A QUEDA DO IMPÉRIO NORTE-AMERICANO: É POSSÍVEL?
Meu amigo Antonio Carlos Pavanato, que trabalhou comigo nos áureos tempos da Bradescor, cuja amizade me é fraterna até hoje, dia desses me fez umas indagações pelo e-mail. Acabei não respondendo, pois queria fazer nesse espaço. Aliás, acho que nem seria necessário responder, pois ele mesmo nos dá todas as respostas. Leiam o que ele me postou:
Henrique, tenho visto quase que diariamente seu "MAFUÁ", e confesso, sem falsa modéstia, é muito interessante a diversidade de assuntos aportados no seu blog.
Gostaria de lhe perguntar algo que venho ouvindo há tempos, e acho que de tanto escutar, acabo acreditando que isso esta se tornando uma grande verdade:
- ESTÁ NO FIM O IMPERIALISMO AMERICANO ?
De fato, também acho que eles estão assustados com o mundo em sua volta.
E é para ficar mesmo!
Vejam os países, digamos emergentes, os chamados Tigres Asiáticos, Índia, alguns aqui da AL, e muitos outros, que de uma forma ou de outra, cresceram e já não comem no mesmo prato. Entendeu?
Eu acho que, os americanos, nunca imaginaram, em tempo algum, que sua moeda - o dólar, pudesse estar tão em baixa, como esta nos dias atuais.
A indústria americana, se perdeu e hoje "morre de medo" de produtos vindos de fora e que empurram ainda mais o país na crise industrial.
Lembre-se que a única indústria que ainda "respira" por lá, é a bélica.
A automotiva, foi pro espaço já faz é tempo. Veja o que os veículos asiáticos, fizeram por lá.
Me fale alguma coisa à respeito, pois sei que você tem uma idéia muito bem "lapidada" sobre este assunto.
Um abraço e aguardo seu "recado".
Já estava me esquecendo, o Chavez, pediu que a moeda fixada como padrão na comercialização do petróleo seja alterada.
Viu como os americanos, estão cada vez mais com medo do mundo à sua volta!
Valeu
Tchau
AC Pavanato
A resposta que tenho a dar é na mesma linha do que ele me indagou. Fui buscar a resposta mais exata na edição de capa da minha revista preferida, a Carta Capital, nº 466, de 17/10/2007, que saiu com a ilustração aí de cima e a chamada "Império com pés de barro - Estudos recentes reafirmam o processo de decadência econômica e política dos EUA. O sociólogo Immanuel Wallerstein projeta para a próxima década o fim da hegemonia americana".
Folheando a revista, o que sublinhei foi o seguinte:
"Os EUA estão à beira de umasituação insustentável. Como principais desafios estão o forte desequilíbrio fiscal, a deterioração da saúde pública, o nível educacional em declínio, a sofrível condição do meio ambiente, a guerra desastrada com o Iraque e a política errática de imigração. (...) ...a perda do dinamismo da economia americana como um dos sinais de que o império vive, se não os últimos dias, um inequívoco ocaso. (...) O fiasco dos EUA no Iraque foi apenas uma amostra de que até mesmo o poder de polícia do mundo foi desmoralizado. (...) Três forças empurraram o país para a tual crise. Primeiro, houve uma acirrada concorrência econômica entre o Japão e a Europa, que afetou a produção americana. Em segundo, completou-se o ciclo da descolonização do Terceiro Mundo com a consequente rejeição ao status quo imposto pela ordem americano-soviético. Por fim, proliferaram organizações civis de reação ao liberalismo e ao American Way of Life."
Wallerstein continua: "...o império americano está em declínio há 35 anos e será substituído por blocos hegemônicos, como o europeu, o asiático e, a depender dos entendimentos regionais, o sul americano. (...) ...todo processo de mudança implica turbulência e será difícil para os americanos aceitarem a idéia de que não terão mais a liderança global. (...) A coisa mais desastrosa que Bush fez foi invadir o Iraque. Porque demonstrou ao mundo inteiro as limitações do poder militar americano. O fato é que os EUA não conseguem vencer uma guerra contra um país pequeno, fraco, com pouco equipamento militar. (...) Os EUA não conseguem mais meter medo na Coréia do Norte, nem no Irã, nem em ninguém. (...) ...nenhum país isoladamente vai dominar o mundo. (...) ...em dez anos a Europa terá uma relevância maior. (...) Considero que estamos ingressando em um período turbulento, nos próximos 20 a 30 anos. E haverá conflitos sociais sérios nos EUA, por causa do declínio do poderio americano, do padrão de vida da população, o que acirrará o conflito entre as classes sociais. Não haverá gentilezas no futuro."
