os corredores estavam tomados de gente, do país todo e também da América Latina. Você via aquele amontoado de gente e se assustava, mas era incrível como tudo fluía bem. Em no máximo quinze minutos, não mais que isso tudo era encaminhado. Muita seriedade no trabalho. Hoje, olhe para os lados e constate comigo como tudo mudou. Os corredores estão vazios e aquela agilidade toda foi um tanto perdida. Inegável isso. Tudo aqui é feito pelos estudantes, sei disso desde o começo. Sem problemas. Só que, com programas interrompidos, verbas estancadas, projetos foram abortados e a realidade já é outra. Muita coisa foi também terceirizada e o serviço piorou. Eu e minha família já estamos questionando se fizemos de fato a escolha acertada em se mudar para cá, pois tudo hoje está muito moroso e não era assim.


Eu observo e saco as coisas. Existe muito ego elevado nas instituições públicas. Um tal de substituir o mais velho pelo novo e isso a qualquer custo. Os resultados disso também ficam evidentes. Veja o caso da FUNCRAF. Essa terceirização não é de hoje. Não se contrata mais gente para ser servidor público. Quando um desses servidores foi demitido e entrou na Justiça, o Ministério Público exigiu que todos fossem demitidos e fosse feito novo concurso. Isso ocorreu, mas aqueles experientes profissionais não conseguiram manter seus postos. Essa substituição foi danosa para a continuidade dos serviços. Eu percebi isso aqui na pele. Quando que alguém chegando agora tem a mesma experiência de outro com anos executando aquela função? Quem paga o pato é quem se utiliza do serviço. Triste demais isso, essa a realidade.

O entorno do Centrinho era uma agitação só, com muitas pousadas, todas lotadas e todos os meios disponíveis para trazer e levar pacientes. Circule pela região e veja o vazio, o novo momento. Pergunte para o pessoal das empresas de ônibus e aviação e veja como o quadro é outro. A excelência foi para as cucuias. A quantidade de atendimentos do passado foi reduzida a bem mais da metade. Nem sei como os programas estudantis de estudo são mantidos com tão poucas cirurgias. O Governo Estadual se mostra insensível com isso e a USP, lemos isso está falida. Quebraram a USP, deram um jeito de danar o Centrinho. Nunca você que alguém viria buscar um atendimento aqui anos atrás e encontraria tudo assim às moscas, um quadro desolador para quem vivenciou o que já foi e o que é hoje".

Ouvi tudo e fui olhando para os lados, sacando os setores, as pessoas nos corredores, puxei um conversa aqui e ali e constatei ser a mais pura verdade. O Centrinho já perdeu a excelência, o atendimento da FOB/USP dentário para a população idem e se continuar desse jeito, tudo aquilo que foi tão bem construído ao longo dos anos estará sendo destruído. Não tem como contemporizar, trata-se de uma constatação. A fiz hoje in loco e qualquer um que faça o mesmo, obterá, com certeza, os mesmos resultados. Essa a degradação pública promovida por governos não interessados em solucionar os reais problemas do seu povo e só em resolver as pendengas financeiras criadas por eles mesmo ao longo dos anos em que se encontram no comando dos mesmos Governos.

Vale a denúncia e que ela, não só seja levada em consideração, como levada adiante. Essa a realidade e não adianta querer tapar o sol com a peneira. Se está ruim, pode piorar.



OUTRA COISA - A ÀRVORE DO LADO B DA CIDADE
Pronto, se a tal da Copaíba é a arvore que melhor representa a Zona Sul e tudo o que gravita no entorno da Getúlo Vargas, acabei encontrando outra, a que significa muito para o outro lado da cidade, seu lado periférico, suburbano, dito também Lado B. Trata-se de uma legítima SERINGUEIRA e está localizada ali na rua Bernardino de Campos, vila Giunta, bem próximo do distrital do Padilhão, numa pracinha feita especialmente para abrigar a grandiosidade da dita cuja. Ela já invadiu tudo o mais à sua volta, soube ir ocupando todos os espaços possíveis e os imagináveis e permanece soberana e altaneira, reinando sob tudo e todos à sua volta. Credito a ela papel até mais importante do que a versada e paparicada copaíba, uma que um dia não foi cortada e construiram a avenida contornando-a. Quer dizer, conseguiu vencer a força podadora do ser humano. Essa da Bernardino idem, uma pequena praça foi levantada aos seus pés tudo para melhor abrigar sombra tão majestosa e altaneira. Essa é minha árvore preferida de Bauru. E a sua?

domingo, 28 de junho de 2015

O QUE FAZER EM BAURU E NAS REDONDEZAS (64)


SAI GANHANDO: NÃO ASSISTI A SELEÇÃO, MAS VI O “CAREQA” REVERENCIAR TOM WAITS NO SESC

Nem pensei duas vezes. Ontem estava um friozinho bom de ficar dentro de casa, talvez até vendo TV (tinha jogo da Seleção, classificatório na Copa América). Preferi fazer tudo diferente. Insisti com Ana Bia e fomos ao SESC assistir ao show do CARLOS CAREQA, um multi artista que vim a conhecer dos tempos quando perambulava sem eira nem beira lá pelos lados de Curitiba, coisa de uns bons 15 ou 20 anos atrás. Foi quando peguei um amor além da conta por gente da laia de Dalton Trevisan, Leminski, Solda, Arrigo Barnabé e esse Careqa, esse mesmo já morando em Sampa, não saia de sua fria terra. Foi num tempo onde existiam ainda três cinemas cults na rua XV, a do Calçadão e muitos teatrinhos de pequeno porte espalhados no centro e lá pelos lados do Largo da Ordem. Era onde me deliciava procurando shows. O Dalton eu caçava e cheguei a vê-lo uma vez numa livraria onde marcava ponto, lá nos Altos da XV. Fiquei tão abasbacado de cruzar com o “Vampiro de Curitiba” que, quase me borrei todo e na tremedeira nem me acheguei perto. Dessa época trouxe de lá um CD, que ouço de vez em quando, o “Os homens são todos iguais”, do Careqa. “Eu gosto de Cu...ritiba”, é uma que rodo sempre na minha vitrolinha. O CD é de 1996, da extinta Velas, mas acho que o comprei anos depois.

