quarta-feira, 31 de agosto de 2022

INTERVENÇÕES DO SUPER-HERÓI BAURUENSE (156)

A FROTA, POR GUARDIÃO

Leio que, em muitos casos, vale mais a ironia do que um textão de muitas linhas. É o que o Guardião, o super-herói bauruense nos proporciona neste final de agosto. Ele, nosso intrépido capa e espada, sobrevoa a cidade diariamente e sabe de tudo, olhar arguto, vê e passa adiante o algo mais.

Deixo para ele mesmo tecer os comentários sobre o motivo da charge deste mês: "Eu já vinha observando uma movimentação atípica numa das garagens lá do famoso condomínio. A maioria dos que lá residem são pessoas bastadas financeiramente e ter frota de veículos na garagem não é lá muita novidade. Neste caso específico, um algo mais e repercuto após ouvir comentários de corredores entre vereadores na sessão da Câmara desta semana. Um deles, Eduardo Borgo, na tribuna daquela Casa de Leis, fala sobre notas fiscais envolvendo compras da prefeita bauruense e algo mais de veículos recém adquiridos pela inquerida. Num momento, sabendo que a mesma passou pelos corredores da Câmara naquela segunda-feira, a provoca e lhe pergunta, já que vai apresentar comprovantes disso e daquilo, que apresente também de viagens. Sobrevoei o local, campana investigativa e não foi difícil observar a novidade: fixação por veículos novinhos em folha, brilhando e tinindo, zero quilômetros. As conclusões deixo para os senhores".

Tem momento na vida que o melhor é se manter calado. No Palácio do Planalto, a famiglia do presidente miliciano, o Senhor Inominável compra mais de 50 imóveis, pagando todos em dinheiro vivo. Aqui os tais veículos. Nada que o IR – Imposto de Renda não constate. No mais, hoje o texto é curto: SEM PALAVRAS.

NÃO FOI UM DIA NADA BOM PARA A PREFEITA

Diante da sede, ou melhor Palácio, onde ela comanda a cidade, terceiro andar, a vemos descer para tecer palavrinhas com servidores municipais em greve, pelo motivo dela estar propondo alterações nas congribuições para aposentadoria junto à FUNPREV, quem administra o futuro de todos. Insensibilidade mais do que comprovada, ela faz isso com uma naturalidade espantosa. Diante da situação se agravando, adia o que estava em curso, mas isso não adia a greve, essa de apenas um dia, de alerta e para demonstrar a insatisfação do quadro de funcionários. Pois bem, ela desce, fala e ouve os servidores e na hora de se retirar, ouve a frase da vereadora Estela Almagro PT: "Mente que nem sente". Sem nada poder fazer naquele momento, dá de costas para tudo o mais e se dirige de volta para proteção de seu Palácio. Eis o link da gravação de Suéllen e o momento citado: https://web.facebook.com/henrique.perazzideaquino/posts/pfbid02HiTvCp8Z9XqmDZCiZrdgKgPdMK7GuS6jtBRdPJxW5Hk6qXT6uBp4XYgJBPFrcAArl

O CORTEJO DA CHEGADA ATÉ A CÂMARA, FILMADO POR ESTE HPA - A incomPREFEITA QUERIA ALTERAR AS REGRAS DA FUNPREV E IRIA PREJUDICAR APOSENTADORIA DOS SERVIDORES - Temporariamente ela recuou, mas a greve de alerta, marcada para hoje foi mantida e os trabalhadores assim, mostram sua força. Eis o link da gravação, exato momento da chegada da Caminhada dos Servidores, da Prefeitura (Palácio das Cerejeiras) até defronte a Câmara Municipal, onde ocorreu nova manifestação e assistiram num telão do lado de fora, Audiência Pública, onde o tema estava sendo discutido; https://web.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/492310158891771

NÃO FOI UM DIA NADA BOM PARA O PRESIDENTE CAPIROTO

A NOVIDADE DO DIA: CARLUXO SÓ DÁ BOLA NAS COSTAS DA "FAMIGLIA"

"Já dei risada pela manhã. Repasso a mensagem de uma amiga:
Meu povo, isso é bom demais pra ser verdade: Carluxo esqueceu de renovar o domínio www.bolsonaro.com.br
Moral da história: pegaram e já era. Tá uma coisa linda de se ver. Recomendo uma visita AGORA, antes que tirem do ar. O conteúdo tá lindo demais. Divulguem!".

COMPLETO O DIA COM ESCRITO DO JORNALISTA RICARDO DE CALLIS PESCE:
"O cara comprou 51 imóveis em dinheiro vivo, não comprovou a origem desses recursos e seus eleitores continuam achando que ele não é corrupto. Por causa de um triplex furreca na praia mais feia do Guarujá, um balneário superado, Lula ficou preso 580 dias. Uma sociedade que não é capaz de estabelecer esta diferença entre os dois e tratá-los de acordo com esta mesma diferença, precisa ser olhada com desconfiança e cuidado pelo mundo. Não pode ser só ignorância. Não pode ser normal.".

Maria Antonieta Ozeliero Spoldari lhe instiga com algo mais: "e foi condenado pela reforma do triplex, que não houve!".

Ricardo garbosamente responde com a devida ironia: "mas vc deve ter uma 51 no bar. rsrsrs".

Eu não resisto, compro uma no bar e tomo no ato. Ela desce suave no dia de hoje. Essa história toda, um dia ainda vai ter final feliz. Acredito nisso. Enfim, de tudo o que aconteceu neste dia, tantas compras...

terça-feira, 30 de agosto de 2022

BAURU POR AÍ (207)


DEZ ANOS DA CIA ESTÁVEL DE DANÇA - UM LUXO PARA BAURU, RECONHECIDA POR MUITOS, NÃO ENTENDIDA POR ALGUNS, SEGUE GRANDIOSA, BELA E SOBERANA
Parece que foi ontem, mas na verdade, já faz dez anos. Esse sonho de Bauru ter uma companhia própria de dança se concretizou e acabou se tornando realidade. No papel ela sempre foi uma beleza, mas na realidade, sua trajetória, como tudo que é público neste país, segue seu rumo, entre ventos e tempestades. Desde o princípio, para nascer e se manter viva, sem alterações de rumo, necessitava de alguém do ramo, alguém que realmente entendesse do riscado e daí, já nasceu no rumo certo. Sivaldo Camargo a comanda desde então, com a sapiência e o conhecimento adquirido ao longo de uma vida inteira dedicada a esse assunto, tema, estudioso e sempre interessado, procurando cada vez mais estar ligado com tudo o que cerca o mundo do balé e da dança. Ela, a Cia não se verga, nem muda de lado, de estilo e formato, muiti por causa dele, alguém a defender o que faz com unhas e dentes.

Olho para trás nestes dez anos e a vejo hoje, apenas com cinco bailarinas, mas resistindo, insistindo e persistindo, prosseguindo assim mesmo, dando murros em ponta de faca, mas sempre presente, atuante e sem esmorecer. Bravo guerreiro, ele sabe que, tudo nessa vida e dentro de onde atua, são momentos. Administrações passam, mas seu trabalho e a Cia precisa e necessita continuar. Eu acompanho junto de minha companheira Ana Bia Andrade isso tudo e desde o princípío. Sei do esforço e da garra, do brio como defende seu trabalho, quem lá já esteve ou está no momento. Quinta vamos estar novamente com ele, aplaudindo e lhe rendendo os louros merecidos, pois não é fácil fazer o que danado faz, cavando possibilidades e desfraldando por onde ande essa bandeira de um trabalho digno e altamente profissdional, respeitado por quem é do meio, mas ainda nem tanto como merecia por muitos detratores da Cultura. Ele segue, nós seguimos, enfrentando nossos dragões e moinhos a cada dia, pois a vida foi feita pra ser vivida, os embates para serem enfrentados, sempre acreditando que, DIAS MELHORES VIRÃO. Temos que apostar nisso, pois do contrário entregaríamos o jogo antes da partida terminar e ela não terminou. Muita água passará ainda por debaixo dessa ponte. Essa Cia de Dança vai longe, como o empenho de Siva, como o chamo, dileto amigo. Somos adeptos, leitores e seguidores de gente como Mário Quintana, que um dia diante das adversidades disse e aqui repito: "Eles passarão, eu passarinho".

