sexta-feira, 19 de setembro de 2025

INADMISSÍVEL PETISTA VOTAR FAVORÁVEL A ESSA PEC DA BLINDAGEM PARLAMENTAR E CONTRA O SUPREMO

quinta-feira, 18 de setembro de 2025

 Sp sem carros

quarta-feira, 17 de setembro de 2025

UM LUGAR POR AÍ (200)


ESTIVE NA MÓOCA, MAS O QUE MUITO ME EMOCIONOU FORAM AS COISAS JUVENTINAS
A intenção ao acordar na quarta, 17/09 era bem clara. Enquanto Ana Bia participava do Congresso Acadêmico eu iria bater pernas. Dentre ficar ali pelos lados da 25 de Março ou mesmo o Brás, como não sou comerciante, não iria comprar nada, optei por ir rever o jeitão malemolente de outro bairro ali nas imediações, a Mooca. Eu, como o Perazzi me denuncia, tenho decendência italiana, portanto, circular por ali sempre me dá enorme prazer e contentamento. Peguei o metrô, que já não pago pela idade, descendo na estação com o nome do bairro e a partir dali, circulando por tudo quanto minhas pernas aguentaram.
Vi e revi muita coisa, mas o que me traz aqui é um registro dos mais alvissareiros. Ali nas imediações da rua Javari, algo sempre me chamou muito a atenção, a presença do centenário Juventus, mais que um simples clube e time ligado aso futebol paulista. O "Moleque Travesso", como é conhecido sempre despertou muito minha atenção. O pequeno estádio não é maior do que o de alguns estádios de futebol varzeano localizados no interior paulista. Porém, possui algo mais. Como fundador da FPF - Federação PAulista de Futebol possui privilegios e os seus jogos seguyem sendo ali mandados. É arrebatador assistir a uma partida de futebol por ali. Já tive este prazer realizado por algumas vezes.
Hoje o estádio está fechado e me fixo em registrar com fotos o que me remete ao Juventus pelas imediações. As fotos dizem muito, mas quando converso com algumas pessoas, tudo se amplia e justifica não só meu interesse, como a importância do Juventus estar encravado ali, exatamente no coração de algo que transborda com emoção. Sinto isso se infiltrar em mim, pois a cada passo, observo o interesse de alguns em se aproximar e querer me dizer algo mais sobre essa paixão, envolvendo o time do bairro e o mesmo. Tudo me envolve e não fosse o horário ali continuaria coletando mais fotos e é claro, depoimentos. Num dos locais fotografados, numa perquena oficina, uma camisa do Juventus está emoldurada. Peço permissão para a foto e a conversa acontece naturalmente. "Essa aí ganhei quando você era muito jovem e o melhor jeito que tive para relembrar sempre foi deixá-la exposta. Reações como a sua acontecem com frequência", me diz.
Nos postes e paredes das imediações, o Juventus está mais que imortalizado. Existe hoje pairando no ar, algo dessa devoação para as coisas referentes ao bairro. Numa praça ao lado do estádio Conde Rodolfo Crespi, o nome dela é mais que sugestivo, "Amo a Mooca". Pelo visto, depois dessa, nã ose faz necessário dizer mais nada. É o que faço, observo, registro e tento entender. Tudo aquilo ali observado é uma espécie de condado, de uma ilha diferenciada dentro do oceano denominado Grande São Paulo. Dentro de Sampa, felizmente, existem lugares assim e todos me encantam. Pudesse, iria nesta curta viagem rever muitos deles. Não consigo nem 10% do que imaginava poder fazer. De tudo, uma certeza, preciso voltar e continuar a saga de rever tudo, enquanto ainda me sobra tempo. Agora, já sem pagar passagem nais idas e vindas para Sampa - desde que consiga ser uma das duas vagas liberadas por lei -, preciso tirar o atraso e como sei, o tempo urge.
Revi junto das coisas juventinas, muitas das edificação de indústrias de antanho, muitas delas em estado de deterioração e outras recuperadas e com empresas as utilizando. O bairro não é tão grande, mas minhas pernas não são mais ligeiras como dantes. Preciso ir devagar para aguentar o batente. Faço tudo com prazer, como se estivesse visitando um museu a céu aberto. Lugares assim me atraem e me consomem, podendo passar por ali dias inteiros. As residências de antanho, muito simples, resistindo ao tempo dizem muito mais do que as palavras ditas por alguns, pelos quais me vendo fotografando se aproximam e puxam conversa. Não devo ser o único interessado nessas coisas sobre isso da Mooca permanecer sendo este reduto, espécie de elo de ligação do passado com o presente. Deixo o bairro como cheguei, via metrô e ao descer noutra do xentro da cidade, outra realidade e preocupações. Não que nã oexista violência lá pelos lados da Mooca, mas a coisa flui mais moderadas por lá. Fora do condado tudo é mais agitado, sei disso, talvez exatamente por causa disso, gosto muito de lá, inclusive do Juventus.

ADENTRANDO A ESTAÇÃO DA LUZ, PASSA MAIS QUE UM FILME NA MINHA CABEÇA, EM RECORDAÇÕES DE MINHA JUVENTUDE, IDAS E VINDAS DE TREM NO TRECHO BAURU/SÃO PAULO
Meu pai trabalhou a vida inteira dentro das hostes ferroviárias a já não mais existente Cia Paulista de Estradas de Ferro, conhecida também como FEPASA. Ele na Fepasa e meu avô, por parte de mãe na NOB, ou Rede Ferroviária Federal. Meu pai, Heleno Cardoso de Aquino, como Chefe de Estação em várias cidades, encerrando suas atividades na famosa estação da praça Machado de Mello. Meu, avô, José Perazzi, foi marceneiro dentro das Oficinas da NOB, uma que um dia chegou a ter no todo aproximadamente milhares de funcionários. Vivi minha infância e adolescência envolvido em histórias e tendo contato imediado de primeiro grau com a ferrovia. Tenho, portanto, o amor advindo desta atividade, a do ser ferroviário, encruado dentro de mim, algo pelo qual não perderei jamais.
Vez ou outra, meu pai pegava a família toda, ele, minha mãe Eni Perazzi de Aquino, meus irmãos, Helena, Erci e Edson e embarcávamos para visitar parentes em São Paulo, na maioria das vezes se hospedando na casa de uma tia, num sítio em Franco da Rocha, num tempo em que não era perigoso perambular pelos lados ainda sendo ocupados na zona rural daquela cidade. Hoje tudo está devidamente ocupado e há mais de 40 anos não vou para aqueles lados. Em muitos casos parávamos em Jundiaí e seguíamos com um trem urbano até Franco da Rocha, noutras vezes, a maioria, íamos até a Estação da Luz e de lá, com um trem pinga pinga chegávamos ao destino.
Inesquecível a Estação da Luz daqueles tempos. Quando atingi a maioridade, fui trabalhar na FEB e depois na Bradescor, viajava sózinho, daí já pagando a passagem, me hospedando em pequenos hotéis lá perto da Luz, tudo nas primeiras aventuras paulistanas. Muitas boas recordações destes tempos, quando adorava não só vir de trem, como perambular pela zona boêmia, lá pelos lados da Major Sertório, hoje locais pelos quais não andaria mais desacompanhado à noite. Durante o dia, sem problemas, mas à noite, como adorava fazer, nem pensar. Todas essas andanças eu fazia de trem e chegando ou saindo via Estação da Luz. Algumas vezes também viajei de ônibus, pelo terminal rodoviário antigo, aquele com as telhas coloridas em acrílico. Uma tia morava ali perto na rua Conselheiro Nébias. O trem sempre esteve permeando minhas andanças paulistanas.
Agora, passados uns 45 anos disso tudo, olho para o teto da Estação da Luz e como, nisso nada mudou, as recordações brotam na minha mente. Viajei de trem até quase o final, quando FHC privatizou todo nosso parque ferroviário. Foi um desastre, fonte de muita tristeza para meu pai - meu avê faleceu antes - e, consequentemente, para mim. Lá no interior pouca coisa mudou e do lado de fora, algumas edificações ainda estão de pé, porém a maioria com as portas lacradas. Ainda resiste um hotel de alta rotatividade diante de sua porta principal e mulheres circulam com saias justas e curtas. Nos meus tempos de juventude algumas delas ferviam meu sangue, hoje é como um filme velho, querendo ser revivido, com as lembranças brotando conforme ando de um lado para outro da estação.
O movimento lá embaixo, junto da plataforma de embarque é o mesmo. As dos meio nos levavam para as cidades próximas, mais precisamente FRanco da Rocha e a plataforma da lateral era onde chegavam os trens que iam até Bauru, depois seguiam até Panorama. Eu e meus irmãos percorríamos o trecho toda da viagem numa brincadeira inesquecível, a ir decorando os nomes das estações, uma por uma. Por um bom tempo as tinha todas de memória, mas com a passagem deste mesmo tempo e com o chips já um tanto cansado e cheio, não consigo mais me lembrar de todas. Porém, me lembro muito bem dos trens. Tivemos ótimos trens, mantidos com o devido esmero, só descuidado ao final, quando tudo já estava mais que consumado. O PSDB, para mim, seguirá por todo o tempo com essa marca mais que negativa em seu currículo. Tivemos uma malha ferroviária de muita envergadura, hoje praticamente destruída, necessitando ser toda reconstruída. Eu sei, o trem de passagereiros um dia voltará a circular por estes trilhos, pois com o passar dos anos será inevitável o término da chegada até a capital via rodovias. Hoje já está complicado, imagino daqui há mais algumas dezenas de anos. Creio eu, tudo voltará um dia, essa ligação São Paulo/Interior, tendo como ponto de partida e chegada a Estação da Luz.

