COMEÇANDO OS TRABALHOS NA SEGUNDA - PAPO COM O BERRIELNa última sexta, no salão de festa em homenagem ao Título de Cidadão Bauruense recebido pelo Miltão Dotta, num certo momento, o vereador Guilherme Berriel Cardoso se achegou junto do grupo onde estava e conversamos mais que um bocado. Dentre o quadro atual de vereadores atuando na atual legislatura, ele se mostra dos abertos ao diálogo, falando mas também ouvindo muito, tentando realmente entender o outro lado. Naquela noite disse: "Respeito demais gente como os dois homenageados (o outro foi seu João Félix), pois são ideológicos, destes que não mudam de partido para encontrar o que melhor se adeque, facilitando sua eleição. São militantes de um só partido, não se afastam de sua postura e determinação, algo quase não mais possível hoje". Estar com gente a pensar dessa forma é um luxo nos dias de hoje. Temos uma vereadora petista na Câmara, lutando de forma muito isolada e alguns outros, cada vez menos, com olhar e visão de entendimento do que está sendo feito verdadeiramente com este país. Berriel ouve e assimila algo, outros nem ouvem mais.
Pois bem, da conversa com ele, fazendo parte do trio comandando a Comissão Processante contra as comprinhas sem fundamento da incomPrefeita Suéllem Rosim, os imóveis inservíveis, quando o que se exige é, no mínimo, conduta de compra a atender interesses imediatos, necessidade de mais salas de aula. Nada disso ocorreu e até as pedras do reino mineral sabem disso. Falamos na roda da processante e da forma pouco usual como foram feitas as compras. Extraio algo e deixo como refelexão para iniciarmos a semana e propiciando uma discussão mais ampla, justamente na semana quando Suéllem terá que depor e se explicar pessoalmente, no encerramento do processo investigativo da Câmara - dia 16/8 já é amanhã. "Pode até não ser encontrado nada que a incrimine, mas de algo ela não vai escapar de ser inquerida, questionada e cobrada. Ela não foi feliz nas compras, fez sem critério, fez sem ouvir mais ninguém além dos seus. Ela peca por isso, por ter feito compras desnecessárias, num momento onde se exigia algo ao contrário. O administrador tem que seguir critérios mínimos para compras deste tipo, pois trata-se de dinheiro público e aqui, no que já vi, um desrespeito a esses princípios elementares. Só por isso, ou justamente por causa disso, ela merece ser questionada e investigada. É o que fazemos", disse. E não preciso escrever mais nada, foi tudo dito por ele. O respeito cada vez mais dentre os 17 naquela Casa de Leis, pois não só se mostra independente como fala o que sente, sem amarras.
OBS.: Vejam que nem cito seu partido, pois creio eu, o vereador ao participar de uma investigação deste naipe, teria que, no mínimo, não estar investido dos interesses de sua sigla partidária. Para mim, ele assim se mostra.
Tatiana Calmon possui rodinhas nos pés, como todos muito bem sabemos. Ela faz e acontece, move sua vida também através das ininterruptas ações sociais nas quais está mais do que envolvida. O "De Grão em Grão" é mais do que realidade, pois atende público grandioso na periferia, rebarbas da cidade e graças a ação, não só dela, mas de grupo de pessoas em torno dessa concepção de que, se o poder público claudica e deixa a desejar, a "fome tem pressa", como dizia Betinho, daí esses arregaçam as mangas de suas camisas e vão à luta. Tatiana encabeça o grupo e não para um só instante. Ir conversar com ela é receber mais um toque, uma sinalização de como poderia ajudar, colaborar e participar. Ela instiga, provoca, ou mesmo, vai logo direto ao assunto. Gosto demais dela exatamente por ser assim, impetuosa, valorosa cidadã, dessas imprescindíveis no mundo atual.
Hoje estive com ela e dentre os assuntos conversado, claro, o toque sobre o "De Grão em Grão". Ela pessoalmente passa por novo bloqueio junto ao facebook, exatamente por não ter papas na língua. Mexeu com a danada, o troco é na hora, na lata, vapt-vupt. Alguém deve tê-la incomodado e ela não se segurou, reagiu. Foi denunciada e bloqueada. Não é a primeira vez e pelo visto, não será a última. O fato é que, a danada possui outro perfil no facebook e para espanto este também acaba de ser bloqueado - este sem motivo aparente ou explicável. Sabe como Tati age nessas circunstâncias? Apela para os amigos (as). Pede para que divulgue a campanha da semana, arrecadação em curso e entregas no próximo final de semana. Sem a possibilidade de "gritar", usa os próximos para tanto. Não me furto, a fotografo diante do quarto lá no Sindicato dos Ferroviários, na rua Cussy Jr ainda vazio, mas com esperança de estar cheio até quinta/sexta. No banner publicado junto de sua foto, os dados do PIX para depósito e para quem quiser, o pedido para trazerem alimentos diretamente no endereço do sindicato, já conhecido de todos e todas. Eu sigo junto a ela, de olhos fechados, pois sei que, tudo o que deixo de fazer, pelos meus impedimentos e quetais, ela e o "De Grão em Grão" fazem e muito bem feito. O PIX para as doações é o seu telefone (14) 99132.4759.