A Cia Estável de Dança de Bauru é mais que uma instiuição dessa cidade, mais que um marco, um monumento ou um símbolo. Ela é a cara da resistência que todos precisamos ter neste e em todos os momentos, enfim, RESISTIR É PRECISO. Sem luta e resistência eles vencerão e estamos aqui exatamente para impedir que a Cultura seja atropelada e se deixe levar. Ela fez, faz e fará ainda muita História nessa cidade e por onde se apresentem.

O texto abaixo é o release do espetáculo dessa quinta, 01/09, o dos 10 anos, apresentação gratuita e de gala no Teatro Municipal:

"Companhia Estável de Dança de Bauru comemora 10 anos com coreografia inédita
Apresentação terá coreografia especialmente criada para o evento assinada por Ana Bottosso
Após um período longe dos palcos da cidade, A Companhia Estável de Dança de Bauru volta a se apresentar presencialmente no próximo dia 1 de setembro, dia em que comemora 10 anos de sua estreia. A apresentação será no Teatro Municipal, com estreia de uma nova coreografia, composta especialmente para a ocasião pela coreógrafa Ana Bottosso. A entrada é gratuita.
A Companhia Estável de Dança de Bauru é um corpo artístico da Prefeitura Municipal de Bauru que tem como objetivo principal a difusão da dança, produção e circulação de espetáculos. É gerida pela Secretaria Municipal de Cultura e dirigida por Sivaldo Camargo, professor de balé, alongamento e produtor cultural. Sivaldo assina a assistência de coreografia de coreógrafos contratados para criação e é responsável pela divulgação de todas as atividades da Companhia, além da guarda dos figurinos e acessórios e documentos.
Trata-se de uma companhia de repertório, ou seja, realiza montagens de excelência artística, que incluem trabalhos de peças clássicas, modernas e obras contemporâneas, especialmente criadas por coreógrafos de renome nacional. Com uma trajetória de apresentações em diversas cidades paulistas, a Companhia Estável de Dança conquistou reconhecimento público e hoje é considerada por profissionais e críticos especializados como uma das mais importantes companhias públicas de dançla do país. Desde sua criação, já foi assistida por um público superior a 17 mil pessoas, passando por aproximadamente 25 cidades em mais de 200 apresentações, acumulando um repertório de mais de 25 coreografias. Apenas no Teatro Municipal de Bauru, são feitas em média 20 apresentações anuais, abertas e gratuitas. Além da difusão e circulação de espetáculos, a Companhia Estável de Dança tem mais quatro vertentes de ação: a profissionalização de bailarinos, desenvolvimento de programas educativos, projetos sociais e preservaçãoda memória da dança.
“Este ano completamos dez anos de atividades permanentes e ininterruptas. A Companhia por meio de suas apresentações e projetos foi conquistando um público que se tornou parceiro e incentivador de todas as suas atividades. Sempre foi nosso foco nos aproximar da população da cidade de Bauru, participamos de muitos eventos realizados por diversos segmentos”, lembra Sivaldo. Entre os principais, estão a Semana da Consciência Negra, Semana do Idoso, Dia Internacional da Mulher, Aniversário da Cidade, Semana dos Direitos Humanos, Dia Internacional da Dança, além de apresentações em escolas públicas e universidades.
A Companhia Estável de Dança de Bauru mantém atividades diárias e ininterruptas. Os bailarinos bolsistas cumprem uma carga horária de 20 horas semanais, além de apresentações na cidade de Bauru e do estado. A Companhia trabalha durante 11 meses por ano, totalizando uma carga horária anual de 880 horas de trabalho.
Tanto trabalho só poderia render bons frutos. Ao longo dos anos, seus bailarinos participaram de eventos importantes, como o Ateliê Internacional de Dança da São Paulo Companhia de Dança, nas cidade de Piracicaba e Campos do Jordão, onde frequentaram 15 dias de aulas com mestres de vários países. “Também participamos do Curso Internacional de Férias da Faces Ocultas Cia. de Dança, da cidade de Salto. Tivemos o privilégio de receber em nossa sede vários coreógrafos para criações coreográficas e mais de 40 professores para atividades complementares como cursos, workshop palestras e vivências”, complementa Sivaldo.
Ana Bottosso
Autora da coreografia de 10 anos da Cia. Estável de Dança, Ana Bottosso é professora de dança contemporânea e balé clássico, coreógrafa e bailarina. Formou-se na PUC/SP em Ciências Sociais e atualmente desenvolve pesquisas na área de dança teatro. Começou sua trajetória aos 7 anos de idade e, posteriormente, conquistou sua profissionalização pela Royal Academy of Dancing de Londres. Trabalha com as experi
ências de dança teatro, desenvolvendo trabalhos corporais com jovens atores. Atualmente, Ana Bottosso é diretora daCompanhia de Danças de Diadema e do Projeto de Formação e Difusão em Dança deenvolvido naquele município, por meio de um programa permanente de oficinas".

Serviço: Espetáculo de 10 anos da Cia. Estável de Dança de Bauru, Dia 01 de setembro (quinta-feira) – 20h, Teatro Municipal, Entrada gratuita.

A FOME
A cena se passa bem diante dos meus olhos, aqui no campo defronte o Mafuá, entre as ruas Inconfidência e Gustavo Maciel, barrancas do rio Bauru e é a mais clara demonstração do que o insano presidente miliciano repete a todo instante: "o brasileiro não passa fome". A cena não só choca, como comove, pois a pessoa revirando o que conseguiu amealhar em suas andanças é já de certa idade, mas continua na lida, obrigada a sair pela aí, em busca de algo para comer. Ela escolheu sem querer bem no centro do campo/terreno baldio, como se estivesse no meio de um palco ou de um picadeiro, sob os olhares de tantos que passavam apressadamente em seus carros e a maioria nem a observou, mas ali naquele momento, ela tentava separar de tudo o que colheu, o servível, o alimentável. Eu estava saindo do Mafuá, quase bati o carro, abaixei a cabeça no meio da rua e me pus a pensar no que nos transformamos e no que ainda podemos continuar fazendo de insensibilidade para com estes todos, pois os que hoje comandam o País acabaram de declarar que estamos salvos, pois estamos livres da corrupção. No domingo à noite, no debate da Band, outra, uma senadora matogrossense se mostra insensível para com tudo o que foi feito tempos atrás por um governo que ousou olhar e atender anseios populares e precisou ser chamada a atenção: "você certamente não notou nada, mas sua empregada, o garçon que te atende, o motorista de seu carro, o que lhe abre o portão, essse sabe do que falo e do que precisa voltar a acontecer neste país". Se disser que estou cansado, é pouco para expressar o que sinto neste momento de minha vida e do que estou disposto a fazer para não ter e ver a continuidade deste país nas mãos desses criminosos. Ou a gente reverte isso e volta a ter um mínimo de dignidade humana para todos ou a perdição humana estará estabelecida. Cansei...

segunda-feira, 29 de agosto de 2022

ALGO DA INTERNET (191)


ALGO MAIS DO PRESENCIADO NA PARADA DE ONTEM...
Compareci e conversei muito ontem no parque Vitória Régia. Algo precisa ser ressaltado neste evento já dentro do Calendário de Eventos de Bauru. Todos os comerciantes - e eram mais de cem - não pagaram um tostão de aluguel do espaço para ali atuarem. Isso é muito bom, mas não representa novidade. Novidade seria se passassem a cobrar aluguel. Conversei com muitos e os vi alegres na tarde de ontem, pois tiveram um boa oportunidade para ganhar algum a mais. Os mais estruturados ganharam mais, os menos, com menor investimento, o fizeram bem menos, mas puderam desfrutar da grande participação popular. Ninguém saiu de mãos abanando.

