OS PREZADOS LEITORES, FLÁVIO RANGEL, GLOBAL EDITORA, 1981

- "Aí, fui pegar meu carro no estacionamento. Na parede, uma porção de frases: Não aceitamos cheques, não nos responsabilizamos pelos objetos deixados, não lavamos, não permitimos o uso do telefone, não temos troco: não isso e não aquilo. Julguei que todas as frases poddiam ser unidas numa só: 'Não temos educação', ou, para usar uma expressão chancelada e liberada por Brasília: Não encham o saco".
- "...o Brasil não poderia fazer melhor figura no Jogos Olímpicos porque nosso povo é subnutrido e se alimenta mal. Agora li que o Governo ficou irritado com as críticas. Em vez de ficar irritado com a fome, irrita-se com quem a denuncia. Tão Brasil".
- "...ultimamente, toda vez que pergunto o preço de alguma coisa, sento logo antes para não quebrar a espinha".
- "Sempre pensei que um terrorista, de esquerda ou de direita (são todos iguais) necessitava antes de mais nada de um bom divã de psicanalista, amor e humor. Os fatos vivem me dando razão".
- "E pensava também quando chegará o dia em que as sociedades modernas organizem uma Escola Superior de Paz, como de certo modo desejava Aristóteles, que substituia os 'War College' e as 'École Superière deGuerra', tão imitadas mundo afora".
- "...jogo é a única esperança dos pobres de tirar a cabeça da lama".
- "Estava pensando nessa misoginia do macho nacional, que sedeitar três minutos num divã de psicanalista descobre logo seu lado feminino".
Nenhum comentário:
Postar um comentário