Depois de lá, quando diminui as idas e vindas para Curitiba, onde ia vender minhas chancelas, assisti somente mais um show dele. Foi aqui em Bauru e também no SESC. Lembrei disso ontem quando saquei do CD, o “Tudo que respira quer comer” , onde cantava com muita gente boa e conhecida, assinado por ele em 13/05/2005 e o próprio ao vê-lo assinado me diz: “Esse já assinei, mas faça isso mesmo, toda vez que me assistir traga de volta que reforço e coloco a data nova”. Mas antes de escrever disso, faço algo do show. Quando saímos com o carro, eu e Ana, ela me disse: “Isso está me cheirando a roubada”. Dois amigos inventaram desculpas e não nos acompanharam. Ganhei os dois convites da organização do SESC, quando me comuniquei com eles no meio da semana e disse gostar muito do artista. Cheguei em cima da hora e a eficiente Sandra Botelho (quinta tem Jaques Morelenbaum, hem? Posso ganhar outros convites?) já me esperava com os dois na mão. Esperamos Careqa acabar de cantar a primeira música e adentramos o auditório. Lá estava o gajo num impecável smoking com chapéu coco, todo de preto e fazendo a voz do Waits, mais rouco impossível. Sabe o que aconteceu? Havíamos sentado na quinta fila e fomos quase imediatamente para a segunda, para ficar mais perto e gravar algumas das canções. Sento ao lado do Sinuhe Preto e do seu filho, esses mais dois que desistiram de assistir a Seleção pela TV.

Nem respiramos mais e nem ficamos a trocar aquelas beijocas durante o show. Careqa incorporou o Waits e nos deliciou com belas interpretações livres de suas músicas, nenhuma em inglês. O time ao seu lado era dos melhores, começando por Mário Manga, que sempre o acompanha (ele do inenarrável Premeditando o Breque), na guitarra e cello, mais Márcio Nigro, no baixo e guitarra e Cláudio Tchernec na bateria. Sabe aquilo de tocar com amigos e todos do mais fino trato? Sempre dá coisa mais que boa. E ele destilou (ou desfilou, sei lá) o fino repertório onde encaixou citações suas para as letras do norte-americano. Depois me explica no final do show: “As citações do Waits eram com algo bem dele, que poucos daqui conhecem, daí coloquei os nossos”. É sempre um deslumbre ouvir o “Guaraná Jesus”, que no original chama-se “Chocolate Jesus”. A minha preferida ele não cantou, a “Boa noite Matilda” (original Tom Traubert’s Blues). Contou histórias e pegou no pé do Manga o tempo todo. Perguntava o resultado do jogo e quando Sinuhe lhe disse termos perdido a classificação nos pênaltis para o Paraguai, lembrou que é a segunda que perdemos sem o Neymar. Uma sina logo esquecida com muita música. Lembro também de como consegui o CD “À espera de Tom” (outubro de 2007). Havia emprestado de um amigo que o tinha (quem será? Não consegui me lembrar?), piratiei tudo, a gravação e os encartes. Ficou lindo.

O show começou às 20 hs e terminou umas 21h30. Pouco antes, fazendo a propagando da venda dos seus CDs, falou do amigo lá do lado de fora, seu produtor, que havia participado da formação original do Grupo Tarancón e canta algumas do grupo ao piano. Tudo para divulgar terem os seus ali na saída. Ana não se contém e me canta aos ouvidos uma deles, a “Boquita de Cereza”. Saímos e vamos conhecer o amigo do músico, um desses morenos com cara de paraguaio, conversador, camiseta de mangas curtas no frio e propagador da obra carequista. Seguindo sua dica compramos mais um CD, o “Made in China” e aguardamos o Careqa para os autógrafos. Ele chega todo alegre e conversador. Ótimo papo e prosseguimos a conversa sobre o Tarancón quando Ana não se segura e diz saber inteira a “Boquita”. Canta e Careqa a acompanha ali no hall. Eu boquiaberto, sem saber o que fazer, nem me lembrei que podia ter gravado tudo. Perdi a oportunidade. Autografou tudo, rimos do pirata (ele me diz: "Eu também sou pirata, mas do Waits"), lembramos histórias curitibanas e por fim, me faz um mimo. Diante dos três que já tinha e mais um que havíamos comprado, me presenteia com mais um, o “Palavrão – Música Infantil para Adultos”. Voltamos para casa ouvindo esse Tom Waits brasileiro, mais original impossível e no caminho Ana me disse: “Desculpe por ter achado que iriamos numa roubada. Foi ótimo. Gostei dele, muito simpático, dos músicos, ótimos e até cantei. Melhor impossível”. Achei o mesmo, já da Seleção Brasileira do Dunga, do Farah e do Marin, isso são outros quinhentos.

Voltamos em pleno estado de graça para casa. “Carecando” da melhor maneira possível...

DOMINGO - MINHAS FIGURINHAS ESPECIAS, MEU LADO B, NA FEIRA E NA VIDA
Vejam vocês se existe como eu não continuar frequentando a feira dominical, ali na Gustavo, mais precisamente lá na Julio Prestes, imediações da Feira do Rolo? É ali que me renovo, recarrego e revejo as pessoas com as quais vou construindo minhas histórias. Passei hoje pela Banca do Carioca e lá, ele já conhecendo meus gostos e preferências, guardou para mim um livro que lhe chegou às mãos e com a temática da mulher da ferrovia, escrito pela minha ex-professora, a Lidia Maria Vianna Possas, o "Mulheres, Trens e Trilhos", que já tenho e esse exemplar será presente para dileto amigo araraquarense, o escritor Ignácio de Loyola Brandão (ele já me prefaciou um livro que ainda vou escrever um dia). Compra feita quem passa pela banca é o vereador Roque Ferreira e daí se iniciam conservações múltiplas e variadas. Na sequência quem passa e puxa assunto é o ex-vereador Marcelo Borges junto de sua filha (veja isso Silvia Oliva). De lá eu e Roque resolvemos tomar um chopinho da Germânia ali na esquina, com o sanfoneiro que está montando um point popular.
Na sequência das fotos, quem primeiro para ali é o Clarindo Fogaça, famoso criador de sacis. Depois o Luiz Maffei, ex-garçom do Jeribá e hoje no Alex, meu quase vizinho e que me diz já ter lido o que havia escrito hoje pelas redes sociais. Outra que para só para conversar é a Vanessa Santos, professora da rede pública e minha amiga de shows no SESC. Me enche de orgulho, pois diz que estava procurando a tal choperia da feira que tanto falo. Achou e eu nela. O cabeleleiro Zaza Cabeleleiros passa com a esposa e além dos cumprimentos tiro logo uma foto deles. Manoel Carlos Rubira e Rubens Colacino param, sentam e ficam a prosear conosco em conversas de tudo quanto é espécie. O serralheiro Edilson Barduchi passa com a esposa e ainda procurando sua caixa de ferramentas roubada dentro do carro e diante de sua casa. Nosso amigo sanfoneiro, dono do estabelecimento e que não consigo me lembrar do nome correndo de um lado a outro, casa cheia. Carioca passa com um vinho comprado logo ali numa banca e levando para oferecer aos seus clientes lá na mais famosa banca de livros da cidade. Como não notar um senhor japones comprando nabos na banca logo ao lado, cena linda de ser registrada. A amiga Vanessa está acompanhada hoje de uma ilustre pessoa, a estudante cubana JANYS, fazendo doutorado em São José do Rio Preto e de passagem por Bauru e já tomando chopp na feira.
Um deslumbre e daí, claro, altos papos cubanos entre todos os presentes. Benedito Requena, intrépido jornalista vai chegando e ficando, primeiro ouvindo as prosas todas e depois delas participando. Não quiz beber choop, mas entrou no café servido pela casa. Outra que não tomou chopp foi a nossa museóloga, vindo diretamente do Rio de Janeiro para Bauru, a Luiza, que nos disse que em dois anos de Bauru está solteirissima. Tomou um suco verde, hortelã com alguma coisa. Ainda proseamos mais todos numa grande roda e cedemos lugar para as damas sentarem e fomos comer nosso pastel na banca ali quase do lado. Na hora em que eu e Roque já estávamos levantando ancora eis que surge adentrando a feira o querido Mirtão Dota. Paramos para conversações na beirada de calçada, quase todas sobre os destinos desse pessoal desgarrado da esquerda e de para onde podemos ir nesse momento. Daí não aguentamos mais, a barriga roncava, compramos um galeto assado ali na esquina da Antonio Alves com a Julio Prestes e por meros R$ 18 reais fizemos nosso almoço (levo Roque em seu lar). E assim a manhã foi sendo devidamente engolida e degustada. Esse meu matinal domingo. Não penso em outro. Esse é o meu lugar. E tô errado????