E FOMOS PASSAR A TARDE DENTRO DA PINACOTECA, AO LADO DO PARQUE E DA ESTAÇÃO DA LUZ
Além de circular pelas ruas, tentando revirá-la do avesso, volto sempre que posso a lugares conhecidos, mas me enchendo de prazer e contentamento. Um destes é a Pinacoteca do Estado, este reduto resistindo dentro da grande cidade, ainda bancado pelos atuais desGovernos insistindo em não fazer muita coisa pela Cultura. É perceptível que, a ultra direita abomina a Cultura, daí sabe-se dos receios e riscos de ver aquilo tudo ali contido no prédio ao lado da estação e parque da Luz perdido. Em cada revisita, mais que um olhar, talvez buscando um registro eterno, destes indestrutíveis. O acervo da Pinocoteca não deve nada a muitas instituições mais abonadas do exterior. Tem tanta obra bem brasileira por ali e expostas com o devido valor e importância. Circular entre elas é mais que um dever. As reverencio com respeito e consideração. Temos ótimos artistas, muita gente de valor tem obra ali exposta e isso, precisa ser devidamente divulgado. venjdo escolas por ali, algum alento. O Brasil não deve nada a ninguém possui uma história e ela deve ser reverenciada, respeitada e divulgada. Nosso museus possuem acervos de grande valor, este um destes. Passo por eles sempre que posso e em cada cidade visitada, procuro ir conhecer o museu local. Sempre nestes locais objetos da maior importância.

A HISTÓRIA DO TRIO DE CEGOS, ATUANDO NA MASSOTERAPIA
Eu e Ana Bia fomos convidados a visitar um antigo orientando dela, Alessandro Pelegrini, o Alê, morando na vila Clementino. Estivemos lá hoje à tarde e fomos presenteados com algo inusitado. Além da recepção com acepipes e guloseimas, um trio nos aguardava por lá. Três massoterapistas estavam à nossa espera, pois numa clínica junto da casa, comandada pela mãe dele, inauguravam ali naquele momento, sessões semanais onde estarão daqui por diante, toda quarta atendendo clientes no local. Tudo seria normal não fosse os profissionais três cegos.
Sheila Cardoso do Amaral, 49 anos, seu esposo Joel Soares de Lima, 50 anos e Dário Neves, 43 anos, todos cegos, participando de atividades ligadas a igreja católica ali nas imediações, foram convidados pela mãe do Alê para iniciarem atividades semanais em sua clínica. Ouvimos atentamente a história de todos eles, cada qual com uma vivência e anos sem enxergar. Estavam à nossa espera e recebemos a massagem terapêutica. Todos nos confidenciaram de terem se iniciado nos trâmites do aprendizado da massagem por um belo motivo, enxergando nela um ofício onde a falta de visão não seria impedimento.
Ao final, Sheila conta de como se dá a vida de todos, das dificuldades, ao apoio coletivo e também de como recebm ajuda diária, advinda de todos os lados. O que mais me impressionou foi saber que todos moram bem longe dali e fazem um viagem diária muito longa. Ela e o marido saem de Carapicuiba e caem na cidade grande. No retorno de hoje, contam que não pagam passagem de metrô e nem de ônibus urbano, tendo duas viagens, fazendo uma baldeação para outro trecho, chegando num terminal, pegando um trem, chegando em Carapicuíba, depois mais um ônibus urbano e no ponto onde descem, mas dez minutos a pé até suas casas. Quatro viagens e mais uma caminhada a pé. Fiquei impressionado.
Sheila diz, essas dificuldades todas não a fazem desistir de sair de casa todos os dias para trabalhar, atuando na massoterapia numa empresa de telemarketing, mais de mil funcionários. Os demais, atuam muito, se doando em eventos comunitários e finalizado o aprendizado. Os acompanhei até perto da estação do metrô e até lá, chegaram sem necessitar de ajuda. Contam que, em todas as estações recebem ajuda dos seguranças, os levando até o primeiro vagão, com a estação onde descerão avisadas para receberem por lá o mesmo tratamento. Depois da ida deles, sentamos mais um tempo com Alê e sua esposa Carol, colocando a conversa em dia. A história dos três permeou tudo o mais.

terça-feira, 16 de setembro de 2025

COMENDO PELAS BEIRADAS (167)


UM PERSONAGEM DAS PROXIMIDADES DA PRAÇA DA SÉ
Nos arredores da praça da Sé o sebo mais famoso é o do Messias. Fica bem nos costados da igreja, conhecido e paparicado por todos. Diria, talvez o mais organizado deles todos e com uma equipe de retaguarda de causar inveja. É um time cuidando dos livros, discos e CDs ali vendidos. Gosto de passar por lá, mas hoje, algo me encafifou. Havia circulado por alguns outros e achei o preço deles pouco mais caro que os demais e sem aquelas bancas de promoção. Ontem comprei alguns por R$ 5 e R$ 10, por lá não achei nenhum com estes preços. Simples assim, vasculhei e nada levei, mas na rua detrás, onde no quarteirão, tem uns três sebos, um deles é famoso e também concorrido - não como o do Messias. Trata-se do Sebo Machado de Assis, rua Álvares Machado 50. Algo já me chamou muito a atenção, uma banca - bem empoeirada, por sinal - com preços variando de R$ 3 a R$ 5 reais a unidade. Me perdi ali e sujei as mãos. Depois adentrei e circulei pelos corredores. Uma perdição a sessão de Política, Biografia e Literatura Brasileira. Tem espalhados no alto de cada pilha, livros de arte, desses grandões de capa dura e com preços convidativos. Fiquei nos baratos e dentre eles destaco um de poesia do Glauco Mattoso, outro da Anais Nin e por fim, coletânea com 34 depoimentos sobre a resistência à ditadura militar. O melhor de tudo veio depois quando do pagamento e das conversações com Fernando, o moço detrás do balcão. Com um ótimo senso de humor, ele é o tipo que todo sebeiro - ou sebento, sei lá - gosta de se deparar pela frente. Antes de tudo, ele é do ramo, ou seja, entende do riscado e está ali sabendo onde pisa, o que faz e está preparado para conversar sobre assuntos variados com qualquer um. Nem todo sebo possui pessoas assim em seus quadros, o que tenho certeza, deveria ser algo primordial, básico e elementar. Ou seja, saio de lá, gastando meros R$ 40 e satisfeito, mesmo com as mãos sujas e debaixo de um garoa, que naquele momento insistia em cair sobre a antiga "terra da garoa". Dentre todos os sebos onde estive, este o quinto visitado, rendo homenagens a um deles, pois o danado foi eleito por mim, rato de sebo, como o que melhor se enquadra pro ofício, que dizem, é algo em extinção.

