BAURU: ESCOLADA EM PROCESSANTES*
* Meu 76º artigo para o semanário DEBATE, de Santa Cruz do Rio Pardo, edição nas bancas hoje - inclusive na da Ilda, a do Aeroclube:
Vivenciamos aqui em Bauru mais uma Comissão Processante, a 10ª em 25 anos de vivência política. Ufa! Diria, Bauru está se profissionalizando no assunto. Não que a repetição seja motivo de orgulho, jubilo e contentamento. É, na verdade, para desânimo e consternação, pois quando analisada friamente a situação, a constatação é somente uma: a escolha não foi das mais adequadas. Desta feita, contra a atual alcaide, chamada por mim e por outros tantos de incomPrefeita Suéllen Rosim, a sequência de irregularidades não conseguiu comprovar um deslize financeiro, mas ficou mais do que evidente a incompetência para gerir uma cidade do porte de Bauru. Um despreparo mais do que comprovado.
* Meu 76º artigo para o semanário DEBATE, de Santa Cruz do Rio Pardo, edição nas bancas hoje - inclusive na da Ilda, a do Aeroclube:
Vivenciamos aqui em Bauru mais uma Comissão Processante, a 10ª em 25 anos de vivência política. Ufa! Diria, Bauru está se profissionalizando no assunto. Não que a repetição seja motivo de orgulho, jubilo e contentamento. É, na verdade, para desânimo e consternação, pois quando analisada friamente a situação, a constatação é somente uma: a escolha não foi das mais adequadas. Desta feita, contra a atual alcaide, chamada por mim e por outros tantos de incomPrefeita Suéllen Rosim, a sequência de irregularidades não conseguiu comprovar um deslize financeiro, mas ficou mais do que evidente a incompetência para gerir uma cidade do porte de Bauru. Um despreparo mais do que comprovado.
Bauru se iludiu com a novidade, essa despontando com o advento bolsonarista em ascensão. Chegou no meio de uma campanha onde forças desgastadas se digladiavam e levou o pleito por se apresentar como algo fora do trivial. Sem proposta e ela mesma, não esperando mais do que projeção para pleitos futuros, quando almejava ser deputada federal. Sem equipe e sem procurar montar uma à altura, levou até agora tudo no estilo bolsonarista, da qual é fervorosa adepta e militante, além de seu lado religioso, o do neopentecostalismo fundamentalista. Ou seja, sem nenhum diálogo possível e louvável. A cidade foi tocada aos trancos e barrancos, vivendo de projetos em andamento, dinheiro já carimbado, com conclusões de obras neste momento e investidas em emendas parlamentares. Nada de novo despontou e todos os projetos ainda não iniciados, foram engavetados. Reza muito, faz pouco.
O que fez em abundância foi o que a leva para o cadafalso, o suposta praça onde poderá ser guilhotinada – neste caso, a D. Pedro II, local da Câmara Municipal de Bauru. A Secretaria da Educação, primo rico das atuais administrações, pois possui verba substancial carimbada para ser gasta durante cada ano. Não o sendo, é devolvida. No final de 2021, último dia do ano, assina desapropriações de vários imóveis, salvando da insolvência alguns ilustres conhecidos bauruenses. Não teve que devolver a grana, fez comprinhas de última hora, a maioria na Zona Sul da cidade, sem estudos de caso e sem possibilidade de se tornarem salas de aula. Evidentes valores que, se negociados pela iniciativa privada, seriam fechados muito abaixo do definido por sua isolada, rápida e intempestiva iniciativa. A periferia continua sem novas salas de aula, alguns empresários sorriem de orelha a orelha com o Natal gordo que tiveram e assim se dá o jogo por essas plagas. Planejamento zero, compras em alta e Educação na berlinda.
O motivo é esse, grave e a merecer não só explicações, mas justificativas plausíveis, que nunca ocorreram. Numa Câmara de Vereadores com 17 membros, o percentual para sua cassação é alto, sendo necessários 12 se posicionarem neste sentido. Neste momento e invadindo o sábado, 17/09, vereadores se revezam na leitura do processo, na presença de Suéllen e de seu advogado. A votação se dará após a leitura e dessa forma, dizem que, giraria em torno de 9 x 8 ou vice-versa, ou seja, ainda não suficiente para cassação. As negociações continuam, as cartas estão postas na mesa. A galeria da Casa de Leis está cheia de gente favorável a ela e os contrários já de dispersaram, cansados pela morosa e interminável leitura. Sem pressão e com muita conversa de bastidor, de dez processantes, tivemos duas cassações de prefeitos e pelo visto, essa entrará para o rol das que ficaram pelo meio do caminho. Dos motivos da rejeição, os vereadores que se expliquem pelos votos dados, pois pagos para investigar, somente minoria exerce e pratica de fato a precípua função a eles designados. Para conseguir aprovar a Processante já foi um parto, imaginem agora o esforço para o extirpar algo de maior monta.
