sábado, 27 de abril de 2019
PALANQUE - USE O SEU MEGAFONE (125)
ACERTANDO OS PONTEIROS
1.) "Três meses e meio da posse, o cenário econômico continua desolador e agrava-se com uma quantidade crescente de obras paralisadas, lojas e fábricas fechadas, indústria e setor de serviços em crise, setor exportador ameaçado, ausência de projetos novos e recordes de queda de investimentos, desemprego, achatamento salarial, empobrecimento, desalento, aumento generalizado da violência e redução do Brasil a um papel entre o ridículo e o nefasto no cenário internacional".
2.) "A persistência da ruína econômica não encontra explicação aceitável, é importante frisar, na incipiência do governo nem em qualquer tipo de suposta herança maldita, pois a cada dia o presidente toma decisões e emite opiniões com poder desestabilizador igual ou maior que as precedentes, mostram suas declarações feitas dias antes de barrar a elevação do diesel, a propósito do nazismo ter sido de esquerda e da possibilidade de perdoá-lo pelo holocausto, de grande impacto negativo em especial no comércio externo, abalado com provocações à China que levaram este país a reduzir as importações da soja brasileira e aumentar as compras da mesma commodity nos EUA. Como de hábito, diante da péssima repercussão interna e externa da sua fala sobre o Holocausto, no dia seguinte o capitão voltou atrás".
3.) Nas eleições de 2018, o impensável Jair Bolsonaro foi guidado ao poder por um composto de golpistas variados, ricaços gananciosos, pobres desalentados, antipetistas patológicos e debiloides em geral. A regurgitar a ladainha da "nova política", esse briscrok de tempos em tempos oferecidos a vira-latas e cães de pedrigree, veio a reboque uma legião de estranhos, em ambos os sentidos constantes do dicionário. Estranhos porque vindos de fora, supostos outsiders da política. Mas também, em parte, uma gente esquisita, egressa, dá-se a impressão, de um hospício que tivesse aderido à luta antimanicomial, franqueando a saída aos internos. Desprovidos do Gardenal, confrontam-se há mais de cem dias com a realidade, na qual os moinhos da luta quixotesca dão lugar a vida como ela é. No descascar de seus abacaxis, conforme definiu Bolsonaro a tarefa de presidir o bananal, periga o cometimento de um involuntário e coletivo haraquiri".
Obs.: E depois dizem que a Carta Capital não é ótima. Ela é perfeita no que faz, a melhor publicação dentro do atual mercado editorial brasileiro. Tudo extraído da edição 1051.
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