domingo, 2 de fevereiro de 2014

MÚSICA (104)


“BAURU SEM TOMATE É MIXTO” SAI PELO SEGUNDO ANO, RESPONDE A QUEM NÃO ACEITA SER CRITICADO E PUBLICA SUA MARCHINHA PARA 2014
Hoje, ouço uma leve repercussão de gente contrário ao bloco carnavalesco ao estilo do BAURU SEM TOMATE É MIXTO, o irreverente ajuntamento criado no ano passado, conseguindo reunir num dia de desfile rebeldes sem causa (alguns com causa e com calda). O mundo de hoje necessita dessa criticidade e para os que torcem o pescoço, acham que a crítica não deve ser feita, me desculpem, mas hoje é domingo, acabo de voltar de uma linda festa de aniversário, comemorada num centro comunitário, bairro de periferia, com uma escola reverenciando um novo carnavalesco despontando na cidade e estou sem saco para esquentar minha cachola. Também estou sendo processado por criticar membros de uma Prefeitura Municipal e quero poder continuar tendo o poder de se manifestar contrário nessa cidade e região. Portanto, meu comentário é um só. Achei um escrito reverenciando um outro bloco, o Pacotão, que lá em Brasília faz com mais incisividade e competência o que tentamos fazer por aqui pelo segundo ano.Eles já passaram de 35 anos de irreverentes desfiles. Leiam como o que ocorre em Brasília é entendido:

“Marchinhas do Pacotão são um passeio pela história política do país - Relembrar as marchinhas do tradicional bloco de carnaval Pacotão é como resgatar a história política do Brasil e de sua capital, Brasília. A cada ano, as rimas fáceis tratam os principais acontecimentos e escândalos do poder público com humor satírico. Ao ritmo de samba ou frevo e misturado às fantasias, aos confetes e às serpentinas, a crítica vira uma divertida brincadeira. O Pacotão nasceu em um momento conturbado da ditadura militar. Era novembro de 1977, e o então presidente Ernesto Geisel havia anunciado o Pacote de Abril — conjunto de medidas para reformar o Poder Judiciário. O projeto previa mandato presidencial de seis anos, eleição indireta para um terço do Senado e bancada maior para os estados menos desenvolvidos. A maneira encontrada por jornalistas da época para promover uma manifestação política e bem-humorada foi criar um bloco carnavalesco.

O trajeto até hoje é feito pela contramão na Avenida W3, no sentido Norte/Sul, e as marchinhas obedecem a uma regra clara: “Ser uma expressão popular, não ter censura, não defender ninguém (candidatos, políticos ou partidos) e ter ironia. O objetivo era criticar o governo e nunca deixar de ser crítico”, defende o jornalista Luis Joca, 64 anos. Joca saiu no primeiro Pacotão e lembra que o dinheiro necessário para contratar a banda e comprar umas “cervejinhas” era levantado com a venda de camisetas. “Era um bloco anarquista. No sábado de carnaval, nos reuníamos no Clube da Imprensa e o pessoal vinha com as sugestões de frases para as faixas. Domingo de manhã, colocávamos o bloco na frente do Bar do Chorão e saíamos. Quem chegasse lá com uma letra, cantava a marchinha”, conta. Para entrar no clima da festa popular mais animada do ano, o Correio tirou da gaveta as pérolas que já embalaram a folia brasiliense”
, Correio Braziliense.

Marchinha de 2013 - PACOTÃO E AS PIRIGUETES - Cicinho Filisteu: “Um Anjo Torto/ Me disse assim:/ Vai Cicim/ Ver a merda/ Que o Roriz fez!/ Que o Cristovam fez!/ Que o Arruda fez!/ Que o Agnelo tá fazendo!/ Mas, meu Anjo/ Eu vou pro Pacotão/ Ver as mulheres Linda/ As virgens recatadas/ E as piriguetes/ As piriguetes as piriguetes” - A música satiriza o atual governador do DF, Agnelo Queiroz, e os ex-governadores Joaquim Roriz, Cristovam Buarque e José Arruda. Neste ano, foram escolhidas outras duas marchas, sobre o mensalão e o Produto Interno Bruto (PIB).