SIM, PASSAMOS PELO MERCADÃO E O LUGAR QUE MAIS ME IDENTIFIQUEI, O BAR PASQUIM
O Mercadão Municipal paulistano é um point de visitação. Já estive por lá inúmeras vezes e dessa, eu, Ana Bia e Juliana Guido, quando depois de circularmos e sentirmos o cheiro inebriante do lugar, subimos para o mezanino e por lá, um lugar que só de bater os olhos, a minha cara, O Pasquim Bar e Prosa. Não tive o prazer, pela correria de conversações com o dono do estabelecimento, talvez alguém como eu, um remanescente do antigo hebdomadário carioca, um dos poucos que fez de minha cabeça de cabo a rabo. É lindo demais, ainda mais depois do passamento do Ziraldo e agora do Jaguar - quem ainda resta vivo dos fundadores? -, ver estampado na parede, cardápio e por tudo quanto é canto, a logo a me causar arrepios. Já deitei muita prosa por aqui sobre a importância para mim, dentro de minha formação e constituição política, ter iniciado aos 13 anos a leitura do jornal. Não tive como conferir, pois havíamos acabado de almoçar, mas se o local tem um nome desses e está localizado num dos locais mais visitados da capital paulista, creio eu, a comida também deve acompanhar a criatividade e a sapiência de ter dado ao seu negócio este nome. Outra coisa que me chamou muito a atenção é o fato do cardápio da casa estar impresso em tamanho grande, algo raro na maioria dos restaurantes ditos da moda, pois agora virou quase praxe você ter que localizá-lo dentro de seu celular - e se sair de casa sem o celular, não como?. N'O Pasquim não só o cardápio é à moda antiga, nos moldes do jornal e pelo que senti, nas abordagens circulando pelo local, o pessoal que ali trabalha é dos mais simpáticos, como este jovem da foto, que mesmo não sendo da geração, sabe pouco do que representou o inusitado jornal, mas puxou conversa, falamos muito só sobre isso e não foi chato, como tantos outros, em variados lugares que, ficam te empurrando o cardápio. Por fim, o Mercadão continua vibrante e um dos lugares gostosos de ser e estar na capital paulista. Logo na chegada, algo de praxe hoje são os comerciantes, já logo de cara, te oferecer graciosamente um morangão - muito mais saboroso do que o Morango do Amor -, junto de uma tâmara. Uma junção divinal e como sugestão para que compremos outros itens. Lugares assim, são encantadores e só mesmo Bauru ainda não possui um Mercadão Municipal. IMagino das infinitas possibilidades de um funcionar ali no barracão junto da Feira do Rolo e ferver de opções para Bauru e toda região. Por enquanto, ficamos na vontade e desejo reprimido.

JOYCE ROLDAN, DIVINAL CANTANTE DA NOITE PAULISTANA NOS PRESENTEANDO NA ESTRÉIA DO TRIO NO TERRAÇO ITÁLIA
Eu, Ana Bia Andrade e Lucas Melara curtindo muito o visual e, é claro, a linda cantante. Com drinks à mão, desfrutamos da noite de terça e estivemos, os três, conhecendo o famoso terraço paulistano.

NADA COMO TER UMA "BÚSSOLA" NA CIDADE GRANDE, JULIANA GUIDO
Numa megalópolis, por mais que a gente ache que conhece algo, na verdade, conhecemos quase nada. Conhecemos o trivial, o que a maioria dos que aqui aportam sabem. Fora dos roteiros tradicionais, pouca coisa. Eu ouso e me perco toda vez que aqui me encontro, como agora. Enfim, não se perdendo pelas ruas de umacidade grande, pra que valeria a pena sair por suas ruas? Portanto, tem disso, o fato de querer se perder, mas tem também o de nos orientarmos com uma espécie de "BÚSSOLA", como estou encarando o passeio feito conosco - comigo e com Ana Bia -, pela amiga paulistana, que já morou em Bauru e por lá tem muita gente amiga, a JULIANA GUIDO.
Ela reservou seu horário do almoço na terça, para ficar com a dupla forasteira e como estamos hospedados na boca de entrada do Brás e da 25 de MArço, perambulamos por aí. Era hora do almoço e ela quiz nos mostrar um lugar que, nunca íriamos achar sózinhos. Para estes achados só mesmo com a indicação de alguém local. Foi a ida ao Jacob, um restaurante árabe, que passando pela rua, a entrada é modesta, entrada de um prédio e lá dentro, um amplo saguão, onde as comidinhas são fartas e saborosas.
Depois teve mais, pois nos levou por vielas, becos e encruzilhadas no meio da muvuca, subindo e descendo escadas rolantes, atravessando até outro mercado, bem pertinho do famoso Mercadão, em reforma, querendo ser transformado em point. Neste último, disse para a Juliana, estar em lugares onde nem parece uma magalópolis. Ela, como se vê, nos guiou como uma guia de cego, nos conduzindo para lugares nunca dantes pensandos. Como é bom ter gente assim ao nosso lado. Se perder é ótimo, mas ter alguém assim ao lado é também mais que bom.
Juliana trabalha como datiloscopoista na Polícia Civil e por sorte, apenas três quadras do hotel. Continuaremos nas ruas e ciente de como podemos entrar em alguma errada, deixa o número de seu celular conosco e avisa: "Precisando de qualquer coisa, me acione. Paro tudo para atendê-los". Um luxo isso, né! Luxo demais da conta. Desta forma não estaremos desamparados e nos sentimos mais à vontade para abusar um bocadinho da Grande Sampa. Juliana leva a vida numa boa, ela e seus gatos, seus pincéis, pois pinta como ninguém, reinando no traço e como hobby, lazer, canta numa bande de rock, com especialidade em música dos anos 80, tocando e cantando pelos quatro cantos da cidade mais aos finais de semana. Ainda sobra tempo para cuidar de casa e dela mesmo - e também dos amigos que, vez ou outra aqui aportam. Quiz contar isso dela, segredinhos de alcova, não para que outros venham a abusar dela, mas para reverenciar o que sentimos por quem nos abriga, abrindo suas portas e o coração. Ela abriu seu coração para conosco e além do ótimo papo, progressista como nós, é dessas que a gente se envolve e quer ser levado, guiado, amaparado, conduzido pela entranhas paulistanas. Ah, houvesse tempo íriamos passar a seman toda envolvida em suas indicações. Triste, mas ela tem que trabalhar, Ana tem o Congresso acadêmico pela frente eu, o único ocioso, recém aposentado, quero mais e perambular. Suas dicas me são valiosas quando parto, mochilinha às costas, andando pra lá e pra cá, com o celular preso por um cordão na cida das calças. São Paulo é encantadora aos olhos de quem conhece e nos conduz para lugares indescritíveis.

segunda-feira, 15 de setembro de 2025

BEIRA DE ESTRADA (199)


DANDO UM TEMPO
Quatro dias, de hoje, 15/09 até quinta, 18/09, eu e Ana Bia fugimos e estamos na estrada, longe do burburinho bauruense. Ele veio trabalhar eu, já gozando a vida como sedentário aposentado, batendo perna e gastando sola de minhas alpargatas. Não esperem andanças pelos Jardins ou a Bela Cintra, Iguatemis da vida. Quero mais é ir pro Brás, andar a pé da Sé ate a Liberdade, fuçar sebos ainda não navegados, adentrar muitos pés sujos e usufruir também disso de não mais pagar ônibus e metrô - não pago mais nem o Prata, ida e volta grátis. Deixo, por estes dias de publicar a Vitrolinha do HPA e o Cena Bauruense, só escrevinhando algo das coisas daqui. Gente, pareço cada vez mais, algo como dizem, pinto no lixo, todo pimpão, ciscando pra tudo quanto é lado. Dizem que, algo mudou no modus operandis lá de Sampa pros lados da vila Madalena. Vou lá conferir. Ana me faz sair com o celular amarrado numa cordinha. Acho muito brega, mas como tenho espelho lá em casa, sei fazer parte deste time faz tempo. Ela diz ser alvo fácil, mamão com mel. Se alguém souber de alguma manifestação, me conte. Gargarejei ontem o dia inteiro pra perder a rouquidão. Tô pronto pra me esgoelar por aí. Quero ir comer aquele quitute vendido lá no campo do Juventus, na Móoca - como é mesmo o nome? - e ver um filme no Belas Artes. Quatro dias voam. Chato mesmo será voltar pra terra bolsonarista onde nasci, cresci e vivo. Será que consigo ir rever o Museu do Ipiranga, 40 anos depois? Que mais, hem!!!
HPA, no Prata, com Ana ronronando no banco ao lado, já perto de Sorocaba, 8h25, segunda, 15 de setembro de 2025.

RECORDANDO E CAMINHANDO EM SAMPA
01.) AQUI NESSA RUA OCORREU UM DOS EMBATES MAIS EMBLEMÁTICOS DA TRAJETÓRIA ESTUDANTIL BRASILEIRA
Escrevo de memória, sem consultar nenhum alfarrábio. Hoje, logo depois do almoço deixo Ana para participar de abertura em Congresso Acadêmico no Mackenzie, ali perto da Rebouças e de lá decido descer a pé até o centro velho paulistano. Caminho bem pouco e dou de cara com rua Maria Antonia, de saudosa memória. Não vivenciei os embates históricos ali ocorridos, pois fui da geração seguinte. Lá pelos idos de 1968, tinha 8 anos. Li muito a respeito. Neste trecho, no final dos anos 60, época fervilhando a repressão na ditadura militar, ocorreu o choque entre duas vertentes do movimento estudantil da época. De um lado o com ligação umbilical com a esquerda, consequentemente com a luta armada e noutro, a direitona, essa com ligação umbilical com todos os grupos fascistas de então, principalmente os ditos anticomunistas. O choque foi inevitável e hoje, passando novamente pelo local, sento num bar, peço algo para beber e fico assuntando de como os jovens de hoje se situam neste cenário. O Mackenzie domina o pedaço e, evidente, os jovens de hoje são bem diferentes dos daquela época. Os tempos são outros, tudo muito diferente, porém, algo continua do mesmo jeito, a eterna luta pela autonomia universitária e as liberdades democráticas. Não vejo no estudante destes tempos a mesma fibra de antanho, mas escrevo isso sem aprofundamentos. Tudo hoje gira por essa tal de lei do mercado e estes, ainda mais numa escola particular, nenhum sentido revolucionário. Muita luta individual para vencer na vida e pouca para resolver o problema social brasileiro num todo. Não dá para comparar as situações assim numa sentada, meramente observando jovens almoçando num bar. Eu é que, gosto de viajar no tempo e espaço. Divago e para mim, a Maria Antonia representa muito. Foi um momento de intensa resistência e enfrentamento ao poder estabelecido na época. Olho para os lados e é como tudo viesse como li, inclusive com a fumaça nas ruas, a repressã ocomendo solta e a favor dos direitistas. Passei horas divagando sobre tudo isso, tão representativo para mim.