Henrique Perazzi de Aquino, jornalista e professor de História (www.mafuadohpa.blogspot.com).
Hoje, sábado, 9h da manhã. |
SEGUE O RITO
"O rito com toda a leitura não foi surreal, pode ser absurdo, mas o rito é esse... do Izzo também demorou muito e o Nilson foi cassado já na madrugada... teria que se mudar as leis da Câmara para tornar menos burocrático.
Na verdade, a não leitura na íntegra daria mais armas para a defesa da prefeita melar tudo. E foi perceptível que estavam a fazer isso e atropelar o rito da processante", me informa o amigo Marcos Paulo Casalechi Resende e daí passo diante da Câmara, telão ligado pro vento, pois tanto situação como oposição sabem, o pau vai mesmo comer depois dessa leitura, da defesa de duas horas da prefeita, dos 15 minutos de fala de cada vereador, ou seja, noite de domingo, ou mesmo segunda ou terça. A espera deve tirar o sono da incomPrefeita.
Hoje, sábado, 18h35. |
DOS INUSITADOS REENCONTROS DESTA VIDA
Elias José Brandão é o autor da peça que hoje leva ao momento vivido pela cidade de Bauru, terceiro dia de leitura de quase duas mil páginas da Processante contra a alcaide Suéllen Rosim. Ele, em entrevista a mim, disse textualmente que a conhecia e chegou até a apoiá-la no início, mas depois quando a viu desgarrada seguiram caminhos opostos. Estes caminhos resultaram no texto aprovado pelos vereadores, gerando dois processos internos, este último a podendo cassar. O jogo lá na Câmara segue no seu terceito dia de leitura, revezamento de vereadores na leitura, todos já demonstrando ares de cansaço, mas pelo que se observa, algo produtivo de tudo: a cidade está tendo mais uma oportunidade de observar o descalabro de como foram feitas as tais compras de imóveis pra Secretaria de Educação. Os detalhes são estarrecedores e estão sendo repetidos mais uma vez, um por um, depoimentos contundentes e esclarecedores. Mas a foto do Pedro Romualdo, na manhã de sábado, 17/09 é por demais elucidativa. Eu reencontro Elias na Esquina da Resistência, em plena campanha política lulista e ele me conta dos detalhes dela tê-lo ignorado num primeiro cruzar de olhos, depois ela dele se aproxima por trás e pede algo insólito, recusado por este. Creio que o melhor é pedir para que ele mesmo descreva este diálogo, para não deixar escapar detalhes, pois se o fizer, certamente, me escapará o algo mais. Elias sofreu um bocado quando teve seu nome exposto nas redes sociais da prefeita, que o deixou à mercê de seus apoiadores e seguidores, com xingamentos e admoestações variadas. Hoje, o momento é outro, seguem as negociações pelos votos dos vereadores e do reencontro, algo singular, na troca de olhares. Elias pode nos contar algo mais do ocorrido...
Elias José Brandão é o autor da peça que hoje leva ao momento vivido pela cidade de Bauru, terceiro dia de leitura de quase duas mil páginas da Processante contra a alcaide Suéllen Rosim. Ele, em entrevista a mim, disse textualmente que a conhecia e chegou até a apoiá-la no início, mas depois quando a viu desgarrada seguiram caminhos opostos. Estes caminhos resultaram no texto aprovado pelos vereadores, gerando dois processos internos, este último a podendo cassar. O jogo lá na Câmara segue no seu terceito dia de leitura, revezamento de vereadores na leitura, todos já demonstrando ares de cansaço, mas pelo que se observa, algo produtivo de tudo: a cidade está tendo mais uma oportunidade de observar o descalabro de como foram feitas as tais compras de imóveis pra Secretaria de Educação. Os detalhes são estarrecedores e estão sendo repetidos mais uma vez, um por um, depoimentos contundentes e esclarecedores. Mas a foto do Pedro Romualdo, na manhã de sábado, 17/09 é por demais elucidativa. Eu reencontro Elias na Esquina da Resistência, em plena campanha política lulista e ele me conta dos detalhes dela tê-lo ignorado num primeiro cruzar de olhos, depois ela dele se aproxima por trás e pede algo insólito, recusado por este. Creio que o melhor é pedir para que ele mesmo descreva este diálogo, para não deixar escapar detalhes, pois se o fizer, certamente, me escapará o algo mais. Elias sofreu um bocado quando teve seu nome exposto nas redes sociais da prefeita, que o deixou à mercê de seus apoiadores e seguidores, com xingamentos e admoestações variadas. Hoje, o momento é outro, seguem as negociações pelos votos dos vereadores e do reencontro, algo singular, na troca de olhares. Elias pode nos contar algo mais do ocorrido...
Resposta de Elias José Brandão: "Eu fiquei na zona de perigo e ameaças .... com apoio da justiça, o juiz colocou ordem ....".
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