quinta-feira, 4 de outubro de 2012

PERGUNTAR NÃO OFENDE  ou QUE SAUDADE DE ERNESTO VARELA (69)
UM ALERTA DE ÚLTIMA HORA SOBRE OS DESDOBRAMENTOS DA GREVE DOS MOTORISTAS
Eu fui assuntar melhor sobre essa greve dos motoristas. Por mais justa e significativa que possa ser, via pairando no ar algo de estranho. Sabe a frase, “há no ar algo além dos aviões de carreira” e sei que ela tem muito a ver com o que ocorre essa semana na cidade de Bauru. Acho estupendo a manifestação não ter partido de uma reivindicação salarial e sim, pelo cumprimento de horas ao volante e descanso. Observava uma organização além da conta no fato dos trabalhadores terem ignorado o seu sindicato e ido para a rua, na primeira paralisação e agora, na segunda, estão todos juntos, eles e o sindicato. Ficou tudo muito afinadinho em tão pouco tempo. Aí o primeiro estranhamento. Algo que não existe como aprovar é se alguém nesse momento estiver tirando proveito da luta do trabalhador e dessa forma, fazendo uso da paralisação para outros fins. Seria o fim da picada.
Nada é muito transparente hoje, esse fascismo moderno é pior do que tempos antigos. Tudo é feito por debaixo do pano, com palavras bonitinhas, isso em tudo. Nessa greve, poucos são os que realmente estão entendendo o que está acontecendo. Já são dois dias de multa e confesso não ter visto até agora nenhum sindicato ter bancado uma multa de forma tão tranquila. Não vi nenhum dirigente reclamar de ter que pagar o valor. Afinal, a multa será ou não paga? E se o ocorrer, quem o pagará? O tal do Sindtram bancará isso sozinho? Para um sindicato que estava apartado da luta dos trabalhadores, de uma hora para outra retoma a dianteira e é quem dita as cartas. Tudo o que é dito, quem o faz são os representantes do sindicato e nada sobre uma preocupação com o caixa, de como irão pagar isso tudo. Parece não estarem preocupados com esse confronto com a Justiça. Escrevo isso tudo porque estou entendendo muito pouca coisa do que de fato está acontecendo.
Queria uma explicação sobre uma churrascada no pátio na tarde de terça. Greve com festa e baile de forró no pátio. Nunca vi isso, ainda mais dentro do pátio da empresa, ou seja, no espaço físico onde o patrão dá as cartas. Isso merece uma explicação. Que patrão aceita isso dentro do pátio de sua empresa e com o som alto. Muitos presenciaram isso. Greve não é festança. Os jornais locais fizeram menção dessa festança.
Terça e ontem a revolta nas ruas foi grande. Está mexendo demais com as pessoas. Eu não ando de ônibus, mas vejo que os usuários foram penalizados. Sou um andante das ruas e ouço as pessoas, principalmente as mais simples. Nunca me posicionaria oa lado dos patrões e confesso ter tidop até então uma enorme simpatia pelo movimento e da forma como aconteceu. Parecia algo puro, advindo realmente de um anseio da categoria, mas até hoje não percebi nenhuma manifestação dessas novas lideranças. O que vejo hoje é só o pronunciamento do sindicato, um que os motoristas pareciam renegar e repudiar.
Esse escrito é para colocar no ar um ALERTA. Ou estou redondamente enganado e terei o bom senso de resignado pedir desculpas e fazer uma retratação pública. Para isso ocorrer, preciso entender direitinho tudo o que está em jogo, principalmente por estarmos às vésperas de uma eleição. Dúvidas não podem pairar no ar. Analisando essa greve friamente, sem deixar de fazer a defesa do trabalhador, acho que eles precisam ter suas reivindicações atendidas e vir à tona o que ainda não foi explicado, o que ocorre sem o conhecimento da maioria. Estejamos todos atentos.
OBS.: As fotos foram retiradas da internet.

13 comentários:

Anônimo disse...