A Prefeitura este ano ficou de fora de entrar bancando os shows artísticos. Fez o mesmo com a Expo no Recinto Mello Moraes. Lá na Expo, muito diferente, pois existe uma empresa por detrás e altos lucros, daí o acerto em não bancar os shows. Na Parada algo bem diferente. A finalidade não é o lucro, mas propiciar algo mais para esse importante segmento. Como já é sabido, a atual administração é fundamentalista e se opõe a tudo o que está por detrás da concepção idealizada, porém não teve como tirar o corpo todo fora. Entrou bancando o palco, banheiros químicos e estrutura funcional, com seus servidores atuando no evento. Nada mais.

Ontem fui almoçar no Skinão. Eram 14h30 e o restaurante lotado e três grandes mesas de gente de fora, todas em Bauru para participar da Parada. Conheci o pessoal de uma delas, 25 pessoas, que vieram para cá de São José do Rio Preto, gastaram ali e assim como tantas outras, um retorno fantástico para o comércio local. A Prefeitura precisa entender que, investir mais num evento como este é resultado certo, imediato, sem riscos. Deixar de fazê-lo, quem perde é Bauru. Quando uma administração é de natureza limitada, foco fundamentalista, não existindo possibilidade de mudar sua postura, quem perde é Bauru, pois mesmo diante de reais momentos como o vislumbrado na tarde de ontem, deixa tudo escapar pelo vão dos dedos. Suéllen Rosim não vai mudar, pois sua formação é reducionista, mas precisa ser pressionada a olhar para Bauru num todo, do contrário estará administrando a cidade somente para os seus e não atendendo todos os interesses. O evento de ontem foi bom e só não foi ótimo por deixar a desejar nestes detalhes. Os próprios comerciantes da cidade deveriam se juntar e pressionar a prefeita, pois as oportunidades hoje não ocorrem a todo instante. Perdê-las é burrice, inoperância administrativa, enxergar o todo. Sai de lá com a impressão de Bauru não saber aproveitar em benefício próprio algo que lhe cai nas mãos assim de mão beijada.

UMA PREFEITA NERVOSA ou UMA NERVOSA PREFEITA
Ela hoje foi na Câmara dos Vereadores. Não foi para presenciar a sessão semanal. Dizem ter ido para prestigiar a homenagem lá ocorrida para a idefectível 96FM, a do fundamentalista economista Reinaldo Camafeo, ops, digo, Cafeo. Triste uma homenagem para alguém cada vez mais raivoso e tendencioso como Cafeo, alguém que, piorou muito nos últimos tempos. Se nos tempos de 94FM era ruim, hoje piorou e cada vez mais caolho, enxerga tudo somente com o olhar da perversidade para com as questões populares. Presenciar uma homenagem da Câmara para o que hoje Cafeo produz é o mesmo que incentivar a perda de credibilidade, ou seja, um jornalismo e rádio cada vez mais pensando e atuando exclusivamente para atender os interesses de uma minoria, a da da tal cruel e insana elite brasileira. Se a Câmara apóia isso, deve no mínimo pensar do mesmo jeito e se a incomPrefeita desce de seu Palácio para presenciar a homenagem, pior não poderia ser.

Só que a dona Suéllen parece ter se descontrolado na tarde de hoje. Dizem que ela, não gostando da atuação de alguns vereadores, justamente dos que promovem a justa e necessária fiscalização de seus atos, esbravejou pelos corredores. Cobram dela alguns comprovantes de suas atividades, algo inerente para concretizar uma fiscalização mais justa, porém ela, como dona da verdade, senhora de si e se achando acima do bem e do mal. Ouço vereadores cobrando algo mais após vê-la irritada, como o de imóveis em seu nome recém alugados e até de veículos comprados. Vendo-a bravinha, ela afirmando iria apresentar documentos solicitados, aproveitam e pedem outros. Ou seja, a lista das prováveis anormalidades só aumenta. Quanto mais ela se mostra nervosa e reage, mais surgem outros motivos de dúvidas sobre sua postura e atuação. E olha que, ela ainda não escapou da tal da Processante. Se hoje, a alcaide conseguiu manter ao seu lado um percentual de vereadores fiéis e contidos, outros cospem fogo e a instigam cada vez mais. Teve até quem hoje pediu para ela, que diz não mentir, já que irá apresentar comprovantes solicitados, traga também seu passaporte, para se certificarem se foi ou não pra Europa na passagem do ano. Ela jura que não, mas dizem, ela sem se licenciar lá esteve meio que na surdina, anônima e sem dizer nada pra "quase" ninguém. Foi apupada, mas também cobrada. Pelo visto, daqui pra frente, cada dia mais difícil seus dias.

OBS.: Ontem, ela, a prefeita estava na entrada da feira dominical, fazendo campanha pra sua mãe, candidata dos interesses da igreja lá delas e dos interesses dos ideias que defende. Nada contra fazer campanha pra quem quer que seja, o que não pode e em alguns momentos, ela finge desconhecer é misturar tudo, usar das benesses do poder para facilitar as coisas pra mamãe. Faça isso não, sra prefeita.

ALGO DO DEBATE DOS PRESIDENCIÁVEIS NA BAND TV: O SR NOVO É UMA BOSTA
Li isso agora de manhã, postado por Rosa Maria Martinelli e creio expressar bem o que sinto do debate na TV Band de ontem à noite: Poema de Jose Saramago em homenagem ao Sr. Novo.
Privatize-se Machu Picchu, privatize-se Chan Chan,
privatize-se a Capela Sistina,
privatize-se o Pártenon,
privatize-se o Nuno Gonçalves,
privatize-se a Catedral de Chartres,
privatize-se o Descimento da Cruz,
de Antonio da Crestalcore,
privatize-se o Pórtico da Glória
de Santiago de Compostela,
privatize-se a Cordilheira dos Andes,
privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu,
privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e a lei,
privatize-se a nuvem que passa,
privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno
e de olhos abertos.
E, finalmente, para florão e remate de tanto privatizar,
privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez
a exploração deles a empresas privadas,
mediante concurso internacional.
Aí se encontra a salvação do mundo…
E, já agora, privatize-se também
a puta que os pariu a todos.

HADDAD EM BAURU, PRÓXIMO SÁBADO, 03/09, AGENDA APERTADA
Definida a vinda de Fernando Haddad, candidato da coligação petista ao governo paulista: sexta dia 02, região de Marilia, Assis e Ourinhos, SÁBADO DIA 03: 9 hs Avaré,1130hs Bauru, 14:30 hs Jaú e 16h30 Botucatu.

Por orientação da assessoria do Candidato, terá prioridade total nas agendas de rua, Bauru: 10 hs concentração na Pça Rui Barbosa e descer calçadão 11h30hs. Com o pouco de tempo de sua permanência na cidade, toda concentração se dará somente nas ruas.
Dia de colocar militância nas ruas. Haddad é Lula e Lula é Haddad, estou com ambos, para mudar o estado de São Paulo e o Brasil. Esperança no Brasil, num novo caminho, bem distante da crueldade atual. 

Basta de fundamentalistas, genocidas, apunhaladores dos interesses populares e, consequentemente, do Brasil.

domingo, 28 de agosto de 2022

MÚSICA (214)

DOMINGO ACONTECE DE TUDO E MAIS UM POUCO – JUNTANDO OS CACOS

1.) COMEÇO COM SEU AÇUR, NA BANCA DE LIVROS NA FEIRA DO ROLO

Seu Açur, hoje pela manhã vasculhando livros na banca de livros do Carioca, na dominical Feira do Rolo, algo que faz há anos, faça sol ou chuva, calor ou frio, como se estivesse batendo cartão, algo repetido e necessário a cada semana. Hoje, após vê-lo por anos ali no mesmo local e pelos mesmos motivos, o abordo, me apresento e começamos uma prosa. Em questão de minutos, os livros nos tornaram amigos, trocamos telefones, e-mails e endereços internéticos. Marisa Fernandes passa pela banca, pelos mesmos motivos, peço a ela para tirar foto nossa e depois tiro dela e de seu companheiro, todos ratos de livros, livrarias e bancas, principalmente as populares.

