terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

DROPS - HISTÓRIAS REALMENTE ACONTECIDAS (100)


DEIXEM-ME VIAJAR COM A ROUPA QUE MAIS ME APETECER, POR FAVOR...
Eu ultimamente não tenho me vestido de forma primorosa. Certo relaxo na vestimenta, talvez pelo fato de nos últimos tempos trabalhar em casa e daí, bermudas, camisetas cavadas, chinelos e afins. Até para as escapadas às ruas tenho saído dessa forma e jeito. Nessa semana viajei à trabalho e tanto na ida como na volta, uma roupa dessas que uso em casa. Adentrei postos de combustíveis, agências bancárias e até visitei clientes com a vestimenta. Se é a adequada ou não, acredito que não tenha causado problemas para mim, nem para meus parcos negócios. Escrevo isso após tomar conhecimento de mais um episódio dentro da surrealidade do que tomo conhecimento, fruto desses nossos tempos. O caso foi o seguinte: professores debocham de passageiro mal vestido em aeroporto e demonstram a indigência moral da sociedade. Para os que, ainda não tomaram conhecimento do fato, eis aqui uma boa leitura sobre o tema:http://www.cartacapital.com.br/sociedade/a-empregada-ja-tem-carro-e-eu-estudei-pra-que-5156.html.

Eis parte do artigo: “Neste caldo cultural, nada pode ser mais sintomático da nossa falência do que o episódio da professora que postou fotos de um “popular” no saguão do aeroporto e lançou no Facebook: “Viramos uma rodoviária? Cadê o glamour?”. (Sim, porque voar, no Brasil, também é, ou era, mais do que o ato de se deslocar ao ar de um local a outro: é lembrar os que rastejam por rodovias quem pode e quem não pode pagar para andar de avião)”. Discutir isso é discutir o Brasil que temos e o que queremos. O caso do quase linchamento do menor no Rio e depois o amarrarem num poste, com comentários preconceituosos que fariam corar até um gigolô da Boca do Lixo, lugar onde acontece quase de tudo é sintomático desse Brasil aí fora. Quem não se lembra do comentário de Boris Casoy sobre os lixeiros. A menina aí do SBT, uma tal de Sherazade é a pura pregação do “olho por olho,dente por dente” como solução para tudo. Disso tudo tiro o seguinte, o país está cada vez mais dividido, alguns fazendo uso de um vale tudo para impingir aos demais o que pensam, como pensam como a única possibilidade viável para se safarmos bem dos nossos problemas.

Eu já fui aqui chamado de “joão ninguém”, “quebrado”, “desajustado” e até de ignorante. As vestes usadas por quem não está ajustado ao padrão dito por alguns como o recomendável é só a ponta do iceberg. Confesso que não ando em andrajos para impressionar ninguém, nem para “causar”, mas porque me sinto bem assim. Mas que existe uma casta cada vez mais incomodada com parcela da população que passou a consumir mais, viajar mais, ter mais, isso é mais do que evidente. E se incomodam esses, quero expor aqui meu vestuário costumeiro (useiro e vezeiro), pois deixar esses intranqüilos, percebendo já não serem mais os donos absolutos de privilégios é algo que muito me apetece. Essa parcela do país que ainda se acham os “donos da cocada preta”, precisam entender que eu já posso viajar de avião (faço uso de milhas, outra declarada pobreza) e vou sempre ao meu modo e jeito. Posso até comer um lanchinho, uma perninha de frango com farofa no meio da viagem, pois tem empresa que nem água mais serve graciosamente em seus vôos. Como é ótimo incomodar alguns.

2 comentários:

Anônimo disse...

ESSE É HENRIQUE. HASTA SIEMPRE HERMANO.
GILBERTO TRUIJO

Anônimo disse...

Eu me visto como quero e quando saio de chapéu, parece que sou um ET...mas vai saber, legal ser um ET
Guto Guedes