Quem me lê por aqui sabe que toda semana publico um texto n'O ALFINETE, aquele que "pica mas não fere", lá de Pirajuí. Todo sábado o jornal está nas bancas daquela cidade e hoje, juntinho com o exemplar dessa semana, sai aqui o texto publicado lá. Confiram:
UMA HISTÓRIA URBANA E FIDEL
1. Vou ao supermercado com minha mãe. Na saída, já no caixa noto uma senhora de uns 50 anos indagando de forma acintosa a funcionária do balcão de atendimento, sobre o paradeiro de um par de óculos. A moça diz não tê-lo visto por ali e que devia ter esquecido em outro lugar. A senhora estava um tanto inconformada e dizia que, "todos devemos ter Deus no coração, sermos mais honestos com o semelhante e não ficar com nada que não nos pertence". Um belo discurso, feito com a voz um tanto alterada, quando sua acompanhante adentra o mercado dizendo: "Você não vai acreditar, achei seu óculos pendurado no cinto de segurança do carro". Com a cara mais lavada desse mundo, ela ainda tem o disparate de falar olhando para a funcionária: "Pois, estava agora mesmo brincando aqui com a moça sobre esse assunto".
Não deu outra. Lembrei de um texto que havia lido recentemente, uma história chinesa contada pelo escritor uruguaio, Eduardo Galeano: "Na hora de ir para o trabalho, um lenhador dá falta do machado. Observa seu vizinho: tem o aspecto físico de um ladrão de machados, o olhar e os gestos e o modo de falar de um ladrão de machados. Mas o lenhador encontra sua ferramenta, que estava caída por ali. E enquanto torna a observar seu vizinho, constata que não se parece nem um pouco com um ladrão de machados, nem no olhar, nem nos gestos, nem no modo de falar".
Henrique Perazzi de Aquino, 47 anos, mais brasileiro do que nunca, mas sem a mediocridade de criticar por criticar um outro modo de vida, mais saudável e menos estressante que o vivido por aqui. Sejamos sensatos.
Um comentário:
muito bom mano
gostei do discurso pró fidel
ele sempre será um dos nossos
cuba precisa resistir
f.
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