Conversamos e pedi se podia gravar, ele consentiu e daí, por alguns instantes captei o que estava a ver, registrando e aqui postando: https://web.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/415531817228567

2.) AMIGOS REUNIDOS ANIVERSÁRIO JORNALISTA MARCOS CARLSON - Como é prazeroso desfrutar desses momentos, enfim, o que se leva desta vida é exatamente isso, momentos eternos. Mais Uma vez, a unanimidade se consolida e todos os presentes são Lula Lá. Aqui serve o mesmo slogan do bloco farsesco, burlesco e algumas vezes caranavalesco, o Bauru Sem Tomate é MiXto: "A gente faz festas, mas tá puto da vida".

3.) EDU KRIEGER E A PARÓDIA DAS ENTREVISTAS DOS PRESIDENCIÁVEIS AO JORNAL NACIONAL – Eis o link da nova canção de sua lavra já circulando pela aí: https://web.facebook.com/henrique.perazzideaquino/posts/pfbid0gEWQtoM5bFZTUW39iiSmKzfZNBePFXvSeCy7EpCj3pd5mKeWcndgYLKETDCdeRgwl

4 .) MARCÃO RESENDE ASSISTINDO SHOW DE ROGER WATERS NOS EUA - POSTURA DE ARTISTA VERDADEIRAMENTE REVOLUCIONÁRIO:

 Meu amigo Marcos Paulos Casalechi Resende, o Comunista em Ação, andante bauruense que só enverga camisetas vermelhas, está por estes dias nos EUA, à serviço, num projeto cultural e em quatro dias, dois estados, Flórida e Texas. Num dos lugares consegue escapulir das atribuições a ele designadas e vai assistir show de Roger Wtaers - um luxo só!. Possibilidade única, aproveitada e de tudo, algo que me fez postar os trechos gravados por ele: a fala do artista como pontapé inicial do show. Roger, como sabemos, não pega leve com os detratores do mundo, daí, não perdoa e escancara algo, que coloco entre aspas a seguir, o que considero, depois da boa música, o melhor dos seus shows, a sinceridade e pegada revolucionária, nunca abandonada. Outra coisa, muito interessante do show, foi a observação do Marcão, para o público, em sua maioria composta de latinos.

"Antes do show dele, entra sua voz, também escrito no telão, falando assim: Se você é daquelas pessoas que gosta de dizer gostar de ouvir Pink Floyd , mas não gosta do posicionamento político do Roger Waters, foda-se vocês, podem ir embora, levantem-se de seus lugares, peçam o dinheiro do ingresso de volta e vão para suas casas. Demais, né!" Enfim, não tem como dissociar uma coisa da outra e quem gosta de Pink Floyd e se posiciona em cima do muro, merece mesmo a estocada. Sou cada vez mais Roger e também o posicionamento do Marcão. São dos tais resistentes deste mundo.

Eis o link de minha postagem, com todos os vídeos gravados nos EUA pela intrépido Marcão: https://web.facebook.com/henrique.perazzideaquino/posts/pfbid02psfugPHacLMdwD36qBhiXrHY2HEEFA9hVTVCFGjWdTiKYApSZs1mxtRSdP5m9dn1l

5.) PARADA DA DIVERSIDADE, QUE AGORA É ENCONTRO DA DIVERSIDADE – REVENDO GENTE QUERIDA: Posto fotos tiradas, reencontros e possibilidades – aqui juntadas inclusive no texto de cima, do show do Roger Waters e no debaixo, o da Marcha Peronista. Eu não justifico mais nada em minha vida, mas reafirmo sempre: Ruar é preciso, necessário e sempre estarei nas ruas, rueiro assumido, inveterado e incontido.

6.) A OUVI PELA MANHÃ, JÁ HAVIA OUVIDO DURANTE A SEMANA E A COLOCO NA VITROLINHA APÓS O DEBATE DOS PRESIDENCIÁVEIS BRASILEIROS: A MARCHA PERONISTA - ANDO SONHANDO ACORDADO: Marcha Peronista ou Los Muchachos Peronistas (Os Garotos/Jovens Peronistas), evidente, homenageia Juan Domingo Perón, um dos mais queridos líderes argentinos, canção patriótica ainda muito cantada na Argentina, como o fez o povo que estava a reverenciar Cristina Kirchner, diante da sacada do Senado argentino, semana passada, quando tentam lhe incriminar e tirar-lhe o direito de disputar a próxima eleição por lá, igualzinho fizeram com Lula. Militar, político e escritor (1895-1974), Peron foi Presidente da República de 1946 a 1955 e de 1973 a 1974, e em torno de seu Partido Justicialista congregou o movimento político mais influente do país no século 20, baseado em amplas reformas sociais que ele implantou.

"Esta canção é o principal hino do peronismo, ou “justicialismo”, e afirma-se ter sido cantada pela primeira vez na Casa Rosada em 17 de outubro de 1948. Em tese, não se sabe ao certo quem compôs letra e melodia da música (embora há quem afirme ser a letra de Rafael Lauría e a melodia de Vicente Coppola), mas a gravação mais famosa, ouvida abaixo, foi feita pelo cantor Hugo del Carril em 1949. A marcha surgiu provavelmente em 1948, quando apareceram as primeiras referências, tendo por base a letra e a melodia de duas canções populares, uma que baseou as três estrofes (cujo enxerto “Viva Perón, viva Perón” também é de autoria incógnita) e outra que inspirou o refrão. Desde então, foi gravada por diversos cantores, em diversos estilos. O epíteto “primeiro trabalhador” dado a Perón foi tirado de uma fala pública do dirigente sindical socialista José Domenech", traduções de Erick Fishuk.

Eis a tradução mais interessante que achei dela para o nosso português:

Los muchachos peronistas,/ Todos unidos triunfaremos,/ Y como siempre daremos/ Un grito de corazón:/ ¡Viva Perón, viva Perón!

Por ese gran argentino/ Que se supo conquistar/ A la gran masa del pueblo,/ Combatiendo al capital.

(Estrebillo)¡Perón, Perón, qué grande sos!/ ¡Mi general, cuánto valés!/ erón, Perón, gran conductor, Sos el primer trabajador.

Por los principios sociales/ Que Perón ha establecido,/ El pueblo entero está unido/ Y grita de corazón:/ ¡Viva Perón, Viva Perón!

Por ese gran argentino/ Que trabajó sin cesar/ Para que reine en el pueblo/ El amor y la igualdad.

(Estribillo)

Imitemos el ejemplo/ De este varón argentino/ Y siguiendo su camino/ Gritemos de corazón:/ ¡Viva Perón, Viva Perón!

Porque la Argentina grande/ Con que San Martín soñó/ Es la realidad efectiva/ Que debemos a Perón.

(Estribillo)

Nós, garotos peronistas,/ Venceremos todos juntos,/ E daremos como sempre/ Um grito do coração:/ Viva Perón, viva Perón!

Por esse grande argentino/ Que aprendeu a cativar/ A grande massa do povo,/ Combatendo o capital.

(Refrão:) Perón, como você é grande!/ Meu general, tão valoroso!/ Você, Perón, grande condutor,/ É o primeiro trabalhador.

Em torno das leis sociais/ Que Perón estabeleceu,/ Todo o povo está unido/ E grita de coração:/ Viva Perón, viva Perón!

Por esse grande argentino/ Que trabalhou sem parar/ Para reinar entre o povo/ O amor e a igualdade.

(Refrão) Imitemos o exemplo/ Deste valente argentino/ E seguindo seu caminho/ Gritemos de coração:/ Viva Perón, viva Perón!

Porque a Argentina grande/ Sonhada por San Martín/ Agora é realidade efetiva/ Graças ao labor de Perón.