2.) A PRAÇA ROOSEVELT SEMPRE ME SEDUZIU
A primeira vez que vim sózinho para Sampa, lá pelos meus 17 anos, 1987, por aí, em trabalhando na Bradescor em Bariri, conheci assim de bate pronto a praça Roosevelt, no coração paulistano e desde então gosto de circular por dois pontos ali existentes, fincados como patrimônios tombados, o Cine Bijou e a Teatro Satyros. Desde aquela época, gosto demais da conta de bater perna por São Paulo. Anos depois, vendendo chancelas, circulei muito por todos seus cantos, vendendo e aproveitando para garimpar lugares, situações, pessoas e, assim, aprendi a amar a Paulicéia Desvairada. No Bijou já assisti filmes que não veria em nenhum outro lugar e confesso, nunca foi assediado por lá. Talvez isso tenha gerado em mim grande decepção. Tantos outros o foram e dessas incursões tantas histórias, hilárias ou não, eu não as tenho. Assisti filmes e só. Bebi ali nas redondezas, mas nada também fugindo do trivial. Só uma única vez, no Famiglia Mancini, anos 80, conheci alguém e jantamos juntos. Perdi a foto ali tirada e isso muito me entristece. No Satyros, aquele teatro mais que alternativo e num espaço com essa cara, a de quem resiste e insiste em ser diferente, ousar e provocar. Aquele quarteirão é um cabedal de infinitas histórias. Tenho alguns amigos que as contam, eu me reservo a gostar daquele cantinho da cidade grande. Faz uma pá de tempo que não circulo mais por lá à noite. Não vai ser dessa vez. Hoje estive durante o meio da tarde, ambos os locais fechados. Fechei os olhos e viajei na maionese. Vivo muito do passado. Envelheci, mas querendo continuar em exposição, como disse Aldir Blanc numa de suas canções, enquanto Ana Bia está lá numa palestra acadêmica, fico flanando e revendo o passado, com o coração recheado de um saudosismo que sei, não voltará mais. Eu já passei do ponto. A Roosevelt resiste bravamente. Não deve ser a mesma coisa de antes, mas está lá, firme, nem sei se tão forte, mas sei, eu passarei e eles lá continuarão. A vida é assim, a gente passa, os lugares ficam.

3.) A PRAÇA E AS IMEDIAÇÕES DA BIBLIOTECA MÁRIO DE ANDRADE
Eu tenho uma amigo, reginopolense e hoje, guarulhense, Fausto Bergocce, que trabalhou ali na esquina, quando na encruzilhada funcionava o Diário Popular - alguém se lembra dele? Aquele canto da cidade me atrai. No lugar do jormal, hoje um teatro e na sequência da rua, uma padaria, daquelas onde os quitutes e a comida são a cara paulistana. Defronte ela um sebo, pé bem sujo, mas com preciosidades. Hoje encontrei um livro de fotos do Paulo Garcez, que foi fotógrafo d'O Pasquim e me arrebatou, depois outro de escritos latinos do Augusto Boal e outro com o relato do jornalista Paulo Henrique Amorim, contando a história de quando Roberto Marinho quiz roubar uma eleição de Leonel Brizola e se deu mal. Sai de lá carregando os livros e na praça, bem defronte a famosa biblioteca, duas bancas, nenhum de revistas e jornais novos, mas de livros e antiguidades, estilo sebo. É a forma como encontraram para tocar a vida, num mundo onde leitores ainda pipocam por aí. Eu um deles. Na segunda banca, o cara sobrevive com reprodução de pintores famosos e pelo que vi, gosta muito de Picasso. A praça mudou muito de décadas para cá. Essas duas continuam abertas e tentando manter a chama acesa. Da biblioteca, espiei pelas janelas. Não tive tempo para adentrar e viajar, enfim, o tempo urge. Eu queria muito caminhar, andar, rever lugares e algumas pessoas. Consegui em partes. Enfim, tudo muda com o passar do tempo. Eu tive o prazer de ver aquele reduto com baita movimentação. Até um show solo, piano e voz, com Angela Ro Ro já presenciei por ali. A rua lá do jornal é a Martins Fontes e dava passagem para seguir em frente e chegar ao Bexiga. Andei muito por ali. Muitos cortiços pela frente e neles, gente sobrevivendo como pode, aos trancos e barrancos. Esses ainda possuem certa sorte, por terem encontrado um canto para viver próximo da muvuca, ou seja, do centro nervoso da cidade grande e não precisam de grandes deslocamentos para chegar ao lugar onde tudo acontece. Circulei por ali e depois fui rever a Galeria do Rock, onde décadas atrás, um certo Toninho gerenciava o pedaço e por lá uma loja em especial, a Baratos e Afins. Nessa gastei alguns caraminguás, não hoje, mas ao longo do tempo. Hoje, nem consegui subir as escadas, pois passei do horário. Fico de voltar e o faço sempre que posso. Gosto desses lugares. Aliás, prefiro estes que perambular pelos Jardins. O centro, com todos os seus riscos e perigos possui seus atrativos. Muitos deles os em buca só de luxo não os enxergam. Eu vislumbro algo mais por destrás da simplicidade destes lugares e ali me recarrego.
Amanhã tem mais, hoje vou dormir...

domingo, 14 de setembro de 2025

O QUE FAZER EM BAURU E NAS REDONDEZASD (189)


SABE POR QUE EU COMPAREÇO, IMPRETERIVELMENTE, TODO DOMINGO NA FEIRA DO ROLO AQUI EM BAURU?
Essa resposta é longa e vou escrevendo aos poucos, em drops, vai tomar um certo tempo sua leitura, porém, aso final o esclarecimento final de como não é assim tão difícil ser feliz, ou ao menos tentar. Essa resposta começa com os encontros e reencontros possibilitados. Não tem coisa mais saborosa do que, na virada da esquina, você se deparar com alguérm querido, parar e trocar algumas palavrinhas.

Eu, com meus 65 anos, conheço um bocado de gente nessa cidade e desta forma, reencontrar gente é mais que um prazer, um conforto, um benfazejo, algo que faz um bem tão grande pra gente, melhor do que tomar qualquer remédio ou permanecer tranacdo dentro de casa, entre quatro paredes, resmungando e esperando a vida transcorrer, sem ter muito contato com o que se passa do lado de fora de sua janela.

A rua para mim é muito isso. Hoje mesmo eu fui na feira e não sai da Feira do Rolo, não consegui no pouco tempo que por ali passei, subir pela Gustavo Maciel e ir até a rua Primeiro de Agosto. Ou melhor, confesso, algo me atraiu, uma espécie de imã e não arredei pé daquele trecho, o largo na rua Julio Prestes, onde aos domingos, acontece a feira e ali torna-se o lugar mais democrático desta cidade. Cheguei, fui esbarrando em gente, conversando com um, assuntando o que ia acontecendo, sentindo o aroma do lugar e assim, quando me dei conta já estava lá na Banca do Carioca, onde sempre sou recebido com alguma surpresa. Na deste domingo, ele ao me ver, abriu um sorriso e disse ter um presente para mim. Um luxo isso. Ele havia aqcabado de ler um livro e quiz me dar de presente, pois disse ter a minha cara. Era o "Capa Preta e Ludinha - Tenório Cavalcanti e o povo da Baixada", do historiador Israel Beloch (editora Record RJ, 1986).

Uma delícia você saber que por lá tem quem sabe que, por ali passarei e mais, ciente disso, já me prepara um surpresa. E daí passamos a conversar sobre o livro. Ele havia terminado a leitura dias atrás e nem colocou à venda. Como não buscar outros na sua banca e trazê-los para casa, diante de alguém tão carinhoso para contigo? Quando ainda estávamos falando sobre a "ludinha", a metranca do Tenório, eis que surge, cheio de pacotes o jornalista Aurélio Alonso. Pronto, sei que ele é conhecedor da história do Tenório e isso é só uma pequena amostra de como surgem os assuntos para as longas conversações que por ali acontecem. Percebi que o danado estava apressado no dia de hoje, mas conseguimos amarrá-lo por uma meia hora, quando CArioca chega com umas cervas geladas. Ainda não tinha gasto um centavo e já estava tomando uma loira gelada. Sim, ele traz algumas e as mantém geladas só para bebericar enquanto trabalha e também, o melhor da coisa, oferecer aos clientes e amigos.

