COHAB, SEU PRESIDENTE, O DINHEIRO APREENDIDO E A REPETIÇÃO DE COMO SE CONSTROEM RIQUEZAS NO MUNDO CAPITALISTA
Não me interessam investigações policiais, pois algo neste momento está mais do que escancarado com os pacotes de grana viva encontrados na residência do até então presidente da COHAB - Companhia de Habitação Popular de Bauru, Edison Bastos Gasparini Junior. Tempos atrás, creio que quase duas décadas, escrevi carta e foi publicada na Tribuna do Leitor, Jornal da Cidade missiva de minha lavra e responsabilidade onde cravei algo mais ou menos assim: "nem sempre se segue à risca o lema de tal pai tal filho" e cito todo o respeito que tinha (e tenho) pelo Gasparini, o pai, o origina, o prefeito comunista, mas... Não consigo localizar a carta, pois gostaria de repicar nesse momento aquele texto, caindo como uma luva para o momento atual. O fato bastou para caras serem viradas pro resto da vida pro meu lado. Hoje tudo se confirma. Gasparini e Darcy padecem do mesmo mal que padece Sergio Cabral, o pai, jornalista de velha cepa dos tempos d'O Pasquim, um dos maiores entendidos de MPB que conheço. Exemplos existem aos borbotões. O fato é que quase 15 anos no mesmo cargo, sendo reconfirmados em cada nova administração sempre foi mais do que evidente sinal de que, algo não estava lá muito certo nos reinos intestinos da Cohab. Enfim, por que nunca o sacaram do cargo?
O capitalismo confirma algo dito a mim tempos atrás quando entrevistava um juiz aposentado desta cidade, em frase que faço questão de continuar repetindo por onde ande: "Nessa cidade todas as fortunas foram construídas somente por duas formas, ou se ganhou na loteria ou muita coisa errada foi feita ao longo dos anos. O agravante é que aqui na cidade, até hoje, ninguém ganhou na loteria". Baixa o pano e sem comentários. Isso o que penso do capitalismo, esse sistema onde uns poucos ganham muito e a imensa maioria é cruelmente explorada, enganada e vilipendiada, ultrajada e ainda obrigada a defender os interesses do algoz. A sacanagem explicitada e agora revelada ocorrendo com diretores da Cohab não representa nenhuma novidade. Nada de novo. Se investigações fossem feitas na imensa maioria das negociações (não seria negociatas?) entre o poder público e essas empresas privadas gravitando no seu entorno, esse imenso castelo de cartas poderia desmoronar. Isso descoberto é somente a ponta de um imenso iceberg, pois onde rola grana pública, aqui, ali e em todos os lugares a repetição, mudando somente os personagens. Tempos atrás um amigo músico foi numa cidade vizinha vender seu show ao custo de R$ 1.500 reais e a resposta recebida foi essa: "Sim, está contratado, mas entenda, precisamos de Nota no valor de R$ 3.000 mil reais, pois temos umas despesas internas. Você recebe o seu valor e nos devolve o restante. Combinado?". Assim foi feito, pois do contrário não apresentaria seu pequeno show em praça pública numa cidadezinha de pouco menos que 3 mil habitantes. Sem querer generalizar, mas esse o exemplo de como se dá as tratativas para tudo o mais, do minúsculo ao de grande porte.
Quem mantém em casa uma quantidade de dinheiro como essa apreendida nas malas na casa do presidente da empresa pública, sinal mais do que evidente de, se não estava depositado nas instituições bancárias, estava escondido, oculto. Nem me reservo a fazer a conta do salário mensal do servidor e ver quantos anos seriam necessários para juntar essa quantia. Seria perda de tempo. Ele já se explicou em nota oficial no final da tarde de ontem, quando disse o que se esperava, "a família está a alguns anos no ramo agropecuário e o volume de dinheiro encontrado é de compra e venda acumulados". Me sinto contemplado. De tudo, conclusões bem simples, como a da rotatividade no poder ser algo necessário. Ontem estava a conversar com um amigo do SESC e perguntava sobre alguém que não mais via por lá. Me disse: "O SESC muda constantemente após certo tempo seus funcionários fixos, removidos de lugar a outro, pois não os deixa criar laços de vícios". O ocorrência bauruense não destoa de tudo o mais desbragadamente se repetindo país afora, algo institucionalizado, comprovando a falência do sistema, a mistura inaudita do público com o privado, algo usual em nossa vida, tratado por muitos como esperteza. O país está literalmente perdido. Enfim, todos somos inocentes até sermos pegos com a mão na botija, portanto, recomendo daqui por diante esconder a poupancinha amealhada no dia a dia em lugar distante do lar, pois em casa chama muito a atenção e pode causar problemas como o ocorrido no dia de ontem. Sejamos mais prudentes, basta de amadorismo.
