sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

AMIGOS DO PEITO (247)


REENCONTRO DOIS DILETOS AMIGOS E O OCORRIDO COM UM VEREADOR
1.) MARCIO TEIXEIRA, ECOLOGIA, SUA SAÚDE E ONDE ESTÁ SITUADO
"Bom dia! Tô melhor, mais tranquilo agora. Passei por um momento de muito nervosismo. A gente vem de bastante estresse, muita pauta na Câmara… Fiz aquele plantio de 1.200 árvores, e logo depois aconteceu essa devastação ambiental. Aquilo me abalou demais, fiquei muito nervoso. Fui medicado, fiz vários exames, inclusive de enzimas. Não foi infarto — foi estresse extremo. Eu tava com os braços duros, dor no peito… Mas agora tá tudo bem. Saí de lá às 10 horas da noite UPA Mary Dota e já tô firme de novo. Agora é seguir em frente: cuidar da cidade e continuar plantando árvores. Abraço!", vereador bauruense do PL, Márcio Teixeira.
Conheço o Márcio de longa data. Queria porque queria ser vereador. Conseguiu. Foi eleito pela atuação a favor da causa ecológica. Continua sua luta. A grande contradição é o partido político onde se encontra filiado e atuando. O PL - Partido Liberal é o pior de todos, vota tudo contra os interesses do país e lá está o maior foco hoje da corrupção brasileira. Totalmente incompatível fazer a defesa e luta ecológica dentro deste partido. Marcio diz conseguir. Não se sabe como. Adoecer será só a ponta deste iceberg.
Tempos atrás o questionei sobre continuar votando tudo ao lado dos interesses da alcaide, muitos contra o que profeça. Sua resposta foi abominável: "Eu até quero, mas se o fizer terei problemas. O partido fecha questão. Não tem como". Ou seja, continua lá, numa simples questão de escolha. É sua casa. O que ainda, pelo visto, não havia percebido é da impossibilidade de defender o meio ambiente dentro do PL. Teve um periqipaque, preocupou a todos. Já está melhor, mas as sequelas permanecerão ad eternum. Que mais escrever disso tudo. Talvez mais um toque, para cuidar melhor de sua saúde e se quiser mesmo melhorar, cair fora o quanto antes de permanecer ao lado dos devastadores da natureza e do erário público.
"Só em Bauru mesmo: Vereador do PL passa mal ao ver árvores derrubadas
no Mary Dota! Isso não é nada comparado ao que o partido dele aprovou no Congresso! Será que ele sentiu-se mal também com a aprovação da PEC da destruição! A verdade é uma só: Ou ele bem toma o lado dos ecologistas e muda de partido ou continua sendo hipócrita! Não dá para conciliar Ecologia com destruição! Ou ele terá sérios problemas de saúde sendo uma contradição ambulante...", Dirceu Mosquette Mjunior.

2.) UMA DELÍCIA CONVERSAR COM MAURINHO SANTOS NAS RUAS CENTRAIS DE BAURU
Foi hoje pela manhã. Estava tentando conversar com ele por estes dias. Ligava e o danado, que antes descia quase todo dia pra o centro da cidade, hoje fica mais tempo lá pelos lados de sua casa, num MCMV perto da rodovia Bauru/Marília. Hoje me liga e diz: "Estou aqui no coreto da praça, desça". O fiz e ele estava literalmente no coreto, melhor dizendo, desfrutando da sombra do antigo coreto da Praça Rui Barbosa. O convido para comer algo. Ele me fala de seus problemas estomacais, mas aceita um café. Vamos para o bar do japa ali na Rua Primeiro de Agosto, ao lado do Banco do Brasil, point de proseadores. ou seja, estávamos em casa.
Sentamos e colocamos a prosa toda em dia. Falamos muito do bloco do Tomate e da primeira vez que desceu conosco, foi quando passei a conhecê-lo melhor. Eu já o conhecia de outros carnavais, inclusive o vitorioso com o Império da Nova Esperança, do Roque Ferreira, mas afinidade mesmo deslanchou quando certa feita, apareceu num dos desfiles envergando um jaleco branco e fazendo um "Xô Preconceito", escrito nas costas com caneta Bic. Daí em diante, ele esteve conosco em todos os desfiles e quando o Silvão Selva disse estar cansado de fazer as marchinhas, ele naturalmente passou a nosso letrista. Trata-se, desde então, de um parceria de grande monta e envergadura. Maurinho é desses que você dá a idéia, passa os tópicos e em instantes surge um samba pronto, com a cara e o jeito tomatista. Ou seja, o cara é muito bom e é dos nossos. Conhece nossa pegada e não desaponta. Vai na veia - não na véia, viu!.
Maurinho está cansado, reclamão como todos os que, com o passar dos anos, começam a sentir o peso da envergadura nos costados. Cansado, mas não entrega os pontos. Falamos da Itália, onde anos atrás passou três meses visitando a filha, dos seus trabalhos profissionais, das escolas bauruenses onde seu samba vingou, da Bauru de hoje, agruras presenciadas in loco, do seu livro e das andanças de agora. "Minha sorte, Henrique, lá onde moro, fui sorteado com um apartamento no térreo", me disse. Isso é assunto para prolongar a prosa e perder a hora de fazer o almoço lá de casa. Ele tem samba novo nas paradas e outros tantos na cabeça. Maurinho é a efervescência em pessoa, diria mesmo, em ebulição, destes que, diz querer se manter distante, mas sem o conseguir. Tem um bichinho dentro dele não o deixando se acomodar. Nos despedimos na esquina da Primeiro de Agosto com Gustavo, onde tiramos uma foto. Dois coroas, cujas aposentadorias não representam muita coisa, pois continuam botando o bloco na rua.

