Estou no Calçadão cumprindo uma missão a mim designada e prontramente aceita. "Henrique, por que não vai estravazar e se mostrar útil, presente, fazer o que gosta e assim, também juntar mais histórias, dessas tantas que você gosta de vivenciar e escrever?", me disse o amigo Claudio Lago. Não pensei duas vezes e cá estou, a semana inteira apartado do meu lar, dos escritos e indo só o necessário no Mafuá - só para cuidar e permanecer bocadinho de tempo ao lado do cão Charles. Deixei de lado a leitura da revista semanal, livros estão todos abertos e esperando sua continuidade, o jornal me chega, folheio e o deixo de lado sem ler suas entranhas. As escrevinhações estão pela metade, pois faltando poucos dias para o pleito que vai mudar os rumos deste país, nada melhor do que estar onde você pode pulsar, semtir de fato a quantas anda isso da mudança. No Calçadão da BAtista acontece de tudo e mais um pouco. Passei boa parte dessa terça por lá e distribuindo a "colinha do Lula", vi e ouvi de tudo um pouco. Jovens muito receptivos, alguns carrancudos, virando o rosto, muita gente parando e querendo material, outros conversar, alguns de cidades vizinhas em busca de material não existente por lá e de tudo algo a me surpreender: quase mais ninguém joga papel no chão. A pessoa pode até pegar o seu papel contrariada, mas não o descarta mais no chão. Muitos, muitos mesmo pegam e os colocam na bolsa ou mochila, para não despertar ira de outros. Existe algo de um receio no ar, não de todos, mas assim mesmo, o material é levado e muita conversa flui. Tudo é aprendizado nessa vida e estou por esses dias envolvido em mais um. Amanhã já tenho uma história de duas senhoras, anos de Calçadão, ambas lulistas, cheias de esperança e quando me deparei no que fazem e como fazem, não tive como, parei de panfletear e fui ouvir suas histórias. Isso me contagia. Esse negócio de ser e estar nas ruas é mesmo do balacobaco. E a percepção é a de que o Lula e quem está com ele estão em ascenção. Quarta, quinta, sexta e sábado tem mais. Se quiserem me encontrar - não vale para os cobradores - é só passar por lá, a ESQUINA DA RESISTÊNCIA, cruzamento da Batista com a Treze de Maio. Lugar de tantas lembranças, cá estou em mais um dos tantos onde me envolvi e continuarei me envolvendo. Hoje por Lula e pela derrocada do Brasil genocida e miliciano.
NA CORRERIA
EU SÓ PENSO "NAQUILO"
O telefone toca logo cedo, do outro lado uma operadora de telemarketing. A conversa começa atravessada, diz de dívida bancária de idos tempos. Tenta me fazer lembrar, mas nada consegue. Algo de vinte anos atrás e só agora, me liga. Sei como se processam essas coisas no mercado financeiro brasileiro. Renegociam e tentam reembalar algo já pago, repago e agora, requentam tudo. Falo de minha única preocupação o momento, digo da merda do país hoje, dos teletrabalhos, pagamentos insufucientes para subsistência do trabalhador, um precário registro em carteira, ou seja, ela me ouve e falamos mais sobre o tema. Por fim, ela não fala mais de me cobrar e lá de longe, de onde me liga, acho que do Paraná ou até mais pra baixo, diz que também votará no Lula e, reconhece, não é fácil trabalhar onde atualmente está empregada. Diz que pode estar sendo gravada, pois por lá até a ida ao banheiro é controlada. Desligo, não sem antes desejar dias melhores para ela e fazer juntos um pacto pelo Lula Já, que ela me diz ser a preferência dentre seus colegas de trabalho, não do seu patrão. Assim, vou estabelecendo conversação e abrindo o diálogo com todos que ainda me ligam. Este país precisa passar por imensa reformulação trabalhista, pois o escravismo viceja pela aí. Não tenho outro assunto, que não o eleitoral no momento.
DUAS COISINHAS RÁPIDAS SOBRE A ATUAL MANDATÁRIA E SUA ADMINISTRAÇÃO - CUIDADO COM OS APROVEITADORES DE PLANTÃO
A alcaide escapou do cadafalso que a cassaria, mas não de continuar investigada, enfim, mesmo que nas comprinhas de final de ano, com as tais desapropriações mais do que estranhas, não tenham encontrado o tal do "batom na cueca", não pensem ela e muitos menos os "impolutos" (sic) desapropriados que tudo caiu no esquecimento. Muito pelo contrário, pois, creio eu, muita água ainda passará por debaixo dessa ponte.
Agora mesmo, a notícia do momento é sobre os fiscais da Seplan e a liberação do Habite-se. O comentário do dia é sobre a FLEXIBILIZAÇÃO, que alguns já denominam de "FIM DA BUROCRACIA" para implantação de novos empreendimentos na cidade. Primeiro se faz necessário verificar se o solicitado é mesmo injusto e assim tão difícil de ser contornado, para depois verificar da possibilidade de algum aforuxamento. Sabemos bem, existir os que querem se aproveitar deste momento, onde foi revelado algo já do conhecimento público desde muito tempo, o de gente lá de dentro facuilitando a coisa em troca de bons trocados. Isso deve merecer ampla investigação, pois ninguém age sózinho em questões dessa natureza e nada passa desapercebido dos demais ao seu lado. Entenderam a gravidade da coisa? No mais, flexibilizar pode ser também atender os clamores não da população, mas daquela parcela que até então, pagava por fora para ter o Habite-se e hoje, quer que tudo ocorra sem fiscalização, regras e do jeito que "o diabo gosta". estejamos atentos com as movimentações neste sentido.
Meu outro ponto é sobre a verba da Educação e a possibilidade de novas desapropriações para este final de ano. Enfim, se tudo deur certo no do ano passado, por que não repetir o feito neste? O final do ano se aproxima e a tentação deve ser grande. Não vejo e sei não existir projeto nenhum de algo realmente viável, atendendo expectativas escolares, preenchimento de vagas na periferia, onde mais se necessita de imóveis. Com o dinheiro em caixa, o prazo para gastar se findando em 31/12, talvez esteja já sendo prepardo uma nova compra e nos mesmos moldes do feito anterior.
SEM PALAVRAS - ACORDANDO E CONTANDO OS DIAS E HORAS
Macacos me bloguem. Aderi. Estarei juntando aqui, direto do meu mafuá particular, translucidação da minha bagunça pessoal, uma amostra de escritos variados, onde cabe de tudo (quase!) um pouco, servidas sempre, de forma desorganizada, formando um mural esclarecedor do pensamento de seu escrevinhador.
Pegue carona aqui e ao abrir a tampa do baú, constate como encaro tudo isso. Deixo cair rostos, palavras; alguma memória. O diálogo se instaura.
Abracitos do
Henrique Perazzi de Aquino - direto de Bauru S.P.
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