segunda-feira, 5 de outubro de 2020

FRASE DE LIVRO LIDO (158)


HISTORINHA PRA COMEÇAR BEM A SEMANA - O ESPALHADOR DE SEMENTES DE ALGODÃO
Conto logo no começo de mais uma semana. Semanas atrás, dia 20/09, o fotógrafo Zanello veio até aqui no portão de casa para gravar mais um Ao Vivo, dentro do projeto que toco de entrevistar personagens do LAdo B desta aldeia. Foi maravilhoso, ele trouxe sua viola e ao final, na praça aqui defronte, cantou e encantou transeuntes. Antes de se despedir, Luiz Zanelo tira de um dos bolsos um chumaço de algodão, estende a mã oe me aforece: "Isso aqui representa a paz. Tenho lá no meu terreno no Jaraguá, onde planto de tudo um pouco e distribuo para quem puder ir plantando e tocando a ideia para frente". Peguei e deixei aquele montinho branco em cima de minha de trabalho. 

Alguns dias depois planto algumas sementes e como faço com algumas outras, vou curtindo a belezura por elas proporcionada. Passaram-se uns quatro dias e nada. Continuava molhando aquele vaso vazio, mas já sem esperanças. A semente não vingou, era o que supunha. Dias depois, um pequeno botãozinho explode e sai da terra. Vibro e molho ele com todo carinho. O danado está só a crescer e de um botão, nasceram outros pontos, folhas surgindo pra todos os lados. Não sei se meu modesto vaso vai suportar o que virá pela frente. Peço ajuda e orientação. Toco o barco com o pequeno vaso ou devo remover tudo para lugar maior. Por enquanto, estou encantado com a belezura do verde brotando e explodindo aqui na varanda do apartamento. Rego duas vezes ao dia, pela manhã, logo ao acordar e depois, final da tarde, depois do sol se por. Estou correto?

O fato é que curto o momento broto e da singeleza do ato do amigo Zanelo, espalhando mudas por onde ande, pessoa sincera, boa por natureza. Fiz questão de repassar a curta historinha e assim o faço com desejos para tudo, todas e todos de boa semana e dias melhores diante deste cruel e insano momento.

O PERCURSO DE UM LIVRO DE CLARICE
Essas histórias me arrebatam e me movem. Eu e a mana Helena Aquino estamos envolvidos numa campanha livresca, pela captação de livros para a Geladeira Cultural colocada defronte a igreja Humanidade Livre, bem próximo do parque Vitória Régia. Pelas comunicações e solicitações feitas aqui pelas redes sociais, chegaram muitos livros, vindos de doações diversas. Conto a história de um destes. Chega até a mana uma caixinha com alguns, entregues por Lívia Papassoni e um ela se interessa em ler antes de levar até a Geladeira. Trata-se do "Clarice na Cabeceira - Cônicas" (editora Rocco RJ, 2010, 176 páginas). Instigante mesmo. São pessoas conhecidas, como Ferreira Gullar, Caertano Veloso, Lygia Fagundes Telles, Siviano Santiago, Eduardo Portella, Joaquim Ferreira dos Santos e outros, 20 no total. Eles citam num texto a crônica da Clarice, a que os pegou de jeito e na sequência a crônica. Coisa linda, arrebatadora.

Helena, a mana, se encantou e o leu antes, mas caiu na besteira de me dizer algo do livro. Acabou por me repassar com o compromisso de no término da leitura, devolver. Foi o que fiz, mas Helena também comentou com outra pessoa, a poeta e causídica Amanda Helena sobre a obra. Essa, tarada por tudo o que venha de Clarice pediu se quando terminasse, antes de levá-lo à geladeira, ela também tivesse o prazer de ler. Faço isso hoje e assim o livro vai completando ciclos de leitura inauditas e destas inimagináveis, bonitas de serem vistas. Amanda o receberá hoje e, creio eu, este é mesmo o que deve ir acontecendo com os livros, uma circulação sem precedentes. Enfim, quem será o próximo até chegar finalmente a tal Geladeira e de lá tomar outros rumos. Já imaginou se um livro desses tivesse um chip?
Completo o ciclo com a reprodução de algumas frases sacadas da obra:

- Essa justiça que vela meu sono, eu a repudio, humilhada por precisar dela.
- E sobretudo procurar não entender, porque quem entende desorganiza.
- Mais vago do que a realidade.
- Nós somos o que nos falta.
- Alegria discreta de camponês que só lida com o básico.
- Eu bobo me emprestava uma estranha superioridade. Por um simples fato: eu era feliz daquele modo.
- Aviso: não confundir bobos com burros.
- Quando não escrevo, estou morta.
- Estou habituada a não considerar perigoso pensar. Penso e não me impressiono.
- Contanto que a caneta escreva, qualquer uma serve.
- E quando penso em tudo que não participo, Brasil ou não, fico desanimada com minha pequenez.
- Metade das coisas quer eu faria se eu fosse eu, não posso contar.
- Amar os outros é a única salvação individual que conheço: ninguém está perdido se der amor e às vezes receber amor em troca.
- Em escrever eu não tenho nenhuma garantia.
- Viver é dramático. Mas não há escapatória: nasce-se.
- O problema é que o papel branco exige que eu escreva. Vou e escrevo.
- Quando estou em estado de escrever, não leio.
- Comida é questão de sal.
- Somos o que papai e mamãe fizeram de nós.
- Escrever é um pouco vender a alma.
- Toda ansiedade é idolatria.
- Profundo cansaço da luta.
- Por baixo dos fatos, do enredo, borbulha a matéria misteriosa de que é feita a existência.
- O silêncio é o mais nobre dos materiais de que se vale.
- Morri de muitas mortes e mantê-la-ei em segredo.
- Desistir de nossa animalidade é um sacrifício.

UMA FOTO E UMA IDEIA, TALVEZ ALGUMA DISCUSSÃO
Na foto recebida, tirada na estradinha de terra que leva até a estação férrea de Val de Palmas, lá muito depois da vila Nova Esperança, uma encruzilhada e nela um despacho/oferenda umbandista. Nada contra, mas uma observação, por mim vista como plausível: por que não, diante do abrasador calor e seca, junto da questão do excessivo tempo de decomposição, não sejam depositados nesses lugares velas apagadas e ao invés de peças de cerâmica, folhas de plantas recepcionando a oferenda, como de bananeiras?
obs.: O questionamento feito por mim hoje pela minha página do facebook, gerou uma acalorada discussão, que posto como comentário deste post.

6 comentários:

Mafuá do HPA disse...

COMENTÁRIOS VIA FACEBOOK OFERENDA NA ESTRADA 1:
Wander Florencio - Amigo Henrique Perazzi de Aquino, um pequeno adendo ao texto: a nomeação correta é "oferenda" e não "despacho"...

Renata Nassralla Kassis - Wander Florencio agradecemos!

Julio Barbosa - Não apenas umbandistas fazem esse tipo de oferenda, candomblecistas e adeptos da Kimbanda tbm fazem

Henrique Perazzi de Aquino - Vale para todos.

Jô Moura - Henrique, meu caro amigo... Com todo respeito e carinho te faço uma pergunta: Essa sua pergunta ou dúvida é um crítica?
Saiba: Existe um fundamento para todas as oferendas, é singular, entende?
Não existe metodologia, não existe receita, não é simpatia.
Não sabemos se na próxima semana tudo isso não estará mais aí, pois pode tranquilamente ser recolhido depois que o procedimento foi realizado no seu tempo.
Eu fico um tanto indignada também com algumas doutrinas e comportamentos de outras religiões, mas as preservo, pois no sagrado de cada um, a gente não mete o bedelho.
🙏🏽🙏🏽🙏🏽

Henrique Perazzi de Aquino - Jô Moura não pode ser crítica, pois sou adepto. Adepto também de atualizações, alterações e adequações, quando possíveis.

Jô Moura - Henrique, entendo. Então vc sabe que nas tradições isso é mais do que normal. Não podemos expor uma oferenda que não é nossa, questionando o que nós faríamos.
É responsabilidade nossa preservar nossa religião. E não dar munição pra quem já é contra.
Não sabemos quem fez. Não sabemos o que acontecerá com o proceder da oferenda. Não tem nada a ver com a gente, mesmo sabendo tudo que tá acontecendo ali.

Henrique Perazzi de Aquino - Jô Moura, aproveito o puxão de orelha, assimilado aqui pelo iniciante e te faço uma pergunta: tinha umas velas para distribuir por lugares. A maioria delas, lugares hoje muito próximos de mato, secos como todos. Fiz por iniciativa própria, acendi em casa, fiz a reverência de praxe e depois deixei elas apagadas nos lugares, pois fiquei com receio de causar algo. Agi errado? E ao invés das tigelas, foi uma ideia, nada mais, ficaria lindo com folhas de grandes arvores envolvendo, mas vejo que isso fere preceitos.

Jô Moura - Henrique Perazzi de Aquino de forma alguma. A oferenda era sua. O rito era seu. Você, seu Ori e sua casa de axé sabem qual a melhor forma de praticar o seu sagrado. 🤗🥰🙏🏽

Mafuá do HPA disse...