E por ali vão circulando pessoas. Sentadinho ao fundo, encostado na parede da Associação dos Aposentados, fico junto de outros vendo a banda passar. O cortejo hoje é divinal, pois o dia está quente, fervilha gente e dentre todos que passam, muitos conhecidos. Alguns nos vêem ali e se aproximam, puxam conversa e assim, o tempo é distendido, prolongado e as horas voam. Não existe nada igual. Alguém vem vindo lá longe e ao te ver, abre um sorriso e se aproxima. Isso é de um sabor indescritível. Abracei tantos hoje, tomei uma só lata de cerveja ali e após escolher dois CDs, um reverenciando a Mangueira, outroNoite Ilustrada, cantando Ataupho Alves e além do livro do Tenório, trago mais quatro, dois de Julio verne, um de frases de famosos, o "Frases Mal Ditas" e por fim, como gosto muito de conhecer outras realidades aqui perto de Bauru, conheci pessoalmente o radialista de Ibitinga, Roque de Souza. Nada como mergulhar num livro onde ele conta histórias e com o título "...e parece que foi ontem!". Tudo por R$ 35,00. Sim, sou um feliz acumulador.

De lá, paro na esquina, ou melhor na encruzilhada das ruas Gustavo com a Julio Prestes, boca de entrada do rolo, local onde por muito tempo tremulou uma bandeira do Paraguai e só por isso, os que ali atuam, sabem muito bem como são considerados e assumiram isso até a bandeira se desgastar, se perder, mas nunca mais a esquecerei. O lugar é magnetizado e magnetizante. Tem uma turma que por ali finca estacas e não arreda pé, pois já perceberam dos fluidos positivos ali irmanados. De um deles, o advogado Marcos, com dois escritórios na cidade, vem ali todo domingo, vestimenta simples, garrafinha de cerveja nas maõs me diz: "Eu tenho uma vida muito tensa durante a semana e não fosse isso aqui, começaria a semana já com problemas. Quando não venho, sei que, a segunda será pesada. Vindo, tudo se transforma, me descarrego e também, é claro, me recerrego. Não tem igual. Conheço todos por aqui e essa convivência é inigualável". Sei muito bem o que ele quer dizer com tudo isso, pois sinto o mesmo. Dali, eu e ele vamos e voltamos pro Bar do Barba, o lugar mais simples do pedaço e o mais aconchegante.

Barba já mereceu muitos escritos de minha lavra. Recuperamos sua sanfona, perdida tempos atrás para dívidas. E ele, aos domingos, é o cara mais feliz do mundo, quando bebe algumas a mais e a tira da estante, tocando junto das vozes ali cantando no karaokê do seu bar. O bar mudou muito, está mais empobrecido, fruto dos tempos atuais, mas Barba resiste, conseguiu se aposentar e aos domingo, faz o mesmo que eu, tenta se divertir. No caso, ganha algum, seu dia de intenso movimento, mas une o útil ao agradável. Compro uma garrafinha de Brahma e puxo conversa. Ele hoje, pelos raios solares invadindo o local, está irradiando alegria e para tanto, me diz, "a gente precisa tão pouco, né!". Sim, aqui o exemplo mais contundente de como, para ser feliz não se faz necessário tanta coisa assim.

O telefone toca e era Ana Bia me lembrando ter prometido voltar pra casa a tempo de fazer almoço, ou seja, as horas passaram rápido demais. Tirei algumas fotos, não consegui falar de todos, mas pelo registro, saibam, com cada um daria paar escrevinhar algo tão comprido como este texto. São todos fotos de gente querida, gente que também vem pra feira dominical em busca de reencontros, de se deparar com a felicidade. Eu escrevo muito de coisas mais duras, elas nos rodeiam durante todo instante e para ir driblando os percalços, nada como ir de encontro com algo e um lugar onde, você sabe, encontrará algo diferenciado. Já se passaram tantos anos que por aqui venho, algumas décadas e aos domingos, podem me convidar para ir aos lugares mais rebuscados dessa cidade. Recusarei todos os convites, só aceitando algum irrecusável, pois tenho um compromisso com a minha felicidade particular e ela tem nome e endereço, Feira do Rolo, Banca do Carioca e Bar do Barba.

Tem quem venha aqui e ache tudo a coisa mais chata deste mundo. Isso pode ocorrer e não vejo problemas nisso. Cada um enxerga o outro e os lugares com seu peculiar olhar, este carregado com todas suas influências e anseios. Eu tenho os meus e eles se encaixam como uma luva aos deste lugar e destas pessoas. A maioria delas, confesso, não conheço, pois Bauru hoje é mais do que uma mera e pequenina aldeia, porém, dentro dessa babilônia, sei tem muita gente pela qual eu perderei tempo para trocar abraços e prosear um bocadinho. Cada lugar deste mundo deve ter um lugar assim, pelo qual o cara fica não só obcecado, como tem uma atração indissolúvel, dessas indestrutíveis e inquebrantáveis. E daí, não vai querer uma alcaide forasteira vir querer tirar os paralelepípedos do lugar ou como outro - depois ele reviu -, achar que ali não aocntecia nada de aproveitável. Ali, meus caros e caras, acontece de tudo e neste tudo, lá estará o hPA, enquanto ele tiver forças para sair dee casa e se juntar ao lugar, escolhido por ele, para rosetar aos domingos.

Em tempo: Em Bauru conheço outro lugar com o mesmo astral, a Banca da Ilda, lá na porta de entrada do Aeroclube. Por lá, além dela, uma personagem dessas raras dentro do universo destes tempos e conseguindo reunir junto de si e de seu local de trabalho, uma legião de abnegados seguidores e admiradores. Sempre que posso, estou a escrever, até de forma repetitiva, histórias vividas nestes dois lugares.

OBS.: Desculpe os errinhos, pois a escrevinhação me veio à mente assim num bate pronto e não estou com saco para corrigir nada. Publico como batuco no meu computador. Deixei de tirar a sesta depois do almoço dominical, tudo porque estava excitado, querendo colocar pra fora um escrito de como me senti hoje lá naquele sacrosanto lugar. Amanhã, se acordar com tempo, releio e corrijo erros, reescrevo algo mais. Hoje, me dou por satisfeito. Isso aqui vale mais do que um "orgasmo total", como diria, Arrigo Barnabé.
Eu bebo sim, ops, nós bebemos sim, enfim, hoje é domingo.

sábado, 13 de setembro de 2025

BAURU POR AÍ (243)


MAIS UMA DE BAURU, SEMPRE NAS PARADAS DE SUCESSO
"Os quadros, as bebidas e o boné trumpista de Nelson Wilians: o que a PF apreendeu na mansão do advogado da ostentação, suspeito de ter lavado dinheiro para um dos principais investigados no escândalo do INSS", por Breno Pires, jornalista da revista Piauí e contando algo sobre o idolatrado por alguns em Bauru, o advogado Nelson Wilians. É ver, ou melhor, ler para crer. Até pouco tempo, numa famosa imobiliária da cidade, um imenso adesivo em seu vidro frontal, apregoava algo o endeusando.  
Leia: https://piaui.co/3VeJJJC

TEM BAURUENSE COMEMORANDO NA CHINA A CONDENAÇÃO DO GOLPISTA BOLSONARO
"Festa de de boas vindas do JPT, para os 40 brasileiros que chegam em Wuhan para estudar chinês no Instituto Confucio", Paloma Viotto, filha da Neli Maria Fonseca Viotto, estudante bauruense festejando com grupo de brasileiros, todos estudando na China, a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Neli conta algo maisd da façanha da filhona: "A Paloma me da orgulho, a Juventude do Partido dos Trabalhadores(JPT) de Wuhan está desenvolvendo projetos maravilhosos...".

Assista os dois vídeos enviado por Paloma para a mãe e compartilhados por mim:

INEVITÁVEL, DESPONTA O PRIMEIRO PEDIDO REVOGAÇÃO TÍTULO CIDADÃO BAURUENSE PARA O CONDENADO JAIR BOLSONARO
Em alguns momentos, a vida política bauruense é mais que uma piada pronta. Foi aprovado tempos atrás o título de Cidadão Bauruense para o, naquele momento, investigado, mas já com muitos processos nos costados, o ex-presidente Jair Bolsonaro. Antes, ocorreu outra tentativa, rechaçada e diante da insistência do vereador Eduardo Borgo, agindo com a clara intenção de receber holofotes pelo feito, a aprovação ocorreu e poucos foram contrários. Vergonha mais que estabelecida, algo a depreciar ainda mais o legislativo municipal. E o títullo foi aprovado, para este ser ignóbil, que nunca aqui veio e nem nunca fez nada em prol desta cidade. Tudo bajulação, eivada pelos seus admiradores e asseclas.

