Eu fui, cheguei tarde, sentei no auditório lotado, quem fazia uso da palavra era o deputado Arlindo Chinaglia. Foi hoje pela manhã no Greb Bauru e lá parte do PT local e regional. Outros o fizeram, como a deputada estadual Márcia Lia e o ex-deputado Jilmar Tatto. Trata-se de algo para movimentar o partido, seus militantes, filiados e simpatizantes para o momento atual e o que virá pela frente. Primeiro me assunto do que estava sendo tratado, ou melhor, o que já foi tratado. A fala do deputado chegando ao fim, foi quando perguntei para os amigos ao lado, Chico Maia, Alexandre Gasparotti Nunese Sant'Anna Zanin M Cristina: "De todos que já fizeram uso do microfone, falaram algo de Lula?" A resposta coletiva: "Não". Queria fazer uso da palavra, vi que aquela parte da reunião estava se findando. Luciano Assis, dirigente da macro passa ao lado e lhe pergunto como fazer. Sua sugestão: "Levante a mão, fale quando ele terminar". Não deu outra, assim foi feito. Tenho comigo algo muito sério sobre esse momento, crucial para o PT e as esquerdas no país. Chinaglia terminou e nada de falar de Lula, levantei a mão e ouço outro, esse na primeira fila bradando sobre o mesmo assunto. Foi quando fui ouvido: "Queríamos saber algo sobre o Lula, o que podemos fazer para tirá-lo da situação onde se encontra. De nada adianta o futuro, tratar do que faremos com ele lá preso naquela masmorra". O deputado se vê obrigado a responder e o faz. Deu para perceber que, ele na qualidade de dirigente com projeção nacional não quer se comprometer em dizer isso e aquilo. Fica na defensiva. De sua fala, algo pelo qual não mais acredito, em uma futura decisão da Justiça favorável a Lula.
Muito já foi esperado, de tudo já foi tentado e nada, não ocorreu nenhuma sensibilidade por parte dos golpistas e seus asseclas encastelados em todas as instâncias de poder hoje vigentes. E se nada fizeram, nada mais entendível, nada farão. Para mim consenso, para alguns, ainda apostando nessa surrada tecla. Por fim, responde de fato minha pergunta com uma historinha e nela uma espécie de ditado, mantra ou mensagem subliminar: "Se o cara quer pegar a galinha, não tem porque fazer alarde antecipado disso". Entendi. Ao fim da reunião, ao abrir minha edição de Carta Capital desta semana, eis uma matéria tratando desse momento do LULA LIVRE: "Os traseiros no sofá - À exceção de Curitiba e dos bravos que foram às ruas, os protestos de domingo são um retrato da nossa bovina condição", escrita por Fred Melo Paiva e René Ruschel. Na matéria algo mais, "faltou empenho ao PT em São Paulo, disse um petista à Carta Capital". Não consigo me acomodar, permanecer com o traseiro no sofá, enquanto o maior líder popular vivo da América Latina permanece injustamente preso e assim continuará ad eternum se nada for feito de concreto. Sem pressão, ao meu ver, Lula mofará na prisão e isso muito me incomoda. Confesso, depois do intervalo sai da reunião e fui pela aí arejar a cabeça.
Macacos me bloguem. Aderi. Estarei juntando aqui, direto do meu mafuá particular, translucidação da minha bagunça pessoal, uma amostra de escritos variados, onde cabe de tudo (quase!) um pouco, servidas sempre, de forma desorganizada, formando um mural esclarecedor do pensamento de seu escrevinhador.
Pegue carona aqui e ao abrir a tampa do baú, constate como encaro tudo isso. Deixo cair rostos, palavras; alguma memória. O diálogo se instaura.
Abracitos do
Henrique Perazzi de Aquino - direto de Bauru S.P.
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