“Para não ser alvo do bloco Pacotão, o mais antigo de Brasília, é necessário seguir algumas regras básicas: não se candidate a nenhum cargo eletivo e não exerça nenhuma função pública de destaque. Caso não consiga cumprir essas duas regrinhas, trate de andar na linha, mantendo-se bem longe dos escândalos de corrupção. (...) Seguindo o manual, com sorte, dá para escapar do humor ácido e escrachado do bloco sujo, que desfila na contramão de uma das principais avenidas de Brasília, a W3, desde 1978. (...) Um exemplo dessa irreverência é que dificilmente, algum integrante do Pacotão chamará o mascote da Copa do Mundo pelo seu nome oficial, Fuleco. Um dos sambas do bloco chama-se “Tatu-bola, fuleco é”. "Chamaram o tatu-bola de Fuleco. E o povão desaprovou. O nome é tatu bola, sim senhor. Fuleco é a mãe de quem chamou”, diz a letra do samba. (...) O importante para o Pacotão é criticar quem está no poder e quem luta por ele, independentemente de partidos políticos.

Sobram deboches ao governo, à oposição, à imprensa, aos integrantes do Poder Judiciário e a parlamentares. Para o bloco, a atuação do Supremo “Tribunaleco” Federal também foi alvo de críticas. O julgamento do mensalão chegou a ganhar dois sambas do bloco. Uma das composições reclama de terem “arrombado a Constituição”. Outro samba já comemora: “Alguém pensava que não dava em nada. Não acabou em marmelada”. Também não faltam críticas à administração do Distrito Federal, seja qual for o partido do titular. O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), por exemplo, já é tradicionalmente chamado de “Agnulo” pelos integrantes do bloco. O governador é criticado pela contratação de uma empresa de Cingapura para fazer um planejamento estratégico para a capital federal. A ação do governo, cercada de suspeitas de mau uso de recursos públicos, acabou rendendo um sobrenome para governador no bloco. “Agnulo Cingapura só toma pinga pura”, diz um dos sambas do bloco”
, Último Segundo IG.

É isso. O nosso bloco faz crítica e quem não consegue conviver com crítica, que não entre para a vida pública.

Olha a letra desse ano 
“BAURU, ALEGRIA SEM MIXARIA!”, Autores: Silvio Selva e Tatiana Calmon
Bauru Bauru Bauru, cidade da alegria.
Bauru Bauru Bauru, onde doutor não ganha mixaria!! (bis)

Se abrir um boteco, ou padaria.
O sujeitinho logo vai ganhar cidadania , pois afinal, a porta ta aberta,
e não sempre que se faz a coisa certa.
Bauru Bauru Bauru, cidade da alegria.
Bauru Bauru Bauru, onde doutor não ganha mixaria!!

E quando chego, eu tomo um choque.
Aquela coisa verde imitando Nova Iorque
E foi tão grande a danação, muitos querendo ver o treco ir pro chão.
Bauru Bauru Bauru Bauru, cidade da alegria.
Bauru Bauru Bauru, onde doutor não ganha mixaria!!

Eu vou no Posto, doutor dá cano,
Estou querendo mesmo logo o doutor cubano
E na SEPLAN que armação, muita denuncia de rolo e corrupção.
Bauru Bauru Bauru, cidade da alegria.
Bauru Bauru Bauru, onde doutor não ganha mixaria!!

O viaduto não terminou, e a desculpa é que verba estourou.
Lá na COHAB, casa caiu, divida cresce e o dinheiro já sumiu...
Mas tudo bem, tudo legal, vamos sambando porque hoje é carnaval"
Bauru Bauru Bauru, cidade da alegria.
Bauru Bauru Bauru, onde doutor não ganha mixaria!!

0bs.: Todas as fotos foram tiradas na 2ª Festa do Bloco, realizada dia 31/01/2014, no salão do Kananga do Alemão, vila Falcão.

2 comentários:

Anônimo disse...

HENRICÃO

Se a pegação do pé começar, criem os Mandamentos do Bloco e peguem todos esses intolerantes pelo rabo.

Rosana

Anônimo disse...

DEFECARAM NO BANCO!
Janeiro passado, dia 9 quinta-feira, 8 da manhã,
me dirigí à uma das agências bancárias de Arealva,
a estatal, para sacar um dinheirinho para dar um
"rolê" até a minha querida Bauru. Ao entrar na
agência bancária, um cheiro insuportável tomou
conta do meu comprido nariz, misto de candelabro italiano
com alemon. Que cheiro é este? Será do pobre
Tietê? Não, não era do Tietê, e sim de fezes humana,
cobertas de envelopes de depósitos no chão,
só não conseguindo cobrir o mau cheiro. O Michael Jackson
mesmo com a sua máscara, com toda certeza, se mandaria
do local. Rsrsrs...
Achei que as camêras do banco haviam
registrado o ocorrido, mas até agora...nem tchum.
Tadinha da faxineira !!!
(Aldo Wellichan)