A
sinalização vinda das ruas nesses últimos meses ainda não é de toda clara.
Querer e propor mudanças é algo mais do que necessário, afinal não é possível
como o visto no Rio, um governador ter tantos helicópteros à sua disposição e
dele fazer uso desmedido e descontrolado. A farra do boi precisa acabar. Diante
de fatos com esses, muitos pregam tudo ao mesmo tempo. Mas como executar isso?
Qual a estratégia? Guardião, o super herói bauruense transporta isso para algo ocorrido aqui em Bauru. Espiando a reunião ocorrida na última quarta, 17/07 na Câmara Municipal de Bauru,
entre o prefeito, o presidente da EMDURB, populares e representantes do grupo
Acorda Bauru, faz alguns questionamentos. “É claro que a luta ali vista não é
só por causa do passe livre ou da redução da tarifa. Ela extrapola isso tudo e
na abrangência vejo muito dispersão de temas, um querer tudo ao mesmo tempo,
até uma abordagem sendo feita só ao Executivo, que se mostra receptivo no
debate e pouca coisa para outros grandões e vendilhões. Quero explicitar isso”,
começa seu relato.
“Adianta
pouco esse negócio de querer impor um luta sozinho, fazendo uso de um slogan
como o Agora é Nóis, excluindo quem até agora esteve nas lutas. Muita
pretensão. Vejo muitos interesses díspares em disputa, uns querendo ir para um
lado e outros noutro. Radicalizar é empreender a luta enfraquecido, pois agrupa
menos e assim diminui a força da ação. E a união só ocorre com propósitos bem
estruturados. O que se quer com tudo isso? Onde se quer chegar? Para que tudo
isso? Observa-se muito grandão escapando e saindo ileso de qualquer tipo de cobrança, como se nada da situação calamitosa fosse por sua culpa”,
são alguns dos questionamentos propostos pelo Guardião.
Na mesma
linha, o texto de hoje no Bom Dias Bauru, de minha autoria, cobra outra linha
de ação, mais abrangente e faz pressão a quem de direito. Vejo assim. Querer transformar o país é uma coisa, mas de nada adianta abaixar a passagem e
não mudar o sistema, que é ruim, permissivo e excludente, beneficiando pouquíssimos.
Assim como, a imediata necessidade em rever o papel hoje desempenhado pelas
empreiteiras, a grande vilã da sacanagem de trânsito de dinheiro ilícito no
país. O sistema num todo está falido e não adianta mais reforma-lo, pois o
reboque voltará a cair. Leiam abaixo:
AFINAL, O
QUE QUEREMOS? (texto nº 238)
As
manifestações continuam pipocando aqui e acolá. Mais focadas, como a que
ocorreu em Bauru, levando alguns deles até a Câmara para discutirem diretamente
com o prefeito a questão das tarifas de ônibus. Minha pergunta para os nela envolvidos
é somente essa: O que vocês querem de fato? E para onde vão? Não pensem que com
a tal da Tarifa Zero as empresas vão parar de lucrar. Tem muito populismo por
detrás disso tudo. Falta crítica séria. Falta uma leitura mais aprofundada da
questão. Em tudo hoje
em dia, a farra dos grandes empresários e magnatas parece resistir ao barulho
proveniente das ruas. Não sou contra algo grandioso como o tal do PAC da
Mobilidade, que muito fará, obras grandiosas, mas sempre privilegiando o
esquema dos empreiteiros. Observem algo aqui de Bauru. Se ele privilegiar
Bauru, a Rodrigues Alves vai ficar linda, mas a vida das pessoas que nela
transitarão continuará a mesma. A proposta revolucionária para o país é fazer o
reverso disso, revolucionando e transformando a vida das pessoas. Ou dá-se um
breque na dependência total com as empreiteiras ou nada mudará. O setor público
tem que produzir ele mesmo, por exemplo, o asfalto que vai colocar em suas ruas
e não deixar tudo nas mãos de empresários, o mesmo que em períodos eleitorais é
apoiador de campanhas. Não dá mais. Esgotou o formato e a paciência do cidadão.