3.) CARLÃO GRANDINI, 89 ANOS, ME PEDE ENVIE PEDIDO PESSOAL À LULA
Carlão Grandini é meu tio. Foi casado com minha tia Edi Perazzi, irmã gêmea de minha saudosa mãe. Funcionário do antigo IBC, lembranças inenarráveis dos tempos quando lá morava e íamos todos, a família inteira domingar em sua casa, jogando bola num campinho lá nos fundos. Morou por décadas bem defronte uma das entradas da antiga FEB, coração da vila Falcão e hoje, aposentado já há algumas décadas, segue forte e altaneiro, tendo renovado recentemente sua habilitação e hoje, o reencontro sem querer querendo, numa agênciua bancária lá nos altos da Getúlio Vargas. O danado saiu de sua casa lá perto do Habib's das Nações e estava a pé, alguns quilômetros de distância. Está esbanjando vitalidade, algo que tento conquistar junto dele, no sistema de "chupeta", numa espécie de recarregamento de baterias.
Meu tio é destes que não perde as sessões diárias da TV Câmara e Senado. Acompanha tudo e lulista de quatro costados. Continua comprando brigas homéricas com todos que venham, de alguma forma, querer desmerecer o que o Governo Lula tem feito de bom para o Brasil. Não adiante tentar convencê-lo do contrário e sem convincentes argumentos, pois ele os tem em demasia e os que tentaram, saíram fragorosamente derrotados. Suas histórias dos embates já ocorridos pela aí dariam um livro. É uma delícia cada vez que o reencontro e ele, ciente de estarmos no mesmo time, entabulamos uma conversa dessas sem hora pra acabar. Hoje, tinha uma fila atrás da gente e por ali permanecemos am alto e bom som, pois tínhamos garrafas vazias para vender.
O melhor de tudo foi quando, na hora das despedidas, tiro as fotos, envio para a prima Célia Albiero Grandini, lá em Palmas TO, ele me puxa pelo braço e diz que, se possível, tenho que tentar transmitir um recado para o presidente Lula. E me diz o recado no pé da orelha: "A gente sabe que o Lula vai ganhar a eleição do ano que vem. O cara além de ser muito bom, dá um jeito neste país, mesmo com toda essa criminosa oposição, mas para facilitar ainda mais, ele tem que convidar a Simone Tebet para ser sua vice. Ele deve saber disso melhor que ninguém, mas não custa a gente ficar reafirmando, pois ela vai ser uma ótima vice". Nos abraçamos, adentro meu carro, correndo para outro compromisso, quase esquecido diante da conversa e o vejo descendo a pé a Getúlio, sem aceitar carona, pois diz necessitar andar, andar e andar. E o danado esbanja mesmo saúde, tanto que, ao enviar a foto para a distante prima, a faço com uma legenda: "Você sabe me dizer quem tem 89 e quem tem 65 na foto?".

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