(Refrão)

Eis o link de uma das versões encontradas: https://www.youtube.com/watch?v=o_jrfDTAZGA

Ufanista? Sim e muitas mais coisas juntas e também misturadas. O fato, talvez até sem explicação é que a ouvi em alguns momentos na semana e agora, depois do término do debate dos candidatos à presidência na TV Band, fico a ouví-la antes de dormir. Tento estabelecer uma relação dela com o Brasil, com o povo lá nas ruas argentinas a defender Cristina, diante de sua casa e aqui, do que muito precisamos fazer. Acho que ando procurando uma canção para entoar nas ruas brasileiras e me encher de esperança, garra, disposição e destemor. Revi a marcha e me empolguei. Ela cultua uma pessoa como a salvadora. Eu não cultuo Lula, mas enxergo nele, dentre todos os candidatos, o único com condições de dar a volta para cima tão necessitada. Dormi ouvindo a marcha e sonhei que chegou a hora da onça beber água, a hora do levante da nação, o dia em que as máscaras cairão e todos perceberemos que o monstro, embora feio, era de papelão. Ouço a marcha, vejo o povo argentino defendendo Cristina nas ruas, sonho com um país completamente diferente a partir de 2023 e creio que VAI PASSAR.

sábado, 27 de agosto de 2022

REGISTROS DO LADO B (100)


CHEGO AO 100º "LADO B" E NELE AS HISTÓRIAS DA JORNALISTA E FOTÓGRAFA GREGA (DO TATUAPÉ) SU STATHOPOULOS

PALAVRINHA INICIAL ANTES DE INICIAR O 100º: Isso tudo me emociona, pois algo começado de forma tão insipiente, ganhou corpo, consistência e hoje, mesmo quando me dizem que o modal LIVES está em decadência, confesso, não estou nem aí, quero mais é continuar, pois o que tento fazer são registrar histórias, conversas com pessoas que tem mais do que algo para dizer, pessoas que possuem coisdas para serem ditas, lembradas e registradas. Todos os 100 são o meu Lado B, este que, acredito ser o transformador deste país. Não me peçam para entrevistas um figurão, desses que estão a todo instante aparecendo nas colunas sociais, ou mesmo, membros das tais "forças vivas", que um amigo chama acertadamente de "areia movediça bauruense", pois deles quero distância. Quero mais são estes, os tais "desimportantes", os que carregam essa cidade nas costas. Gosto de prosear e aqui convido elas para prosear comigo, papo de pouco mais de uma hora, onde extraio o que já fizeram e onde estão metidas no momento. E já consegui juntar cem personagens, cem participações, todas muito importantes para traçar um perfil das entranhas bauruense. São os "desimportantes" mais "importantes" do meu mundo. Por favor, me deixem continuar...

Ufa! Consegui chegar ao 100º LADO B – A IMPORTÂNCIA DOS DESIMPORTANTES, algo começado lá atrás, mais precisamente em 28/06/2020 e inicialmente pensado para dar vazão, naquele momento de reclusão coletiva provocada pela pandemia, buscando encontrar algo para continuar nos encontrando, falando uns com os outros. Acabou por se transformar num grande perfil dessas pessoas de luta, que denomino de LADO B, que na verdade somos todos nós, os que resistem, insistem e persistem na lida e luta, verdadeiros defensores deste País. Chego neste número redondo e não quero mais parar, pois olho para frente e vejo tanta gente com quem ainda quero conversar e coletar seu perfil, possibilitar que mais pessoas a conheçam bocadinho mais. Eu nunca fui um entrevistador, mas gosto da prosa, da conversa e de todos os que aqui estiveram. Tentei ser o mais abrangente possível, trouxe para a roda pessoas dos mais diferentes segmentos e dentre todos, a certeza, nenhum deles é destes hoje jogando contra os verdadeiros interesses brasileiros. Tenho muito orgulho de todos, das boas conversas, algumas inesquecíveis e todas valorosas.

E agora, quem poderia chamar para ser o 100º? Teria que ser alguém com um algo a mais? Não, pois esse foi o critério escolhido para convidar a todos. Qualquer um dos que aqui conversei poderia muito bem ter sido o primeiro ou este 100º. E assim, seguindo alguns/algumas que tenho aqui numa lista, a entrevistada de hoje deveria ter sido a da semana passada, mas adiei para essa, pois surgiu um tema que só poderia ser tratado naquele momento e assim, hoje quem conversará comigo é alguém que, durante bom tempo conviveu aqui conosco, trabalhou na imprensa bauruense e depois bateu asas e foi fazer sucesso por aí, deixando aqui na cidade legião de amigos e admiradores. Falo da jornalista e fotógrafa SU STATHOPOULOS, uma grega do Tatuapé, mais brasileira impossível. Eu sempre a admirei à distância, tendo tido pouco contato com ela no seu período bauruense, mas sei de onde esteve metida, onde atuou e ao lado de quem, daí ela também fez história neste período bauruense.
 A conversa com ela deve render um papo desses prolongados, falando de tudo um pouco, desde algo que entende muito, a FOTOGRAFIA, depois as redações da imprensa, algo mais de seu país, a Grécia, enfim, uma europeia no Brasil e mais que isso, no sertão paulista.

Assunto não vai faltar. Su é pessoa envolvente, dedicada no que faz, vibrante nas relações pessoais, brava guerreira e com posicionamentos firmes, ou seja, tem história para contar, boas histórias e tenho a certeza, muita gente de Bauru, que dela não tem notícia faz tempo ou mesmo tendo, ficará tocado por tê-la aqui numa conversa franca, direta e reta, relembrando muito de situações e pessoas. Ano passado fui tocado por algo onde ela se posicionou e acabei repercutindo, postando e compartilhando um post, bem singular para exemplificar e determinar quem de fato é a Su. Ela viu uma moradora de rua tomando sol numa praça, se aproxima, pede para tirar fotos e conversa. Vejam no que deu:

Em 22/02/2021 publiquei: A "SU" TEM OLHO CLÍNICO PARA AS COISAS DA RUA... "Tem dias que são fotogênicos. Fui tomar um pouco de sol na praça, sem julgamentos, por favor. Ela estava num canto arrumando sua sobreposição de roupas, muito interessante, por sinal. Dei uma olhada, ela riu. Gosto da sensação antropológica que a fotografia permite. Primeiro se escuta, depois fotografa. Pedi para sentar próximo, ela me deixou. Perguntei seu nome, ela respondeu, Priscila. Ofereci a minha mini cerveja, ela aceitou. Não trocamos muitas ideias, mas quando fui me despedindo, ela me pediu um abraço, eu gostei da experiência, me vi desnuda de medos pandêmicos, ganhei um abraço honesto. #centrodesaopaulo#populacaoderua#existeamoremsp", Su Stathopoulos.

Su Stathopoulos é fotógrafa e com este sobrenome só pode ser grega, grega paulistana, um dia foi quase bauruense. Na verdade não sei se ela é bauruense ou se esteve de passagem um certo tempo por estas bandas. Sei é que voltou para sua São Paulo. Suas fotos são tão sensíveis como ela, assim como suas histórias. Eu adoro ler histórias. A dos outros parece mais saborosas que as nossas. Ela fotografa que é uma maravilha e escreve com a mesma perspicácia e também audácia. Inebriante tudo o que sai da lente e mente de pessoas sensíveis. Ela possui um olhar voltado para os invisíveis e nas andanças que faz nas saídas de seu refúgio pandêmico, surpreende. Hoje ela me arrebatou, mais uma vez. Sua história me envolve, enlaça e dela não consigo mais me desgrudar, feito aqueles chicletes que grudam no céu da boca ou mesmo nos dentes e para sair dali um parto. Veja as fotos, leia o que ela escreve. É esse tipo de coisa que me faz desviar os olhos e mente de tudo o que nos entorpece neste cruel momento. Encerro meu domingo pedindo para ela permissão para compartilhar o que fiquei maravilhado, ela permite e me faz um chamego: "É uma honra vc compartilhando essa história. As pessoas estão pelas ruas, elas existem e têm histórias". Eu só sei de uma coisinha mais, são essas pequenas coisas que ainda nos fazem ir tocando o barco adiante em tempos como estes, maré mais que brava. Valeu Su, eu estava pensando nestes dias em dar um breque de ficar focando meus escritos em pessoas como as retratadas por ti, pois diante de tanto amargor, achava que tinha que focar na perversidade e tascar pau. Mas não, creio farei as duas coisas, enfim, não podemos perder o gosto pelo belo, por tudo o que a gente tromba sem querer nas ruas. Beijos sinceros, cara Su.