"prezado Henrique, que tem algo podre no Reino da Dinamarca...aah tem!!sou usuária do transporte coletivo,revolta com a falta de respeito é pouco!! =/"
Marisa

João Andrade disse...

Olá Henrique. O provável lockout das empresas é a prova de que a greve está sendo interessante para a Transurb. Primeiro, o fato do Rodrigo ter chamado uma licitação sobre o contrato de uma empresa para apresentar um projeto de remodelação do sistema está indiregível para o grupo econômico que detém as concessões. Esse projeto trará à tona a necessidade de corrigir velhos problemas como os horários das linhas e itinerário, falta dos cobradores, qualidade dos pontos, dentre outras questões elementares para a qualidade do transporte. Tudo isso deve ser incorporado nas novas licitações. Vale lembrar que o atual formato do Sistema beneficia o "caixa" das operadoras, que quer repassar o custo de tudo, inclusive aqueles inerentes á redução da carga horária.Tomara que não tenham a cara de pau de tentar repassar o custo das multas também. Outra questão é o período: Eleitoral. Para a Transurb, o Prefeito não suportaria a pressão e acabaria cedendo às intenções eleitoreiras e autorizando o aumento da tarifa diante da prática de 3 turnos, ou criando um fundo público para cobrir a diferença. Rodrigo não cedeu e merece respeito por isso, embora eu ache que ele já deveria ter tomado muitas outras medidas durante seu primeiro mandato. De um jeito ou de outro, a margem de lucro permaceria intácta, enquanto que, se a tratativa for feita por negociação entre empresas e trabalhadores, a diminuição dos lucros será certa. Na minha opinião, as empresas estão usando a greve para chantagear o poder público, levando em conta o período eleitoral e impedir o curso da remodelagem do sistema público de transpote e conseguir atender a reivindicação dos trabalhadores sem ter que diminuir o lucro. Os trabalhadores estão corretos no ponto de vista corporativo, mas não podem se permitir à utilização como massa de manobra. Se esta greve estivesse ocorrendo em outra época, teria um desfecho diferente. As ruas estariam lotadas de transporte alternativo oferecido pelas próprias empresas. Ao contrário, ela prefere arcar com as multas e deixar a população destilar a revolta pra cima do poder público, estratégia, aliás, que não tem dado muito certo. Para entender melhor o que digo, basta buscar compreender os motivos pelos quais as empresas estão praticando lockout e impedindo que a categoria cumpra determinação judicial de retornar os coletivos em 70%. Os trabalhadores querem retornar 80% das linhas, mas as empresas se negam a aceitar. Enfim, acho que não há nada obscuro. Tudo está claro. Só não enxerga quem é surdo, mudo ou não quer enxergar. Não precisa ter olhos sãos para ver.

Anônimo disse...


Grande Henrique, tudo bem???? Lí o teu texto no Mafuá e fiquei mais tranquilo com a sua abordagem, pq na verdade existe um certo conluio entre o próprio sindicato e as empresas como acontecia na época do Elias Pinheiro. O pessoal reclama que fica muito tempo à disposição da empresa e não tem tempo pra ficar com os familiares. No entanto, no primeiro dia da greve ao invés de ficar com a família ficaram o dia todo tomando cerveja, churrasqueando e curtindo música. Eles reclamam das condições de trabalho, mas estas mudanças começaram em agosto e já em outubro, nas vésperas da eleição estão estressados a ponto de desrespeitar até mesmo o Ministério do Trabalho, Polícia e Justiça??? Se eles estão tão bravos com a empresa porque o sindicato ficou tempo o tempo todo procurando a Emdurb, o Roque e Prefeitura e não criticaram a empresa por não atender as reivindicações???? Porque não liberaram a catraca para o povo como forma de protestar contra a empresa??? Porque estão tão tranquilos com relação à multa de 20 mil por dia???? será que tem algum empresário bancando esta multa???? Porque a empresa não se mobilizou para colocar a frota na rua, contratando temporários ou trazendo gente de outra cidade? Por que o sindicato fica o tempo todo na Rádio dizendo que espera uma manifestação da Emdurb para ajudar nas negociações, se eles sabem que a autarquia não pode e não deve se meter nas relações empresa/empregados???? Há algo de pode no ar, vc não acha????.



