Montinegro Monti , este HPA e Luiz Zanelo, mais coloridos e "chacrinha" impossível. E é claro, Fora Bozolino, não te aguentamos mais.
NA HOMENAGEM PARA LÁZARO CARNEIRO, COMPARTILHO O TEXTO DE ADHAM MARIN, DIRETO DA ARGENTINA, VIZINHO DO VELHO LOBO DAS ESTEPES E RECONHECENDO A INFLUÊNCIA DO SÁBIO VIZINHO NA SUA FORMAÇÃOMuito provavelmente, cada um aqui tem uma história peculiar com o Lazinho, o cético mais sonhador que já conheci. Cada uma dessas histórias revela ao mundo um “Seo Lázaro”, com particularidades e inflexões que só seus ouvintes e leitores poderiam conhecer.
Hoje, vim contar quem ele foi para mim. Nasci e vivi a maior parte da minha vida tendo-o como vizinho. Como é típico das casas de periferia, trocávamos por cima do muro frutas que nasciam no quintal de cada um: na dele, eram amoras e jaboticabas; na nossa, eram abacates e acerolas. Também na rua cheia de crianças, Seo Lázaro sempre estava, ora trepando nas árvores ora contando histórias, talvez lembrando de uma infância que nunca se foi.
Mas é sobre as histórias dele que eu quero falar. Histórias de um quem aprendeu e transmitiu, da perspectiva de um caipira, a mais refinada teoria marxista.
Se eu pudesse salientar a coisa mais importante que aprendi com o Lazinho, com certeza foi ter a “consciência de classe” que os teóricos tanto falam, mas, que, naquela época e na cabeça de alguém que nasceu em lar cristão, parecia tão distante. Pra mim, a miséria era uma benesse, privilégio dos escolhidos que deveriam crescer e aprender com o sofrimento terreno.
E, graças ao Lazinho, descobri que não era bem assim. Que eu não deveria agradecer por existir gente mais pobre que eu, eu deveria me revoltar por existir gente mais rica que nós. Eu descobri que a acumulação da riqueza é produto da exploração. Antes de ler uma linha sequer d’O Capital, eu aprendi lições de igualdade, aprendi o valor da utopia, aprendi que não é o amor que move o mundo, mas a indignação.
E é essa indignação que tem me movido, do momento em que tomei consciência – e portanto me reconheci humano -, até hoje.
Mas não foi só o Lazinho sindicalista que atravessou minha vida, passou por ela também o Lazinho humano. O Lázaro generoso que, quando o carro da minha avó não funcionava por causa do frio, cruzava a cidade pra me levar à escola.
E foi graças a todos esses ‘Lázaros’ que cruzaram minha vida que eu me intuí de que alguma coisa no mundo não estava certa; precocemente eu me dei conta de que a sociedade é injusta e de que eu faria o possível pra não repetir esse modelo nas minhas escolhas de vida. Seja por sonho ou teimosia, eu ainda insistentemente acredito que a gente vai mudar o mundo.
Pode parecer ingênua a ideia da teoria do caos de que mudando um pouquinho a gente produz efeitos em escala. Mas o pouquinho que o “Seo Lázaro” fez por mim, mudou minha vida toda.
Borges eternizou a frase “Felizes os que sabem que o sofrimento não é uma coroa de glória”, mas Lázaro Carneiro soube disso muito antes e me ensinou. E a isso serei eternamente grato.
Daqui, do sul dessa nossa sofrida América Latina, envio o brado que grita no meu peito: Lazinho, PRESENTE!
La Plata - Buenos Aires, 07 de julho de 2022.
Obs.: Dificilmente conseguiria escrever algo mais depois de ter ouvido o texto enviado pelo Adham lá da Argentina, sobre o vizinho que transformou sua existência enquanto ser humano. Eu também sou do time dos que foram atrrebatados pelo seu Lazinho, pois desde que o conheci, nunca mais dele consegui me afastar. E os Carneiros todos, espelham muito do que é Lazinho, pois todos saíram ótimas pessoas, humanas e lutadoras. Sinto muito falta de Lázaro Carneiro.