sábado, 27 de junho de 2015

ALFINETADA (134)


REVENDO TEXTOS DE 2002 NO ALFINETE DE PIRAJUÍ
Mês a mês, mais sete dos meus antigos textos rodando pela aí. Nos de hoje os últimos publicados no ano de 2002, exatos 13 anos e meio atrás:
nº 194 - "Amarribo e a questão da cidadania", publicado em 16/11/2001

nº 195 - "Drops 5 - Histórias realmente acontecidas", publicado em 23/11/2002

nº 196 - "Você já ouviu falar do Unhudo?", publicado em 30/11/2002

nº 197 - "Uma outra forma de encarar o mundo", publicado em 07/12/2002

nº 198 - "Comparações entre a mulher e o homem", publicado em 14/12/2002

nº 199 - "Um conto (ou seria pura realidade) de Natal", publicado em 21/12/2001

nº 200 - "Edição muito mais que especial", publicado em 28/12/2002

sexta-feira, 26 de junho de 2015

PRECONCEITO AO SAPO BARBUDO (90)


FIQUEM CALMOS, CAFEO PROFETIZOU HOJE COMO OS MERCADOS PODEM VOLTAR À NORMALIDADE: PRENDENDO O LULA.

Reinaldo Cafeo, o economista que temos diariamente no programa InformaSom da rádio 94FM não faz questão nenhuma de esconder de ninguém suas preferências e parcialidades comunicacionais quando diante do microfone. Um belo de um refinado exemplo do que o professor Vladimir Safatle afirmou essa semana no seu artigo para a Carta Capital, a “A produção da Crise”. Leiam o texto aqui:http://www.cartacapital.com.br/…/a-producao-da-crise-7086.h…. Lá uma frase bem propícia para tudo o que ouço do dito economista sempre de plantão em posicionamentos somente favoráveis às leis do mercado como única saída para tudo e mais, para cutucar desafetos e nada dizer dos afetos, os propiciadores das grandes desgraças do país. “Os sujeitos que aparecem como agentes econômicos não parecem mais ser portadores de crenças, desejos e afetos. Antes, eles seriam agentes maximizadores de benefícios. Seus sistemas de interesse poderiam ser descritos a partir de uma pretensa racionalidade fundada em cálculos de custos e ganhos passíveis de mensuração e quantificação. (...) O Brasil, através de sua estrutura monopolista de sua economia, inventou o capitalismo sem concorrência. (...) ...o discurso econômico nacional produz uma crise com causas próprias e em causa própria. Não é difícil saber a quem isto beneficia”. Ponto.

Agora o motivo maior da escrita de hoje. Cafeo foi analizar a queda no dia de ontem da Bolsa, do dólar, do mercado estar agitado e dos negócios dos que aplicam bilhões nesses fundos especulativos não estarem fluindo a contento. “Foi a não prisão do Lula pela Operação Lava Jato. Quando o mercado esperava que isso ocorresse e o juiz Moro joga o balde de água fria dizendo que nem investigado ele é, a credibilidade das instituições se derretem e voltamos a ser taxados como falhos”, esse mais ou menos sua fala. Mais não disse, ou aliás, nunca diz sobre os tais que usaram e abusaram da lavagem de grana nas operações do HSBC, os tais santos do pau oco, ou seja, a classe empresarial que patrocina o Caso Zelotes. Nada disso vale, nem Youssef ter vindo mais de dez vezes em Bauru buscar grana viva para favorecer Furnas para um outro aí, o que vale mesmo é “PRENDER LULA”. Tudo pela normalização e estabilização do mercado com o sapo barbudo atrás das grades.

Providenciaremos isso (já estou mechendo meus pauzinhos), só para atender os anseios desse professor em ver o mercado sem traumas, funcionando maravilhosamente bem para os que dele se beneficiam. Olvidarei todos meus esforços para o bem das previsões cafeístas se concretizarem, algo que não havia ainda visto em nenhum outro informe econômico e nem na boca de gente como Merval Pereira. Só na dele, mas como trata-se de um bidu, tratemos de prender Lula para que ele consiga ter daqui para frente o sonos dos justos. Tudo farei para continuar ouvindo as acertadas e proféticas previsões desse mago das economias e que, por sorte, está aqui bem ao nosso lado, nos conforta e nos acalma diariamente com seu implacável sonífero para nossas inquietações. Vamos caçar o tal do Lula, eis a solução para resolver de vez o problema do país.

OBS.: Na primeira foto, como se vê, todos já na implacável caçada ao perigoso barbudo (êpa, eu também tenho barba. Será?).