COMENTÁRIOS VIA FACEBOOK OFERENDA NA ESTRADA 2:
Almir Ribeiro - Se coloca em risco a vida, o bem-estar, não só podemos como devemos criticar, expor, seja lá o quanto de sagrado isso possa ser. Simples.
Ou, o teu sagrado não pode comprometer a minha vida.

Jô Moura - Henrique é disso que estou falando. Isso é uma grande margem para intolerância religiosa.
Você me desculpe, mas você criou um palanque para intolerantes e racistas.
"Se coloca em risco a vida, o bem-estar, não só podemos como devemos criticar, expor, seja lá o quanto de sagrado isso possa ser. Simples.
Ou, o teu sagrado não pode comprometer a minha vida."

Almir Ribeiro - Em algumas religiões era comum o sacrifício de vidas humanas. Não ser intolerante é aceitar isso em nome da liberdade religiosa.
Ainda hoje, em vários, lugares, recém-nascidos com algum tipo de deficiência são sacrificados. Não ser intolerante é aceitar isso em nome do multiculturalismo.
O Valdomiro 'tava' vendendo um feijão mágico...
Num vídeo estudantes negras de uma universidade da África do Sul defendem o fim da ciência ocidental em nome da 'descolonização'...
PS.: tenho mais tempo de militância contra intolerantes e racistas que você de vida. Não significa muito, nem me dá credencial alguma, mas deveria servir para um debate num outro nível.

Jô Moura - Henrique, do que adianta as pessoas ter mais de 36 anos de militância, se elas vão contra a própria libertação dos paradigmas preconceituosos e retrógrados da sociedade?
Eu, mulher negra, ativista, candomblecista, artista, mãe, filha, empreendedora, pesquisadora, ativa e atenta nas mudanças do mundo, não posso e nem devo perder meu tempo com quem tem mais da minha idade, jogando contra a cultura e afroreligiosidade.
De qualquer maneira, printarei a conversa, para que não haja edição e pedido de desculpas daqui a pouco.
Sem mais, saio deste debate, com respeito, pois o MEU SAGRADO VALE MUITO E EXIJO RESPEITO TAMBÉM.
.

Greice Luiz - Jô Moura mas é sempre isso que acontece! As pessoas vão tomam seus passes, jogam búzios, consultam cartas, conversam com os guias e tals... e esquecem que cada procedimento que nos orientam a fazer existe um significado e fundamento... se você muda isso nao colabora muito... Ou seja, recebem uma orientação e praticam outra por achar isso ou aquilo...
E expor na rede uma entrega que não sabemos o fundamento é sim colaborar com a intolerancia religiosa e como sempre para o nosso lado... praticantes da religiao matriz africana

Mafuá do HPA disse...

COMENTÁRIOS VIA FACEBOOK OFERENDA NA ESTRADA 3:
Almir Ribeiro - Interessante as falas, mas não era isso que estava sendo discutido. Então, se é para finalizar a discussão, eu respeito seus sagrados, mas se ele ferir a dignidade, a existência, a integridade das pessoas ou do meio, eu os combaterei com toda minha força.
PS.: em nome do sagrado centenas de mulheres são mutiladas com a prática da sagrada circuncisão feminina. Você, mulher negra, ativista, candomblecista, artista, mãe, filha, empreendedora, pesquisadora, ativa, respeita. Eu, incapaz de ir contra a própria libertação dos paradigmas preconceituosos, não.

Jô Moura - Almir Ribeiro que bom, muitas e muitos assim como eu, saber disso.
As pessoas saem despejando um caminhão de coisas que nem sabe da onde tirou... Não sabem nem a diferença de religião para seita. Joga tudo no mesmo balaio e afirma que sabe mais pq tem mais tempo de militância, militância essa que não sabe nada de cultura afroreligiosa.
Caro candidato, não é assim que se faz política. Você está fazendo gol contra.
Muito obrigada pela informação.

Almir Ribeiro - De nada. Aliás dizem que não deve usar 'obrigado'...
E, de novo, não estava se discutindo nenhuma religião ou seita em particular.
Aliás, a minha é religião a do outro é seita me lembra um monte de coisa.

Jô Moura - Almir Ribeiro ������ A lá... Eu não vou pelo que "Dizem" eu vou pelo que sei. E sei que a educação e o respeito cabe em qualquer lugar.
Sou educada a ponto de te agradecer por me dizer que é intolerante e te respeitar a ponto de saber que você iria se perder na sua linha de pensamento.
Não volte atrás na sua fala, candidato.
Você falou do meu sagrado, misturou as coisas e disse que vai contra sim aquilo que te incomoda na minha religião.
Mas tá aí pra cego ver.
Boa noite! ��

Almir Ribeiro - O departamento de interpretação de texto é outro. Boa noite.