A matéria é extensa e faz outras análises. A revista pode cer acessada nas suas edições anteriores. Viaje por lá e constate mais (www.cartacapital.com.br)

Quando foi lançada em 2005, comemorava-se o Ano Ibero-Americano da Leitura, surgindo a idéia da premiação, em algo para aglutinar e destacar pessoas que, tivessem o hábito da leitura bem evidenciado em suas vidas. Estava criado o Prêmio Leitor do Ano e para sua viabilização, logo que contatada, a Jalovi, a mais tradicional livraria da cidade, topou ser a doadora aos premiados anuais e mais que isso, ofereceu a livraria para ser o palco do evento. O inesperado foi o crescimento de cada evento e uma participação revigorada a cada edição. Nesse, o salão central da Jalovi, no centro da cidade, parecia pequeno para abrigar as quase 200 pessoas que, na manhã de sábado, 24/11 lotaram todo o espaço.
Os grupos foram se formando com pelo menos uma hora de antecedência. Como o espaço é amplo; leitores, curiosos e convidados foram se aglomerando junto às prateleiras e balcões. Num evento como esse, raramente o homenageado comparece sózinho, fazendo questão de trazer junto algum familiar e pessoas próximas. Quem se destaca entre os presentes é o presidente da ABL – Academia Bauruense de Letras, Munir Zalaf (que acabara de ser reeleito pela 4ª vez ao cargo) e Joaquim Simões Filho, escritor e Secretário Geral da ABL. Ambos se espantam com a grande movimentação, pois acabavam de tomar conhecimento de uma pesquisa, apontando que o brasileiro lê em média 1,2 livros por ano. "Precisamos e devemos frequentar mais nossas escolas, incentivando a leitura desde a infância. Isso faz parte de nosso projeto, que também irá visitar os escolares das outras faixas etárias", diz o presidente Zalaf.
São chamados para receber os livros, os trinta premiados, distribuídos entre a Biblioteca Central e seis ramais, das vilas Tecnológica, Progresso, Mary Dota, Geisel, Falcão e distrito de Tibiriçá. Os títulos são dez com temática adulta, seis juvenis e quatorze infantis. Todos são chamados nominalmente e convidados para uma alegre sessão de fotos no meio do salão. Dentre todos os premiados, dois se destacam. "Essa aqui é nossa freguesa habitual. Toda semana está aqui", diz o gerente da loja Nilo Sérgio Alves Júnior, direcionado para Cibele Ana Aparecida Rossetti, 46 anos, solteira, oficial de justiça e que faz da leitura e da coleção de peças com temática de gatos, o seu passatempo. Veio acompanhada do pai, aposentado da ferrovia, grande incentivador nos dois hobbies. "Ela gosta de ler e eu estou nessa. Ajudo ela a comprar tudo, pois sei que isso a faz bem", salienta o pai, seu Vero.
Outro devorador de livros, Jorge Frederico Simões da Silva, 39 anos, casado, pouco antes de receber o seu presente falava algo que, deixou muitos presentes com os olhos arregalados: "Eu já li mais de cem esse ano". Ele se diz numa situação privilegiada no momento e com ela alavancou aquilo que tanto gosta e não tinha tempo para fazer: "Tive uns problemas cardíacos e fui obrigado a me afastar de minhas atividades profissionais. Em casa o dia todo, passei a me ocupar com a leitura, tirando o atraso. Estou mais feliz do que nunca". Ele mora no Geisel, um bairro popular da cidade e se diz entristecido com os jovens de lá e pelo desinteresse atual deles pelos livros: "Peguei esse hábito de forma diferente e já não muito novo. Tinha uma banca de revistas e vendo aquilo tudo ali do meu lado, fui pegando gosto pela coisa. Das revistas passei aos livros e hoje não consigo mais ficar sem. Fico triste em ver a meninada daqui nas ruas e poucos frequentando as bibliotecas". Diz possuir um outro hábito, o de ir grifando as frases e copiando num caderno, para ir revendo quando tiver dificuldade de lembrar algo já lido.
O poeta Joaquim Simões, quando convidado ao evento, encantado com a quantidade de livros que alguns já haviam lido no ano, trouxe três exemplares do seu último livro publicado, o Liberdade Absoluta", fazendo questão de entregar pessoalmente aos agraciados, com umas palavrinhas de incentivo feitas ao pé da orelha. As conversas se sucedem de forma bastante animada e um dos mais ocupados com o movimento todo era o gerente Nilo que, faz qualquer negócio para ir vendendo o fruto do negócio a lhe ditar e conduzir sua vida. A livraria não permite o parcelamento do cartão com valores inferiores a R$ 30 reais mês, mas diante da inquerência desse que vos escreve, já com o escolhido nas mãos, tendo um preço de R$ 52,90, responde de bate pronto: "Não seja por isso. Negócio feito, o livro é seu". Eu, que havia ido assistir o evento, sigo os agraciados da manhã e saio de lá com o que havia me motivado a ir até lá, ou seja, um livro. No meu caso, o "Diário Selvagem – O Brasil na mira de um escritor atrevido e inconformado", do jornalista Carlinhos Oliveira, da editora Civilização Brasileira, um catatau de quase 500 páginas. Ainda deu tempo de comentar na última rodinha a ser desfeita no local que, havia colocado em prática um pensamento de Erasmo de Roterdã: "Quando tenho algum dinheiro, compro livros. Se ainda sobrar algum, compro roupas e comida".
