UMA DICA DE LEITURA (8)
UMBANDA FEST, EM BAURU DIA 18/11Meu amigo Ricardo Barreira é um dos idealizadores dessa contagiante festa, que além de todas suas várias utilidades, tenta quebrar o preconceito ainda existente com quem é umbandista. Deixo aqui um texto que li na revista OCAS (Feita pela e para o povo das ruas - falo dela qualquer dia desses) nº 40, de novembro de 2005, com o título:
CANDOMBLÉ E UMBANDA. É TUDO MACUMBA?
É um antigo instrumento de percussão utilizado em rituais afro-brasileiros. Os mais populares, Candomblé e Umbanda, foram denominados injustamente como uma coisa só: "Macumba". Mas não é nada disso.
O Candomblé, religião importada da África e estabelecida no Brasil no início do século 19, nasceu da necessidade dos negros escravos realizarem seus rituais religiosos, que no princípio eram proibidos. Para brular essa proibição, os negros faziam seus assentamentos e escondiam os instrumentos, preferencialmente fazendo um buraco no chão, e dançavam para seus Orixás, dizendo que estavam cantando e dançando em homenagem a um santo católico. Daí nasceu a mistura religiosa com os santos católicos, que foi abandonada mais tarde pela maioria dos adeptos do Candomblé tradicional.
Já a Umbanda nascida no Brasil, fundada pelo Cabloco das Sete Encruzilhadas com incorporação em um médium em 15/11/1908, é fruto da fusão de várias religiões e, apesar das várias raízes de origem africana, não lida com Orixás (deuses do Panteão Africano), mas incorpora em seu culto caboclos, preto-velhos, crianças, baianos, boiadeiros, espíritos da água, eguns, exus (não os da África) e outros, que são entidades desencarnadas da Terra que também se misturam aos seguintes grupos: Afro (Jêje, Nagô, Malê, Banto, Mina), Kardecismo, Pajelança e Catolicismo.
As diferenças entre Macumba e Candomblé são bastante explícitas. Só para citar algumas: no Candomblé, os rituais são cantados em línguas nativas africanas como Yorubá, Ifón e Égbá. Já na Umbanda, os cultos são cantados em português. "O Candomblé sempre buscou preservar os traços negros da religião no país, coisa em que a Umbanda nunca se preocupou", afirma o pesquisador José Pedro da Silva Neto. Existem, ainda, outras diferenças, como a de que "no Candomblé a cor de ogum é azul-marinho e na Umbanda a cor de ogum é vermelho, devido ao sincretismo (fusão) com o santo católico São Jorge".
Vários preconceitos ainda rodeiam as cabeças de leigos em relação ao Candomblé e à Umbanda: quem sabe uma aproximação ou mesmo conhecimento das referidas religiões sirva para tirá-los.
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