segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

BAURU POR AÍ (160)


FECHOU E DESTA VEZ PARA SEMPRE, HOJE LACRAM A PORTA
Não adianta ficar tentando dourar a pílula pra cima da gente, as demissões em Bauru, região, estado de São Paulo e todo país suplantam as contratações. Empregos temporários são paliativos e ninguém pode dizer ao contrário. Até esses caíram esse último final. Tapar o sol com peneira como se os buracos deixados por esses inconsequentes golpistas vão ter uma solução em breve é balela. São tão bestiais que continuarão jogando tudo nos costados dos petistas, mais de dois anos fora do Governo, mas recaindo sobre esses todos os males dos nossos tempos. Inconsequência de quem chegou dando rasteira em quem estava legalmente eleita, no caso Dilma, implantaram algo totalmente na contramão do que o trabalhador precisava, deram cabo na Justiça do Trabalho, ampliaram desmedidamente o emprego informal, decretaram o deus nos acuda como norma de legislação entre o empregador e o empregado, sendo que mesmo com o declarado baú de maldades nos costados do trabalhador, tudo culpa do PT. Dá-lhe cambada de deslavados mentirosos e sacanas.

Hoje é um dia muito triste para Bauru, pois lá pelos lados do Distrito Industrial, o original, parede meia com o Jardim Redentor, o derradeiro dia, a última turma dos remanescentes da Mondelêz, tão decantada fábrica de gomas e doces chega para trabalhar já sabendo que de hoje não passarão. A maioria já foi demitida, alguns transferidos para unidades de Curitiba e Recife, mas a imensa maioria não teve jeito e meio, estão desempregados. Quem resistiu, como os que hoje estão chegando para bater o último ponto, são aqueles que irão fechar, lacrar a porta, apagar a luz, desligar a eletricidade. Alguns ficaram para colocar fim em tudo, um sonho que um dia frutificou e germinou por essas terras, mas chegou seu fim. O que se passa com empresas como essa é do conhecimento geral. Nenhum dessas multinacionais possui sensibilidade para com o ser humano. Todas são movidas pelo dinheiro, lucro e quando lhe oferecem algo com mais sustância, não pensam duas vezes, fecham aqui em batem asas em busca de mais e mais money.

O capitalismo é assim. Hoje ainda algum movimento dentro da fábrica, mas em breve teias de aranha tomando conta de tudo. Alguns trabalhadores, muitos de cabeça baixa ainda estão por lá no dia de hoje, o dia derradeiro combinado com o patronato para voltarem de suas férias coletivas e lacrar tudo. De hoje não passa e por essa não venham culpar o prefeito, pois nada pode fazer diante de algo decidido nos altos escalões dessas empresas. Assim como elas outras tantas, inclusive algumas que começaram por aqui como pequenas empresas, ganharam o mundo e hoje, muitas já com filiais mundo afora, já estão mais que pensando seriamente em cair fora da aldeia onde tudo começou. E como Bauru, bauruenses e os tais das "forças vivas" reagiriam a isso? Proponho uma reunião com esses, para breve, o quanto antes, talvez no salão de festas de um condomínio desses, como o Villagio e tentando, mesmo que de joelhos (ninguém contaria pra ninguém) tentar demovê-los da ideia. Terão que ter argumentos muito fortes, pois hoje o que vale é o que fez com essa Mondelêz voasse para longe. Se ficamos todos tristes com o fechamento desta, hoje o último dia, muito mais poderá vir para breve e daí não vai adiantar nada o economista que faz uso do microfone de uma rádio dizer que "2019 promete", pois nem os astros estão prevendo nada nesse sentido.

OUTRA COISA
A placa indicativa para o Mafuá - Marielle Vive
Hospedado nos aposentos a mim reservados por Andre Kit acabo de ganhar deste um mimo para ser fixado na sede da Ursal Bauru, ops, digo, Mafuá. Se interessar para os libertários bauruenses, juntarmos uns dez ou vinte e solicitamos edição extra junto ao fabricante. Marielle vive...

Um comentário:

Henrique disse...