Legenda das fotos:
"Acredito que sua lista seria apenas uma atualização das imbecilidades em voga, já que a humanidade sempre teve um certo apreço por coisas idiotas", foi uma sugestão. Outra bem criativa foi a de "quando der o ponto final de sua obra, notará que ainda há o que destrinchar". E assim sucessivamente: "Pergunto aos meus botões em quantos volumes será publicada a obra", "como medir o grau de imbecilidade? Há por acaso algum imbecilômetro?" e "o processo de imbecilização já está muito amadurecido, e a revolução dos idiotas, consumada". Teve um outro que foi mais longe: "eu diria que é uma imbecilidade acreditar que o mundo está se tornando imbecil, a meu ver, é a natureza e a abrangência da imbecilidade que está em constante revolução".
Tem muito mais, porém nesse resumo que fiz, deu para perceber a grandiosidade da "coisa". Nem preciso ressaltar que, muitos eu endosso, outros, nem tanto e uns poucos, desaprovo totalmente. Reflitam todos vocês e vejam o que merece ser retirado, incluído, expelido, maltratado, evidenciado, catracado, ponderado, sublinhado... O tema é intrigante, não?
Tô vendo tudo, tô vendo tudo / Mas, bico calado, faz de conta que sou mudo
Confiram a quantas anda o cerceamento das liberdades individuais. No dia 17/09, um estudante foi brutalmente reprimido pela polícia universitária e preso – simplesmente por levantar uma questão num debate público. O estudante de jornalismo foi imobilizado, algemado, atacado com uma arma de choques elétricos e preso pela polícia universitária durante um fórum promovido por um senador da República e ex-candidato à presidência de seu país.
O acampamento dos sem-terra Associação Terra Nossa mudou de denominação após cinco anos instalado no Horto Florestal, entre as cidades de Bauru e Pederneiras SP, passando a chamar-se a partir de agora, pomposamente de assentamento dos com-terra. É que na última sexta-feira, 09/11, o superintendente regional do Incra SP, Raimundo Pires da Silva, o popular Bom Bril e o deputado federal Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho aportaram por lá e numa emocionante solenidade transmitiram a boa nova para todos os seus moradores. Num clima de festa, tudo foi celebrado antes de um almoço no barracão de eventos do assentamento, marcado para ter início às 14h, mas começando somente às 15h, logo após a chegada do deputado.
A comida foi sendo feita em vários locais diferentes e sendo transportada para o barracão no centro do assentamento. Desde a manhã, grupos ficaram encarregados de alguma missão, para nada sair errado. Tão logo a comida chegou, o cheiro de carne assada se espalhou pelo local, sendo o carro-chefe um cabrito, que colocado ao fundo da mesa de abertura do evento, fez com que se agilizasse o falatório. Isso mesmo, a solenidade aconteceu antes do almoço, montada numa grande mesa, com 15 convidados. Todos tiveram direito à palavra, todas rápidas, desde representantes das prefeituras das duas cidades, do INCRA e demais entidades que estiveram ao lado da luta da comunidade ao longo do tempo. Um emocionado depoimento veio do sindicalista Pardal, que arrematou: "A reforma agrária não sai no Brasil, mas sai aqui em Bauru."
Quando o mestre de cerimônias, Celso da Costa, líder do assentamento anuncia Vicentinho, o faz chamando-o de "padrinho de todos nós", recebendo uma aclamação geral. O deputado fica em pé para falar e lembra as outras vezes em que lá esteve, o sofrimento e a luta que foi chegarem inteiros até aquele momento: "A conquista dessa terra é fruto da luta de vocês. Acompanhei o sofrimento de todos e no meio disso tudo vi gente produzindo. Tudo isso era claro sinal de vida. Eu posso ter a língua presa, mas não o rabo. Ou melhor, rabo preso só com vocês." Diz também, que está solicitando duas emendas para o Orçamento de 2008, a primeira de R$ 350 mil, para equipar o assentamento, via Prefeitura de Pederneiras e outra de R$ 200 mil, para restaurar estações ferroviárias de Bauru. Ao final, evoca todos para rezarem um Pai-nosso de mãos dadas, "a verdadeira oração dos oprimidos", diz ele.



As histórias de repetem e cada um possui uma mais emocionante. Quem agora se aproxima é uma alegre senhora, negra e com um chamativa calça vermelha. Vendo a máquina fotográfica em minhas mãos, pede para ser fotografada e quando pergunto seu nome, ela simplesmente diz: "Sou a Capeta da Parte II. Antes era a da I. Aqui já enfrentamos de tudo e não arredamos pé. O importante é não ter medo de cara feia." Esse fazer e acontecer está sob o olhar vigilante do atento marido, que não sai de perto um só instante. Quando os primeiros pingos ameaçam cair, todos já estão com as barrigas devidamente forradas e é nesse momento que, Celso aproveita para reunir os ilustres convidados, levando-os a um passeio pelo local dos agora proprietários de 5 alqueires de terra cada. O tempo lá em cima ameaça fechar e nada é mais propício para a dispersão.

OLHA ELE AQUI EM CARNE E OSSO