" CERTAMENTE QUE VOCÊS ESTAVAM ESPERANDO POR ESSA NOTÍCIA
As tratativas sobre o nosso Encontro da Diversidade deste ano tiveram muitos entraves por conta do Poder Público (Prefeitura).
Meses atrás procuramos a Secretaria de Cultura e sugerimos que eles publicassem um Edital para contemplar os artistas locais para se apresentarem no “Encontro da Diversidade”, que foi aceito, uma vez que a contratação de um artista reconhecido nacionalmente já havia sido negado.
Quando foi a nossa surpresa, semana passada fomos surpreendidos com a triste notícia que o Edital não havia sido publicado e que eles não teriam condições de assumir nenhuma atração. A única colaboração deste ano seria palco, som, luz, banheiros químicos e interdições para garantirem a vinda das EXCURSÕES com mais segurança, mas que as atrações seriam de nossa responsabilidade (ABD).
Em suma, IREMOS promover SIM o nosso tradicional Encontro da DIVERSIDADE por amor ao movimento, em nome das milhares de pessoas que tradicionalmente comparecem todos os anos aqui em Bauru.
Não podemos aceitar que um Governo e questões administrativas que não foram cumpridas anulem nossos sonhos, e não permitem que a liberdade, diversidade e inclusão sejam respeitadas na mesma condição que outros segmentos são.
No Encontro deste ano está confirmado Silvetty Montilla, DJ Paulo Pringles, Fabricio Flores, Banda Gum Pop, DJs DNA da Balada, DJ Prand, DJ Gabi Abreu, Ballet Sigma, kyara Arayk, GG Sacoman, Mary Jay, Valentina Veiga, Raphaella Albuquerque, Júlia Dragfaiter, Lolla Vaiola, Juliana Dullorens, Larissa Spellman e Danielli Angel.
Com você, pela nossa bandeira e pelo orgulho de sermos quem somos, o ENCONTRO VAI ACONTECER dia 28/08 a partir das 14h00 no PARQUE VITÓRIA RÉGIA.
Agradecemos todos os artistas locais que numa onda de solidariedade se juntaram a nós!
Nós somos as atrações principais, e por isso, CONVOCAMOS todas as cores, gêneros, raças e segmentos para colorirmos o dia 28/08 em Bauru.
SOMOS, ESTAMOS, ACOSTUMEM-SE !", comunicado oficial dos organizadores e compartilhado por este HPA, entusiasta e participante de quase todas as Paradas realizadas em Bauru.
Obs. final: Creio que, os organizadores deveriam ter insistido mais na real possibilidade do trio elétrico descer a Nações, como marca registrada do evento. Tudo bem que o show é também importante, mas entre escolher um e outro, fico com os DOIS. Quem, mesmo sem o patrocínio do poder público municipal, foi buscar patrocínios para bancar os shows, daí com um pouco mais de esforço, teriam ao menos um trio elétrico. De algo tenho certeza e quase incontestável: não creio que, ninguém a participar deste evento consegue ter algum tipo de olhar de preferência para com o presidente miliciano, diante de tanto animosidade já demonstrada por este para com todos do segmento LGBTQIA+. Existiria eseria possível algum louco a torcer pelo seu maior algoz?
"Ontem o Henrique fez uma entrevista de encher os boca de água e hoje nós fomos lá com chuva e frio comprar coxinha que judiação nossos irmãos chuva frio sem público . Deus ajude cuide multiplique abençoe", texto de Maria Inês Faneco, que ontem assistiu entrevista minha com dona Cida Santos, a dos bolinhos de mandioca e hoje foi lá procurá-los do lado de fora do Recindo da Expo 2022 e comprar produtos dos três. Eu cada vez tenho mais certeza, é destes que quero e vou continuar escrevendo e indo atrás.
Campanha tomando conta das ruas.
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