Só que, neste exato momento, o dito cujo já foi condenado, daí, a vergonha é ampliada. Tomando a iniciativa, o inquieto Pedro Valentim, entra com ofício da Câmara dos vereadores local, solicitando a revovagção do título, algo mais do que normal e natural, uma vez que, não ficaria nada bom estarmos concedendo honrarias para condenados, ainda mais deste quilate, golpista e com muito mais desonrarias aguardando julgamento. Outras iniciativas deverão acontecer e essa em especial, deverá merecer já na próxima sessão, segunda, 15/09, a verificação de como será tratada por aqueles que, até o presente momento estiveram quase que na totalidade apoiando tudo o que faz a performática e fundamentalista alcaide, também dita por mim com IncomPrefeita, Suéllen Rosin, mais o desGovernador Tarcisio de Freitas. Vergonha por vergonha, essa não será a primeira, nem a última.

Engraçado é o hilário da situação, merecedora de adentrar com louvor no FEBEAPÁ - Festival de Besteiras que assola o País, obra imortal da verve de Sergio Porto, o Stanislaw Ponte Preta. A Bauru política de hoje merece mais que um capítulo, tal a continuidade de barbaridades perpetradas pelos 17 x 4, a contagem dos votos da atual legislatura. Este só mais um capítulo. O ofício protocolado por Valentim deve merecer atenção especial ou mereamente ser ignorado. Neste caso, estarão os vereadores dando mais uma demonstração de continuarem apoiando quem agora já não é mais réu, mas condenado. E dai, a vereança apóia algo ilegal, apóia cegamente o condenado capiroto? Ansioso, aguardo como o assunto será tratado pela presidência da Casa, agora comenadada por Marcos Antonio de Souza, que se di anti Bolsonaro, mas segue com ligação umbilical com Suéllen e o segmento mais retrógrado na cidade. Já separei saco de pipocas para assistir a pantomina. Até porque, em outras duas ocasiões, como demonstra Valentim em sua petição, por duas vezses, título dados foram cancelados. Como agirão agora diante de um condenado e com muita culpa no cartório?

O BRASIL TEVE SUCESSO ONDE A AMÉRICA FALHOU
"Lúcido e oportuno o artigo de opinião publicado pelo The New York Times sobre a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele leva a assinatura de Steven Levitsky, autor de "Como as Democracias Morrem" e professor de Harvard, e Filipe Campante, professor da universidade Johns Hopkins. Eles destacam que o Brasil teve sucesso e os Estados Unidos falharam em proteger a democracia e em responsabilizar Trump por sua tentativa de reverter a eleição de 2020. Os dois professores elogiaram a firmeza com que os juízes do STF trataram a gravidade da denúncia contra Bolsonaro e concluíram que o “governo atual dos EUA está punindo os brasileiros por fazerem algo que os americanos deveriam ter feito, mas não fizeram: responsabilizar um ex-presidente por tentar reverter uma eleição", por Eduardo Matarazzo Suplicy.

sexta-feira, 12 de setembro de 2025

ALGO DA INTERNET (229)


TRÊS MOMENTOS
1.) A DIFERENÇA ENTRE NEUTRALIZAR E HARMONIZAR
A ministra Cármen Lúcia, do STF, quando proferia seu voto ontem, numa agradável conversa com o ministro Alexandre de Moraes, contava ter sido abordada dias atrás por uma senhora, essa descontente pela forma como estava a decidir o destino do agora condenado, Jair Bolsonaro. Diante dos argumentos da senhora, essa soltou algo de como se dá a ação dos seguidores do bolsonarismo, "meu marido disse se faz necessário neutralizar essas decisões do ministro Moraes". Foi quando os ministros, entre risos, discutiram a enforme diferença entre os termos "neutralizar" e "harmonizar".

A confusão maior foi porque a tal senhora disse à ministra não ser assim tão ruim isso de "neutralização facial". Ainda disse, que "uma amiga fez e não ficou ruim". Na verdade, confundem o lé com o cré. No caso dos bolsonaristas, como se viu quando da tentativa de golpe, o termo neutralizar é levado ao pé da letra, pois existia planos de matar, a princípio três pessoas, Lula, Xandão e Alckmin. Este seria o modus operandis, bem diferente da tal da "harmonização facial".

Não se iludam, pois vivemos tempo onde estão sendo expostos modos e maneiras de reação dos que, perdendo a eleição, não aceitam e partem para algo nada harmônico. Existe um ódio pairando no ar, em algo tão explícito, como o simples respeito à legislação existente, no caso nossa Constituição é vista como aberração, tudo para favorecer uma famiglia, essa vivendo na contramão da normalidade, já confirmados, fazendo parte de uma "organização criminosa".

Os ministros do STF hoje sofrem ataques e, mais que isso, ameaças de "neutralização", essas ocorrendo frequentemente e sendo não só repudiadas, como investigadas, pois precisam ser punidas. Na verdade, os tais "neutralizadores", estão instigando o presidente norte-americano, o irracional Donald Trump a agir, também de forma "neutralizadora" e intervir no Brasil. Quem apoia Trump, na verdade, apoia ações como a pretendida ocorra na Venezuela e, quiçá, aplaudem Israel exterminando com os palestinos de Gaza, não defendem o Brasil e sim, quem o apunhala e o quer subserviente e sem soberania.

Não consigo mais vislumbrar como será possível harmonizar a convivência com quem ainda enxerga nos Bolsonaros, algo salutar. Neutralizar para mim é eliminar todos os que pensam diferente, mesmo que estes estejam somente defendendo a aplicação da lei.

2.) AINDA TENTANDO ME INTEIRAR - DILMA ROUSSEFF E TUGA ANGERAMI
Eu não sei se já havia dito ou se já haviam percebido, mas sou dilmista. Dilmista é aquele sujeito que, tem a mais absoluta certeza de que dona Dilma Rousseff não fez nada de errado para ter tido seu mandato cassado. O que aconteceu na verdade, foi ela não ter dado o braço a torcer e ter enfrentado, com a cara e a coragem, aqueles vetustos todos lá da Câmara dos Deputados. Isso foi pouco antes deles terem conquistado a licenciosidade das emendas impositovas, as que despejaram zilhões sem controle sob seus domínios. Bolsonaro implantou tudo, pois assim flanava na presidência, enquanto os deputados se arreglaram com muita grana nos bolsos, algo que, hoje, não se sabe mais como voltar atrás. Dilma não era afeita e estes conchavos e acordos espúrios. Daí, enfrentou a canalhada toda e como se sabe, perdeu, pois estes todos unidos, inventaram aquilo lá das pedaladas e ela acabou indo pra casa antes do combinado.

Eu sempre estive ao seu lado. Uma pessoa idônea, competente e honesta, como poucos hoje neste país. Sua história de vida me seduz. Foi e é uma mulher de fibra a sua vida inteira. Continua sendo. Irretocável. Tanto que, hoje preside o Banco do BRICs, segundo mandato e lá continuando a pedido do presidente chinês. Competente até demais da conta. Belezura de pessoa humana. Essa montagem aqui compartilhada aparece sempre ocorrendo algo onde sabe-se ela bateu de frente, perdeu, mas na verdade, ganhou, pois em questão de posicionamento político, não perdeu uma. E daí, ela ri. Lembram-se da distória de juntar ar. Riram dela, mas hoje ela é quem ri. Neste momento, quando Jair Bolsonaro pegou 27 anos de cana dura, ela até pode não estar rindo como na foto, mas por dentro está a cada momento com este, ciente de estar sempre do lado certo, junto do que realmente este país precisa continuar trilhando para se manter soberano e livre.

Dilminha é DEZ. Hoje tá cada vez mais difícil político com essa consistência. Sabe com quem a comparo? Aqui em Bauru comparo com TUGA ANGERAMI. Tuga foi reeleito para seu segundo mandato depois de uns famosos aí, todos vieram e não resolveram o problema de Bauru. Quando este assumiu a dívida bauruense era estratosférica. O danado veio e foi de uma austeridade de causar inveja. Doia trabalhar com os cofres fechados, mas não fosse assim, o prefeito que veio depois dele, Rodrigo Agostinho, não teria pego os cofres numa situação das mais confortáveis. Depois dele nenhum outro foi igual. Todos foram decididamente piores. A que hoje ocupa do Palácio das Cerejeiras resumo numa frase: Sem palavras. Inqualificável. Comparando com Tuga, não chega nem aos seu pés. Tuga é da estirpe de Dilma. Os qualifico com a mesma envergadura e cabedal sem precedentes. Escrevo isso, pois nem sei direito porque, mas quando me deparei com a foto da Dilma rindo, me lembrei de tantas histórias dela e também de outras tantas de Tuga. Político como eles conduziriam nossas cidades e o país prum lugar muito melhor do que muitos. Lula é dessa estirpe. No mais, estamos rodeados de perversão. Tem um ou outro ainda com boas intenções, porém, a maioria já está na perdição. Dilma, quer queiram ou não é a retidão em pessoa.