OUTRA COISA - ESTUDANDO AS COISAS DA MÍDIA, acho que o ontem falecido NICO FAGUNDES, tradicionalista gaúcho, morto aos 80 anos e pela extensão de seu currículo como historiador, poeta, folclorista, estudioso das tradições gaúchas, radialista matinal num programa famoso, também reproduzido na TV local, deva merecer hoje um destaque até maior do que o ocorrido com o jovem falecido dias atrás, um que, infelizmente só fiquei sabendo quem era após sua morte, pois desculpem-me se estou sendo chato e impertinente, não o havia notado até então e nem seu nome consegui gravar, mesmo tendo sido repetido a tarde toda vida TV. Mortes são cruéis, todas elas, as por acidente ou por agravamento de doença, tanto faz, mas na hora de enaltecer uma e outra, ou seja, acredito que uns sejam mais merecedores que outras. Confesso que me prostarei diante da TV hoje a tarde se a TV Globo, a Record e a Bandeirantes ocuparem toda sua grade na parte da tarde para tecer loas ao véio Fagundes. Eu até discordava de um monte de coisas que ele pronunciava (tradicionalista demais da conta), mas impossível passar ao largo, se mantendo indiferente ao que representava para o país. Passado os momentos de dor pela perda de um e outro, sem querer ofender ninguém, deixo a pergunta: Quem era mesmo o jovem que morreu no acidente? Qual seu legado para a posteridade? Cliquem o nome dos dois no tal do pai dos burros atual, o google e obtenhamos as devidas e respectivas respostas. Quanto mais estudo as coisas dessa mídia nos tempos atuais, mais tenho a absoluta certeza de que fazem de tudo e mais um pouco para o emburrecimento da turba do lado do cá da telinha. Faço questão de ligar nesse programa vespertino, o Vídeo Show só para ver o que irão falar hoje do NICO FAGUNDES.
HPA

quinta-feira, 25 de junho de 2015

MEMÓRIA ORAL (182)


SETE FRAGMENTOS DE HISTÓRIAS RESGATADAS POR ESSES DIAS


1.) VITOR JAHPA FREITAS TATOO, seu nome bem que poderia ser essa mistura do verdadeiro com o acoplado ao longo dos anos. Esse nissei de 32 anos é um touro no que faz, um batalhador, desses que veste a camisa e a sua até não mais poder. Descobriu a tatuagem, trabalhou com muita gente experiente e por fim, estava atendendo em sua casa, no condomínio popular, entre o Distrito Industrial e o Rasi. Deu um nome legal para seu negócio, o Jahpa Dreadlocks Tatoo e aos finais de semana, fazia algo mais para complementar renda, como garçom no Armazém Bar. Jahpa tem uma legião de fiéis amigos, que o admiram e dele não se afastam. No meio deles é também chamado de “Preto”, por causa de um bordão que sempre usa, o “Vai Preto”. E de tanto repetir a palavra, alguns também o chamam assim. Seu trabalho está ganhando corpo, consistência e angariando sempre novos clientes. Hoje, internando num dos hospitais da cidade, Valéria, sua amigo lá do Armazém me diz que já está começando a soltar a mão, mas seu quadro é preocupante, pois “descerebrou”. Forte, resistente, está lá na maior força para continuar vivendo. A força dos amigos vem de todos lugares, amanhã um show todo em prol dele lá no bar e por lá também circulando muitas rifas e outros meios de ajuda-lo, pois os gastos são muitos. Coisa linda ver a espontânea mobilização despontando e vicejando dos mais diferentes lugares, tudo pelo e para o bom Jahpa. Falando dele a cada novo instante estaremos dando aquela forma além da imaginação para seu restabelecimento.

2.) HÉLIO YOSHIMI UCHIDA é de descendência japonesa e atua no comércio bauruense desde que me conheço por gente. Ele também possui parcas recordações dos tempos longe das atividades relacionadas ao comércio da área central da cidade. Aos 14 anos, seu primeiro emprego e na extinta Cooperativa Sul Brasil, ganhando meio salário mínimo. De lá foi trabalhar nas famosas Lojas Americanas, quando da mudança e já no endereço atual, numa época quando possuía mais de 200 funcionários. De lá ficou mais 11 anos na Escarpa Móveis e Materiais de Escritório, quando teve a ideia de montar seu próprio negócio, uma papelaria. Muitos se lembram da sua até hoje, a Hélio Papelaria, sempre na rua 1° de Agosto. Foram 15 anos comandando uma pequena loja no segmento de papelaria, quando adquiriu uma cancha muito grande no ramo papeleiro. Quando não resistiu mais manter a sua aberta, aceitou um convite do Jair Lott Vieira e foi atuar na Jalovi, primeiro como vendedor especializado de balcão e hoje, passados quase 15 anos na loja, já ostenta a gerência da loja central, a mais famosa do grupo, no cruzamento da Rodrigues com a Virgílio. Aos 67 anos, já aposentado, mas sem conseguir abandonar o ramo, continua fazendo o que gosta e sabe, papelaria. Morador da Quinta da Bela Olinda desde seus áureos tempos, não reclama do lugar não ter virado o local paradisíaco de sua idealização, pois diz ser lá um ótimo lugar para viver. Lá, junto da esposa Verali, criou os três filhos e hoje ao voltar para casa, a única coisa que diz não gostar de fazer é mexer com internet e computador (“a esposa reclama que se mexo no seu, tiro tudo do lugar e nem gosto”, diz), mas de papel entende tudo, catedrático no assunto, décadas de acumuladas experiências.

3.) WAINER AÉCIO MINNI morreu em Bauru de forma trágica aos 48 anos de idade, por uma quantidade não exatas de caibradas e facadas, quando morava junto com outros mendigos numa casa não mais existente na quadra um da rua Gustavo Maciel. Wainer tinha um apelido conhecido por muitos, BIRIGUI e quando faleceu lembro que muitos o reconheceram. Ele havia se formado em Engenharia Civil na antiga FEB – Fundação Educacional de Bauru, quando lá pelos lados da vila Falcão e depois atuado na profissão por muitos anos. Meu irmão mesmo, Edson, diz terem cursado matérias juntos. Ele casou e depois pelos descaminhos da vida, perdeu a estima por tudo, largou família e desgostoso não quis mais enfrentar esse baita “touro” diário, que muitos pelejam à unha. Foi viver nas ruas e numa tarde de 2007, briga mais que boba, por causa de alguns pertences mal divididos, perdeu também a vida. O fotógrafo do Bom Dia, Cristiano Zanardi com quem conversei dias depois e viu a cena de perto me disse a época que uma cena como aquela não se apaga mais na cabeça de quem a vê. Trombo com tantos outros na região onde moro e as vezes juntando alguns para trabalhos sobre os Invisíveis (ou seria Ignorados?), me deparo com lembranças de uns que se foram bestamente assim como um vapt-vupt.A casa foi demolida e em seu lugar um barracão, hoje loja de peças automotivas. Birigui já era. Outros tantos circulam cidade afora e diante do meu portão.

