terça-feira, 23 de julho de 2013

MÚSICA (104)


MOSTRA AFRO E OS 125 ANOS DA LIBERTAÇÃO DOS ESCRAVOS – ESTRANHOU O QUE?
Eu não me canso de repetir, um dos Conselhos Municipais mais atuantes em Bauru é o CONSELHO DA COMUNIDADE NEGRA. Faz um revezamento na presidência, algo consensual, não existente em nenhum outro vigente. Suas premiações anuais com os próceres do Movimento negro são das mais concorridas e a Mostra Anual, sempre ocorrendo em locais variados e com temas idem, são sempre instigantes e das mais interessantes. Tenho orgulho de fazer parte dos que se integram a tudo o que fazem e produzem. Acompanho e aplaudo as iniciativas vindas desse valoroso Conselho, um dos poucos e dos mais oxigenados na atualidade.

Atualmente é dirigido pela professora Mazé e para comemorar os 125 anos da libertação dos escravos, o Conselho abriu na última sexta à noite, 18/07, às 19h, uma mostra resgatando e valorizando a cultura afro-brasileira e aspectos interessantes relacionados à religião, dança e costumes africanos, entre outras manifestações afro-culturais. A visitação estará disponível para visitação pelos próximos 30 dias e merece ser vista por todos, para se ter um belo entendimento do que foi a trajetória das conquistas dos negros em nossa história, não só a brasileira, como a mundial. Está lá no Museu Ferroviário, numasala montada com afinco por alguns abnegados, como a própria Mazé e o incansável Gibi, que suaram a camisa para que tudo estivesse impecável na abertura. Fui lá, revi pessoas queridas, bati bons papos, comi e bebi, além de ouvir um inesperado som, o do grupo musical Balaio de Sinhá, que não conhecia e me impressionou pela interpretação de Clara Nunes, dentre outros clássicos da música com temática negra.
Meu amigo, agora tesoureiro do Conselho, Agnaldo Anastácio da Silva, o popular Lulinha, falou sobre a conotação da mostra relacionada esse ano também com à religião afro-brasileira, como candomblé e umbanda, e expondo documentos, notícias e fotos de cultos realizados na região e sobre a escravidão. A iniciativa tem patrocínio e apoio das secretarias de Cultura dos municípios de Bauru e Getulina, da Federação de Umbanda e Candomblé do Estado de São Paulo e do Centro de Umbanda Cavaleiros de Ogum. Exponho aqui as fotos que tirei no local, para sentirem a grandiosidade do evento e abaixo reproduzo uma música que toca muito hoje em minha vitrolinha aqui no mafuá, ressaltando essa igualdade de direitos, ações, ainda ultrajada, mas tão necessária. Trata-se do samba “ESTRANHOU O QUE?”, do Moacyr Luz, que tenho aqui no CD, “Moacyr Luz e Samba do Trabalhador” (Lua Discos 2013). Primeiro cliquem no link para ouvir a música pelo Youtube (http://www.youtube.com/watch?v=TK9hZVbeBFk ) e podem ir curtindo a saborosa letra, abaixo reproduzida:

Preto pega surf, pega praia, preto pega jacaré
preto vê vitrine, olha o magazine, compra se quiser
preto põe sapato, usa pé de pato, porque tem os pés
come sashimi, bebe champangne e também tem rolex.
Estranhou o que? Preto pode ter o mesmo que você
Estranhou o que? Preto pode ter o mesmo que você
Preto joga charme, come carne, preto roda de chofer
anda de avião, craque de gamão, troca de talher
preto lê exame, férias em Miami, premio molière
pede uma suíte, roupa de boutique, preto da rolé
Estranhou o que? Preto pode ter o mesmo que você…"

2 comentários:

Anônimo disse...

Henrique

Tenho que visitar essa exposição.
Uma pena não ter podido ir na abertura.
Abraços a todos.
Alvarenga

Anônimo disse...

Parabéns por mais esta linda Mostra !
Gaspar Moreira