O QUE LEIO? FAUSTO WOLFF E MAIS ALÉM, EXEMPLO PARA MEUS ESCRITOS – ELE É O CULPADO DE TUDO, FONTE INSPIRADORA
A minha fuga sempre foi a leitura. Ainda mais agora. Ontem me perguntaram o que leio nesses dias. Respondo. Primeiro tento colocar em dia algo pelo qual acreditava nunca poderia atualizar, a leitura de minhas revistas e texrtos deixados para trás. Tinha várias acumuladas e hoje quase atualizo a leitura da pilha diante de minha mesa. Depois, não tenho lido nada muito sisudo, mas sim, como sempre fiz, algo de profundo conteúdo. Tenho um jornalista como o ápice do que considero jornalista, na acepção da palavra, FAUSTO WOLFF. Esse gaúcho carioca sempre me arrebatou, desde os tempos d’O Pasquim e muito dele já escrevi no blog do Mafuá. Tinha em cima da mesa um catatau de sua lavra, 742 páginas, “A milésima segunda noite ou A História do Mundo para Sobreviventes” (Bertrand Brasil RJ, 2005), constituído de mil pequenas histórias, todas com a lavra e verve desse “lobo das estepes”, escritas com sangue nas ventas. A maioria são descrições como gostaria de conseguir produzir. Leio, assimilo, tento copiar e agora passo adiante na forma de frases, compiladas. Estou exatamente na metade da leitura e a quantidade de anotações é imensa, pois quase tudo é aproveitável. Essa leitura me dá alento, me acalma e ao mesmo tempo me revigora como forma de manter recarregada a bateria. Como ele mesmo escreve antes de começar a desfiar seu rosário e sobre o conteúdo de suas historietas: “carregava um inacabado edifício sem saber o que fazer com ele”. Esse tipo de leitura me aguça a libido.
- “...escrever bem pode ser importante, mas não é essencial. Essencial é a sinceridade. Pelo menos tentar ser sincero de todo coração. Isso, por si só, já é um estilo. Um livro que não é um autor não serve para nada. Ousaria dizer, como Walt Whitman, que quem toca num livro meu está tocando num homem”.
- “A maioria dos letrados no Brasil se comporta como os ingleses em relação à Índia. Quase nada sabem do povo”.
- “Sempre que vejo uma imponente catedral medieval demonstrando a nossa pequenez diante da construção, não posso deixar de imaginar o sangue humano escorrendo sob os pesados paralelepípedos, pois a Igreja é responsável pela maioria dos grandes crimes cometidos contra o homem e também por, pelo menos, mil anos – é isto mesmo -, dez séculos de ignorância e prepotência. (...) Convenhamos, é bem pouco se levarmos em conta que o mundo oriental, principalmente árabes, chineses, japoneses, hindus, possuíam alta ciência, teatro, literatura enquanto que o nosso mundo cristão nos presenteava com guerras de reis medíocres, com a miséria, a fome, a peste e a sujeira”.
- “Creio que se todas as espécies de tubarões houvessem sobrevivido, o homem nem teria surgido na Terra”.
- “Ora, com sua pouca educação e tendo nascido no seio de uma família humilde, Cristo, hoje em dia, jamais chegaria a cardeal”.
- “A História é sempre uma mentira e a americana é a mais mentirosa de todas”.
- “...guerra é coisa de rico e deveria ser resolvida pelos ricos. Cada vez que um pobre morresse, um rico deveria ser executado”.
- “Quando o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi a Washington para garantir sua eleição, fizeram-lhe tantas exigências que, caso aceitasse, fariam com que o Brasil perdesse sua frágil soberania. FHC titubeou, mas um alto funcionário do Tesouro americano lhe disse: “Assina tudo, Fernando. Afinal, o que tens a perder além do caráter e da dignidade?”. Ele assinou e se elegeu”.
- “Creio que só entenderemos a nós mesmos e ao Universo no dia em que aprendermos a falar com os cães. Por outro lado, melhor não. Poderíamos transmitir-lhes nossos defeitos”.
- “Dêem aguardente aqueles que agonizam e vinho aos que estão desesperados. Deixem-nos beber e esquecer sua pobreza e nunca mais lembrar sua miséria. (...) Se há alguma coisa que deve ser proibida são os proibidores”.