4.) RICARDO é um dos corajosos ciclistas dessa terra dedicada muito mais ao bicho de quatro rodas do que o de duas. Magro, estatura mediana, inseparável chapéu de sambista na cabeça, idade por volta dos trinta anos, esse simpático e provocador servidor público envolvido por livros em suas atividades é também devoto da bicicleta. Vai e volta de sua casa ao trabalho diariamente pedalando uma garbosa “magrela”, como a chamávamos no passado. Daí a finesse dos seus traços, sempre em forma. Ontem Bauru bem menos perigosa, hoje muito mais, pois além do aumento do número de carros nas ruas, tem uma desatenção pairando no ar e preocupando a todos. Essa sua função livresca ele começou faz tempo, primeiro lá nas hostes da Secretaria Municipal de Cultura, na famosa e distante Biblioteca da Vila Tecnológica, que foi criada para ser um modelo, mas segundo ele mesmo um dia me disse, era uma espécie de “exílio” para quem lá atuava. Um imenso deserto. Lá ficou isolado de tudo e todos até passar no concurso na Unesp e atuar num lugar mais agitado. Perfeitamente entrosado, cuida bem de acervos e pedala que é uma maravilha. Do serviço, tudo zen, das pedaladas, preocupações evidenciadas e atenção mais do que redobrada. Um jogo de sorte e azar, revivido a cada novo dia. Cena maravilhosa é vê-lo chegando pedalando de chapéu. Ricardo é mais um dos vencedores pedaladores desta cidade, pois tudo são incertezas nos trajetos viários por onde passa.

5.) PAULINHO CUNHA, esse o nome de uma das feras das baquetas, mestre no quesito bateria e não só em Bauru, mas por tudo quanto é lugar por onde ele já tenha circulado. Esse nome, o acoplado ao seu nome SACA é algo que vem de muito longe. Ele ficava lembrando os outros com isso do “sacou, saca aí...” e de tanto fazê-lo quem acabou ficando com a palavra no nome foi ele. Aliás, o melhor mesmo é chama-lo de Paulo Saca, pois o Cunha já é um tanto estranho. Imaginem anunciar isso, por exemplo no jornal, que o baterista vai ser um tal de Paulo Cunha. Ninguém vai saber quem é. O moço é muito rodado na área musical e por muito tempo morou em Londrina, quanto tocava para a Expresso Super Som. Aqui em Bauru já cantou com quase todos os músicos e lugares. Versátil e boa praça, hoje faz parte da Orquestra Tocante, especializada em casamentos e festas chiques, mas sempre está junto da Regina e do Marquinhos na Beck Banda. Quando a Denise Amaral o chama, só recusa quando algo de muito importante já está agendado e é figura marcante com as baquetas nas mãos lá no Makalé e adjacências. De uns tempos para cá está solteiro, morando lá pelos lados jardim Terra Branca é de lá que sai para enfeitiçar e colocar swing nas apresentações mundão afora. Um sujeito cheio de boas histórias e possante marca musical. Saca virou sinônimo de bateria e de música tocada com requinte e sapiência. É catedrático nisso.

6.) HERMANO DE ARAÚJO ALMEIDA, estatura mediana, sempre pouca coisa acima do peso, foi um renomado dentista aqui em Bauru, com consultório e nome inscrito na internet até hoje (clicou lá, sai seu nome), mas não só aqui. Por vários anos cruzava com ele diariamente em viagens de ônibus na Bauru/Pederneiras e vice versa. Encontros diários no terminal rodoviário e os longos papos nos ônibus da Empresa Reunidas. Boas lembranças e ao vê-lo todo dia, sempre com um jornal debaixo do braço e uma certeza, já conhecíamos o trecho de cabo a rabo de tanto fazê-lo (eu seguia sempre para frente, trabalhando em Jaú) e o papo rolava solto. Gostava de puxar conversa e não era desses de vir com papos conservadores, cheios de puritanismo ou algo parecido. Cabeça arejada, sua preferência era sempre pelos bancos frontais e se possível uma janela, daí quando não encontrava parceiro à altura para a conversa sobre o assunto do dia e ninguém ao seu lado, sacava do jornal e ia e voltava lendo. Foram anos de longos papos e uma admiração mútua. Ele trabalhava numa cooperativa por lá ou algo parecido. Parei de viajar diariamente para aquelas bandas e ele, fiquei sabendo, pelas vezes que o via nas trombadas na rua havia se aposentado. Tempos atrás num desses esbarrões muitas histórias revividas. Hoje, ao abrir o jornal tomo conhecimento que, exatamente hoje está sendo rezada uma missa pelo primeiro ano de seu falecimento. Lá se foi um bom contador de histórias.

7.) JORGE DE AZEVEDO não é daqui de Bauru. Veio do Rio de Janeiro e trabalhou quase uma vida inteira dentro da instituição Correios e Telégrafos. Vivenciou seus melhores momentos e por sorte, quando tudo começou a se perder, estava chegando a hora de sua aposentadoria e daí, hoje vê de longe o momento atual. Claro, que se antes tudo girava em torno de cartas, hoje não mais, nada pode ser como antes. Levo isso em consideração. Uma grata recordação que tenho do Jorge nos Correios conto aqui e se deu comigo. Sempre mandei muitas cartas pro jornal criticando isso e aquilo. Certa vez o fiz com o tema dos Correios. Saiu publicada no JC e no dia seguinte logo pela manhã meu telefone toca. Era ele, que fez de tudo para descobrir meu telefone e me me ligava para dar as explicações pessoais da empresa. Eles tinham um setor só para isso, o bom relacionamento com o público. Sua resposta também saiu depois no jornal. Acabei conhecendo-o a partir desse episódio. Sempre o vejo nos bares da cidade, agora de bermuda, curtindo um pouco de boêmia, adora o bom samba estilo gafieira de salão. Já confabulamos sobre aqueles tempos, sem aprofundamentos em papos dessa natureza, pois sei que isso o entristece. Os tempos são outros, muitas administrações por lá já passaram depois de sua saída e evidente, a coisa piorou. Hoje escrevo o que quero, do jeito que quero, faço pirueta na porta das agências e ninguém mais me responde. Isso tudo só para mostrar um bocadinho do que um dia foi e do que está se transformando uma das "Jóias da Coroa". Vida que segue, Jorge, fez a sua parte.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

O PRIMEIRO A RIR DAS ÚLTIMAS (08)


QUEM MATOU ODETE ROITMANN? AGUDOS QUER SABER

Esse bordão acompanhou essa novela e até hoje quando alguém quer tentar descobrir algo ainda incógnito, a pergunta inevitável: “Quem matou Odete Roitmann?”. Pois bem, esse negócio oculto está mexendo com a vizinha Agudos, 14 km de Bauru e fazendo com que o assunto predominante em suas ruas, bares, lugares públicos e residências seja um só: “Quem seria o TROMBONE de Agudos?”. Para quem é daqui e longe do que lá acontece, explico a coisa. A família Octaviani está no poder há um bom tempo, dois deles prestes a se tornarem inelegíveis por considerável tempo e outros sendo preparados para sucessão no Executivo municipal. Surge na cidade algo se opondo a isso e com uma plausível justificativa: a necessidade da democrática alternância de poder, com a substituição de um grupo político por outro. Alegam que isso traria incontáveis benefícios para a cidade, pois, segundo alegação deles, tudo o que se perpetua deixa de ser recomendável. Esse o fato. Na sequência disso surge algo criado no facebook, um tal de TROMBONE DE AGUDOS e escancara tudo de forma anônima, séria de um lado e cheia de mordacidade de outra. Uma ou várias pessoas por detrás do nome e uma certeza, Agudos não vai bem e daí dá-lhe em publicações tudo o que existe de discordância do que está ocorrendo na vizinha cidade. E o instrumento musical trombone, como sabemos, produz um som de elevada potência.

