RETRATOS DE BAURU (174)

O AREJADO BRUNO DRIBLA AS AGRURAS DA VIDA POETANDO

Em momentos de turbulência em todas as áreas da convivência humana, dentro um verdadeiro pega pra capar, reino de malversadores até da alma, eis que alguns conseguem tentar levar e tocar suas vidas na contramão, ou mesmo não indo na onda reinante. A pessoa não precisa ser provocadora para causar. Gosto mais das instigadoras, as que te cutucam num leve toque e te fazem pensar, refletir antes que soltemos uns “pums” pela aí. Percebo isso nos aforistas, os que em curtas frases fazem pulular algo como uma fumacinha no alto da cabeça dos que ainda se predispõem a debater. Não perco as esperanças, pois quando me deparo com alguns com essa índole, eis uma luz se acendendo lá no finzinho do túnel. Esse aqui um deles.

BRUNO EMMANUEL SANCHES é um meninão com uma vasta plumagem na frente do queixo, o que o torna uma pessoa de fácil identificação. Para quem o conhece, um leve sotaque, algo de sua procedência, afinal trata-se de mais um ilustre forasteiro nessas terras paulistas. Veio dos pampas, mas precisamente do Uruguai e aqui ficou, estudou e vai tocando sua vida. Um filósofo, pensador de boa cepa, tendo já sentado em bancos escolares na Unesp Marília e na USC Bauru. Escreve muito e para por pra fora essa sanha de pensar, debater e extravasar, montou alguns espaços onde vai publicando algo de sua verve. Veja isso:https://escutaessablog.wordpress.com/. E mais esse:http://brunocadera.blogspot.com.br/. E por fim mais esse:https://twitter.com/brunochair. Uma baita de um ator social, numa empresa de nome surreal e nada panfletária, a Bazófia Surrealista (quer saber o que é isso? Ele um dia vai nos explicar...) e nas horas vagas, até para se acalmar diante das agruras da vida, praticante de ping pong e corintiano. Olhem o baita sorriso dele estampado em algumas fotos. Não pense ser por causa do que vê nas ruas, mas por causa de saber driblar as agruras da melhor forma possível, poetando. Bruno é poeta e dessa forma flana, ou ao menos tenta sobreviver nesse mundo cheio de armadilhas. Seus aforismo também são salutares. Veja um dos últimos: “O brasileiro é o típico ser que defende o Charlie Hebdo na outra rede e, meses depois, critica a encenação da crucificação na Parada Gay”. Eu gosto de pessoas assim, que provocam boas e quentes discussões. Bruno faz isso com maestria e daí, impossível não gostar de gente assim.