Greice Luiz - Praticas religiosas nem deveriam ser tema de debate (opiniões) ... se fosse algo normal já seria natural ver o nosso sagrado e ficar quieto

Henrique Perazzi de Aquino - Propor o debate, seja qual for, resulta em ter na mesa posições contrárias e favoráveis, quer nos favoreçam, sejamos favoráveis, contrários. Não vi aqui desrespeito ou algo parecido, vi discordância e posições divergentes, bem diferente do que flui por aí, como intolerância, raiva deliberada... Propus um tema e queria ouvir opiniões, favoráveis e contrárias.

Mafuá do HPA disse...

COMENTÁRIOS VIA FACEBOOK OFERENDA NA ESTRADA 4:
Jô Moura - Henrique, como vc mesmo disse no início do debate, você é adepto da afro religião, certo?
Concorda, então, que nossa cultura religiosa não deve ser exposta dando margem para pessoas que não são da religião atacar, sendo que nem sabem o que realmente acontece nas nossas tradições e doutrinas?
Quem tem potencial para falar sobre a opressão é quem sofre ela, e não quem oprime e/ou reproduz a mesma, atacando, justificando tempo de militância, que nem é a mesma que a minha.
Aqui eu vi um homem branco misturando seu repúdio das religiões de matriz africana, com seitas que sacrificam humanos e tal... O que uma coisa tem a ver com a outra?
É importante saber do que se está falando antes de entrar num debate.
Se eu concordo com a poluição da natureza? Claro que não!
Mas jamais em hipótese alguma eu posso julgar uma oferenda que vi por um instante, sem saber o que vai acontecer nos próximos dias.
Vc sugeriu a folha de bananeira, no lugar do Alguidar... Sabia que o Alguidar é feito de barro, água e fogo? Não agride a natureza. Frutas nem precisamos comentar...
Garrafas? Tecidos... poluem, mas ninguém sabe qual foi o fundamento, portanto não podemos pisotear em nós mesmos!
É luta gigantesca para ocupar nosso espaço e respeito, terreiros até hoje sofrem perseguições, tem seus ilês queimados, imagens quebradas e são até expulsos de seus lugares... Sobre isso ninguém quer falar, não é mesmo?
Respeito e preservação da nossa ancestralidade. Só isso que estou falando.
Não abram margem para ataques. Isso é perverso não só comigo que tô aqui pra não permitir que esse tipo de intolerância ocorra, mas pelo irmão que deixou a oferenda.
A pessoa nem está presente, e está sendo julgada, atacada simplesmente pq alguém não gostou.

Henrique Perazzi de Aquino - Jô Moura, qualquer discussão sempre tem disso, minha cara. Nem sempre ouvimos o que queremos e concordamos. Esse trabalho de convencimento do outro com argumentos não é algo dos mais fáceis. Hoje tudo é agravado. Aprendo com tudo, até quando discordo do que leio. Leve por essa vertente, fosse com outros poderia ter sido pior, pois xingariam, pregando ódio conosco. Entenda como um debate, onde mesmo da discordância, sempre conseguimos algo de positivo. Ele expos o ponto de vista dele, você o seu e muitos do outro lado conseguem tirar suas conclusões a partir daí.

Thayna Artigos Religiosos - Nos do candomble. Pelo menos no meu Nzo (terreiro) fazemos os despachos e o conteúdo jogamos no local adequado. Não deixamos na encruza. As matanças e animais são voltadas para natureza pois não afetam a camada de ozônio. Isso é uma grande lutas de vários templos e terreiro desde Salvador até são Paulo para o povo de terreiro utilizar espaços reservados e reciclagem ou até mesmo joguem em local adequado. Isso precisa virar uma bandeira. Porque cultuamos a natureza e não poluídos a mesma. Algum vereador que lute pelo nosso direito de ter um espaço para isso. Como o vale dos orixás do abc paulista ou das demais capitais.
E consciência dos dirigentes.

Walisson WB Bragião - Infelizmente o Face virou praça de apedrejamento., Qualquer assunto que envolva religiões que não sejam euro centradas recebem um volume imenso de ódio e preconceito da pseudo elite pseudo branca

Marcia Nuriah - Bom, o Henrique só questiona o fato de que sao comburentes numa area de risco, numa epoca em que ha incendios por todo lado. Mas muitos terreiros orientam os fiéis com relaçao à esses cuidados, sim. Cheguei a ir num santuário, numa serra em SP, uma area especifica para oferendas na mata, mantido para que se pudesse fazer em segurança ( mais por conta da violencia atual , mas tambem com esse cuidado).

