domingo, 28 de outubro de 2018
DIÁRIO DE CUBA (101)
AS RÃS PEDIRAM UM REI* * Extraído de uma fábula de Fedro, tradução de 1941, da lavra de Nicolau Firmino:
"Muitas vezes desejamos o que
depois lastimamos ter".
"As rãs, divagando pelas livres lagoas, pediram a Júpiter um rei com grande gritaria, rei que reprimisse pela força os costumes dissolutos. O pai dos deuses riu-se e deu-lhes um pequeno madeiro, que atirado subitamente às águas aterrou a raça medrosa com o movimento e com o barulho. Como este madeiro jazesse por muito tempo mergulhado no limo, uma rã, por acaso, levanta tacitamente a cabeça para fora da lagoa e, examinando o rei, chama todas as rãs. Aquelas, deposto o temor, aproximam-se nadando ao desafio e a turba insolente salta para cima do madeiro. Como o tivessem infamado com toda espécie de insultos, enviaram a Júpiter rãs pedindo outro rei, porque era inútil o que tinha sido dado. Então, Júpiter enviou-lhes uma cobra d'água, que começou a agarrá-las e comê-las uma a uma com dente cruel. As rãs fracas, sem arte, impotentes, em vão fogem à morte, o medo fecha-lhes a voz. Por isso, secretamente dão recados a Mercúrio para Júpiter, a fim de que socorra as aflitas. Então o deus, em resposta, diz: "Porque não quisestes suportar o vosso bom rei, aguentai o mau". Texto relembrado por Luiz Gonzaga Belluzzo, in Carta Capital, edição 1027, no link: https://www.cartacapital.com.br/…/1027/as-ras-pediram-um-rei. Se assim querem, assim será. Nada mais a ser feito. Vou descansar.
HPA - Bauru SP, domingo, 19h28, 28 de outubro de 2018.
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Um comentário:
Descansemos, pois a batalha será árdua.
Daniel Dalla Valle
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