Amigo, prefiro me manter anônimo e voce sabe dos meus motivos.

Mafuá do HPA disse...

Respondendo:

A Marisa um forte abraço: faz tempo que não te via por aqui.

A o João Andrade, da CUT Bauru: Não João, nem todos sabem disso escrito por ti e nem todos teriam condições de decifrar esse emaranhado elucidado por ti. Eu sempre quero enxerger, sei da crueldade dos patrões e sei também que sempre existirão os que adoram tirar proveito dos trabalhadores. Temos que estar atentos e sempre alertas.

Ao meu amigo anônimo: procurou mostrar um outro lado do trabalhador, ainda pouco ventilado por esses dias, além da uestão da multa, que pouco vi gente proposta a elucidar dos motivos de ninguém querer tocar nisso. Ainda iremos saber de detalhes ocultos. Aguardemos e pesquisemos...

Henrique - direto do mafuá

Anônimo disse...

Vou começar um comentário pelo que o João escreveu. Depende muito para onde estão voltados os olhos de quem observa tudo isso. Por que o prefeito então não veio a público dizer tudo isso ao invés de tentar de todas as formas sufocar a greve??? Qualquer um com um mínimo de conhecimento político e sinceridade, sabe e pode afirmar que rola grana dessas empresas em campanha, é isso o que garante facilidades e rapidez na hora de ter benefícios e aumento de tarifas.

Ser a empresa que toma conta do transporte público numa cidade do porte de Bauru é um filé mignon, o lucro é absurdo, a concessão logo vencerá o prazo e haverá renovação, ora, para que a empresa vai criar um problema desses a um prefeito que come nas mãos dos interesses destes e que tem tudo para ser reeleito???? Eles sabem que sendo obrigados a ceder agora, tem lá na frente a reposição de tarifa, é um jogo de canalhas.

Agora fica claro da parte de vocês também que ficaram numa saia justa, porque precisam blindar o prefeito porque convenhamos, claro, vocês tem os seus motivos nada revolucionários diga-se, não é mesmo??? Sendo que, para não ficar ruim com uma classe e manter a pose de "defensores dos trabalhadores", são forçados a ir lá e participar tentando equilibrar com a "causa" ao mesmo tempo que precisam equilibrar para o lado eleitoreiro ao qual defendem.

A real é que tem gente ali ganhando votos, outros grana, outros buscando prestígio para futura candidaturas e as pessoas ficam no meio desse fogo cruzado, isso porque cada um tem seu interesse e a única coletividade que fica escancarada é o passar de pernas e salvem-se quem puder.

Já encheu todo esse teatro, um indivíduo pode não pensar com a classe, se houvesse interesse em quebrar as algemas da cabeça das pessoas e que isso tudo service a um propósito maior, seria totalmente diferente e como já propus em outros comentários, eu não vou assim como o amigo Henrique jogar toda essa merda para não favorecer nenhum lado, pois todos são canalhas.

Esse país parece não conhecer limites para a palhaçada, seguindo a linha do Henrique, eu já vi manifestos com bombas, pneus queimados, etc, mas na hora que se tem churrascada com sertanejão como ficou escancarado na imprensa na garagem da Baurutrans, é que algo de gozado no ar ocorre.

Há uma frase famosa que diz "não há segredo que não se revele quando mais de duas pessoas estão nele envolvidos", se fosse interesse de alguém ou da imprensa, bastava colocar os dirigentes do sindtran cada um numa parede e fazer certos questionamentos e muita coisa cairia por terra, digo isso, porque na quarta-feira, falei rapidamente com um cidadão envolvido nisso tudo, e deu para sacar algumas coisas, eis que o mesmo "paladino", preocupado com que eu falasse alguma coisa por interesse político, o qual eu tenho nojo disso tudo e por isso fico fora, mas me procura por telefone na tarde desta quinta para perguntar se eu tinha comentado algo com alguém e que não comentasse nada, pois seria obrigado a negar até a morte, claro né, pra que perder a boquinha e futuras pretensões políticas.

