quarta-feira, 3 de agosto de 2022

ALFINETADA (218)


PERFIL DO EMPRESARIADO EM TEMPOS DE REFORMA TRABALHISTA E BOLSONARO NO PODER
Volto de viagem à Argentina, país que me diziam estar estraçalhado, porém mantém intacto algo para os seus cidadãos, um programa social, onde passar fome está fora de cogitação. Chego aqui e reencontro um amigo próximo, desempregado há mais de um ano, vivendo de bicos e sofrendo horrores para continuar tentando viver dignamente. Veio de longe, aqui se instalou e desde então, alguns empregos fixos, todos com renda muito baixa e agora algo arranjado num estacionamento de veículos. Registro em carteira, nem pensar. Trabalha por veículo vendido, onde cumpre uma tabela feita pelo dono do estabelecimento. Vendendo um carro R$ 300,00. Quando vende mais de 3, consegue além do valor um bônus mínimo no mês. Vendeu um no mês passado e seu soldo foi o combinado. Diariamente lava veículos, três vezes por semana, todos da loja, deixando-os impecáveis para os clientes. Em troca recebe a alimentação no local e no final de julho, por cortesia do empregador, lhe foi dado mais R$ 300, a título de cortesia. Vive com os R$ 600. Vai a pé para o trabalho e volta com o patrão, que por sorte, não por gentileza, mora num local, onde terá que, obrigatoriamente passar perto de sua casa, daí chega mais descansado em sua casa.

Essa sua rotina. Nunca tinha trabalhado no ramo e está se adaptando, em algo ouvido pelo patrão: "Isso aqui não é um emprego, é uma profissão". Segundo essa concepção, o empregado pode ganhar muito, desde que venda muito, pois se nada vender, nada ganhará, mesmo lavando e limpando infinidade de veículos durante a semana. Foi esboçar uma reclamação para o patrão e ouviu deste: "Veja como somos solidários. Ainda te propiciamos a alimentação diária. Se esforce mais". A loja possui mais vendedores e todos na mesma situação. Alguns já com anos de janela, mais experientes e desta forma, não medindo esforços para também passar a perna no novato, que bobeando fica sem alguns contratos inciados sob sua batuta, mas finalizados pelo esperto colega de trabalho. O questiono dos motivos de ali continuar e sua resposta: "Fiz concursos, estou atento a toda e qualquer outra possibilidade, mas diante de nada de novo, continuo. Pelo menos ali tenho a alimentação. Sempre vivi com pouco, sei viver nessas condições, mas em alguns casos, nítido como exploram da situação e se beneficiam disso. Se reclamar, perco até isso, daí me aquieto, trabalho calado. Sou um cidadão triste, infeliz".

Ele é uma pessoa muito instruída, possui conhecimento e sabe muito bem discernir tudo o que lhe acontece. Conversamos ontem a respeito e lhe disse, ser este o modal de trabalho atual, o do máximo da exploração da mão de obra do trabalhador, regime escravista, onde todos os direitos trabalhistas estão suspensos e o patrão tem total liberdade, cobertura do atual desGoverno Federal, ações sem nenhum escrúpulo, só pensando e agindo em benefício do patrão. O patrão, por outro lado, cada vez mais, ciente de sua atual condição, defende Bolsonaro e todas as transformações, pois tudo lhe é muito cômodo. Tempos sem lei, ou melhor, trabalhador cada vez mais desprotegido e tendo que se submeter a condições totalmente adversas. Que raios de empresário é esse? Ele, uma pessoa outrora alegre, cheio de ideias, altivo e lendo muito, hoje se mostra, cada vez mais triste, cabeça baixa, sem motivação e perspectivas. Só não cometeu uma loucura até a presente data, pois ainda é guiado por princípios altaneiros. Sua vida, como se vê, está por um fio e num beco sem saída. Já, seu empregador, usufruindo das barbaridades propostas pelo capitalismo selvagem à moda neoliberal, sem nenhum reconhecimento da condição mínima de sobrevivência do ser humano. Este algo bem próprio destes tempos. Como ser feliz diante de algo assim? Impossível não querer mudar isso tudo. Os que se aquietam, se acomodam e aceitam, meus pesâmes, pois fazem parte da podridão permeando as relações humanas.

AGORA A PREFEITA INTIMIDA OS SERVIDORES DA EMDURB - MAIS AUTORITÁRIA IMPOSSÍVEL
Depois de tudo, de ter comprado imóveis inservíveis na bacia das almas e sem consultar ninguém, salvando alguns inolvidáveis bauruenses da bancarrota, depois de aparecer sorrateiramente no meio dos shows do aniversário de Bauru, ela e a mãe, como se tudo o que ali ocorresse no parque Vitória Régia, fosse algo dado por ela para a população bauruense, depois de nada fazer, mesmo com comprovações de viagens turísticas com ônibus da Educação, com aval da Cultura e de adulteração de documentos, com intuito de dar um jeito e livrar a cara de alguns staff, depois de driblar o sindicato dos servidores e dar um reajuste parcial para o vale alimentação, beneficiando uns e dando uma banana para outros, agora, quando os prejudicados e deixados de lado, revoltados por terem sido preteridos se unem, promovem uma justa greve, ela, a IncomPrefeita, vem à público, contrata uma empresa suspeita para executar o serviço destes, os coletores de lixo e como a greve tem continuidade, ela os ameaça com provável demissão. Estabelece um prazo, até a próxima sexta, 05/08 e se estes não voltarem ao trabalho, poderão perder o emprego. Na verdade, o que está em curso é o fim da Emdurb, mas inicialmente uma estocada numa das categorias mais importantes hoje dentro do funcionalismo municipal, a dos coletores de lixo.

Essa a linguagem da bolsonarista e fundamentalista prefeita. Faltava só mais essa, uma declarada ameaça e guerra estabelecida com o funcionalismo. A categoria num todo, o conjunto dos servidores, mesmo os que receberam a partir deste mês o vale de R$ 1 mil reais, deveriam se unir aos que não receberam e engrossar o caldo contra a atitude autoritária da alcaide, que foge de suas responsabilidades, criando mais um problemão, diante de tantos outros empurrados com a barriga. Por outro lado, faz de tudo para emperrar e inviabilizar a Processante que, nos seus calcanhares, está a investigando. Ela desmerece as testemunhas que apresentam algo contundente contra sua pessoa, como o mentor do projeto da Processante, foge das respostas e contra-ataca com ameaças, intimidações e instiga os seus, aqueles que pelas redes sociais, a defendem com unhas e dentes, iguaizinhos ao bolsonaristas no cercadinho do lado de fora do Palácio do Planalto.
Ou Bauru se une e dá início a um incessante trabalho de descrédito para tão ultrajante administrtação, ou a cidade estará pela frente, como fez Bolsonaro com o país, com algo sem limites, querendo tomar conta de tudo, uma espécie de "com Supremo com tudo", igualzinho fez seu mentor. Permanecer calado, só observando é tudo o que ela quer. Suéllen trabalha e age com a certeza da impunidade. Estes tempos a fazem agir assim, ela aprendeu a fazer política desta forma, invcentivada pelos lá encastelados hoje em Brasília, não respeita leis, normas, convenções, regras, pois acredita que o que vai pela sua cabeça é o correto. Essa intimidação para com os servidores da Emdurb merece uma revolta generalizada e ela tem que ter início neste momento. Deixando hoje, amanhã virá algo mais, depois outra coisa, mais outra e quando nos dermos conta, ela terá tudo dominado. E ela não é tão forte assim, ou é?

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