terça-feira, 2 de abril de 2019

DROPS - HISTÓRIAS REALMENTE ACONTECIDAS (166)


MOMENTO SENSÍVEL - REVENDO ALGO LÁ DETRÁS

UM - Estava ontem no portão do Mafuá atendendo um serralheiro, quando me surge assim vindo do nada o Roberto Pereira, velho conhecido dos tempos que viajava toda semana pro Rio, eu vendendo chancelas e ele indo trabalhar acho que na Telerj ou Light. Um baita professor, conseguiu se aposentar, foi ao Poupatempo e deixando seu carro ali perto, lendo o que havia escrito sobre as enchentes passou para uma conversa. E chegou me lembrando de uma história passada por ali, pelos menos uns 30 anos trás. Foi contratado para vir dar aula de Matemática para uma moça ali residente (depois descubro, foi para minha mana Helena Aquino). De suas lembranças, lembra de minha mãe, "ela me contratou e aqui estive, faz tanto tempo, isso agora voltando à lembrança". Como minha mãe o conhecia, ainda não sei, mas essa casa já teve mesmo momentos de lembranças mais que inenarráveis.

DOIS - Foi essa história ser contada a mim e me lembro de outra, a do Manoel Carlos Rubira, que por muito tempo ficou fora de Bauru, dando aulas por esse mundão afora. Não o conhecia, mas tempos atrás estávamos lembrando de quando um dia baixou lá em casa, sentou na sala e acertou com meu pai o aluguel de sua casa lá em Pocinhos do Rio Verde, interior de Minas, distrito de Caldas. Lá, o paraíso do meu pai Heleno, águas que faziam bem pra sua saúde e fez com que, todos seus filhos também amassem o lugar. O Rubira tempos atrás me fez recordar essa história e se me não me contasse nunca iria relembrar ter sido ele aquele senhor barbudo que, veio até meu pai, pegou a chave na ida, devolveu na volta e se interessou por ir lá pros cafundós de Minas. Também não sei como ele conhecia meu pai, mas tempos depois, fiquei muito amigo do Rubira e assim demos continuidade pra essas coisas de tocar o barco adiante.


TRÊS - Essa ela já havia me contado, relembrada semana passada na mesa do Bar Aeroporto, quando me fez voltar no tempo. Ana Maria De Carvalho Guedes é uma pessoa a dispensar apresentações, ontem mesmo estava ministrando aulas gratuitas no cursinho preparatório da Humanidade Livre, mais de 40 alunos de baixa renda querendo ingressar numa faculdade. Ela me puxa prum lado e diz ter sido minha mãe, dona Eni quem lhe deu muito tempo atrás um curso de religião, acho que na igreja Nossa Senhora Aparecida (teria sido Primeira Comunhão?). Disse mais, "sua mãe era muito religiosa, lembro bem disso". Sim, fiz questão de dizer a ela algo mais disso: foi até certo ponto, depois se desencantou e nem na igreja ia mais, mesmo estando a 200 metros de uma. Tanto ela, como meu pai. Manteve lá sua fé, mas até mais que meu pai, não via mais na igreja o lugar adequado para ir buscar o conforto que necessitava. A lembrança da Ana me fez tentar agora rememorar dos motivos dela, que um dia foi tanto, depois de tanto tempo, ser menos. Penso nisso, enquanto ainda lavo e tento colocar em dia o Mafuá.

O JEITO DE DESCOBRIR E DESVENDAR HISTÓRIAS
As histórias inexplicáveis das entranhas desta América Latina é o que mais me interessa... Luiz Antonio Simas é mestre em desvendar todas e mais um pouco, Historiador das Insignificâncias. Tento ir nessa linha, descobrindo e escrevendo sobre esse mundo um tanto desprezado, oculto nas ruas:

"Garcia Márquez dizia que na América Latina ocorriam coisas tão extraordinárias que a ficção não seria capaz de imaginá-las. 

A imagem do torcedor do Racing com um crânio hamletiano é de ontem. O torcedor, Gabriel Aranda, desenterrou o avô, de quem herdou o amor pelo clube, para a comemoração do título argentino e ficou circulando com o crânio, e enchendo a moringa, por Buenos Aires. 

A segunda imagem é dos torcedores do Cucuta, da Colômbia. Em 2011 eles levaram para o estádio General Santander o caixão com o corpo do torcedor Christopher Jácome, assassinado na véspera da partida contra o Envigado.
Os torcedores saíram correndo com o caixão pelo meio do velório, burlaram a segurança e entraram nas arquibancadas com o presunto. O motivo foi simples e definitivo: Christopher, o Quincas Berro d´Água da pelota, queria ver a partida e não seria um pequeno e mísero detalhe, a morte, que deveria impedi-lo. O Cucuta estava perdendo e empatou quando o morto entrou no estádio. 

Depois há quem duvide das histórias que contei no meu "Ode a Mauro Shampoo e outras histórias da várzea".

DEPOIS DISSO TUDO, TENTO VOLTAR À NORMALIDADE DO QUE OCORRE AQUI FORA DE MINHA JANELA...

Um comentário:

Anônimo disse...

Sua Mãe parou de frequentar a Igreja porque a partir do Vaticano II (final da década de 1960) a missa tradicional foi distorcida no que hoje chamam de missa.
O fato da Igreja ter sido assaltada por seu inimigos não significa que a doutrina está errada.
Enquanto a Igreja não voltar a sua Tradição, ela continuará a perder fiéis e os fiéis continuarão a perder a Fé.