FUI ASSISTIR O MOA NO RIO SCENARIUM – CONTO BOCADINHO AQUI
O dia de ontem foi de muito trabalho aqui pelos lados cariocas, mas no final da tarde, nada melhor do que uma parada e o recarregamento das baterias com cultura da melhor espécie. O Rio é adorável porque mantém eventos divinais e justamente no horário em que se termina o expediente de trabalho, 19h30. O carioca já está habituado, sai do trabalho e como o trânsito ferve no horário para voltar para casa, acaba indo para algum evento e só depois, trânsito ameno, volta para casa. Escolhi ontem um lugar, que conheço desde há muito tempo. O RIO SCENARIUM (http://www.rioscenarium.com.br/) fica no estratégico ponto do início da Rua do Lavradio, a famosa pelo ponto das lojas de antiguidades. Ela mesmo, começou como loja e hoje virou uma grande casa de espetáculos, toda adaptada internamente, com dois belos pavimentos e um palco recebendo gente da melhor estirpe musical. Quem estava por lá e foi o grande motivo de minha presença, MOACYR LUZ, o sambista e seu grupo, que toca junto dele no famoso Samba do Trabalhador (toda segunda no Renascença Clube, aqui perto de onde estou, entre o Grajaú e o Andaraí). Por R$ 25 pratas um belo de um show, achei uma mesinha isolada num dos cantos do palco, estava sozinho e fiquei curtindo uma Bohemia com caldinho de feijão (o deles é de babar na fronha). Foram quase duas horas, começando no horário, com samba da melhor qualidade. Revivi clássicos do Moa, como carinhosamente é chamado, algo novo deles, saindo do forno e coisas que todos cantamos pela aí. Uma terça contagiante, terminando cedo, pois ao findar o show, comprei oCD “Moacyr Luz e Samba do Trabalhador” (Lua Music, 2013) por R$ 20, ganhei um autógrafo, regado a um papo sobre desde quando o acompanho e já na esquina, peguei o 226 e voltei para meu mafuá carioca por meros R$ 2,70 (preços mantidos). Antes das 22h já estava em casa.
Provando que gosto muito do Moa, deixei um longo recado para sua esposa, que estava numa mesa bem ao lado da minha: “Moacyr, tenho todos os seus discos, desde o primeiro, aquele da foto em preto e branco. De todos, confesso, o que mais gosto é o segundo, o que reverencia “as ruas do Rio”. Não parei mais. Te conheço desde os tempos da Muda, do bar da dona Maria e da adorável parceria com Aldir Blanc. Sambas memoráveis juntos. Estive lá na noite dos 50 anos do Aldir no extinto Canecão. Te conheço de uma noite memorável no Pirajá, o Esquina do Samba paulistano, quando ganhei um CD autografado contigo, Beth, João Nogueira, Luiz Carlos Vila, Ivone. Estava lá. Estive também naquele show memorável no BNDES, quando foi juntado
quatro bambas, tu, o Zé Renato, Guingua e o Macalé. Lembra de um show seu só com violão na cancha acústica da UERJ, lançando ainda o 2º CD, também estava lá. No meio disso tudo você aportou em Bauru, a primeira vez num Festival de Música (no único ano que foi realizado fora de Avaré) e esteve ao lado de Luiz Carlos da Vila. Depois, anos após, voltou e no SESC. Venho muito ao Rio, na maioria das vezes à trabalho, minha esposa é carioca, do Grajaú e vamos sempre que estamos por aqui ao Renascença, nas segundas onde a roda de samba come solta. Sou do tempo em que você tentou parar de beber e foi aconselhado a beber muito laranja com berinjela. Hoje, te vejo tomando só água e vinho. Te cuida, pois falando por mim, já aos 53, ando cheio de complicações e fechar a boca é mais do que preciso. Essa rapaziada que anda coladinha em tu é muito boa e já tocam contigo por osmose. Até a próxima, um abraço do HPA”.E aí fui dormir, embebido numa aura de muita luz, algo inspirativo para acordar amanhã cedo e barbarizar o dia todo vendendo meus caraminguás chanceleiros. É assim que deixo minha vida passar, trabalhando, viajando, amando (Aninha, mesmo distante sabe disso) e curtindo o que gosto.
Um comentário:
Henrique estive recentemente neste local, é realmente muito bom!
Luiz Francisco Minarelli Campos
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