- “As relações do homem com o dinheiro são extremamente bizarras. Existem pessoas como eu, que usam o dinheiro, mas a maioria deixa-se usar por ele. (...) Não consigo me lembrar de nenhum economista além de Marx que tenha contribuído para a melhoria do ser humano”.
-“Veríssimo não é tímido. Tímido somos nós, os alcoólatras, que não aguentamos outro ser humano ao nosso lado sem antes tomar três doses. Graças a essas doses, sou famoso por meus discursos em qualquer celebração entre amigos. (...) A terra é pátria do camponês. Aqui neste Brasil tem tanta terra, mas parece que toda ela tem dono. (...) Juro que tudo o que queria na vida era viver para sempre com oito quilos a menos e oito dentes a mais”.
- “A verdade é que o mundo nos foi dado grátis e a realidade é o que fizemos com ele. (...) Tudo seria mais simples e muito menos doloroso se não fossemos filhos do medo. Alguém tem que parar com isso. (...) Odeio confessar, mas odeio ainda mais Fernando Sabino, Manoel de Barros, Millôr Fernandes, Rubem Fonseca, Carlos Heitor Cony, Luis Fernando Veríssimo e todos os outros que escrevem melhor que eu”.
- “A história foi sempre foi escrita pelos vencedores. Deus foi o primeiro historiador. (...) Sei que hoje, graças ao modelo neoliberal, já não existem ladrões, mas apenas homens de negócios cujo ofício é roubar, mas nem eles nem ninguém se envergonham disto. (...) Só conheço um fenômeno que pode vencer a ganância: o medo da morte”.
- “Não pense, é mais prudente. (...) Jamais tive medo das palavras e sim do uso que os homens fazem delas. (...) É preciso ter coração de pedra para assistir a qualquer capítulo de qualquer tragédia transformada em novela pela TV Globo e não rir. (...) As pessoas gostam do que não entendem. Faz com que elas pensem. Além, disto, há o conflito”.
- “Se Jesus Cristo recebesse salário mínimo e em vez de ir para a cruz houvesse economizado todos os meses, hoje poderia comprar um apartamento nos Jardins, em São Paulo. Sala e três quartos. (...) Cristo, caso tenha existido e sido a bela personalidade que imagino, deve estar cansado dos crimes que se cometem em seu nome. (...) Uma das muitas razões pelas quais considero o homem inviável é sua capacidade de só existir destruindo. (...) Juntamente com a religião e o tráfico de drogas (quando não andam juntas, pois uma precisa da outra), a guerra é o melhor negócio do mundo”.
- “Vote num ladrão. Ele não o decepcionará. (...) Ousaria dizer que a nossa elite é a mais drogada do mundo. (...) O que me estarrece mais do que tudo, entretanto, é que há sempre um jornalista econômico para explicar os crimes do governo. (...) Até hoje acredita-se que ‘saiu no jornal, é verdade’, quando acontece justamente o contrário: há mais mentiras numa única notícia de jornal do que em toda a Enciclopédia Britânica”.
- “Os morros são dominados por criminosos de direita, o resto do Brasil é governado por criminosos de direita, a televisão administrada por criminosos de direita e a grande maioria da população, alienada física, econômica, cultural e politicamente. Este é o cenário que nos envolve. Dentro dele, se um dia houver revolução, será provavelmente fascista. (...) O poder perdeu a vergonha, se é que teve algum dia”.
- “...o jornalista deixou de ser o herói marginal para tornar-se uma espécie de poodle de divã, uma espécie de office boy do poder, uns passaram a contínuos do poder e outros tornaram-se íntimos do poder. (...) Sempre fui de opinião de que poder é poder e jornalista é jornalista. (...) Foi graças à colaboração da imprensa com o poder que a violência, a miséria, a mendicância, a corrupção se banalizaram. (...) Gostaria de saber onde está escrita a lei decretando que quem decide o que publica um jornal ou divulga uma rádio ou uma televisão é o dono. (...) Já que somos vítimas de cruel capitalismo, o dever do jornalista deveria ser o de fazer um bom jornal e, consequentemente, dar lucro ao seu proprietário que pegaria o dinheiro no final do mês e faria o que bem entendesse com ele. (...) Queremos escrever a verdade. Não é difícil como parece. Basta que os jornalistas deixem se ser ‘imparciais’” (...) Tudo o que não é da minha conta é notícia.
