sábado, 25 de junho de 2011

MEUS TEXTOS NO BOM DIA (130 e 131)

ALGO SOBRE NOSSOS HOSPITAIS – texto publicado no diário BOM DIA, edição de 18.06.2011
Nem sempre o mais bonito é o melhor. Um ditado popular acertadamente apregoa que “por fora bela viola, por dentro pão bolorento”. Levo isso em conta em tudo e não me impressiono com as coisas modernosas, mesmo ciente de que muitas delas me são úteis e de valor extremado. Perdi minha mãe essa semana e ela foi maravilhosamente cuidada por um pessoal valioso lá no judiado e sempre útil Hospital de Base de Bauru, pertencente à sugada (até quase sua falência) Associação Hospitalar de Bauru. Seu Centro de Hemodiálise é primoroso, sem comparações com o dos demais hospitais da cidade. Meus pais pagam regiamente um plano particular de saúde, o da Unimed e já se utilizaram do hospital deles. Sempre bem tratados, mas afirmo algo aqui, não com o intuito de diminuir a instituição, mas como crítica para uma melhora na sua sensibilidade operacional. Falta algo, o material humano no trato com o paciente é bom. Ele é moderno, lindo, mas nem tudo se resume no que os olhos podem ver. Uma instituição verdadeiramente sã e tendo como sua atividade primeira a saúde do ser humano precisa estar atenta a algo mais. O que falta de um lado explode no outro. O combalido HB precisa ser repensado, revisto, todos (sem exceção) os que o inviabilizaram ser colocados num “paredon” (expelidos da vida pública e seus nomes expostos nos postes da cidade) e agora, ao ser entregue de bandeja para uma Fundação (ou que nome isso tenha), ter fiscalização redobrada, pois se falta transparência na gestão do Hospital Estadual, com certeza faltará nesse. Ajudar também a Beneficência Portuguesa no seu novo momento. No da Unimed, a mesma coisa e em algo muito simples, o dinheiro e o visual não são tudo. Queria ver a mesma Polícia Federal que agiu num hospital de Sorocaba, algemando gente daqui. Toques são sempre bem vindos. Que esse aqui sirva para algo.

ATÉ NO RAFAEL MAURÍCIO... – texto publicado no diário BOM DIA, edição de 25.06.2011
O desmantelamento do Lar Escola Rafael Maurício, entidade com quase 50 anos, ainda não foi digerido pela cidade e possui muitas histórias ainda não reveladas. A mais conhecida é a de ter assumido ações, como a contratação de novos funcionários sem perceberem que o valor a ser recebido de verbas públicas seria insuficiente para cobrir todos seus custos. Isso lhe foi fatal, uma total falta de competência administrativa. Outra história, mais escabrosa, foi a sua definitiva pá de cal. Durante anos a entidade possuiu autorização para num convênio junto ao SUS, efetuar a revenda de aparelhos auditivos. Isso gerava considerável receita, por volta de R$ 30 mil mês, sustentáculo importantíssimo para equilíbrio de suas contas. Bauru possui somente um deputado estadual eleito, Pedro Tobias (PSDB), hoje líder do governo na Assembléia Legislativa. Ele possui conhecimento antecipado de todo o dinheiro a caminhar de um lado para o outro nos investimentos públicos, tanto que em qualquer inauguração, de uma mera cobertura de quadra em ginásio de grupo escolar, lá está o mesmo a dizer ter sido por sua influência. Na defesa do Rafael Maurício nada fez. Ou melhor, fizeram, mas ao contrário. Pressão ocorreu para não revalidação na autorização de revenda, alegando ilegalidade. Mais estranho foi que essa revenda hoje está sendo feita pelo Centrinho. Acredito ser mera coincidência o fato do Centrinho ter no comando alguém muito próximo do deputado, o Tio Gastão e no Rafael Maurício, ninguém. Da mesma forma como acredito que a mudança de Bauru para Botucatu como sede da Virada Cultural foi mero rodízio e não porque Bauru tem prefeito ao lado do PMDB/PT e Botucatu do PSDB. Vivemos no meio das coincidências, algumas absurdas e a necessitar de explicações mais convincentes. Alguém se habilita a esmiuçar isso tudo?

3 comentários:

Anônimo disse...

Henrique

Parabéns pela coragem dos seus textos.
Você está preenchendo uma lacuna de colunistas contundentes, que escrevem com coragem, sobre temas e pessoas que a maioria não quer se indispor. Esses, os que a maioria sabem serem os causadores de nossos males, mas como estão ligados intimamente ao poder constituído, existe uma linha tênue e por pura hipocrisia são isentados. E você os cutuca sempre. Corajoso. Dois belos temas e belos textos. Onde mais leio.

Paulo Lima

Anônimo disse...

O que foi feito com o Rafael Maurício, desde a i rresponsabilidade de antigas diretorias a essa historinha, que não conhecia, é algo para se entender como agem essas tais de "FORÇAS VIVAS" de Bauru. Promovem o bem estar social de algo, mas sempre pensando primeiro no seu próprio. Ninguém, ou pouquíssimo ainda agem pensando no social dessa cidade. E desses aí que voce cita, são os considerados beneméritos da cidade.

ANTONIO LUIZ

Mafuá do HPA disse...

No BOM DIA de hoje o Centrinho se manifesta sobre meu texto publicado sábado passado naquele jornal. Não me convence, pois um foi impedido de fazer o repasse para pacientes e o outro confirmado. A resposta deles publico abaixo:

"Centrinho esclarece
Em relação ao texto “Até no Rafael Maurício...”, publicado neste jornal em 25/6/2011, na página 6 , no tocante ao Hospital Centrinho-USP, gostaríamos de esclarecer a seu autor, senhor Henrique Perazzi de Aquino, e aos leitores deste respeitado veículo de comunicação, que o hospital atua com 100% de dedicação à Rede Pública de Saúde há exatos 44 anos. Pelo SUS, o Centrinho-USP oferece serviços desde a existência deste sistema, ou seja, há mais de 20 anos. Na área de saúde auditiva especificamente, o Hospital oferece desde meados dos anos 80 tratamento completo com atendimento ambulatorial, incluindo, diagnóstico, indicação e adaptação de aparelhos de amplificação sonora, além de todo o acompanhamento da reabilitação do paciente. Não revendemos nada. O que fazemos é oferecer tratamento reabilitador com credenciamento pelo SUS.
Portanto, não foi em função da paralisação das atividades do Lar Escola Rafael Maurício que o Centrinho-USP passou a realizar este trabalho. Aliás, a diretoria do Hospital reconhece a importância histórica desta importante instituição social que é o Rafael Maurício e apoia a luta pela sua reativação. Lamentamos qualquer outra interpretação desse episódio e ressaltamos que o Centrinho-USP é credenciado desde 1989 para realizar procedimentos na área de saúde auditiva para pacientes de todo o território nacional por meio de convênio com o Ministério da Saúde/Secretaria Estadual de Saúde.
Desde 2007, os moradores de Bauru e região passaram a ser agendados pela central de regulação da DRS-6. Informamos ainda que outros serviços de Bauru e região são credenciados para este tipo de atendimento. A relação está no site:
http://cnes.datasus.gov.br/.
Assessoria de Imprensa Centrinho"