MÚSICA (174)

EU QUERO É BOTAR MEU BLOCO NA RUA

Esse meu escrito poderia ser considerada a VITROLINHA DO HPA do dia, portanto a de nº 159. O título deste post cai como uma luva para a música em questão, a EU QUERO É BOTAR MEU BLOCO NA RUA, de um cara que já se foi faz um certo tempo, muito cedo e deixou coisas muito boas, como essa pintura. Falo de SÉRGIO SAMPAIO.

Eis o link para ouvirmos ele mesmo cantarolando a dita canção: https://www.youtube.com/watch?v=PiCteoGZf7Q e abaixo a letra:

Há quem diga que eu dormi de touca
Que eu perdi a boca, que eu fugi da briga
Que eu caí do galho e que não vi saída
Que eu morri de medo quando o pau quebrou

Há quem diga que eu não sei de nada
Que eu não sou de nada e não peço desculpas
Que eu não tenho culpa, mas que eu dei bobeira
E que Durango Kid quase me pegou

Eu quero é botar meu bloco na rua
Brincar, botar pra gemer
Eu quero é botar meu bloco na rua
Gingar, pra dar e vender

Eu, por mim, queria isso e aquilo
Um quilo mais daquilo, um grilo menos disso
É disso que eu preciso ou não é nada disso
Eu quero é todo mundo nesse carnaval

Eu quero é botar meu bloco na rua
Brincar, botar pra gemer
Eu quero é botar meu bloco na rua
Gingar, pra dar e vender

Depois da lembrança da música e do seu autor, vejam vocês se ela não cai como uma luva para a escrevinhação que virá a seguir? Esses todos das fotos ilustrando esse post hoje colocaram literalmente o BLOCO NA RUA, todos de peitos estufados, cheios de orgulho e a demonstrar estar participando ativamente da contenda na qual esse país está envolvido e do seu lado mais correto, o sensato, o que enxergou desde sempre as mazelas pelas quais nos enfiaram com o golpe de 2016, o que defenestrou Dilma e a partir daí, colocou no poder os piores, os que estão a destruir o país. Vejam, constatem vocês mesmo a alegria na fisionomia de cada um, ainda mais agora, pois depois de um longo e triste momento, pelo qual o país foi massacrado com informações falsas, nos dando conta de que o juiz Sergio Moro e o outro, o menino Dallagnol estavam agindo dentro da lei e promovendo uma devassa na corrupção do país. Hoje, com as revelações do The Intercept, Sergio Moro e Dallagnol estão mais do que desmoralizados, pois já existe a certeza de terem mentido, jogado contra os interesses da Justiça, do país e enganaram as massas, sob orientação estrangeira e apoio dessa ignóbil mídia massiva, todos num dantesco conluio, ainda sem solução previsível.

E daí, diante de tantas evidências favoráveis e depois de todos esses aí da foto terem penado com gente a admoestá-los nesses últimos tempos, estão com a alma lavada e queriam estar juntos, prosear intensamente, expor as carinhas e dizer em alto e bom som: "Não falamos? Avisamos desde o começo, mas preferiram entrar de gaiatos no navio, agora não reclamem e aguente a pemba". Um convescote conversativo foi marcado para ocorrer hoje pela manhã num dos locais, ponto de encontro dos sensatos nesta cidade, o Bar do Barba, na boca de entrada da Feira do Rolo, o espaço mais democrático da aldeia bauruense. Todos foram chegando aos poucos, numa convocação feita às pressas, ocupando os espaços e ali, literalmente "botando o bloco na rua" produziram uma auspiciosa manhã, onde foi dado início a um algo mais, uma resistência, como sempre o fizeram, mas com mais uma certeza, a de que, demorou, mas a verdade veio à tona. Os malfeitores ainda continuam no poder, mas com a cara muito mais putrefata, o ânimo cresceu para combatê-los.

Nenhum desses se deixou enganar por Bolsonaro, nenhum desses acreditou em nenhum momento nas falácias apregoadas por Sergio Moro, nenhum desses tem dúvidas sobre a necessidade do Lula Livre para restabelecer, não só a verdade dos fatos, mas para recolocar um injustiçado em liberdade, o lugar de onde nunca deveria ter saído. Todos também sabem muito bem que essa Reforma da Previdência está sendo feita para decretar a falência do trabalhador brasileiro, pois a partir de sua aprovação nem aposentar mais será mais possível. Todos ali são contrários à venda da Petrobras e a entrega do Pré Sal para gerência estrangeira. Enfim, todos ali defendem o país e o fazem contrário ao que prega as tais leis de mercado, uma onde o homem pouco vale e o que conta mesmo é o dinheiro. Esse todos lutam e defendem um país soberano, altaneiro e que não entrega suas riquezas, não se vende e não se verga diante de poderosos. "Botar o bloco na rua" é algo que sempre fizeram e continuarão a fazer ad eternum ou enquanto tiverem forças. Seguir com esses é um alento. 75% da população desta aldeia bauruense votou em Bolsonaro, apoiou Moro, esteve ao lado de Temer, mas hoje devem estar com vergonha de terem ajudado a enfiar o país no lodaçal. Esses das fotos foram contra tudo isso e estão na lida, na luta, resistindo bravamente e como aroeira, vergam mas não quebram. Deram uma pequena demonstração da coragem e força nas ruas de Bauru dias atrás e hoje se reuniram na feira para um papo onde recarregaram baterias para os próximos embates.

Sobreviver em Bauru não é fácil, mas quando com gente como esses da foto, tudo se torna mais fácil. Um se escora no outro, busca força junto ao outro, um ouve o outro e na troca de ideias, pensamento próximos seguem na lida, reforçam a esperança, pois encontram ombros amigos, onde se escorar e buscar mais força. É muito lindo a existência de um grupo assim, a oxigenar uma cidade, carregá-la de esperança, pois é ótimo sentir que nem tudo está dominado e esses provaram, que mesmo diante daquele mar onde 75% apoiaram o pior candidato nas últimas eleições, continuaram unidos, coesos e hoje estão todos aí, cabeças mais que erguidas, prontos para os próximos embates. Sou muito feliz em fazer parte deste grupo de pessoas. Sem eles, sei que minha vida seria um tormento, pois caminhar sozinho é muito complicado, difícil. Já tendo gente como esses ao lado, a gente segue em frente, enfrenta os tais dragões da maldade e mesmo quando em desvantagem, consegue vitórias, pois cientes de estar no lugar certo, no lado correto, uma hora a mentira é desmantelada. Hoje estivemos aí na feira, ontem nas ruas e amanhã em outro lugar pela aí, promovendo ações para botar abaixo essa bestialidade odienta que tomou conta do país, mas será vencida, pois enquanto existir resistência, a vitória do algoz nunca será completa. Todos acreditam que essa mesa ainda será virada, daí estarem com o bloco nas ruas.