Pra fechar o quebra-cabeça, embora, lógico, tenho certeza que já sabem disso, mas a comédia safada da política não tem limites, por favor, mostrem quem arrumou algumas vans oferecendo baldeação em alguns bairros e quais eram os santinhos distribuídos. Duvido que alguém se apresente, porque cada um está com o seu interesse particular, seja por votos, grana ou por alianças políticas.

A Emdurb teria sim condições por ser um serviço de concessão entrar de pau nisso e fazer quebra de contrato com o tal lockout(que chique), bloqueio em português, mas não vai fazer porque o cara que lá está não tem sobrenome Chávez e nem é venezuelano, e tem acordos enrabados a cumprir.

No mais, pau no cu de todos que com seus interesses contribuem para uma sociedade cada vez mais alienada a mercê dos interesses do capital e sofrendo sem saber o porquê.

Marcos Paulo
Comunismo em Ação

Anônimo disse...

ONTEM no meu bairro tinha gente mesm0 dando carona pra ir no centro trabalhar
tudo é politca.
F.C

João Andrade disse...

Ao amigo Henrique: Desculpa. Me expressei mal. Não me refiro ao cidadão comum, mas os que formam opinião. Você por exemplo: Comentei seu post porque, ao meu ver, foi a única opinião (que tive acesso) que está mais próxima da real conjuntura e porque sei que você é um cidadão que respeita os trabalhadores, suas reivindicações e estruturas organizacionais.

Ao anônimo: Não me sinto a vontade para comentar opiniões apócrifas. Devo apenas esclarecer os leitores do blog que meus comentários são uma contribuição pessoal, de acordo com meus princípios e quase metade da minha vida dedicada à organização da classe trabalhadora. Não tem haver com a opinião da CUT, cujas decisões e opinões são de responsabilidade do conjunto dos sindicatos filiados e externadas à classe trabalhadora por meio de Notas Públicas.

Mafuá do HPA disse...

João
Vc é sempre bem vindo. Lewvar bordoadas faz parte do processo. Eu as levo diariamente e vc as suas. Nós que nos posicionamos estamos sujeitos a isso e temos que ter a galhardia de encarar tudo numa boa, entendendo o outro aldo, assimilando e até tirando beneficios. Vicente Matheus dizia no seu folclórico linguajar: "Quem entra na chuva é para se queimar". Nós estamos no meio dela e não deixe de participar, sempre que puder.
Um abraço
Henrique - direto do mafuá

João Andrade disse...

Ao anônimo: Desculpe, agora vi que o seu nome é Marcos Paulo e você é um Comunisasta em Ação. Acredito que a e as Redes Sociais ajudam, mas Ação mesmo, meu caro, é no mundo real e não no virtual. Sou muito favorável à uma proposta, acho que sua, que surgiu aqui no blog, sobre as catracas livres. Até cheguei a falar com a direção da CUT para viabilizar a proposta. Catraca livre não poderia ser o termo, pois pressupõe que os usuários teriam que passar pela catraca, gerando uma fatura. Esta fatura, persanaliza o movimento, cuja responsabilidade recairia sobre o motorista. Mas a ideia foi muito boa e minha ética me conduziu a informar a diretoria da CUT que esta proposta estava ganhando força aqui no Mafuá e alguns setores da imprensa já estava a ventilando. Por entender que se tratava de uma proposta totalemnte viável sob o ponto de vista de responsabilidade cidadã e compromisso com os interesses de toda a classe trabalhadora, afinal o protesto continuaria sem afetar os usuários, a mesma chegou a ser cogitada com a seguinte formatação: Apresentar uma proposta às empresas de retorno imediato de 100% da frota, circulando com as portas de desembarque abertas, ou seja, "Passe Livre". Assim, o motorista não precisaria destravar a catraca e nem seria cobrado pela quantidade de vezes que a catraca girou sem que houvesse pagamento da passagem. O problema que este é o tipo de proposta que depende de negociação com o patrão, não dá pra categoria fazer por conta, pois depende de ter acesso ao patrimônio da empresa, ou seja, os ônibus, combustível, etc. O fato é que a proposta não chegou a ser considerada pelo SINDTRAN.