Nem precisa dizer que a página do TROMBONE bombou e o assunto na cidade hoje é um só: Quem está por detrás disso? Ninguém sabe, ninguém viu. Muitos já foram aventados como mentores da ousadia, mas certeza mesmo, não existe. Hilariedades começam a pipocar aqui e ali. Uma deles conto aqui. Circulou na cidade a notícia de que estariam oferecendo um carro para quem pudesse informar a autoria. Bastou sugerirem isso para o bacharel Elias Brandão, famoso por lá pelas iniciativas judiciais contra alguns atos lá ocorridos, como da denúncia da criação do cargo de Gerente da Cidade para ex-prefeito e ele pomposamente foi até o Automóvel Clube de Bauru, reduto de uma renomada escola de músicos e lá tirou foto assoprando um potente Trombone. Dizem estar agora reclamando o tal carro. Isso é dito, mas o que ele acabou de fazer e me disse isso pessoalmente quando o vi casualmente hoje na rua foi estar adquirindo a peso de ouro um imóvel no centro da vizinha cidade e estará participando do próximo pleito por lá. Não consegui tirar dele o cargo pretendido, pois sua resposta veio da seguinte forma: “Farei parte de um projeto de mudança radical na política e assim como eu, muitos outros estrão imbuídos de uma atuação repensando Agudos”. Gostei de vê-lo em plena movimentação, tanto que, me pede para informar a todos que estará ministrando um gratuito curso de Trombone em Agudos nos próximo dias e em plena praça pública. Encerrando nosso encontro, me diz que gostaria de ir para o curso já de carro novo. E me pergunta algo que não pude lhe responder: "A quem devo reclamar o carro?".

O fato é que o TROMBONE superou as expectativas e basta uma espiada rapidinha nos posts e nos comentários, todos muito concorridos, para ter uma leve noção de como isso está agitando as hostes públicas (e também privadas) de Agudos. Não se fala em outra coisa. Apostas são feitas, discussões ocorrem, ouço dizer que estão a espionar quem anda na posse de máquinas fotográficas e registrando a cidade. Um suspense paira sobre a cidade e algo de muito bom está a ocorrer, isso incontestável. Daqui de longe, percebo que a cidade volta a discutir política de uma forma bem saudável, novíssimas possibilidades, arejamento em proposituras e até aqueles considerados como distantes ou mesmo haviam abandonado o exercício da política estão novamente calçando suas chuteiras e vislumbrando a partir do surgimento do Trombone um algo novo e uma esperança nova. Mais que tudo foi ler num dos posts do Trombone um comentário nesse sentido: “Você está de parabéns, pois está fazendo o papel que seria da Câmara dos Vereadores. Estamos contigo”. Mais do que descobrir quem possa estar por detrás do facebook do TROMBONE é o significado de sua existência e o importante papel de ser mais um “atrapalhador de campanha”, termo usado ano passado, após um ex-prefeito perder um pleito para deputado e prontamente incorporado pelos que buscam algo novo. “Atrapalhar e renovar”, dizem ser esse um dos slogans usados pelo tal TROMBONE.

terça-feira, 23 de junho de 2015

UMA MÚSICA (124)


A RESPOSTA AOS QUE SE LEMBRARAM DE MIM NOS MEUS 55 ANOS, ALGUMA EXPLICAÇÃO E UMA MÚSICA COM MINHA CARA

“Chego aos 55. Ufa! Que me permitam só mais um bocadinho de esbórnia nesse festim que deve ser a vida. Está difícil nadar nesse mar de intolerâncias, mas continuarei tentando enquanto viver. Resistir é preciso. Sobrevivo ao meu modo e jeito. Brigadim. HPA.”, com essa nota retribui a todos e todas que me felicitaram pelos meus 55 anos completados hoje. Escrevi isso assim de bate pronto, como quase tudo que tenho feito por aqui, devido a correria de um mestrado a me ocupar o tempo e o cerebelo. Sobrando pouco tempo, a escrevinhação sai com muitos erros, tanto de português, como de concordância e também com alguma discordância. Vou tentando manter esse negócio de um post diário, até quando os estudos mestradinos me permitirem. Enquanto não me tomarem mais que uns dez minutos por dia, acho que não me atrapalha. Agora mesmo, escrevo isso, desligo o computador e vou ler uma apostila de 30 páginas para a aula da próxima quinta. Daí, já me adianto, se algo saiu errado no texto de agradecimento, levem minha explicação em consideração. É o que de fato ocorre.


E mais. Queria escolher uma música, a minha cara nesses 55 anos, que nem sei bem direito como fiz para chegar até eles. Sei que já a usei acho que pelo menos umas duas vezes aqui e se a faço de novo, tem um motivo, primeiro por ser obra do maior letrista vivo, ALDIR BLANC, mestre cuca de primeira linha nessas coisas suburbanas que tanto gosto. Escolhi a ’50 ANOS’, letra do Aldir e música do Cristovão Bastos, mas na voz de uma que, assim como eu, “trupica mais não cai”, a incomensurável ANGELA RO RO, numa gravação achada ao léu no youtube. Tenho essa música aqui no mafuá nas vozes do Paulinho da Viola, da Clarisse Grova, do próprio Aldir e mais uns três, mas essa voz da Ro Ro me lembra de algo notúrnico e daí me esborracho todo, melo logo a cueca abraçado num poste. Gosto tanto do Aldir que o livro meu de cabeceira, bem em cima do computador para consultas a qualquer momento e necessidade foi um que comprei na Folha Seca lá no Rio anos atrás, o “Aldir Blanc – Resposta do Tempo”, do Luiz Fernando Vianna. Cliquem a seguir para escutar e abaixo a letra, que em alguns momentos se confunde com a de minha vida (muita pretensão não?):
https://www.youtube.com/watch?v=-z-2Tq-VI6I

"Eu vim aqui prestar contas
De poucos acertos
De erros sem fim

Eu tropecei tanto as tontas
Que acabei chegando no fundo de mim
O filme da vida não quer despedida
E me indica: ache a saída
E pede socorro onde a lua
Que encanta o alto do morro
Que gane que nem cachorro
Correndo atrás do momento que foi vivido
Venha de onde vier
Ninguém lembra porque quer
Eu beijo na boca de hoje
As lágrimas de outra mulher
Cinquenta anos são bodas de sangue
Casei com a inconstância e o prazer
Perdôo a todos, não peço desculpas
Foi isso que eu quis viver
Acolho o futuro de braços abertos
Citando Cartola:
- Eu fiz o que pude
Aos cinquenta anos
Insisto na juventude".