Henrique Perazzi de Aquino - Não tive outra intenção além desta.

Mafuá do HPA disse...

COMENTÁRIOS VIA FACEBOOK OFERENDA NA ESTRADA 5:
Marcos Assis - Voltando à pergunta inicial: por que usar cerâmica, que praticamente não se decompõe (aumentando os dejeitos na natureza), ao invés de folhas de bananeira (biodegradáveis)? E por que vela acesa, nesse período de baixa umidade e mato seco (ao invés de velas apagadas ou lâmpadas de led).
Não vi a pergunta do Hernrique tão ofensiva assim.
Agora, por que o cristianismo se consagra o vinho, (sangue de cristo) , ao invés da cerveja, (o mijo dele) que também era conhecida no antigo Egito?

Dandara Renault - Aqui no Rio o Duduzinho estipulou o “macumbódromo”, onde são depositadas todas as oferendas na cachoeira. Desta forma facilita a limpeza pela comlurb, facilita a vida dos candomblecistas que correm menos riscos de agressão e não atrapalha o banco de cachoeira do resto da galera.
Mas na maioria das vezes pode substituir sim por folhas de plantas, é um movimento bem comum aqui no rio.

Marcos Augusto - Concordo plenamente com você, Henrique Perazzi de Aquino

Renata Nassralla Kassis - Pq há ritos para as oferendas.
Ps. Concordo plenamente sobre os cuidados com velas acesas em tempos de seca. Qualquer dirigente sério de casa de reza ou terreiro nos alerta para isso. Mas o resto, é do Santo.

Laércio Simões - Boa noite caro amigo e companheiro Henrique. As oferendas, na visão de mundo dos Povos e comunidades de Terreiro( como são reconhecidos, aqueles que se orientam por princípios civilizatórios dos povos africanos), e que tem os seus direitos violados e violentados permanentemente desde o início, obedecem a prescrições complexas que parti de fundamentos e determinações também complexas. Não são um amontoado de coisas entregues aleatoriamente. São saberes de relação intrinseca com a natureza. A pratica comum dos povos que fazem esse tipo de oferenda é voltar e retirar os detritos. Quanto as velas, não vi nehuma ai, mais penso que é um momento delicado pra se fazer esse tipo de comentário, uma vez que, indios e caboclos estão sendo responsabilizados pelas queimadas no país. Asé o

Marcos disse...

Sinto vergonha alheia ao ler certos comentários, a pessoa não entendeu a questão inicial do post e muito menos a colocação sempre precisa do professor Almir.
O Brasil é um país realmente de um futuro nefasto e sempre nesses debates me vem a lembrança do Carl Sagan que dizia: "nós vivemos numa era baseada em ciência em tecnologia na qual as pessoas não entendem de ciência e tecnologia e essa mistura inflamável de ignorância e poder, cedo ou tarde, irá explodir na nossa cara. A ciência é mais do que um conjunto de conhecimentos, é uma forma de pensar, uma forma de interrogar o Universo ceticamente com um profundo conhecimento das falhas humanas. Se nós não formos capazes de fazer perguntas céticas, de interrogar aqueles que nos dizem que algo é verdade, então estamos à disposição do próximo charlatão político ou religioso que surgir".

Tradições são para (e devem) ser quebradas e isso nada tem a ver com ser intolerante com a pessoa, em nenhum momento o professor Almir ou eu que também sou crítico a todas as religiões falamos em perseguir pessoas, o religioso é tão sectário que não sabe distinguir crítica de perseguição, aliás, sempre que houve perseguição religiosa foi de uma religião para engolir a outra. Não dá em pleno século 21 falarmos de evolução, de desenvolvimento como sociedade humana presos em velhas tradições. Não surpreende até hoje o sebastianismo brasileiro que nos tem levado ao fundo do poço.

E Henrique, aqui uma provocação pra você, parece que nosso último e único ponto em comum (o ateísmo) se desfez pelo que li nas suas respostas. Vejo sempre vocês usando a palavra "retrocesso" e nesse momento recordei do saudoso Plínio de Arruda Sampaio nos debates com o Serra e a Dilma dizendo: "mas o que é pior, ir da direita para a esquerda ou ir da esquerda para a direita??". Por que cito isso?? Ir do ateísmo para a crendice é um baita retrocesso.

Camarada Insurgente Marcos