terça-feira, 16 de fevereiro de 2016
CENA BAURUENSE (144)
O CASO DA OFICINA CULTURAL, UMA ENTREVISTA PARA TV UNESP E UMA ENJAULADA EDIFICAÇÃO Foi hoje na parte da tarde. Fui convidado para dar uma entrevista para a TV UNesp sobre o imbróglio do prédio da ex-Oficina Cultural ter sido repassado pelo governador do Estado, Geraldo Alckmin para Justiça Fórum Prisional. Os convidados deveriam estar às 15h30 defronte o dito cujo prédio, hoje todo enjaulado. Eram Kyn Junior, da ATB – Associação de Teatro de Bauru, Paulinho Pereira, ex diretor da extinta Oficina (hoje tucano desempregado) e eu. Cheguei tarde e ambos já haviam concedido entrevista e batido em retirada. Fiquei ouvindo a jornalista tentar negociar uma filmagem dentro do prédio, não conseguida e por fim dei meu depoimento, mais ou menos da seguinte forma e jeito:
"Estamos diante de um impasse. Primeiro a Oficina trabalhou todo o tempo nesse local de forma improvisada, com tudo adaptado e agora, quando ia poder atuar com tudo restaurado e adequado para atividades culturais, o governador decide de cima para baixo, autoritariamente fechar algumas Oficinas, inclusive a de Bauru. Essa a primeira contradição, depois o autoritarismo, pois em nenhum momento a classe artística ou qualquer outra da área foi sequer ouvida, visando sua utilização por algo de cunho cultural. Preferiu enjaular a questão. Tanto o deputado Pedro Tobias, como gente ligada ao partido já haviam até prestado apoio para tudo continuar vinculado à Cultura, mas mudaram de opinião e hoje, rezam na cartilha de quem decide. Apoiam a decisão do governador. Isso sempre ocorre, pois dentre os tucanos ninguém se atreve a dizer algo contra um cacique do partido. Decidiu, todos aceitam passivamente. Isso um fato. Por outro lado, vejo que uma luta da cidade e dos órgãos ligados à Cultura na cidade, se ocorrer, precisam ser bem delimitadas. Primeiro, a Prefeitura teria algum interesse e tem ideia do que poderia ser ali implantado? Se isso ocorrer, ela precisa ser ponta de lança, centroavante nessa luta e não ficar encolhida, jogando como beque de espera, vendo a luta ocorrer e depois ficar com os louros da vitória. De que adianta toda uma luta pela reconquista do prédio sem manifestação de interesse por eles e de como será utilizado? Nada. A não ser que a luta se dará para implantação de outros órgãos culturais e nenhum público municipal. Isso precisa ficar bem claro. Eu e muitos outros topamos entrar na briga, contenda difícil, mas sem antes saber disso, nada feito. Queria ver a Secretaria Municipal de Cultura envolvidíssima nessa contenda, pois será a maior beneficiada. Isso vai ser possível? É agora ou nunca mais. Muito triste acatar a barbaridade da transferência sem esboçar uma reação em mais um ato ditatorial do governador, mas não me peçam para lutar sem ao menos estarmos todos muito bem unidos, interesses em comum bem colocados e com todos pegando em armas. Se o maior interessado ficar de fora já começamos a luta enfraquecidos."
Não sei quando sai a matéria na TV Unesp, mas antecipo o conteúdo de minha fala e aguardo as avaliações de praxe: vamos cagar ou sair da moita...
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