A capinha do CD que reproduzo é a do disco do Aldir, exatamente o 50 Anos e na capa ele sentadinho no seu mafuá, como aqui, um reduto de papéis por todos os lados e a pernona da Monique Evans lhe provocando (algo que não tenho aqui). Daí deixo a pergunta no ar: Será que Ana Bia deixaria eu tirar uma foto assim? Se fosse com ela sim, mas com a Monique Evans, receberia alvará permissionário? Não me atrevo a perguntar pra ela, acho que se chatearia a toa. “Perdôo a todos, não peço desculpas/ Foi isso que eu quis viver/Aos 55 insisto na juventude”, esse sou eu.


Muito agradecido a tudo, todas e todos.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

DICAS (137)


FALANDO DA GRÉCIA À MODA DOS QUE TAPAM A BOCA

Hoje o que mais me importa é ver a situação da GRÉCIA prevalecer sobre as questões dos que a querem vergada, subjugada e totalmente amordaçada, infeliz e cada vez menos soberana. Ela, um pequeno país suburbano na Comunidade Européia (lindo por natureza e histórico no pensar) cumpre um papel decisivo para o que possamos imaginar como o futuro do capital predatório sobre as países satélites, quando esses só sabem dizer amém, abaixar a cabeça e resignados se afundarem cada vez mais e mais. O Syriza, partido de esquerda no poder, herdando uma herança maldita, uma impagável dívida está entre a cruz e a espada. Se correr o bico pega, se ficar o bicho come, mas a saída existe. Sempre estimulada pelo sinal dado nas ruas, Alexis Tsipras, o mandatário do país e o ministro da Economia Varoufakis ainda buscam uma solução e tentam não dar o calote, mas isso será inevitável, mais dia menos dia. Mesmo que algum acordo ocorra hoje, o que se espera deles é a insubordinação e a demonstração para o mundo da existência de saídas fora desse cruel e insano mercado ditado pelas ordem capitalistas.

À moda dos que tapam a boca para não terem divulgado o que estão falando entre si, gostaria de poder dizer em alto e bom som o que me vem na mente sobre todas as aberrações que já foram impostas a países como a Grécia por entidades como o FMI, Banco Central Europeu e ordens dos ricos (Alemanha, no caso) à maioria, todas incumpríveis. Que o capitalismo está mais cruel que dantes (e cada vez mais), isso é do conhecimento até do reino mineral e vegetal. Tudo desemboca hoje nesse abissal e hediondo mundo onde tudo fazem (e mais um pouco) para se crer na existência de somente uma saída: a proposta por eles. A saída à grega é uma delas e ditaria algo a ser seguido na sequência pelo Podemos, na Espanha, por exemplo.

E uma das datas cruciais é hoje. O Syriza tenta mais um acordo, sangra mais um pouco o povo grego, mas chegará o dia em que concluirá que nada disso foi suficiente para conter a gula incontida dos detentores do poder. Com esses, faria como gostaria nesse momento, taparia a boca e soltaria o verbo bem no ouvidinho dos opressores. Da união dos insatisfeitos, dos eternamente explorados sairá uma nova ordem econômica e mundial. Não existe outra saída: tapar a boca e falar em alto e bom som um CHEGA. Contemporizando, como o proposto hoje em mais um acordo, vejo como adiar por mais um tempo algo que poderia ocorrer agora. Se o Syriza fracassar, depois deles, com certeza, virá o fascismo e o embostamento geral daquela nação. E mais uma desilusão para os que apostam na possibilidade de um outro mundo.

Meus olhos, ouvido e boca estão voltados todos hoje para o que os gregos e seu Governo tomarão como medidas para enfrentamento do dragão da maldade que os assolam. Dando certo, até despato a boca e ajudo no grito coletivo, a única forma que eles entendem. Desunidos todos nós sempre seremos fracos e oprimidos.

PS.: As fotos do ministro Varoufakis (cada vez mais parecido com o nosso Silvio Selva) sentado no chão e conduzindo reuniões de emergência no Parlamento grego são os sinais que precisamos para o rompimento que, se não ocorrer já, acabará ou ocorrendo ou derrubando o Governo grego. Todos de pé e à luta enquanto ainda temos forças para provocar, incitar e resistir!!!

ACHO LINDO ISSO - MARX NÃO MORRE NUNCA
Para os que adoram ficar incitando sobre a morte definitiva da teoria e ideias marxistas no dia de hoje, eis um sinal evidente de que MARX sobrevive e muito bem. "O Capital voltou a ser companheiro de rota de governos contrários ao neoliberalismo", disse Horacio Tarcus, pensador argentino que acaba de lançar por lá sua "Antologia Karl Marx - Siglo XXI", livro com um notável estudo sobre a ideia do pensador alemão, roupagem atualizada, bem plausível nesse século recheado de novos obscurantismos (e obscurantistas). Só de saber e ver Marx sendo lido e interpretado com novos olhares, "mais secularizado" e sem os ismos grudados a ele quando da ortodoxia soviética, algo oxigenante quando muitos acreditam numa única alternativa para tudo e todos. Isso tudo que esse livro demonstra nunca deixou de permear o pensamento dos que sabem que o Capitalismo não é a solução para os problemas do povo. Numa entrevista para o diário argentino Página 12, edição de hoje, uma rica e elucidativa entrevista (e espanhol, claro) com Tarcus, que vale muito a pena ser lida, principalmente para aqueles que criticam antes de tomar conhecimento dos fatos. Cliquem a seguir: http://www.pagina12.com.ar/…/espec…/17-35875-2015-06-22.html
HPA - propondo uma leitura diferente para esse começo de semana. Ao trabalho!!!

domingo, 21 de junho de 2015

O QUE FAZER EM BAURU E NAS REDONDEZAS (63)


DOMINGANDO, COM ALGO DO SÁBADO*

* Desculpem pelo lado pessoal do post, mas a intenção é quebrar um pouco a sisudez dos últimos dias.