Anônimo disse...

DEIXA UMA MULHER ENTRAR NESSE PAPO.
Sou de um tempo em que íamos para as manifestações nas ruas, paqsseatas de estudantes e fazíamos tudo por nossa conta e risco. Não avisavamos ninguém. E nem sei se precisava de autorização. E se precisasse eu sei que não nos dariam. Hoje, para uma simples passeata nas ruas é necesário pedir autorização para a Polícia Militar, que acompanha tudo, garantidora da ordem e do bem estar. Já perdeu o sentido, tem alguém observando. Cada vez estamos atrelados a esse negócio prééstabelecido.

na questão da greve o da CUT, João explica de uma forma legal a diferença entre CATRACA LIVRE e LIBERAR AS PORTAS. Pronto, daqui para frente uso esse termo, mais adequado, Portas Liberadas. Só que tudso depende do patrão. Se ele autroizar nós vamos fazer. Se ele permitir será assim.

Minha conclusão é só uma. Se for esperar ele dizer que será dessa forma, não vai ser nunca, pois alguém aí acha que eles deixarão isso acontecer. Ou a coragem nos fará retomar o tempo perdido ou seremos sempre conduzidos como massa de manobra. Sei que a resposta que vão dar é que o buraco é sempre mais emabaixo para o trabalhador. Também acho, mas se eles conseguiram até agora esse respaldo de fazer com que a greve tenha 100% de participação, sem piquetes e nenhum incidente na porta da fábrica, o melhor jeito de sairem bem, dando uma demonstração de estar ao lado da população será colocarem os onibus para circular com as portas abertas.

Vou com a minha velha bandeira para as ruas festejar no dia que isso acontecer.

Aurora

Anônimo disse...

João, pra começar devemos sempre nos aprofundar em busca dos fatos para nos ater a eles, acho que você não ligou o nome a pessoa, pois nos conhecemos, não foram muitos os encontros, mas já conversamos, aliás conheço todos do movimento sindical da cidade, por isso fico bem a vontade para falar disso tudo.

Engana-se por pensar que minha ação é em redes sociais, quem me conhece sabe a crítica que tenho a esse mundo virtual, você não me encontra nessas redes onde jovens babacas americanos desenvolvem um produto cujo objetivo é justamente dentro de um grande universo aleatório de curtas informações prender e alienar as pessoas diante de uma tela, tenho apenas um email, e este blog que frequento para prestigiar meu amigo que eu gostaria de faze-lo mais pessoalmente como nos bons tempos do que ficar aqui, tenho problema com teclas de PC, odeio escrever teclando. Você diz ter metade da vida dedicada a "classe trabalhadora", mas já se atentou ao fato de que essa classe há muito tempo não é homogênea e muito menos com consciência de classe??? Que na real é dividida para ser organizada ao capital, massificando o pior imprint cultural possível na formação social??? O movimento sindical está falido ideologicamente no Brasil, não há nenhuma conotação revolucionária, apenas conveniências políticas que não ameaçam a destruição desse estado, o Brasil é o único país do mundo onde "manifestantes" tem que pedir licença para o patrão e avisar a polícia, seguindo até no que disse a Aurora.

