ATROCIDADES NA HISTÓRIA PAULISTA – publicado edição de 19/10/2012
O paulista conta vantagem como propagador de democracia, impulsionador da nação e pelo coronelismo não fazer parte do seu dia a dia. Ledo engano. Enxergamos os erros alheios e pouco os nossos. Quem espia a história de consolidação do Oeste Paulista fica horrorizado com as atrocidades cometidas no passado. Exemplos clássicos de coronelismo (ontem e hoje) em sua consolidação. Predominância de um verdadeiro faroeste, acobertado pelas autoridades, desde cartoriais às governamentais, onde quem tinha poder financeiro detinha o mando. Desse embate, a história precisa urgentemente ser recontada e terras e mais terras devolvidas aos seus verdadeiros e originais proprietários. No Oeste paulista predominou a grilagem de terras, verdadeiro rolo compressor, ocupando espaços, massacrando pequenos posseiros. Existe um consenso, a de que muitas terras no começo do século passado foram conseguidas na marra, com expulsão e assassinatos. Os posseiros chegavam plantavam e se estabeleciam, depois surgiam os grandes proprietários, se dizendo interessados em comprar glebas. Daí a carnificina que a história ainda oculta. Faziam, aconteciam e poucos tomavam conhecimento. Império da lei da vista grossa. Uma chaga. Nos disponíveis arquivos da ALESP – Assembleia Legislativa do Estado, amostragem de uma época que uns dizem ter sido de “ouro” e outros, um “massacre”. Antológica a história do poderoso “suíço que desbravou a Alta Paulista”, Max Wirth (cliquem seu nome no google). Terror mais do que explícito. Em Bauru, toda a saga da Noroeste merece revisão. Pesquisem sobre quem foi Machado de Mello, truculento dizimador de índios, hoje dando nome à praça junto da Estação da NOB. Ainda endeusamos alguns dos algozes dessa terra. Observando a luta dos sem terra exatamente em cima dessas questões, conclui-se que eles pesquisaram e lutam pelo fim das injustiças. Ecos de uma ilegal conquista latifundiária, conquistada à bala e de solução ainda indefinida. Contar essa oculta história ajudaria a desvendar segredos da saga paulista.
O primeiro mandato de Rodrigo Agostinho como prefeito de Bauru está chegando ao fim. Ouço do professor Dino Magnoni algo revelador sobre como ele acredita foi sendo construída essa nova liderança: “É cria do estilo Tuga de governar. Vivia despachando no seu gabinete quando secretário e foi sendo formatado nesse contínuo contato. Aprendeu muita coisa ali, o mesmo estilo, sem ouvir muito, tomando decisões meio que solitárias, isoladas”. Atuei do início ao fim no último governo Tuga, com liberdade de ação e poucos freios. Época de muita criatividade e poucos recursos em caixa. Recolocou as contas de Bauru nos eixos e muito do bom momento atual é devido à austeridade daquele período. Algo necessário, com seus prós e contras. Sim, Rodrigo é centralizador. Um desperdício manter tarimbadas pessoas no seu Gabinete e não utilizá-las nem para meras consultas, papos e conselhos. Lideranças só tomam conhecimento de procedimentos na efervescência da discussão. Fez suas escolhas e não cria problemas para os impostos no seu staff. Os perpétuos, com “costa quente”, grudados no costado governamental, mais metendo os pés pelas mãos do que contribuindo são os que mais criam problemas. Não sei se ele é induzido ou apoia tudo o que acontece na Saúde, como criação da Fundação. Ia assumir o Base e levou uma banana do Governo Estadual. Tudo ficou por isso mesmo. No mínimo esquisito. Encerro com um elogio. Elegi o melhor servidor dentre os cargos de confiança do primeiro mandato: Eliseu Areco Neto, o Secretário de Obras. Seu mérito é fazer sem alarde o que precisa ser feito. Não se envolve em divididas, não trai, não joga contra e nem faz acordo com a parte contrária. Um executor na acepção da palavra. Simples, cordato, vestiu a indumentária da administração e dela faz impecável uso. Fardamento sujo, mas com suor. Seu lazer, onde recarrega energias é expondo a cara nos lugares onde se toca a melhor MPB da cidade. Ele não se esconde, outra vantagem.
Obs: Uma lembrança, esse é meu 200º texto no BOM DIA Bauru, quatro anos de escrevinhamentos...
VAMOS ÀS DICAS: 1) Hoje, 27/10 um show inusitado, num local onde só ocorrem shows com MPB DE PRIMEIRA qualidade. O horário é 21h30, o local é na denominada Sala Brasil, que fica na confluência das ruas Caetano Sampieri com Henrique Savi. Para quem não sacou ali é a Escola Clave Musical, tocada pelo maestro George Vidal e sua esposa Maria Célia Vidal. Os concertos ali apresentados são recitais de alunos, profissionais renomados e gente do ramo, ou seja, tem que passar pelo crivo de saberem muito bem o que estão a fazer. E hoje por meros R$ 10 reais acontece o show “NUNCA PARE DE SONHAR”, com a reunião de gente inesperada e cheia de talento. 2) Hoje, 16h, debaixo dessa lua de forte calor e sem brisa o Noroeste joga uma cartada decisiva contra o Capivariano e lá estarei para dar meu apoio e fazer o que gosto, assistir jogos do meu time do coração. Faço durante o jogo uma entrevista com Bruno, um dos torcedores que apresentou proposta para ser presidente do time. Como criticar algo que não conhecemos: com essa proposta, espero que todos a partir de amanhã o conheçam melhor. 3) Amanhã 19h no palco do SESC por preços inimagináveis quem apresenta seu show é ALCEU VALENÇA, um dos que tenho quase tudo em vinil aqui no Mafuá. Show para ficar na fila do gargarejo e cantar junto com ele suas belas canções. 4) Vingou mesmo a exposição na feira amanhã. O JC, edição de hoje dá um belo destaque com chamada de 1º página e capa no Caderno Cultura, com o título, “FEIRA LIVRE REVISITADA”. Sintam o que poderá ocorrer por lá lendo a matéria escrita pela própria Luciana Franzolin: http://www.jcnet.com.br/Cultura/2012/10/feira-livre-revisitada.html.
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