3.) A PRECISA CITAÇÃO DE BAURU NUM FILME – “ESTUDOU NAS MELHORES ESCOLAS PARTICULARES DE BAURU”
” Piedade" é um filme dramático brasileiro de 2019, dirigido por Cláudio Assis, estrelado por Fernanda Montenegro, Matheus Nachtergaele, Irandir Santos e Cauã Reymond. A história, que se passa numa cidade fictícia afetada pela chegada de uma petrolífera, aborda temas como a resistência familiar, a destruição ambiental, a sexualidade e a perda de identidade”, este o release da obra.

Um filme que vale a pena assistir. Gosto muito de filmes brasileiros e este, assistido hoje, 12/9 no Canal Brasil, além de ser um bom filme, tem algo sobre Bauru. Sabiam disso? Nem eu, até assistir e rir muito, pois me identifiquei com a forma como a citação foi feita. Tento contar em poucas palavras. O personagem de Matheus Nachtergaele é mandachuva de uma empresa petrolífera e surge no litoral nordestino, pronto para na conversa vergar a fibra de uma aldeia de antigos moradores. Até propõe pagar para ficar com suas terras, mas no enredo, Matheus conversa pelo facebook constantemente com sua mãe, ela em Bauru e lhe recordando como chegou onde está. O mercador da desgraça, soube através da conversa dele com sua mãe, estudou nas melhores escolas particulares de Bauru e está preparadíssimo para executar o serviço a que foi destinado, o de espertamente, chegar e passar a perna nos simplórios. Fazer o mesmo que Cabral e Colombo fizeram quando chegaram no Brasil, trocar o que havia aqui por meros espelhinhos.

A tal empresa petrolífera do filme tem nome, chama-se Petroban, aliás, sugestivo demais da conta. E a citação de Bauru, pode até ter ocorrido não propositalmente, porém, ao meu ver, caiu como uma luva. Não só as escolas particulares daqui, mas a maioria delas, hoje preparam o sujeito para o mercado, para se tornar um cidadão eminentemente capitalista e empreendedor, sabendo se sair bem das situações pela frente. A do filme, só uma delas. Eu, nascido, criado e vivendo em Bauru não tenho condições de discordar do que vi retratado. Uma bela amostra nos diálogos entre mãe e filho de como, se dá a formação da maioria da molecada mais abastada no interior brasileiro. Que tipo de educação recebem, algo bem distante do que um dia ensinou Paulo Freire, ou mesmo Darcy Ribeiro. O filme é muito mais do que este detalhe bauruense, mas serve muito bem para mostrar algo meio que oculto, debaixo das cobertas, acontecendo escancaradamente e até sem nos darmos conta. Bauru é mesmo do borogodó e do balacobaco.

Vale a pena assistir o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=1VP11-1XVXo . Depois do trailer, assistam também o filme inteiro, 1h38, e confira as cenas citadas por mim, tendo Bauru como pano de fundo: https://www.youtube.com/watch?v=WM9L5KQp78o .

quinta-feira, 11 de setembro de 2025

PERGUNTAR NÃO OFENDE (226)


CARLOS AGRA VAI ASSUMIR A SECRETARIA ONDE A ALCAIDE DECIDIRÁ TUDO E ELE SÓ ASSINARÁ O PREVIAMENTE ESTABELECIDO
Até então a SMC – Secretaria Municipal de Cultura era também responsável por todos os eventos, principalmente shows e datas específicas, com contratações de artistas. Era é modo de dizer, pois desde que Suéllen Rosin assumiu a Prefeitura ela assumiu para si a decisão de quem serão os artistas a se apresentarem na cidade. Ou seja, tudo o que depende de altos valores, a Cultura não apitava mais nada. Aceitava e pronto. E o que mudou com a criação da novíssima Secretaria de Comunicação e Eventos, quando tudo passa a ser realizado por estes? Na verdade, quase nada do que já acontecia. A novidade é que, a Cultura teve dividido suas atividades e mesmo com 50% a menos, ainda ganharam um secretário adjunto, cargo de confiança, chegando inclusive com assessor e sem muita coisa para fazer. É desta forma que a alcaide diz alterar todo o organograma de cargos e salários do funcionalismo comissionado.

E nessa nova Secretaria, quem assume é CARLOS AGRA, que no currículo diz ter mais de 40 anos de experiência na área de Comunicação, já tendo trabalhado na TV Globo da capital e no Oeste Paulista. Um especialista em gestão comercial e institucional em emissoras de TV. Diante da nova função, numa provável entrevista, poderiam lhe perguntar algo sobre como encara a nova função, dentro das atuais condições propostas pela mandatária do tacão decisório na Prefeitura Municipal de Bauru:
A MATÉRIA DADA PELO JC

- Meu caro, sabe como é o modus operandi da mandatária eleita em Bauru?
- Experiência não lhe falta, mas acredita conseguirá fazer com que, a alcaide lhe dê algum tipo de autonomia quando da contratação de quem se apresentará pago pelos cofres municipais?
- Se ela até a presente data, Suéllen centralizou tudo para si, acha que contigo será diferente?
- Diante de um governo centralizador, dominado pelas decisões tomadas pelo trio familiar, tem alguma estratégia para driblar, contornar estes empecilhos e implantar algo inovador com referência de modernização no setor?
- Não mudando nada, não se sentirá atuando sem nenhuma perspectiva profissional? Isso não maculará sua brilhante carreira?
- Se a alcaide age como se sabe, com todas as secretarias, por que agiria diferente com essa, nova e como se observa, criada só para abarcar os shows, com alto valor? As perspectivas, pelo visto, serão a de atuar numa função meramente decorativa. Isso te incomoda?
- A Cultura já possuindo uma estrutura para eventos, equipe constituída, não acha desaconselhável criar uma nova, para os eventos dessa nova Secretaria?
- Não te incomoda trabalhar para uma alcaide, atuando politicamente atrelada a preceitos fundamentalistas e ultradireitistas, com ligação umbilical com o retrocesso já escancarado do tarcisismo e bolsonarismo?
- Desejar boa sorte parece ser prenúncio de percalços pela frente. Tomara não tenha sido colocado lá, como tantos outros, numa subordinação completa, absoluta e muitas vezes, até para se pronunciar, necessitando de prévia anuência da mandatária.
Será que alguém o questionará algo neste sentido? Fica a sugestão.

ENTENDENDO AS ENTRELINHAS - ATOS LAMENTÁVEIS
Os fatos deste mundo nos atropelam. A aberração dita dias atrás por um ser pregando a supremacia e algo muito perto do nazismo, se volta exatamente contra ele. Lamentável tudo terminar deste jeito, porém, melhor exempolo não poderia existir, da iniquidade e do quanto é desprezível isso da convivência, nada pacífica, dentro do país onde o armamento é livre e incentivado. Só poderia dar no que deu. Os exemplos por lá são diários, bestiais e com a ocorrência do tiro contra o ultra direitista, culmina em algo mais que gortesco, pérfido e cheio de sinais. O exercício diário do desGoverno de Donald Trump é a mais clara demonstração de que, na continuidade do que faz, cairemos, inevitavelmente dentro de uma atroz e insana guerra.

E mais lamentável ainda é observar nossa alcaide e sua mãe, ambas confessas defensoras de Donald Trump, de Jair Bolsonaro, de Tracisio de Freitas, daí, consequentemente, apoiando tudo o que fazem e como agem, vir à público e se mostrarem indignadas. Merece uma reflexão, nem um pouco mórbida, mas necessária. Ontem, os sensatos deste país rejeitaram o inconcebível voto do ministro Fux no julgamento do criminoso e da INSTITUIÇÃO CRIMINOSA deste. Suéllen e sua mãe permaneceram caladas, pois, com toda certezaq, apoiaram o voto deste e hoje, reafirmam de que lado estão na contenda hoje em curso no planeta.

"UM POVO QUE VIVE BATENDO NO PEITO E BRAVEJANDO QUE ESTÃO GARANTIDOS PELA SEGUNDA EMENDA, QUANDO ALGUÉM É ASSASSINADO É APENAS DECORRÊNCIA DELA, NÃO ME COMOVE E NÃO ME SURPREENDE. PRINCIPALMENTE QUANDO A"VÍTIMA" É UM SUPREMACISTA BRANCO ! ARMAS SÓ TEM UMA FUNÇÃO MATAR !", Ricardo Bergamaschi.