1.) DOMINGO É DIA DE FEIRA DO ROLO - EU E RAFAEL DE MAFRA SC

No passeio desse domingo a companhia de Rafa Kondlatsch, o Rafael de Mafra, ex-secretário de Cultura de sua cidade e por aqui cursando disciplinas para seu doutorado. Não consegui levá-lo ontem ao Noroeste, mas hoje fomos à feira. Quer dizer, paramos lá na Banca do Carioca e ficaram confabulando sobre praias e a serra "catarina", enquanto vasculhava os CDs ali disponíveis. Comprei três, R$ 5 reais cada (Charles Aznavour & The Clayton Hamilton Jazz Orchestra, Joana canta Lupícinio Rodrigues e A Twist of Jobim - esse clássicos jobinianos na voz de gente do mundo todo). Paguei e cervejamos ali mesmo em umas geladas que um amigo do dono da banca sempre tem à sua disposição para esses negócios barzisticos. Observar o movimento da banca, gente interessada em livros variados (Carioca estava puto pois um lá havia dito que seus livros são caros, e ele retrucando: "são é justos"), LPs, CDs e agora nas muitas quinquilharias renovadas a cada domingo é algo para deliciar a vista e recarregar a alma.
Escapulimos dali e levei Rafa para conhcer a choperia da feira, ali na esquina da Gustavo, onde o Chopp Bohemia é o dono do pedaço. O nosso amigo sanfoneiro, dono do lugar, está transformando tudo e em breve, já com palco e tudo estará aberto e fazendo a festa do lugar. Quero ser o primeiro a descrever o lugar e fazer sua divulgação. Ele mora ali no barracão, num quartinho no pavimento superior (que chique) e em baixo tudo sendo transformando. Precisa ver os banheiros que ele fez por lá. Hoje mesmo deve estar funcionando até a noite cair. Demos aquele passeio na feira, nos deliciamos com o que vimos e voltamos para os braços do Carioca e sua trupe. Amigos que revejo todo domingo e não sei nem o nome direito. Só escapuli dali porque estava quase na hora de dar comida para meu pai. Domingo que vem eu volto e agora ouvindo Aznavour no carro, pois com esse futebolzinho de merda que estamos tendo, só mesmo a boa música para nos salvar. HPA

2.) CONVITES ACEITOS E COMIDINHAS DIFERENCIADAS
Foi ontem à noite. Um jantar na casa de um dileito amigo, Oscar Fernandes da Cunha e sua digníssima esposa Cicera Maria Silva Cunha. Rapapés preparados com apuro, ele dizendo ser a paga por serviço prestado a ele por Ana Bia Andrade. Vou de contrapeso, pois ciente de que o degustado seriam comidinhas feitas pelo "mestre quase cuca" Oscar, algo de bom nos estaria reservado. E estava. Levamos uma garrafa de vinho que nem foi aberta. Chego lá e dou de cara com outro dileto amigo, Agnaldo Lulinha Silva e sua esposa. Pronto, tudo montadao e a certeza de uma noite das mais prazerosas. Uma belíssima de uma muqueca de peixe, dessas que chegam à mesa borbulhando. Cervejinha em latões da Germânia e na mesa talheres em prata, que queria colocar nos bolsos e fazer negócio com os tais amanhã lá na CEF, mas fui impedido. Oscar devidamente paramentado com aquelas camisas que o nicaraguense Daniel Ortega e o cubano Raul Castro usam na América Central estava todo de branco e sem um pingo de gordura na vestimenta. Desconfiei de cara, mas sei que de cozinha o danado sabe. Fez uma médias com as damas presentes e apresenta do fundo de de sua geladeira uma cervejinha alemã, que só provei de colher. Era a parte a mim reservada, pois não mais me deixaram bebericar. A farofa de carne seca com pinhão batido em liquidificador estava de endoidecer gente sã e Ana já me incumbiu de nova missão, a de sequestrar na calada na noite um bocadinho da dita cuja para experimentações e descobertas.
Quero descobri a fórmula e enricar tipo esses Malafaias da vida. Planificando como será a expropriação. Tinha uns regalos a mais, tudo devidamente provado, aprovado, desgustado e lábios devidamente lambidos. Foi uma noite de bruta esbórnia degustativa. As fotos de causar inveja são a inconteste prova de que, mesmo sem muitos caraminguás nos bolsos a vida ainda pode continuar sendo bela, basta ninguém querer invadir a Venezuela, muito menos querer se meter a participar de convescotes partidários cidade afora, como os que ocorreram na Bauru ontem. Tudo foi na maciota, sem provocações, incitações à malafaiadas com rolas e outros quesitos mais. No final da noie, um guindaste encostou à porta e nos levou para nosso berço, onde repousamos o sonos dos justos. Acordamos querendo mais e mais, mas o convite era só para ontem. HPA

3.) FEIJOADA NO SR BARRIL VENDO ISSAC AO VIOLÃO ALI DO LADO
Eu, Ana, pai Heleno e Rose Barrenha, ontem no Dr Barril, lá nos altos da Octávio Brisola, almoçando e ouvindo uma seleção só com João Bosco, feita especialmente para nós. Foi algo indescritível. Uma pena ter saído voando de lá, pois queria ir assistir o Noroeste. Do som com Issac, uma constatação, cada vez mais quero só ouvir essas preciosidades. E como temos um seleto grupo de ótimos músicos na cidade, ainda essa raraoportunidade é sempre preenchida. Somos uns privilegiados com cantores (as) desse naipe gravitando pela cidade. Posto a seguir o Issac num outro post quando abriu os trabalhos da tarde cantando uma escolhida a dedo do repertório de um dos nossos reis do violão. No caderno de letras do Issac tem de tudo, dessas raridades que tanto gostamos. Eu como estou cada vez mais seletivo musicalmente e gosto de tudo o que ele toca, se o tal caderno sumir, serei logo, assumo, um dos suspeitos. E almoçar com meu pai pela aí é indescritível, o danado devorou sua feijoada e lambeu os beiços (como todos). E da parceira de todas as horas, Aninha Bia, minha mais que protetora. Bauru ainda possui alguns redutos onde se vive abestalhoadamente e é neles que vicejo (ou sobrevivo). Abracitos dominicais. Cliquem a seguir para ver o Issac com seu violão: https://www.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/vb.100000600555767/1090867004276641/?type=2&theater. HPA

4.) NOROESTE 3 X 2 ASSISENSE - NA PRIMEIRA RODADA DO SEGUNDO TURNO
5ª vitória consecutiva do Norusca, hoje a tarde, num dia recheado com muito bate papo, o paulistano Brandino entre nós, dois moradores de Presidente Alves que não perdem um jogo (Carlos Fonseca e Andre Rossi Rodrigues), o abraço entre Amantini, Fumaça e o ex-vereador Ávila, a galera reunida na parte coberta, Ademir Elias vendo o jogo e o do Corinthians x Santos pelo celular, uma senhora torcedora roendo as unhas (lindinha de doer) e as despedidas com todos mais do alegres na tarde de hoje. Saímos de alma lavada numa tarde quando começamos ganhando numa falha do goleiro adversário, tomamos dois gols mais do que bobos (num deles vi falta no nosso goleiro), viramos o intervalo perdendo e ninguém entrou em desespero, pois parecia que algo ocorreria no segundo tempo. E isso de fato aconteceu, a virada veio naturalmente. Pronto, agora os dois próximos são fora de casa. Terminamos o dia em segundo lugar na tabela. HPA