Tudo direciona a grana graúda para essas mesmas pessoas. É preciso um
choque de gestão. Não ficar propondo medidas paliativas para consertar o
desenvolvimento do capital, mas sim o humano. Afinal, de que adianta você falar
que o país tem um enorme desenvolvimento econômico, quando ele não beneficia o
ser humano? No caso do ônibus urbano, quero ver gente questionando o altíssimo
lucro desses empresários, indo atrás deles e nos das empreiteiras. Exigir o fim
desse banquete, festim onde uns poucos ganham muito e a população pasta com um
mínimo. Chega de muito oba oba. Quem quer continuar comendo gato por lebre
continua na atual toada, mas a direção é bem outra.
Para
encerrar e buscar reflexões variadas antes dos próximos passos, Guardião
explicita um resumo simples disso tudo: “Tem gente brincando e tem gente
querendo levar isso tudo muito a sério. De que lado você está? Ou vai-se logo ao
cerne do problema e o atacamos, aproveitando a mobilização popular, ou o que
veremos é que serão mudados alguns nomes, uma reforminha aqui e ali, mas a
engrenagem continuará intacta e produzindo cada vez mais desigualdade social.
Façam suas escolhas”.
3 comentários:
Henrique
Como sabes, sou professora e estou fora de Bauru. Poucos ainda me conhecem por aí. Volto pouco, filhos e família toda por aqui. Bauru é um quadro da parede, mas gosto de ficar vendo coisas sobre ele, minha cidade, onde cresci, estudei e depois ganhei o mundo. Só que essa cidade sempre foi muito conservadora. Triste isso, tem uma lado bom, que nunca deixou a direitona tucana ganhar uma eleição, mas Pedro Tobias se reelege a cada eleição. Tudo bem que voce vai me dizer que com a ajuda da região, mas ninguém consegue desmascarar esse cara. Ele é muito ruim, faz um jogo de cena em tudo que faz. te vejo aí querendo saber quem são seus assessores. Vai se espantar quando tiver essa lista completa nas mãos. E não espere que a Batra vá te ajudar nisso, pois mesmo aqui a distância sei que eles são muito amigos uns dos outros. Não vão fazer nada contra um tucano amigo. Valeu para deixar isso claro para quem quisesse ver, a Batra é amiga dos tucanos. Mas escrevi esse desabafo de domingo pela manhã só para te dizer que o que voce vê acontecendo com a molecada de Bauru eu vejo aqui entre meus alunos. Não queria mais comparar a juventude idealista que nós fomos com essa mais consumista e que se voce perguntar não sabe nem os conceitos do que venha a ser comunismo. é contra, mas não sabe nada da teoria, da escrita. Podem ser contra os erros que vemos por aí, mas mistura muito as coisas e pode querer pegar só os petistas, dizer um monte de besteiras só do Lula, da Dilma e não enxerger ou não querer enxergar mais nada além disso. É o que eles vem na Tv todos os dias, de forma incessante. Quer que tomem que atitude? A Educação que o Alckmin propõe é cada vez mais mercantilista, passando todo mundo, sem ao menos preparar ninguém para esse lado de um preparo com as matérias essenciais. Fique mesmo com um pé atrás com a garotada, mas vá tentando incutir sempre algo novo a eles, pois estão também bem divididos. Tento fazer isso por aqui e voce tenta por aí. Sempre iremos salvar alguns de só pensarem na corrupção como a Tv quer que eles entendam. Já leu a Istó é dessa semana, enfim mais uma revista falando sobre o que os tucanos sempre fizeram muito bem, nos sacanear escondido.
Aurora
Henrique
As empreiteiras mandam nesse país e ela é a maior fonte de dinheiro desviado para o bolso dos políticos. Nenhum político vai querer acabar com a participação delas no butim. Eles vão deixar de mamar fácil, dinheirinho vindo fácil e de forma limpa, graúdo e em espécie.
Essa sua proposta das prefeituras voltarem a ter usinas de asfalto é ruim para quem enche as burras de grana. Isso por tudo quanto é lugar. Todas por aí fecharam e agora está tudo na mão das empreiteiras.
Nem Guardião, com super poderes vai nos salvar dessa.
Alvarenga
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