SEITA NEOLIBERAL E O CASO DO SEU SVIZZERO, DO EX-SUPERMERCADO SANTO ANTONIO - PREMONIÇÃO OU VISÃO ANTECIPADA DA CATÁSTROFE PELA FRENTE?Primeiro eu posto um texto que li hoje por aqui, do amigo jornalista de Catanduva, Rodrigo Ferrari: "Liberalismo não é uma corrente de pensamento, mas sim uma seita suicida. Os caras que defendem essas asneiras não têm base nenhuma na realidade. Repetem receitas econômicas como se fossem dogmas. Ai de quem ousa contestar! A reação da grande mídia à proposta de se revogar a reforma trabalhista é um exemplo dessa postura. A reforma foi feita em 2017, sob a promessa de que o Brasil voltaria a crescer em níveis robustos e que o desemprego cairia. Nos cinco anos que se seguiram, a economia do país continuou estagnada. Estava parada antes da pandemia e piorou ainda mais depois. E o desemprego não caiu. Para piorar, a renda da população trabalhadora despencou, com profissionais sendo obrigados a se sujeitarem a vínculos precários e desprovidos de direitos. Significa que a reforma foi péssima? Depende de quem analisa. Para banqueiros, bilionários e especuladores, tem sido ótima. Mesmo com a economia afundando, essa turma enriquece cada vez mais. Isto porque a conta negativa da reforma trabalhista ficou exclusivamente os trabalhadores, para a classe média e para os pequenos e médios comerciantes e prestadores de serviço, que viram seu mercado consumidor desaparecer. Para que alguém ganhe, é sempre necessário que outro perca. No caso, a grande mídia quer nos convencer de que temos de penar na miséria em um país sem futuro, para que meia dúzia continue a acumular dinheiro de maneira insana. Conforme disse, liberalismo é uma seita suicida, mas que quer obrigar o outro a se suicidar. Precisamos dar um basta a essa seita e a todas as mentiras que ela espalha".
Tem gente que sacou isso bem lá atrás. Conto aqui para encerrar o dia a história do mandachuva da família Svizzero, donos até algumas décadas atrás da maior rede de supermercados da cidade de Bauru, o SANTO ANTONIO. Muito antes das redes Confiança e Tauste atuar na cidade, o Santo Antonio tinha várias unidades, espalhadas por pontos cruciais, bairros onde circulavam a maioria dos munícipes. Num certo momento, assim sem que poucos entendessem direito dos motivos, tudo foi passado adiante e a família tão conhecedora do metiê mercados, sossegou o facho e foi fazer outra coisa na vida.
Diziam que, o motivo principal era briga de herdeiros, algo por espaço e coisa e tal, mas me lembro bem de entrevista do Svizzero, dada para o Jornal da Cidade logo após a venda, onde explicou dos motivos da venda ter ocorrido naquelas circunstâncias, onde poucos entenderam de fato o que estava ocorrendo e em curso. Conto o que me lembro daquilo que li naquela ocasião. A empresa começava a apresentar problemas de caixa com a chegada das grandes redes de supermercados na cidade, as grandes nacionais e essas chegavam se impondo, com muito mais cacife que a empresa local, mesmo esta tendo várias unidades. Não dava para concorrer, impossível e muitos tentaram, porém o patriarca da família foi visionário. Explico a seguir.
Ele conta mais ou menos isso na entrevista. Coloco entre aspas, pois acredito ter sido mais ou menos assim o diálogo. "Eu vendendo hoje, saio com um bom dinheiro no bolso e se não o fizer agora, devo penar muito nos próximos anos, pois estarei em condições inferiores de concorrência com quem chega e devo estar falido em alguns anos, coisa de três anos ou mais. Melhor eu abandonar o ramo agora, do que enfretar algo pelo qual não terei condições der fazê-lo". Na época, chegava em Bauru, o Wal Mart, creio que o Pão de Açucar e muitos hiper, esses vendendo por atacado, uma novidade para a cidade. Da conversa, disse algo mais, finalizando com isso: "Os caras vão chegar por cima e eu não vou ter como aguentar. Vai ser desleal a concorrência, vou ser atropelado". Tudo bem, ele tinha uma boa visão do que estava em curso e percebeu as mudanças em curso, onde as redes locais teriam problemas ampliados. Aqui em Bauru, isso imaginado por ele não se concretizou por inteiro, pois as redes, Confiança de BAuru e Tauste de Marília conseguiram se safar e continuam sadias e firmes no mercado. São exceções, pois a maioria, não só dos supermercados, mas de muitos outros segmentos foram desistindo ou falindo ao longo do tempo. A história hoje se repete com o Expresso de Prata e tantos outros na mesma situação, engolidos pelos grandões, as robustas corporações, ao estilo do Grupo Constantino, com sede em Araçatuba.
Eu sempre fui adepto de mercados pequenos, locais, onde conhecemos o proprietário, o acompanhamos no seu dia a dia e isso ao longo do tempo. Bonito, louvável, salutar, isso tudo. Mas impossível também não constatar o quanto Bauru e demais cidades da região não foram invadidas por redes de grande porte, com ramificação nacional ou mesmo internacional, capital estrangeiro e de grande aporte. O CAPITALISMO, como afirmei em outro texto, aqui também denominado de "liberalismo", pode ter um nome não enunciando o que oculta por detrás, oculto nas sombras. Tem muita perversidade nas movimentações ocorridas, pois de algo todos hoje estão ficando mais do que cientes. O neoliberalismo não perdoa, esse massacra o oponente, para tomar conta do micho que lge interessa. Finalizo com uma pérola, que alguns empresários brasileiros sentem hoje na própria pele: não foi o PT quem os destruiu, pois no governo deste, não foi tocado na forma como lucravam, mas quem o faz é o neoliberalismo, predatório e insensível. Paulo Guedes, o queridinho da maioria dos empresários brasileiros chegou e desregulamentou tudo. Possibilitou a livre concorrência, acabando com monopólios que favoreciam grupos menores e ampliou as possibilidades para os grandões, os já com muito, mas sempre querendo mais. A culpa, como se constata não é do PT e sim, de Paulo Guedes e de tudo o que foi implantado ao país após 2016, com o golpe, aquele "com Supremo com tudo". Entenderam?
Um comentário:
Henrique, tem um erro de leitura aí ao colocar grandes empresas como também vítimas que são engolidas pelo liberalismo, há uma diferença enorme para os pequenos comerciantes.
A tal concorrência no liberalismo que supostamente geraria melhores preços, é uma falácia, a real é um passar de pernas no outro a eliminar a concorrência... a vítima sempre será o trabalhador, no caso, o pequeno comerciante que tem, por exemplo, a sua mercearia de bairro, esse é a vítima porque engolido pelos grandes no sistema, tem seu comércio fechado e vai vender sua mão de obra para a grande empresa.
No caso do Expresso de Prata e outras grandes empresas vendidas, é um negócio gigante, na casa dos milhões, o grupo aplicará o dinheiro no mercado financeiro e em outras frentes e continuará no topo da pirâmide defendendo e financiando o sistema que os favorece e precariza o trabalho, não é uma luta entre classes, mas sim uma luta intraburguesa.
O que no final, os prejudicados sempre será o trabalhador e o consumidor, no caso do Prata, o passageiro que logo terá que viajar com o padrão lixo de ônibus do grupo Constantino.
Camarada Insurgente Marcos
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