A RESPOSTA DA SU: "Querido Henrique! Muito emocionante seu texto sobre minha identidade com a fotografia de rua. Sou cria dos jornais de Bauru, que trabalhei por 12 anos. Nasci aqui, em São Paulo, no bairro do Tatuapé, Zona Leste, mas fui muito bem acolhida por Bauru. Tenho profundo carinho pela cidade e fiz grandes amigos. A rua tem histórias incríveis, que não são retratadas, tesouros escondidos. Fotografar tem sido a minha maneira de sobreviver com sanidade mental. Sou completamente apaixonada pela fotografia, sei que ela provoca debates e transformações. Teimosia é a palavra da vez, precisamos dela, para lutarmos pela utopia. Ευχαριστώ πολλή! É muito obrigada em grego, meu segundo amor, a Grécia, terra do meu pai. Grande abraço, o mesmo que ganhei da Priscila, a menina que encontrei na Praça Roosevelt hoje".

Teve mais, creio que, no máximo, um ou dois meses atrás novamente a cena se repete. Ela vê uma jovem trans muito bela numa estação de metrô e com seu jeito singular se aproxima e pede se pode tirar uma foto. A sensibilidade dela é transparente e a partir daí rolam trabalhos maravilhosos. Espero poder contar e deixar registrado um bocadinho só deste universo que está dentro da cabeça de tão imponente criatura humana.

Vamos juntos? Não tenho comentários adicionais para essa conversa, pois ela foi inteira maravilhosa. Só mesmo assistindo, portanto, eis o link da gravação, com aproximadamente 1h20 de duração:
outra coisa
DAS PREOCUPAÇÕES COM O SEMELHANTE*
* Eis meu 74º artigo para o semanário DEBATE, de Santa Cruz do Rio Pardo, edição nas bancas hoje:

Eu cá do meu canto, escrevinhando textos semanais para este DEBATE, convidado que fui pela intrépida dupla, pai e filho, Sérgio e André, antes de tudo, a cada artigo enviado, toda sexta – algumas com o devido atraso -, pergunto pelo Sergião. Sergião é o comandante em chefe do semanário, o que idealizou o jornal, décadas de luta, embates variados e múltiplos pela frente, algumas boas vitórias no embornal, assim como derrotas e insucessos. Isso tudo faz parte da vida, dos embates que o cidadão empreende em sua trajetória. Tem os que escolhem vivência mais amena, sem turbulências e tem os que escolhem transformar o mundo, começando pelo seu mundo, o de sua aldeia. Estes padecem bocadinho mais.

A verdade dói e em alguns momentos também ajuda a adoecer. Muito comum neste Brasilzão os que, renegando o período que tivemos da cruel ditadura militar com dizeres do tipo: “Meu pai não sofreu nada, ele trabalhou e nunca foi perseguido”. Este deve ter optado por baixar a crista, se resignar e seguir em frente, olhos e ouvidos fechados. Nada viu, fingiu nada presenciar e assim escapou ileso. Muitos agem assim, enfim, vivemos num país onde muitos para evitar problemas preferem se omitir. São as tais escolhas. Prefiro os que colocam a cara para bater, enfrentam os tais dragões da maldade com o peito e a coragem. Diria mesmo, sãos os tais imprescindíveis.

Cito o amigo Sergião, pois sei que esteve com probleminhas de forno, traduzidos por percalços na saúde. Sei que, o danado deve ser difícil de ser contido. Imagino a cena de um doutor o avaliando e prescrevendo: “Terá que permanecer recolhido em absoluto repouso por três semanas”. O danado tem um bichinho dentro de si, o da inquietude, que aliado ao do fechamento semanal de sua cria, no caso o DEBATE, daí praticamente impossível mantê-lo longe de suas atividades corriqueiras. Talvez uma corrente, dessas grossas, com cadeado de grosso calibre junto da cama, do contrário, impossível. Eu também sou assim, mas padecemos e existem momentos em que, se faz necessário dar um breque.

Sergião é sujeito de sorte, pois conta com o filho, André, seu sucessor no negócio jornalístico. Cruzo algumas vezes por aqui com André, nos corredores da Unesp Bauru, onde cursa Jornalismo e como já exerce a profissão desde os cueiros, nada de braçada. É tão gostoso ver um filho seguindo os caminhos trilhados pelo pai, ainda mais, quando com a mesma garra e determinação. Orgulho, o Sergião deve assim se sentir, mas semana atrás de outra, vejo que seus textos continuam saindo. Ele pratica o jornalismo à moda antiga, o de estar in loco no local dos acontecimentos. Hoje viceja um jornalismo de bunda sentada na poltrona, sem ter que estar na rua. Nos textos do diretor presidente do DEBATE isso não vale nada. Ele não fica sem botar o bloco na rua. Daí, acredito que, tudo esteja caminhando bem pros lados da saúde do impagável amigo e já nem sei se o danado não adoeceria de verdade se obrigado a deixar de escrevinhar suas reportagens semanais. Vida longa pro Sergião e, é claro, pro DEBATE, referência no interior paulista de jornalismo com credibilidade. Orgulho fazer parte deste time de resistentes.
Henrique Perazzi de Aquino, jornalista e professor de História (www.mafuadohpa.blogspot.com).

sexta-feira, 26 de agosto de 2022

MEMÓRIA ORAL (284)


EM JAÚ SÓ PRA PROSEAR COM O JORNALISTA E ESCRITOR JOSÉ RENATO DE ALMEIDA PRADO
"Eu e Henrique Perazzi Aquino estivemos visitando, nesta quinta-feira, a Editora 11 de Jaú do jornalista José Renato Almeida Prado. Fomos conhecer os catálogos literários da editora alternativa. A empresa também tem 11 Letras que atende publicações sob demanda", assim o amigo Aurélio revela o único motivo - mais do que justo - de nosso passeio na tarde de ontem, 60 km, até a vizinha Jaú.

Eu não conhecia o José Renato pessoalmente, mas muito já havia ouvido dele falar e também lido algumas coisas. Jornalista de uma velha cepa, destes que pegaram no pesado e não se contentavam em produzir textos sentados com a bunda numa cadeira. A geração deles ia à luta, via in loco o que estava se suscedendo e a partir daí, nasciam os textos. Hoje, infelizmente a coisa já não é bem assim e a comodidade atrofiou a atividade. Semana passada, quando escrevi algo, quando da vinda para Bauru do jornalista Eduardo Reina, o Zé (vou chamá-lo assim) adentrou a conversa e disse que o livro ora comentado, o "Depois da Rua Tutóia", era cria de sua pequena editora jauense. Conversamos e fui tocado, instigado a querer algo mais. Podia até trocar figurinhas, ele lá, eu cá, mas temos o bichinho da inquietude dentro da gente. Convidei o Aurélio e pra lá fomos ontem. Lá pelas 15h30 estávamos apertando a campainha de sua casa, também redação e sede das editoras, a 11 Letras e a 11 Editora.

Adentramos seu covil e a partir daí só revelações. E das boas. Sentamos em sua sala de visitas e ali ele começou a nos contar como tudo começou, também a despejar sob a mesa a história da editora e as obras, uma por uma, cada qual com sua história. Eu não anotei nada e como a cabeça não anda lá muito boa, agora, na hora de escrever, muita coisa vai passar batido e eles dois irão me corrigindo nos comentários do post. Zé atuou de forma integral, de corpo e alma no falecido jornal diário jauense, O Comércio de Jahu. Relembrou histórias e personagens. Vibrei com as lembranças. Uma merece ser descrita, o de quando ele aceitou convite de outro órgão surgindo na cidade, deixando de "ganhar 30 dinheiros para um salto, com 90 dinheiros". A experiência durou pouco, nos sendo contada em detalhes e ao final, eu o provoquei quando o sonho acabou: "Com certeza voltou para os 30 dinheiros?". Ele riu e confirmou.