COMENTÁRIOS VIA FACEBOOK MONDELEZ:
X Dialético Júnior A Seplan, nos últimos anos, fez de tudo para que as empresas bauruenses fechassem as portas. Parecia que ganhavam comissão para cada empresa com atividades encerradas em Bauru.

Gilberto Truijo mondelez se foi de Bauru último dia hoje. e daqui alguns dias fim da justiça do trabalho.

Henrique Perazzi de Aquino Novo desGoverno já anunciando esse fim.

Roque Ferreira Henrique Perazzi de Aquino, a reestruturação produtiva desenvolvida pelo capital nas grandes empresas, tem como objetivo manter a taxa de lucro. Esta empresa instalou plantas supermodernas em vários países, inclusive no Brasil que aumentam a capacidade produtiva, a qualidade, e tudo isso com menos força de trabalho. VEJA O QUE OCORRE NA VENEZUELA COM A MESMA EMPRESA: Esta multinacional atua na Venezuela. Lá , ao contrário do que afirmam muitos "ignorantes por não conhecer o processo histórico", existem milhares de empresas privadas, bancos, e multinacionais. Transnacional Mondelez (ex-Kraft Foods) ataca os direitos da classe trabalhadora. https://luchadeclases.org.ve/?p=6855
Exclua ou oculte isso
Transnacional Mondelez (antes Kraft Foods) ataca los derechos de la clase obrera
LUCHADECLASES.ORG.VE

Joaquim Lopes Filho Concordo, exatamente isso.

João Benicio Meu caro Henrique Perazzi de Aquino, Bauru repete a lógica da maioria das cidades brasileiras que possuem grande extensão rural e querem ter "cara de cidade civilizada". Infelizmente, é uma lógica calcada nos costumes ditados pelas novelas globais onde, via de regra, a cidade grande é o paraíso e o campo é o inferno. Os distritos industriais - em sua origem, foram criados para promover o desenvolvimento regional (nenhuma cidade precisa de um "distrito" e sim, de um bom plano diretor) totalmente dissociados da realidade local. No caso de Bauru, pior. Criou-se a falsa ilusão que parcos incentivos iriam promover esse desenvolvimento, centralizando no local o grande polo de desenvolvimento. Bauru não perde somente a Mondelez, Bauru naufraga com um Titanic inclusive pela arrogância e incompetência de dirigentes públicos novos e antigos que não valorizaram e ainda não valorizam o que essa cidade tem de melhor - terras para produção de frutas e legumes. Bauru tem os principais modais de transportes e não usa isso prá nada. Aliás, deixa apodrecer a céu aberto (ferrovias) ou esburacar as rodovias. Não se imaginavam os resultados da Revolução Francesa (com a divisão das terras em pequenas propriedades) mas, fizeram a revolução. Hoje todos cultuam os hábitos e valorizam os vinhos, queijos etc achando que nascem na geladeira ou nas prateleiras. Algumas revoluções são feitas no local, a despeito de quem esteja no governo central. As cidades do nordeste bombam porque eles não tem vergonha (sofrem, com certeza) da identidade agrícola; convivem com secas duradouras e muitas ostentam o título de campeãs nessa produção. Desenvolvimento não é feito de asfalto e ilusão. É preciso um pouco mais de compromisso e esse, nenhuma multinacional tem. Infelizmente. Dói na alma toda vez que vejo as estações de triagem, e as duas do centro da cidade, abandonadas. É o naufrágio de uma geração de dirigentes obtusos, de uma cidade que "poderia" ter sido gigante mas que, literalmente, perdeu o trem da história.

João Benicio *naufraga como
E
Maria Cecilia Campos Muito triste esse tempo que estamos vivendo, amigo Henrique. Mas agora quero falar do gosto que tenho ao ler seu texto. Nada supera o amargor da situação retratada. Mas me agrada muito o modo como você conta isso. O modo como fluem as palavras que você escolhe para dar o recado. Meu jornalista preferido nas suas crônicas do cotidiano.

Henrique Perazzi de Aquino Você é minha amiga, não vale. Te adoro.