É AGORA, O 75º LADO B, HOJE COM ADRIANA MAXIMINO DOS SANTOS, TRADUTORA BAURUENSE ATUANDO EM FRANKFURT, NA ALEMANHA E SUA MILITÂNCIA, O ATIVISMO DE TRADUÇÃO E ELEITA PARA CONSELHO CONSULTIVO DE IMIGRANTESUm tema candente e uma conversa pra lá de interessante. As pessoas convidadas para darem aqui seu depoimento, neste LADO B – A IMPORTÂNCIA DOS DESIMPORTANTES seguem alguns requisitos básicos. O primordial é estar do lado da resistência, dos que lutam contra a opressão, ligação umbilical com quem não aceita esse avanço despropositado, cruel e insano do pensamento genocida, fundamentalista e de ódio, principalmente contra os que lutam e batem de frente contra os desmandos destes tempos. Chego com este Bater Papo no nº 75 e confesso, muitos do que aqui estão, surgem de inusitados encontros. No de hoje, a história de vida de ADRIANA MAXIMINO DOS SANTOS, bauruense da vila Independência, formada pela USC na primeira turma de Tradução, hoje moradora de Frankfurt, na Alemanha, com uma ONG toda envolvida com populações em situação de risco e uma das organizadoras do protesto, quando o então juiz lavajatista Sergio Moro passou por aquele país. Adriana estava lá e o peitou junto de outros brasileiros morando no exterior. Essa história por si só demonstra dos motivos dela aqui estar. Ela não é dessas que, sai do país e esquece de tudo mais às suas costas. Ela continua pensando e muito em prol deste Brasil que precisa superar suas diferenças e injustiças.
Sua história começa na vila Independência, passa por tantas dificuldades, depois com a conclusão do curso superior e de aulas particulares de inglês para sobreviver e pagar suas contas. Foi quando conheceu uma outra brasileira, que havia estado na Alemanha e trocam não só experiências, como aulas. Adriana dá aulas de inglês a ela e recebe em troca aulas de alemão. Vai até aquele país num intercâmbio, volta e depois da separação, com dois filhos à tiracolo, consegue ir morar definitivamente por lá. Primeiro com bolsa para concluir seu doutorado, depois com os empregos que foram se consolidando. Ela conseguiu vencer a premissa de amiga que lhe dizia em algo marcante, usando como meta para vencer e estar onde está: “Como você que não tem dinheiro nem para ir até Piratininga, vai conseguir ir pra Alemanha”. Pois ela não só conseguiu, como já se passaram mais de dez anos e deste período, tantas boas histórias, contadas aqui de forma muito simples, numa clara demonstração de que, querendo e não desistindo nunca, sempre é possível concretizar muitos dos nossos sonhos.
Mais do que tudo, do belo trabalho realizado pela sua ONG, ela acaba de conquistar algo inédito e inusitado, sendo hoje a primeira mulher latina a compor o Conselho Consultivo de imigrantes, uma espécie de Parlamento Paralelo na cidade de Frankfurt, com 53% de seus habitantes de origem estrangeira. Ela, bauruense saída das entranhas de um bairro periférico chegou lá e nos conta algo deste país onde escolheu viver, das relações deles com os imigrantes e de como, hoje, muitas entidades alemãs estão propensas a auxiliar na construção de políticas afirmativas no Brasil. Ela é também um dos muitos elos de ligação possibilitando que isso ocorra a contento. Adriana me foi apresentada anos atrás pela amiga em comum, Rosângela Barrenha, aqui já entrevistada e desde o primeiro momento, bateu forte empatia, pois ali diante de mim, uma vencedora. Alguém hoje dignificando o sentido de uma existência, o fato de ser brasileira e lutar por objetivos que não são individuais, mas coletivos. Com muito orgulho eu aqui apresento mais uma conversa pra lá de saborosa.
Em 03/10/2019 publiquei este texto sobre ela e aqui o reproduzo, para que a conheçam melhor antes da conversa de amanhã, TERÇA, 11/1, 19H, aqui pelo meu facebook:
"Bauruense da vila Independência, formou-se em Tradução pela USC, turma de 1986/1989, especializando-se nas versões inglês, alemão e português. Fez seu mestrado e doutorado logo a seguir na UFSC em Santa Catariana e parte numa universidade em Frankfurt, Alemanha. Morou nesse período também na vila Tecnológica, seus primórdios e sonhava em morar na Europa, mais precisamente na Alemanha e para tanto juntava dinheiro dando aulas de inglês e trabalhando como secretária. Conseguiu seu intento e entre 1991/1992 trabalhou como baby sister e foi quando aprendeu definitivamente a língua. Tem lembranças de várias rifas e bingos vendidos, pois sem dinheiro, seu pai garçom e mãe cozinheira, foi a forma encontrada para amealhar o necessário para realizar seu sonho. Divorciada, levou consigo os dois filhos, ambos hoje bastante integrados à cultura alemã. Hoje, consolidada no país, casada com um alemão, dá aulas de português e atua como tradutora juramentada. Fundou por lá a ABA, uma ONG que em tupi guarani significa "gente" e defende os Direitos Humanos no Brasil, especificamente em projetos voltados para a população indígena, negra, camponesa e LGBT. Quando pode volta ao Brasil, visita comunidades indígenas no Mato Grosso, se envolve em novos projetos e aqui em Bauru, fica junto dos pais e dos amigos mais próximos. Uma inesgotável fonte de boa conversa e fluidos, ideias para quem deseja um dia bater asas e assim como ela, o fazer com garra e coragem. Hoje, lá e vez ou outra por aqui, enfronhada em fazer o que gosta e na ONG, na defesa dos menos favorecidos, feliz da vida".
Eis o link do Bate Papo de aproximadamente 1h de duração: https://www.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/352815566687890
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