PERSONAGENS MAIS QUE IMPORTANTES DA ALDEIA ONDE MORO
ADORO ESCREVER DESSES - BRAS E MARCÃO, A SAGA DE PAI PRA FILHO SEM TRAUMAS, SÓ ALEGRIA Conheci esses dois nos idos de 2005, pela aí. Estava atuando nas hostes da Cultura Municipal e fui convidado a conhecer um samba rolando na beirada dos trilhos da vila Falcão, mais exatamente no Quintal Do Bras. A casa nem era dele e sim, de suas irmãs, mas lá estava o Bras num lugar que não me esqueço jamais, chão de terra batida, espadas de São Jorge grandonas e debaixo de uma sombra o samba acontecendo. Pra mim era novidade, mas isso já era rotina por ali desde muito tempo. Na verdade, o Bras eu já conhecia da ferrovia, pois fui aluno da Escolinha da Rede e o via por ali, desses que, a gente batia o olho e já queria virar amigo. Também o via lá no sindicato da categoria, o da Cussy Jr. Me encantei com a garra das irmãs, uma mais contagiante que a outra. Tudo ali era marcante. Foi quando vi pela primeira vez o Marcão, que na época devia ser Marquinhos, pois não passava de um guri, mas já envolvido com a coisa. Gostei tanto, acabei fazendo de tudo e mais um pouco para levá-los a outros espaços e nasceu daí o Quintal e as apresentações junto do espaço interno ligado na cantina do Teatro Municipal, ali nas Nações, onde aos domingos bombava um samba, sempre lotado, nunca com nenhum problema. Teve até um Carnaval, na época do recesso, cujo samba deles foi a expressão maior da festa daquele ano na cidade. O Quintal do Bras a partir daí nunca mais saiu das paradas de sucesso. Tenho muito orgulho de ao observar aquilo, ter sabido dar o encaminhamento para saltarem pro mundo.
No último domingo, mais um samba do grupo, desta feita numa iniciativa mais que louvável. As casas andam pagando cachês muito baixos e a rapaziada, capitaneada pelo Ivo Fernandes, alugou um salão e ali cobrou ingresso, comandou o bar e o som. Ganharam muito mais administrando o próprio negócio e estão apostando nesse formato daqui por diante. Divulguei no facebook, mas não pude ir. Ao abrir a página do amigo Roque Ferreira, ainda na noite de domingo, duas fotos tiradas por ele me tocaram profundamente, primeiro a do pai, o patriarca, Bras, o que dá nome ao grupo, com a mesma carinha de sempre, porém, envelhecido, labutando como todos nós, contra essa inexorável ação do tempo e depois a do Marcão, suando a cântaros, fazendo o que gosta e sabe, batendo forte num couro em torno de uma mesa onde o samba rola mais que solto. Bras soube passar a bola direitinho, deve estar mais que feliz da vida com o rumo dado à sua, vendo ali na sua frente, a continuidade de sua luta, com o filhão enfrentando os touros à unha e tocando sua vida sem se meter em coisas escusas. É mais que lindo para um pai poder enxergar no filho a continuidade de algo plantado por ele. Não consegui me segurar e junto aqui nesse mequetrefico escrito, o que sinto por esses dois dignos personagens, representantes desse Lado B bauruense que tanto exalto e tento retratar ao meu modo e jeito. É de gente assim, a história desses que gosto de tomar conhecimento e se puder, ir resgatando, retratando e eternizando. São gente da melhor qualidade.