Você tem parte da vida nisso como fala, mas sempre digo que tudo está no "como" fazemos as coisas, e posso te afirmar que tenho uma vida toda sendo vivida para o ser comunista, antes de qualquer revolução em conjunto se faz necessário a nossa revolução pessoal, quebrando todas as amarras que nos são impostas, tenho uma experiência enorme, mesmo sendo considerado um jovem ainda, ir nas ruas ficar berrando em megafone e muitas vezes aquelas demagogias sendo gritadas em clichês é fácil, já andei muito nesse meio, arrependimento talvez eu não tenha porque serviu para ver a real disso tudo.

A "esquerda" no Brasil tem vergonha em dizer o nome, então isso não pode ser esquerda, aqui em Bauru mesmo quando vejo os tais "esquerdistas" elogiados por gente como Duda Trevizani, é pra rir, teve um mês passado em entrevista na Tv que ficou vermelho na hora que o Duda praticamente fez uma declaração de amor a esse esquerda, dito que até votou nele uma vez, essa é a esquerda que não incomoda, não provoca, não fala o que pensa, analisando estamos piores que o fuhrer.

E não vamos ficar perdendo tempo com semântica, "catraca livre" não é uma expressão minha, e sim um termo usada em vários países da América Latina em greves onde se libera o acesso aos usuários, mas fico muito contente que essa ideia tenha se espalhado por aí, pena que desde o início essa greve não tem nada a ver com coletividade e muito menos despertar a consciência das pessoas para um mundo maior.

No mais, eu ouvi não foi na radio barnabé e sim de gente do sindicato o que acontece lá, então não vai ter catraca quebrada, portão quebrado, revolução, nada, é só cada um mordendo um lado da conveniência, por isso discursos ensaiados e bonitos não me comovem, o que me move e comove são as selvas colombianas, que diferença para o país que parece achar que ser brocha é ser brasileiro.

Marcos Paulo
Comunismo em Ação

ArabeAlli disse...

Caro Henrique, penso que se esta greve ferisse de alguma forma os interesses das elites, das duas uma: ou já tinha acabado ou nem tinha começado. Ela só existe e resiste pq prejudica a parte pobre da população, aquela que sem recursos próprios depende exclusivamente do transporte público. Hj pela manhã presenciei uma faceta deveras triste dessa greve. Estava conversando com uma amiga numa rua do centro qd percebi que um casal de ançiões, negros, pobres e debilitados vinha andando pela calçada. O marido, um pouco a frente amparava a esposa que andava com mt dificuldades. Estavam vindo a pé desde o Jaraguá e rumavam para o Hospital Estadual lá nas proximidades da Unesp. Ela, 78 anos, inchada nos braços e mãos, pernas e pés, estava mt debilitada também pelas sessões de quimio a que esta se submetendo. Olhos profundos, respirar ofegante, sempre dava uma paradinha rápida para descansar e logo em seguida retomar a caminhada. Como acredito qq um em condições teria feito ofereci-lhes uma carona e no caminho para o referido hospital foram me contando o duro calvário diário a que foram submetidos com esta greve espúria. O serviço hospitalar público como sempre, sem ambulância para transporta-los e agora os ônibus todos parados. Então Henrique, tive a real dimensão dessa greve estúpida e irresponsável, que pode até ser justa na sua reivindicação, mas é completamente ilegal (100% de paralisação), irresponsável e desumana. Ambos os lados, tanto os que exploram como os explorados, deveriam antes comprometer-se com a responsabilidade de que servem a população mais carente. E ainda há aqueles que defendem um ou outro lado, esquecendo-se de que, no momento em q os ônibus estão todos parados, doentes estão sem poder buscar socorro, deficientes físicos estão mais presos ainda as suas deficências, grávidas correm riscos iminentes, pais de família estão impossibilitados de buscar sustento, velhos e crianças são deixados ao abandono.
Este é o retrato que faço dessa greve covarde pq prejudica apenas os mais fracos e de seus irresponsáveis apoiadores, que de valentes tb não têm nada.

Anônimo disse...

Bacana esse relato, uma percepção muito boa do ocorrido, é por aí mesmo, há uma grande diferença entre coletividade e interesses políticos, demarcações de territórios e populismo malandro.

Marcos Paulo
Comunismo em Ação