COMENTÁRIO QUALQUER (140)

O QUE ME CHAMA A ATENÇÃO NUM JORNAL (MODO E MANEIRA POPULAR):

Leio diariamente pela internet o Página 12 argentino (www.pagina12.com.ar), uma ainda palátavel e salutar leitura matinal. Na verdade viajo por suas manchetes e escolho para abrir as que mais chamam minha atenção. Hoje enquanto corria os olhos pelos títulos, eis um pelo qual fiz questão de ler, o "El día negro del bar La Robla" (http://www.pagina12.com.ar/…/socie…/3-274643-2015-06-11.html). Algo que bem poderia estar ocorrendo por aqui e em muitos outros lugares. Um estabelecimento comercial fecha as portas por erros sucessivos de seus proprietários, deixando na mão todos seus funcionários. Por iniciativa desses, entram no lugar fechado e tentam tocá-lo numa espécie de coletiva cooperativa. Instigante isso, provocante e ainda inaceitável pela dita "ordem estabelecida". Ontem foi a tal da reintegração de posse, muito comum aqui no Brasil quando das ocupações na área rural. Tanto aqui como lá algo muito parecido. Fazem e desfazem dos trabalhadores, tiram-lhe direitos assim num vaput-vupt e quando esses decidem por iniciativa própria dar o seu jeito, forças se reunem e o impedimento ocorre. Trabalhador organizado e propondo um algo novo, revolucionário para o convencionado como correto, nunca será aceito pelos que defendem o capital acima de todas as coisas.

O exemplo argentino da matéria do jornal já poderia estar ocorrendo aqui na Ajax e em tantas outras empresas. Quando vejo aquele imenso barracão fechado defronte a Feira do Rolo e aquele amontoado de gente ali na frente se acotovelando na feira dominical, nem sei por que cargas d'água num dia de mente em polvorosa não terminarão todos lá dentro do barracão, divididos espaços e construindo ali ao seu modo e jeito o que clamam a décadas e não existe meios de fazer vingar na cidade, um grande e expressivo MERCADO POPULAR. Será preciso isso para sensibilizar as autoridades municipais para destinarem com algo proveitoso aquilo ali fechado e sem destinação nenhuma. Ou será que só se atentarão para a existencia dessa possibilidade quando tudo estiver tomado e ocupado pelos trabalhadores? Fica a dica para ambos os lados. Que o ocorrido no La Robla agilize uma ocupação e destinação para o barracão bauruense... E tantos outros locais e empresas sendo tocadas mal e porcamente, quando poderiam ser transformadas quando nas mãos dos que dela ganham seu sustento.

HOJE PROIBEM USO DA CRUZ, AMANHÃ SERÁ O DIA DOS LIVROS

Acabo de ler no jornal que um deputado de mente mais curta que as meias engolidas pelo sapato que uso, acaba de propor uma lei para criminalizar o uso de cruzes em qualquer tipo de ato, como se ela fosse exclusividade de alguma instituição religiosa ou qualquer coisa semelhante a isso. Outros queimaram perfumes de uma marca famosa por causa de propaganda para segmento homossexual. Domingo estava na Feira do Rolo, na famosa banca de livros do Carioca (um visionário a vender livros em feira pública) e já me preocupo com o que possa ocorrer daqui a alguns anos, quando tomarem conhecimento do perigo disso de livros continuarem sendo vendidos assim desmedidamente a preços populares, com temáticas não condizentes com os preceitos teleguiados por mentes doentias e dementes. Posto a foto de meu amigo, o jornalista aposentado Benedito Requena no último domingo segurando um exemplar raro de Margerite Yourcenar, "A Obra em Negro" e deixo o alerta do perigo que estamos correndo, pois se hoje criminalizam os que protestam com cruzes, o que não farão com os seguindo pelas ruas com livros que não seja o texto bíblico debaixo do braço? Leio tudo o que posso agora, pois sei estar com essa licenciosidade com os dias mais do que contados. Por sorte me restam poucos anos de vida, mas meu filho não e tenho pena dele.

QUEREM ALGO DE UM BAURUENSE PELA AÍ?
Pois bem, lá vai. Juliano Dip, jornalista formado aqui e que até bem pouco tempo militava por aqui foi para Sampa e é uma das novas caras do CQC, que após a saída do Marcelo Tas deu uma guinada para realizar um jornalismo dentro de padrões responsáveis. Esse momento aqui, onde Dip entrevista o cara que havia humilhado gratuitamente um trabalhador haitinano num posto de combustível é para entrar nos anais (ui) de algo que foi sendo deixado de lado, mas é tudo o que precisamos assistir nesse momento. Vale a pena assistir por inteiro. Cliquem aqui: https://www.youtube.com/watch?v=fizjhjvJC14