E de algo eu e Ana temos certeza, sabemos muito bem as pessoas com as quais seguimos juntos nos embates da vida. Essas três representam magistralmente nosso círculo de próximos, com os quais trocamos figurinhas e nos recarregamos. Somos um gueto, o gueto que nos recarrega e nos faz seguir em frente. Somos o que somos muito por causa dessas escolhas, pois com gente assim não ocorre decepções. Lutamos pela mesma causa em comum, estamos do mesmo lado da cancha de luta e assim seguiremos, unidos, fortes e resolutos. A gente perde, a gente ganha, mas não desgrudamos e nem soltamos uns das mãos dos outros. Tem muito mais gente neste time e com as três, louvo a tudo o mais que nos cerca. Beijos, abraços e apertos de mão para tudo, todas e todos, sem citar mais nomes, para não se esquecer de mais ninguém. Quem quiser saber mais nomes, basta ir me lendo por aqui, pois escrevo destes todos a cada dia, bocadinho por dia.
Pery Bevilaqua escreveu carta para Jango, praticamente no dia do golpe, creio que nunca lida por Jango, aconselhando-o a algumas atitudes inviabilizando o que estava em curso. Os militares vencedores não o defenestraram assim de imediato, fato ocorrido somente em 1969, num ato considerado até hoje único como desonrosa punição. Ele faleceu em 1990, aos 91 anos e ao relembrar de sua trajetória, não consigo vislumbrar alguém hoje com posições tão altaneiras. O considero propositor de um projeto militar derrotado e como gosto demais de estudar exatamente o que estes, os vencidos fizeram para assim o serem considerados, sua saga sempre me interessou. Eu busco compreender o que ia pela mente dos vencidos, dos motivos de enfrentar os barões e as forças intransponíveis de suas épocas. Enfim, ele foi realmente um bravo nacionalista, cerrando fileiras com Brizola em 1961, para garantir a posse de Jango. Quando um general hoje defenderia, como o fez, a favor do governador gaúcho em nacionalizar a companhia telefônica do Rio Grande do Sul?
Li sobre sua trajetória e o percebo mais ativo, contundente, posicionamento firme e resoluto, mais no final de sua carreira. Foi uma virada, ainda que tardia, muito coerente. Outra coisa, essa decisiva para escrever essas linhas foi o fato de ser adepto da tese de que o militar é um defensor da lei, não de um presidente. Quando escrevo este curto texto, me veio imediatamente na lembrança outro militar, o sargento Darcy Rodrigues, este aqui de Bauru, meu amigo pessoal e sempre seguidor de Carlos Lamarca, morto recentemente e que, me daria uma aula sobre Pery Constant Bevilaqua. Uma pena não ter com quem dividir conversa neste momento, sobre alguém, muito pouco conhecido de nossa história, mas de inegável valor e consideração. Enfim, um resistente e bravo guerreiro, ciente do papel dos militares numa nação livre e soberana. Repito a mesma pergunta feita para Darcy pouco antes de seu falecimento: teremos ainda nas fileiras de nossas Forças Armadas gente a resistir e enfrentar o que está sendo urdido nas casernas? Ele me dizia que sim, mas eu não acredito.
Mas, o saboroso desta terça será o seu comparecimento e ser inquerida, ter que responder e se explicar. Como já adiantou o vereador Guilherme Berriel Cardoso, ela pode até não ser levada à votação da cassação, mas seu ato com essas compras já é mais do que comprovado como inade quado para um administrador, temerário e fora dos padrões da normalidade. Espero que, o momento seja realmente muito bem aproveitado e essa receba o tratamento adequado para quem, fez compras sem consultar a quem de direito, resultando nos problemas já conhecidos por todos. Pior que tudo é algo já divulgado, a de que, ela pretende fazer novas comprinhas, essas não no último dia do ano, mas agora, até para não passar novamente pela suspeita de ter efetuado as compras para não ter que devolver dinheiro ao erário estadual/federal. Amanhã é o dia...
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