TIVE QUE COMPARTILHAR*
* Obrigada amigo, penso da mesma forma e jeito.
"VERGONHA ALHEIA - Em 35 anos servindo ao Poder Judiciário, algumas vezes me senti incomodado com coisas que iam totalmente contra o meu senso do que é justiça... Mas duas foram extremamente vergonhosas...", Benedito Falcão, direto da grande Piratininga

O SONHO AMERICANO É COISA DO PASSADO
Ouçam do começo ao fim e tomem um banho de conhecimento: a América já era. Crueldade explícita com seu próprio povo, eis o proposto por Donald Trump e o capitalismo norte-americano.

"No coração do Delta do Mississippi, entre plantações e cidades esquecidas, nasceu o blues — e talvez esteja ali também o túmulo do sonho americano. Neste episódio, Jamil Chade atravessa o Sul dos Estados Unidos para investigar os escombros de uma promessa de prosperidade que nunca chegou", jornalista Jamil Chade, após ter ido visitar este país cheio de contradições, os Estados Unidos da América do Norte. Ele foi ver de perto a situação das pequenas cidades do delta do rio Mississipi e o que conta é mais do que aterradore. Um país que deixa de lado, menospreza o que acontece com seus próprio é muito cruel, diria mesmo, insano. Exatamente este é o retrarto da ilusão perdida, a da globalização. Tudo o que não dá mais lucro é sumariamente descartado, como se vê assistindo o link abaixo:

UFA! ENFIM SEU JAIR É CONDENADO - SEM PALAVRAS

quarta-feira, 10 de setembro de 2025

FRASE DE LIVRO LIDO (222)


TRÊS LIVROS LIDOS E A TORTURA DE QUEM FICOU O DIA INTEIRO VENDO O MINISTRO FUX SÓ FALANDO ABOBRINHAS – SE FUX NÃO TERMINAR LOGO, LEIO OUTRO AINDA HOJE
Eu não me deixo torturar facilmente. Tenho uma tática para escapulir, ou sair pela tangente com estes, querendo transformar meu dia num “inferno de Dante”. A melhor fuga é a leitura. Vejam bem, hoje, dia 09, termino na madrugada a leitura de meu terceiro livro no mês. Escrevo deles ao longo do dia e nesta quarta, não se fala em outra coisa, a não ser o voto do terceiro ministro do STF, o tal do cabeleira postiça, o Fux. Como já era sabido e mais do que previsto, o cara vai absolver o inqualificável, o capiroto ex-presidente e sua nada bem afamada thurma de inflamados golpistas. Depois dos EUA de Trump ter deixado três ministros de fora da lista dos com visto cassado para adentrar a terra do Disney, sendo um destes, o Fux, o resto da pantomina já é por demais sabida. Roteiro previamente anunciado.

Ontem sim, fiz questão de ouvir, mesmo que de soslaio os depoimentos do Xandão e do Dino. Na verdade, confesso, a gente tem paciência para ouvir o que nos apetece, aquilo que concordamos, mas nenhuma para perder tempo, com abobrinhas reunidas para tentar livrar a cara do pérfido canastrão e bandidão já com reconhecida e extensa ficha criminal. Se ontem, me ative a trechos, hoje nem frases. Minha irmã, Helena Aquino está passando mal, pois me liga regularmente para dizer do que ouve, as aberrações. Eu lhe digo estar em outra vibe. Aproveito o dia, quando as atenções se voltam para o julgamento e me ponho a tentar colocar a leitura de alguns livros.

Neste período de dez dias, consegui devorar três. Vejam se acertei nas escolhas. O primeiro deles foi o “J. CARLOS EM REVISTA”, nascido da ideia de se preservar e difundir a nossa memória gráfica. O livrão não é somente para ser lido, mas também visto, pois trata-se de uma reunião da obra deste grande ilustrador brasileiro, fruto de uma época onde a crônica visual era toda desenhada a unha. A impressão é primorosa, feita pelo CCC – Centro Cultural dos Correios, edição de 2014, com 287 páginas. Uma viagem pelo traço de alguém, que foi considerado um dos maiorais no seu ofício, pois foi de tudo um pouco, cronista, caricaturista, publicitário e também designer gráfico. Olho para sua obra, seu traço peculiar e me transporto no tempo, para a capa das revistas e das charges sobre a 2ª Guerra. Li antes do depoimento do Fux, terminando dia 05/09, mas ficaria envolvido nela, sempre adquirindo conhecimentos, algo bem difícil de ser alcançado com o vetusto cidadão, infelizmente, também ministro.

Me lembram que, o Fux foi indicado por Dilma Rousseff. Ninguém é perfeito e como dizia Millôr Fernandes, “herrar é umano”. Tantos outros foram eleitos e decepcionaram, como acontece o contrário. Michel Temer colocou lá o Xandão e hoje, o melhor ministro. Vejam a maluquice do dia, quando leio que o longo discurso do Fux tem a mão do Temer, ou seja, o Brasil não é mesmo para amadores. Seguirei lendo e não perdendo tempo com este ministro. Digo do meu segundo livro no mês, o “MAYSA”, reverenciando a cantante que um dia, cansada deste mundo se suicidou. O livro não retrata isso, mas organizado por seu filho, Jayme Monjardim, traz frases, pensamentos e poesias dela, a maioria deixadas registradas em diário – algo que hoje também faço. O livro é da editora Globo SP, edição de 2008, com duzentas páginas e além da leitura, a quantidade de fotos dela são arrebatadoras. Infinitamente melhor mergulhar e procurar entender o mundo vivido pela Maysa, do que decifrar o que quer dizer de fato o Fux com sua interminável cantilena.

Reproduzo algumas frases, só para sentirem a grandiosidade da artista. “Quem és tu, oh voz misteriosa, que me chama e empurra ao caos da boêmia”, “Sinto em mim um vazio profundo, desamor pelo mundo, sinto falta de mim”, “Eu não quero ouvir opinião de quem não soube o que eu sei, de quem não viu o que eu vi. Por isso eu quero pouco papo e muito espaço para espalhar minhas tristezas” e, por fim, algo que cai como uma luva para quem perde tempo escutando Fux abobrinhar pela TV, “Hoje continuo educada, mas não mais paciente com as coisas e as pessoas que não me interessam”. Não sei se cabe a comparação, mas Maysa é infinitamente melhor que qualquer Fux.

E depois o terceiro livro nestes dez dias de setembro, terminado hoje de madrugada, bem antes de começar o falatório fuxionista. O “NÃO ME ENTREGO, NÃO!”, do escritor e dramaturgo Flávio Marinho versa sobre os 92 anos de vida e a carreira do ator Othon Bastos, que esteve se apresentando por aqui semanas atrás. São apenas 60 páginas, edição da Cabogó Editora, comprado na saída do espetáculo teatral, um dos melhores apresentados este ano em Bauru. Estão misturadas as falas criadas pelo Marinho e do Othon. Aqui relembro algumas para reviver o que havia visto no palco. “Criar é mais importante que ser feliz”, “E, ser ator de verdade, minha gente, é, acima de tudo, correr risco” e por fim, para lacrar a leitura, “O teatro é a poesia que levanta do livro e se torna humana. E ao tornar-se humana, ela fala, ela chora, se desespera e se ama”. Perdição ler isso em tempos tão áridos e doentios, onde nem mesmo se lê mais como dantes.

Termino este texto e Fux continua tentando explicar seu voto, algo construído nas sombras e nos escombros do que ainda resta de dignidade nas pessoas, que sabem dos melefícios bolsonaristas, mas o adulam, passam o pano, não enxergando que, lá na frente, ele estivesse no poder, talvez nem isso poderia mais estar escrevendo. Finalizo contando o que fiz durante a fala do Fux – depois me contam se teve algo de proveitoso. Li, consegui ler, pasmem, mais de cem páginas de outro livro, algo saboroso, o “ELES FORAM PARA PETRÓPOLIS – UMA CORRESPONDÊNCIA VIRTUAL NA VIRADA DO SÉCULO”, a divinal troca de correspondência entre Ivan Lessa e Mario Sergio Conti. Já li algo assim de outros, um escreve daqui, o outro responde dali e assim, nós, os do lado de cá, saboreamos algo com de tudo um pouco. Não sei até que horas, o cabeleira vai continuar com sua desnecessária e babosenta explanação, mas se continuar por mais tempo, creio eu, termino a leitura do quarto livro ainda hoje.

Obs.: foi um belo exercício de malabarismo conseguir juntar no mesmo texto, os três livros lidos, com o que as redes sociais hoje nos apresentam como campeão de audiência.

FUX ENFIM VOTOU E O FEZ COMO JÁ SE ESPERAVA
"PARA QUÊ? - O que leva um ministro de voto vencido a tomar tanto tempo e expor teses já pacificadas pela Corte?", jornalista Ricardo de Callis Pesce.
De tudo o que vi publicado hoje, essa charge é a que melhor expressa seu voto.
HPA, observando à distância, mas entendendo tudo.