domingo, 12 de dezembro de 2010

RETRATOS DE BAURU (93)

SEU BAU, 85 ANOS DE LABUTA E OS SEBOS MAIS FAMOSOS DA CIDADE
João Francisco de Bau, possui um nome dos mais populares do centro de Bauru, desde que resolveu juntar o mesmo ao negócio começado décadas atrás, primeiro numa banca de jornais, depois com o mais famoso sebo da cidade, o sebo do Bau. Completando 85 anos, em plena atividade, viúvo a dois, é no trabalho que resolve todos seus problemas. Vê-lo ancorado diante do balcão do seu sebo, na avenida Rodrigues Alves, a uma quadra de outro onde o filho, cuida do de nome famoso é algo como um fortificante a lhe dar vitalidade para seguir adiante. Passou esse negócio de comercializar livros e revistas usados para os dois filhos, ele num, o filho noutro e o outro numa banca dominical na Feira do Rolo (esse junto dele na foto acima). Virou negócio de família. Seu Bau (sem acento, pois muitos acham que o nome do sebo é Baú) tem uma rica história desde a imigração do Nordeste, depois uma parada de anos em São Paulo, quando conta o relato de ter sido porteiro do prédio onde Elis Regina morou e morreu (seus filhos naquela época conviviam com Pedro Mariano e Maria Rita, filhos de Elis e César Camargo Mariano). Lépido e fagueiro em tudo o que faz, sabe ir cativando as pessoas e mesmo não sendo um entendido de literatura, consegue se sobressair muito bem numa atividade diferenciada, talvez motivado pela dedicação e organização do encontrado em sua loja, onde tudo está catalogado e de fácil acesso. Eis aqui um ótimo exemplo de sobrevivência e de prologamento de vida Seu lema é não parar nunca e continuar sempre fazendo na vida algo de produtivo. Seu Bau é um mestre nisso e nos dá um ótimo exemplo nesse sentido.
OBS.: Hoje, estampado na primeira página do diário Bom Dia, uma justa homenagem a esse abnegado trabalhador com a manchete: "Baú da Felicidade - Depois de descobrir Bauru, João Francisco faz o que gosta: vender coisas antigas no seu sebo". Todas essas fotos foram tiradas por mim em 2008 quando fiz com ele um memória Oral, o de nº 25, "O homem do sebo e sua história com Elis Regina" (07/01/2008).


4 comentários:

Cassio disse...

Oi Henrique Cururu:
Seu João Bau é um velho conhecido meu de São Paulo. Foi meu funcionário como zelador em um predio onde eu morava e era síndico na Rua Itacema no Itaim Bibi. De lá seu João veio para Bauru com a familia para tentar a vida de outra forma. Por acaso eu tinha uma propriedade rural em Pirajuí, onde vivo até hoje e aqui reencontrei seu João Bau.
Posso dizer que ele é uma grande figura e tenho um grande apreço pór ele e sua familia...seus filhos foram criados no predio da Rua Itacema onde fui sindico...
Fiquei feliz de vè-lo retratado aqui em seu blog.
Um grande abraço ao velho Bau.
Do Cassio Cururu Açú

Anônimo disse...

Henrique

Compro livros do seu Bau já faz muito tempo, muito antes de abir na cidade esse outro sebo, também muito bom, o Sebo Literário.

Esse filho que você comenta, que hoje está na Feira do Rolo tem uma história mais sofrida. Não me lembro seu nome. Ele tinha seu sebo pouco acima do do Bau, no mesmo quarteirão, onde hoje está o escritório do Martins Cobrança. Era uma banca num estacionamento, um puxadão, bem amplo, mas que com a utilização do terreno teve que sair. Não mais se acertou em lugar nenhum e hoje sofre bastante vendendo só na Feira do Rolo. Acho que seu Bau não tem mais o sebo lá na vila Independência, era defronte o prédio onde foi o mercado.

Comnpro LP com seu Bau até hoje. Ele tem CD, DVD e até antiguidades. Uma figura marcante e conversadora. Aqui de longe bate uma saudade ir revendo isso tudo. Quando for aí perto do Natal, quero passar por lá.

Paulo Lima

Anônimo disse...

Gente,

Seu Bau pode ser um cara legal, como o é, mas de uma coisa voces terão que m dar razão. O homem não lê nada, não entende lhufas de livros. Não distingue um Saramago de um Paulo Coelho. Um Kundera de um livrinho de Julia, esses romances de banca de jornal. Faz do comércio de livros mais um, ou apenas o seu ganha pão. Não usou o tempo todo ao lado dos livros para se especializar no assunto. Ler deve fazer um tempão que não o faz. Confiram se minto.

Fernanda

Anônimo disse...

Compro lá desde o final dos anos 90. O sebo era na banca da 13 de Maio, com um prolongamento no estacionamento. De lá seu João foi pra Rodrigues e seu filho Roberto, que já trabalhava com o pai, alugou o imóvel onde abriu seu negócio também na 13.

Com eles, completei diversas coleções de gibis. Freqüentei outros sebos, como o do seu João Vieira, pai da Mara Lúcia, já falecido. E agora vez ou outra passo no Espaço Literário.

Mas o Sebo do Bau é histórico. Já sinto saudades com eles ainda em atividade, das emoções de conseguir exemplares raros por preços justos. Vai fazer falta o dia em que chegar ao fim.