Quem mantém em casa uma quantidade de dinheiro como essa apreendida nas malas na casa do presidente da empresa pública, sinal mais do que evidente de, se não estava depositado nas instituições bancárias, estava escondido, oculto. Nem me reservo a fazer a conta do salário mensal do servidor e ver quantos anos seriam necessários para juntar essa quantia. Seria perda de tempo. Ele já se explicou em nota oficial no final da tarde de ontem, quando disse o que se esperava, "a família está a alguns anos no ramo agropecuário e o volume de dinheiro encontrado é de compra e venda acumulados". Me sinto contemplado. De tudo, conclusões bem simples, como a da rotatividade no poder ser algo necessário. Ontem estava a conversar com um amigo do SESC e perguntava sobre alguém que não mais via por lá. Me disse: "O SESC muda constantemente após certo tempo seus funcionários fixos, removidos de lugar a outro, pois não os deixa criar laços de vícios". O ocorrência bauruense não destoa de tudo o mais desbragadamente se repetindo país afora, algo institucionalizado, comprovando a falência do sistema, a mistura inaudita do público com o privado, algo usual em nossa vida, tratado por muitos como esperteza. O país está literalmente perdido. Enfim, todos somos inocentes até sermos pegos com a mão na botija, portanto, recomendo daqui por diante esconder a poupancinha amealhada no dia a dia em lugar distante do lar, pois em casa chama muito a atenção e pode causar problemas como o ocorrido no dia de ontem. Sejamos mais prudentes, basta de amadorismo.
PERSONAGENS MAIS QUE IMPORTANTES DA ALDEIA ONDE MORO
ADORO ESCREVER DESSES - BRAS E MARCÃO, A SAGA DE PAI PRA FILHO SEM TRAUMAS, SÓ ALEGRIA Conheci esses dois nos idos de 2005, pela aí. Estava atuando nas hostes da Cultura Municipal e fui convidado a conhecer um samba rolando na beirada dos trilhos da vila Falcão, mais exatamente no Quintal Do Bras. A casa nem era dele e sim, de suas irmãs, mas lá estava o Bras num lugar que não me esqueço jamais, chão de terra batida, espadas de São Jorge grandonas e debaixo de uma sombra o samba acontecendo. Pra mim era novidade, mas isso já era rotina por ali desde muito tempo. Na verdade, o Bras eu já conhecia da ferrovia, pois fui aluno da Escolinha da Rede e o via por ali, desses que, a gente batia o olho e já queria virar amigo. Também o via lá no sindicato da categoria, o da Cussy Jr. Me encantei com a garra das irmãs, uma mais contagiante que a outra. Tudo ali era marcante. Foi quando vi pela primeira vez o Marcão, que na época devia ser Marquinhos, pois não passava de um guri, mas já envolvido com a coisa. Gostei tanto, acabei fazendo de tudo e mais um pouco para levá-los a outros espaços e nasceu daí o Quintal e as apresentações junto do espaço interno ligado na cantina do Teatro Municipal, ali nas Nações, onde aos domingos bombava um samba, sempre lotado, nunca com nenhum problema. Teve até um Carnaval, na época do recesso, cujo samba deles foi a expressão maior da festa daquele ano na cidade. O Quintal do Bras a partir daí nunca mais saiu das paradas de sucesso. Tenho muito orgulho de ao observar aquilo, ter sabido dar o encaminhamento para saltarem pro mundo.
No último domingo, mais um samba do grupo, desta feita numa iniciativa mais que louvável. As casas andam pagando cachês muito baixos e a rapaziada, capitaneada pelo Ivo Fernandes, alugou um salão e ali cobrou ingresso, comandou o bar e o som. Ganharam muito mais administrando o próprio negócio e estão apostando nesse formato daqui por diante. Divulguei no facebook, mas não pude ir. Ao abrir a página do amigo Roque Ferreira, ainda na noite de domingo, duas fotos tiradas por ele me tocaram profundamente, primeiro a do pai, o patriarca, Bras, o que dá nome ao grupo, com a mesma carinha de sempre, porém, envelhecido, labutando como todos nós, contra essa inexorável ação do tempo e depois a do Marcão, suando a cântaros, fazendo o que gosta e sabe, batendo forte num couro em torno de uma mesa onde o samba rola mais que solto. Bras soube passar a bola direitinho, deve estar mais que feliz da vida com o rumo dado à sua, vendo ali na sua frente, a continuidade de sua luta, com o filhão enfrentando os touros à unha e tocando sua vida sem se meter em coisas escusas. É mais que lindo para um pai poder enxergar no filho a continuidade de algo plantado por ele. Não consegui me segurar e junto aqui nesse mequetrefico escrito, o que sinto por esses dois dignos personagens, representantes desse Lado B bauruense que tanto exalto e tento retratar ao meu modo e jeito. É de gente assim, a história desses que gosto de tomar conhecimento e se puder, ir resgatando, retratando e eternizando. São gente da melhor qualidade.
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