Foram bem umas duas horas dessa forma e jeito. Eu e Aurélio ganhamos seu livro, o "Prosa Fiada e outros goles", algo arrebatador, pois ali ele "revela a vida das pessoas públicas e lugares privados. Com toda certeza é o Truman Capote de Jaú", escreveu o Reina no prefácio. Eu me certifiquei disso no vivenciado na prosa propiciada. Algo me arrebatou ainda bocadinho mais: "a mais simples história tem que estar sempre registrada". O Zé é detalhista e conta tudo, nos mínimos detalhes, leitura saborosa, para ser apreciada com cerveja gelada - que ele não nos ofereceu, mas diz gostar de degustar.

Falou deste e de outros livros. Alguns sob a mesa muito me interessaram. Trouxe o do Reina e de dois comento. O "Quem conta um conto" reune histórias fantásticas de Jaú e região, do Unhudo de Dois Córregos e outras. Capa do amigo Jozz Zugliani, hoje tornando-se bauruense. Quando olhei a contra-capa uma constatação, diante de dezena de nomes: conhecia no máximo dois e daí o questionamento da falta de integração entre nossas cidades. Do outro livro, o "Às margens do Jahu", do Fábio Grossi dos Santos, que tentei adquirir, mas me dizem esgotado. Ele confirma e adianta, continuarei sem o exemplar e o instigo para providenciar segunda edição.

Falamos também das histórias em comum de Jaú. Evidentemente, a conversa versou sobre bares e um deles, de alguém que conheço, o "Canalha's", hoje ali perto so Shopping Jaú, do Zezinho e dos áureos tempos do Jahu Clube, tempos de muita música ao vivo. Também neste quesito, Jaú e Bauru pouco interagem, pois poucos músicos nossos cantam por aqui e vice-versa, na verdade, quase não nos conhecemos. Divagamos sobre tudo e até sobre sua formação, quando esteve muito por Bauru, cursando Direito e Jornalismo. Citamos nomes, relembramos travessuras e diabrices. Por fim, até nossas dores foi motivo de prosa. Cada qual com a sua, trocamos receitas e unguentos, sendo também indicado o tal do chá de ayahuasca, que em Jaú tem uma vertente comercializada, causando inveja nos do lado de lá do rio Tietê.

A história da editora do Zé se confunde com a sua. Tudo nasce de uma necessidade, quando se viu sem o emprego do jornal. Se virou com assessorias e frees, até que, junto da esposa Léa Prado - e por iniciativ dela - engrenam na hoje única editora de livros na cidade de Jaú. Um luxo só. Luxo mesmo, pois tudo ali, mais do que perceptível, tratado com o devido esmero e consideração. Zé é meticuloso no que faz, ou seja, metendo a mão, certeza de sair algo bem feito. Acumula premiações e histórias na cabeça, algumas ainda sendo colocadas no papel. No cabedal tem até um livro traduzido, estilo de Edgar Alan Poe, que já havia se tornado de domínio público, resgatado por ele e aqui lançado. Tem duas vertentes a editora, uma para essas obras, quando o interesse em editar é dele e da esposa e outra, quando atende a demanda de gente querendo publicar algo. Saímos de lá um tanto inebriados, contagiados e querendo mais. Prosa boa é assim mesmo, tem começo, meio e dificilmente um fim. Ele prometeu vir aqui qualquer dia conhecer o Bar do Genaro e num retorno nosso vai nos levar em alguma quebrada jauense, algo antecipadamente aceito pela dupla intrusa. Foi assim, teve mais, mas acho que já escrevinhei demais. Queria poder só ficar contando algo de incursões deste tipo, mas elas me são possívei cada vez menos. Nos despedimos com desejos de Lula Lá e breve reencontro. Que assim seja.

Em tempo: Depois da despedida, eu e Aurélio fomos conhecer o Sebo da Garagem, do Sander e queríamos porque queríamos tomar um café. Os tempos mudaram e assim como em Bauru, cada vez mais difícil encontrar um lugar para saborear um café. Entramos na Doceria Renata - que já funcionou em Bauru -, comemos kibes e tomamos Coca Cola.

PAPO RETO NO SINAL FECHADO
Numa das esquinas mais movimentadas do centro bauruense, ele estava ali segurando um cartaz, se dizendo com fome, vendendo água e pedindo um algo a mais. Estou parado no sinal, ele se aproxima e vendo meu chapéu com a faixa "Sou Lula", me diz:
- momentos antes uma senhora, ao ser abordada me disse que eu estava ali por causa do Lula, de como eles deixaram o País.

Ele me diz não ter concordado com a mulher:
- Mas minha senhora, no tempo do Lula presidente eu tinha emprego e não estava no sinal, tinha carteira assinada, salário e nem imaginava ter que viver na rua e pedindo. Hoje passo fome, antes não passava. O Bolsonaro já faz mais de três anos que nos governa e só vejo desgraça até agora pro nosso lado. Não consigo associar a desgraça com o Lula e sim com o Bolsonaro.

Ele me disse que a mulher só faltou abrir a porta do carro e agredí-lo, mas se conteve, o sinal abriu e ela saiu esbravejando. Por fim, me vendo lulista pergunta:

- Eu estava errado? Só respondi e tentei conversar, mas ela nem deixou e daí não me deu nada mesmo.

PANFLETAGEM BAURU COM LULA
A eleição ainda não está ganha!! Por isso precisamos da participação de cada um nesse momento histórico fundamental para a nossa democracia e o futuro do Brasil.
Venha somar na construção da candidatura do Lula para presidente e Haddad para governador!!
A panfletagem vai acontecer no sábado (27/08) às 10h na Esquina da Resistência (Calçadão da Batista de Carvalho com a Rua Treze de Maio).
https://www.instagram.com/p/Churh-FgHcT/?igshid=YmMyMTA2M2Y=
HPA, aproveitando para convidar tudo, todas e todos. Vamos?

TEM GENTE NÃO ENTENDENDO O PAPEL DO MST ATÉ O PRESENTE MOMENTO - SOU ARREBATADO POR ESTES, COMO LULA O É

quinta-feira, 25 de agosto de 2022

UM LUGAR POR AÍ (157)


DOIS IRMÃOS, DISTINTOS POSICIONAMENTOS - OS PERAZZI DE AQUINO
Demorei um tempo para conseguir escrever este texto, mas acho mais do que necessário, exatamente neste momento da vida política bauruense, quando estamos diante de uma administração municipal, linha fundamentalista e bolsonarista, as vésperas de um pleito eleitoral, tentativa apropriada de retorno do País à alguma normalidade em todas suas instâncias e dentro deste quadro, algo mais do que normal nos tempos atuais, dois irmãos, um de um lado da questão, outro no oposto. Explico.

Os dois irmãos, somos eu, este mafuento HPA e meu mano, Edson Antonio Perazzi de Aquino - diferença de dois anos um do outro -, conhecido arquiteto, morador, como eu do bairro Cidade Universitária, ele de um lado das Nações Unidas, eu de outro. Sempre me entendi muito bem com meu mano, tempos atrás muito mais, hoje muito menos. Ele sempre soube e me viu como de esquerda, petista e militante social nestas plagas. Antigamente ele se envolvia menos nessas questões, o que não o impediu de fazer infinitos projetos para grupos políticos no poder. Sempre foi fervoroso católico, praticante e da linha mais conservadora, ligado à Canção Nova. O respeito e ele me respeita, mesmo divergindo em quase tudo nos questionamentos de visão política, religiosa... Irmãos, seguimos em frente, conversando quando possível, ultimamente ele muito bolsonarista e eu enxergando tudo de ruim neste segmento, evitamos de tocar neste assunto. Melhor assim.

