CHARGE ESCOLHIDA A DEDO (105)

A IDEOLOGIA NÃO FOI PARA AS CUCUIAS... MAS PADECE COM DOR NAS PERNAS – ELOCUBRAÇÕES PÓS CARNAVALESCAS

Levando em consideração a troca de partidos e movimentação exaustiva dos últimos dias nas hostes partidárias de Bauru, a primeira impressão disso tudo é algo bem simples e repetida dia após dia pelo radialista e dono de rádio, a FM 94, Paulo Sérgio Simonetti “Ideologia não existe mais. Isso é coisa do passado. Quem mais pensa e age assim?”.

Toda vez que ouço ele repetindo isso me reviro na cadeira, não por me indispor com o dito, pois nada mais é do que uma reflexão até acertada dessa verdadeira “putaria” dos últimos tempos, onde um dito de esquerda até ontem hoje já está na direita e vice-versa. Não entendi até agora como o Clemente, que foi um ótimo vereador quando no Legislativo, depois foi atuar nas hostes do Confiança e agora, com todo seu cabedal empresarial se filia no PC do B? Não existe liga nenhuma e com a efetivação e consumação de sua provável candidatura por essa sigla, Paulo Sérgio possui toda a razão desse mundo.

Acompanho o que ocorre na parte intestina do PT em Bauru e quando vi o ex-vereador Batata marcando reunião coletiva para se desfiliar, dei um ufa!, pois vislumbrei que com sua saída e talvez também a de Estela Almagro, a real possibilidade de oxigenação tão almejada e nunca conseguida na sigla na cidade. Foi balão de ensaio. Fez a festa, alguns saíram, mas ele ficou. O motivo é muito simples. Roque Ferreira foi para o PSOL e daí se ele sair perde a provável vaga já solicitada pelo partido. Marcou a festança de desfiliação em massa e ele mesmo não caiu fora. E a ideologia novamente foi para as cucuias.

A movimentação de gente de centro com intenções eleitorais é a coisa mais normal desse mundo. Quando os prazos de filiação estão chegando ao seu limite, a acomodação é normal entre esses que se veem preteridos numa sigla e se bandeiam sem o menor escrúpulo para outra. Nem vale a pena comentar esse jogo sem nenhuma ideologia, que não a do próprio interesse. Perguntem para algum desses se possui aliado ao que faz algum projeto para a cidade. Nenhum. Só os deles mesmos, nada ideológico. "Se o partido assim decidir, estarei pronto para assumir esse duro encargo", é o que dizem.

Comento uma em que não me aguento. O PT em Bauru podia ter sido diferente, ter tido outros rumos, mas tivemos pelo caminho Batata e Estela. Danou-se e tudo foi estagnado, estancado, barrado, impedido de acontecer, pois a fluidez só se deu com eles e nada mais. Trouxeram gente de todas as matizes para dentro do partido. Gente com nenhuma afinidade ideológica. Roger Barude, ainda Secretário dos Esportes um deles. Chegou como petista trazido pelo casal, assinou ficha no ato da posse e hoje sai do partido do qual nunca possuiu nenhuma afinidade, nem em linha de pensamento, muito menos ideológica. Do jeito que veio, vai e agora para o PPS, linha frontalmente de guerra estabelecida com o PT. Mas como? Sim, Paulo Sérgio não deixa de ter razão.

Outros tantos exemplos podem (e devem ser citados). Talvez a vereadora Telma Gobbi deixe o ninho do PMDB e bata asas em busca de outro que lhe dê abrigo já pensando no pleito, pois Renato Purini não lhe dá espaço para competir. Tenho dó da Darlene Tendolo, tão bem intencionada e querendo disputar vaga na sigla para a disputa ao Executivo. Gazzetta já fez isso, abandonando o PV e se dizendo agora livre, leve e solto. Veremos até quando? Raul não lhe deixou espaço nenhum quando já decidiu que o candidato do PV é ele e pronto. Entre esses, tudo bem, nada de tão diferente. A ideologia não mais existente no dito em alto e bom som pelo bom obervador Paulo Sérgio é, acredito, olhando mais a esquerda, pois esses tinham por hábito não se vergarem ao dito ouro reluzente cheio de propostas indecorosas. Roque permaneceu num outro de esquerda. Ele mantém a escrita, mas quem mais? Não me façam fazer crer que o dito pelo Paulo está quase certo. Seria esse o último dos moicanos ideológicos na cidade? Quem mais mantém a escrita ideológica como norma de conduta? Ajudem-me aí com nomes...

Essa discussão é só para esquentar as turbinas, um tanto desaquecidas com a movimentação momesca.

OBS.: "Quem é esse cara para escrever isso de tanta gente boa dessa cidade?", me perguntariam alguns. "Muita pretensão dele, hem?", diriam outros. "O que quer com isso tudo, talvez pleiteando algum cargo já pensando no futuro?", apostam outros. Deem também seus palpites. A mais acertada denominação é a de outro que sempre comenta anonimamente a meu respeito: "Não passa de um comentarista de boteco". Gostei, assumi o posto e a galhardia da função (sem nenhuma espécie de remuneração, viu!).