- “Ninguém contrabandeia drogas para um país onde a venda é legal. (...) A caridade começa em casa e deve ser mantida prisioneira. (...) Mas sou apenas um jornalista que acredita no Homem de La Mancha e gostaria de acreditar no Homem de Belém. (...) Não posso saber tudo, como me disse minha sobrinha-neta Amanda quando lhe perguntei quem havia comido meu pedaço de torta”.
Fui aqui até a nota 525ª. Continuo ao terminar...
CORONAVÍRUS E O CAPIROTO
NÃO EXISTE MAIS MEIO TERMO, O PRESIDENTE ENLOUQUECEU...
O pronunciamento de Bolsonaro hoje em cadeia nacional deixou bem claro o eminente perigo do país continuar sendo dirigido por uma pessoa totalmente fora de controle, perdida, maluca, sem noção, doente e colocando tudo e todos em sério risco. Não existe mais como contemporizar ou mesmo, remediar, ele precisa ser afastado, o quanto antes, pois do contrário, o país não só fenecerá pelo vírus à nossa espreita, mas pela consequência dos tresloucados atos do seu presidente. Ele está completamente fora de si, com o juízo em órbita, sem nenhuma noção do que ocorre à sua volta, representando um perigo para todos nós. Até quem o apoiou deve nesse momento colocar a mão na consciência, refletir e propor o seu afastamento, seu impedimento e até o início imediato de um tratamento mental. Com a população incapacitada de uma reação imediata nas ruas, algo precisa ser pensado rapidamente, até para que o país não sofra mais do que já sofreria com a pandemia chegando com tudo nos próximos dias. Essa combustão de um maluco nos comandando nesse crucial momento será fatal para essa nação. Cá do meu canto, beirando os 60, querendo viver mais um bocadinho, abro mão até disso, mas podendo fazer algo para reverter o que vejo em curso, estarei de prontidão. Não dá mais, estamos todos no limite do limite. Confinados e com uma pessoa totalmente despreparada para nos guiar, o fundo do poço se aproxima. Algo precisa acontecer e já, do contrário, amanhã será tarde demais. A insanidade de hoje chegou num nível sem volta, o desprezo pelas instituições, pelo estado democrártico de direito, pela legalidade e daqui por diante, suas ações serão cada vez mais danosas. Na continuidade, se hoje está péssimo, muito ruim, amanhã será tudo imprevisível, diria, até irreversível. O rei está nu...
O pronunciamento de Bolsonaro hoje em cadeia nacional deixou bem claro o eminente perigo do país continuar sendo dirigido por uma pessoa totalmente fora de controle, perdida, maluca, sem noção, doente e colocando tudo e todos em sério risco. Não existe mais como contemporizar ou mesmo, remediar, ele precisa ser afastado, o quanto antes, pois do contrário, o país não só fenecerá pelo vírus à nossa espreita, mas pela consequência dos tresloucados atos do seu presidente. Ele está completamente fora de si, com o juízo em órbita, sem nenhuma noção do que ocorre à sua volta, representando um perigo para todos nós. Até quem o apoiou deve nesse momento colocar a mão na consciência, refletir e propor o seu afastamento, seu impedimento e até o início imediato de um tratamento mental. Com a população incapacitada de uma reação imediata nas ruas, algo precisa ser pensado rapidamente, até para que o país não sofra mais do que já sofreria com a pandemia chegando com tudo nos próximos dias. Essa combustão de um maluco nos comandando nesse crucial momento será fatal para essa nação. Cá do meu canto, beirando os 60, querendo viver mais um bocadinho, abro mão até disso, mas podendo fazer algo para reverter o que vejo em curso, estarei de prontidão. Não dá mais, estamos todos no limite do limite. Confinados e com uma pessoa totalmente despreparada para nos guiar, o fundo do poço se aproxima. Algo precisa acontecer e já, do contrário, amanhã será tarde demais. A insanidade de hoje chegou num nível sem volta, o desprezo pelas instituições, pelo estado democrártico de direito, pela legalidade e daqui por diante, suas ações serão cada vez mais danosas. Na continuidade, se hoje está péssimo, muito ruim, amanhã será tudo imprevisível, diria, até irreversível. O rei está nu...
Nenhum comentário:
Postar um comentário