Ele sabe o que penso, como penso, com quem ando e vice-versa - mesmo agora tendo me assustado mais do que o dito normal. Desde quando Bolsonaro teve ascenção no cenário político, ele mudou muito e está muito mais intransigente. Ouço dizer que nos grupos onde participa está muito intolerante e repassando, mesmo fora da hora e momento, algo de cunho de seu segmento político. Sei que, está à frente do grupo de apoio e dirigindo a campanha do candidato bolsonarista ao governo estadual, o Tarcísio de Freitas. Este esteve recentemente num evento no Alameda Quality e meu mano era um dos coordenadores. Na Marcha da Família, carreata católica/política nas ruas semana passada, ele foi um dos que fez com que a prefeita Suéllen Rosim subisse no caminhão de som. Dizem gozar de proximidade com a prefeita, algo que, no meu caso, rejeitaria, daí parte dos posicionamentos antagônicos. Acabo de fazer questão pela não participação de evento com exposição minha num evento com chancela da Prefeitura e ele faz questão de ali estar. Enfim, isso que já aqui escrevi, estamos em campos opostos, mas continuamos irmãos, como sempre o seremos.

Eu sou o atual Secretário de Comunicação da Regional do Partido dos Trabalhadores em Bauru e ele acaba de ser eleito presidente do Conselho do Município de Bauru. Eu, como sabem até as pedras do reino mineral, combato tudo o que advém dessa administração municipal e ele, pelo visto, defende tudo com unhas e dentes. O PT, pelo menos como entendo, deve se posicionar contrário à crueldade neoliberal e retomar o caminho da normalidade e soberania perdidos desde o golpe de 2016, com Temer, agora com Bolsonaro. Ele, pelo que sei, apóia isso tudo e está cada vez mais assumindo posições conservadoras. Ou seja, os PERAZZI DE AQUINO estão, pelo menos nós dois, em campos opostos e lutando por algo totalmente diferente um do outro. Não consigo enxergar nada de aproveitável no que prescreve Bolsonaro e os seus para o País, incluindo, é claro, nossa prefeita, discípula do seu mestre miliciano. Enfim, não consigo visualizar religião com apoio a ideias milicianas, mas ele sim e assim segue o jogo das nossas vidas. Abomino Bolsonaro, ele adora e venera. Com certeza dirá que faço o mesmo com Lula. Enfim, quando alguém de vocês observarem por aí algo a envolver PERAZZI DE AQUINO, confiram se é Henrique ou Edson, daí saquem de cara onde estaremos metidos. Eu nunca vou estar lá enfronhado onde ele está e ele, vice-versa para comigo. Não vim aqui para discutir quem está com a razão. Cada qual que me lê, deve ter já muito engendrado algo sobre mim e ele. Só peço para não nos confurdirmos e antes de encerrar, só uma coisinha, muito simples diante de tudo o que ainda teremos pela frente: meus pais, ambos falecidos, pelo que conheço de ambos, não estariam neste momento a defender Bolsonaro. Só isso. Segue o jogo.

GENTE, EU ESCREVO MUITO, MAS HOJE CONFESSO: ESTOU SEM PALAVRAS.
Impossível deixar de escrever umas palavrinhas sobre a entrevista de ontem, o Lula no Jornal Nacional. Neste momento, o mais preparado para nos fazer sair do atoleiro onde estamos metidos. Diante de tanto ódio pulsando pela aí, Lula prega o diálogo. Incompreendido, insiste e vai arrebatando pessoas. Refletindo sobre o que assisti ontem e como anda o Brasil, enfim, qual o legado do capiroto presidente, o que está nos deixando quando prestes de ser defenestrado do poder? Penso primeiro no agronegócio, essa instituição que pensa muito nos seus negócios e pouco no restante da coisa, no caso o Brasil. O modelo do agronegócio brasileiro, com produção em grande escala, vitimiza a sociedade, seja pela intoxicação por agrotóxicos, seja pela forma inadequada de manejo do sojo ou ainda pela forma como deixa a coisa rolar de forma violenta para ir conseguindo seus objetivos. Lula falou disso ontem, pois também enxergo o agronegócio com uma configuração colonialista. Não dá mais para pensar que políticas ambientais são exclusivas de um País, até porque os problemas são planetários. Este só um dos temas abordados ontem divinalmente por Lula, quiçá, nosso futuro presidente. Mesmo ainda não totalmente adepto, o diálogo à exaustão, como proposto por Lula pode salvar o Brasil.


historinha pra amenizar a tensão
NÃO TEM COMO IR EM JAÚ E NÃO PASSAR NA SEBO GARAGEM, DO LIVREIRO SANDER
Eu tenho boas recordações dos tempos em que trabalhei lá pelos lados de Jaú. Circulo bem por aquela cidade, recheada de amigos. Hoje voltei para lá e com um amigo, Aurélio Fernandes Alonso. Fomos para conhecer uma editora na cidade, mas na saída, disse que o levaria num sebo, o único da cidade, de velho conhecido, o Sander, numa das tantas encruzilhadas jauenses, lá perto do Hospital Amaral Carvalho. O dia estava quase se findando e reencontro o Sander, do Sebo, Livraria Garagem, sentado e fazendo o que todo jornaleiro faz no dia de hoje, entretido com o que lhe aumenta as vendas por estes dias, o tal do álbum de figurinhas da Copa.

Eu, toda vez que passo por Jaú, não consigo deixar de passar neste lugar, uma espécie de santuário, lugar único numa cidade que já teve muitas livrarias e hoje se resume a uma no shopping, que ouço estar de saída de lá e o espaço do Sander, recheado de livros, CDs e LPs, por todos os espaços. Ele é sum sujeito simpático, queito e que faz o que gosta, o que movimenta sua vida desde muito tempo. Sander é um sujeito feliz, faz o que gosta e no meio de tantos livros, permanece o dia inteiro numa profissão meio que extinta pelas cidades do interior brasileiro. Outro dia passei por Santa Cruz do Rio Pardo e uma das tristezas foi tomar conhecimento de que o único sebo da cidade havia fechado. Restam duas bancas de revistas, uma delas vendendo livros. Na maioria delas, nem revistas e jornais são mais vendidos, ou seja, o Brasil está sendo cada vez mais privado de leitores diários de jornais e revistas. O modal impreesso está em baixa, mas o livro, quer quieram ou não, possui ainda adeptos fervorosos e fiéis e Sander sabe disso, além de os conhecer bem.

Trouxe dois CDs e a lhe disse da promessa de voltar com mais tempo. Sou desses que, passo muito bem um dia inteiro ali dentro, revirando tudo e me deliciando com as descobertas nas estantes. De cara já achei algumas preciosidades e elas me desperataram a curiosidade de ter muito mais escondido por dentre aquelas estantes. Ir num sebo de forma rápida, apressada e como se fossemos na casa de um idoso, desses que precisam demais da conta de conversar e sem tempo para fazê-lo, ficamos no rápido cumprimento e logo nos despedimos. Algo inadmissível, pois ao visitarmos um idoso em sua casa, devemos ir no mínimo com tempo e o mesmo deve ocorrer num sebo. Hoje já estava quase na hora do Sander fechar as portas, essa a desculpa pela pressa.

Eu e Aurélio puxamos conversa. Ele nos conta da saga das figurinhas, que neste ano, tiveram que ser compradas todas à vista e de forma antecipada, mas ele fez o esforço, pois sabe que o retorno é certo. Disse que de uns tempos para cá deixou de abrir as portas aos domingos, dia de descanso da companhia, mas agora, as figurinhas o fez voltar a abrir nestes dias. Conto para o Aurélio, algo me dito por ele da última vez que ali estive, o de que nos tempos atuais a maioria dos seus clientes diários é constituido de gente de fora, os que passam pela cidade, acompanhantes de hospitalizados no Hospital Amaral Carvalho. Descobrem o sebo e ali compram algo para passar o tempo, enquanto aguardam os parentes serem atendidos. Sander continua o mesmo, ele e seu negócio, o que lhe move a vida. O nome do sebol veio da garagem de sua casa, onde tudo começou, primeiro vendendo gibis, depois ampliando e conseguindo o lugar na encruzilhada mais livresca de Jaú. É sempre bom passar por lá e colocar as conversas em dia. Hoje foi rápido demais, mas volto em breve, para permanecer mais tempo.