PARA O 99º LADO B, CIDINHA SANTOS, NESTE MOMENTO VENDENDO SEUS BOLINHOS DE MANDIOCA DO LADO DE FORA DO RECINTO DA EXPO, CONTANDO SUAS HISTÓRIAS E "QUASE" REVELANDO A RECEITA DE SEUS QUITUTESNão tinha como deixar passar esse momento e neste sábdo, 20/08, 17h vou estar lá defronte o Recinto da Expo, diante da barraca de quitutes de dona Maria Aparecida Paula Santos, a dona de uma das receitas mais instigantes desta cidade, a do seu Bolinho de Mandioca (com letras maiúsculas). Quem já provou sabe do que estou falando e ela, ciente de ter nas mãos uma preciosidade, diz que fala de tudo, mas resguarda a receita original. Neste ano, ontem mais precisamente, tomo conhecimento de que, após muitos anos trabalhando dentro do recinto Mello Moraes quando da realização da Expo anual, este ano ela não teve vaga confirmada e conseguiu um espaço diante de um muro num dos portões de estacionamento. Como vemos, o frio como solto aí fora e ela, juntamente com outros pequenos comerciantes montaram um espaço todo especial do lado de fora e tentam assim recuperar o investimento feito para o evento.
Propus a conversa com ela, não para reclamar, mas para contar pra gente a sua história de vida e resistência. Ela topou e animada será a 99ª Lado B - A Importância dos Desimportantes, meu bate papo semanal e desta feita, com mais uma dessas histórias mais do que arrebatadoras. Adoro contar exatamente algo como está sendo propiciado neste momento. Dona Cida quer falar, quer contar algo mais, falar de sua luta pela recuparação da saúde, a volta por cima dada com a barraca, circulando pela cidade em diferentes pontos, cada dia num lugar e nela reencontrando mais do que motivos para continuar mais viva que nunca. Não vai ser somente a história do Bolinho de Mandioca, mas como tudo começou e onde está indo isso tudo. Ela, que foi empregada doméstica por anos, resolveu num momento de sua vida dar início a outra caminhada, juntou o marisdo, então recém aposentado, a neta e juntos circulam pela cidade.
As agruras ela tira de letra, escolada e ciente de que, diante de uma dificuldade, logo pode surgir uma outra oportunidade e assim toca sua vida, sempre com muitas surpresas. Ela mora no Geisel e de lá, sai com seu aparato quase todo dia, para montar tudo em lugares diferentes, conquistar clientela e amigos. "Não vou passar a receita do bolinho, mas adianto, nela não tem farinha de trigo", é só o que me diz e não vou perguntar nada sobre a receita, pois se é segredo do seu negócio, assim deve permanecer. A conversa vai ser sobre como tudo isso começou, como ela adorando culinária, deu a volta por cima, espantou a depressão e a doença, hoje feliz e resoluta, na certeza de estar no caminho certo. Conversar com dona Cida vai ser mais do que um luxo, um contentamento e nem o vento e o frio deste sábado vai nos espantar. Lá estaremos, 17h diante de sua barraca, provando o tal bolinho e a ouvindo, pois suas histórias são mais ou menos parecidas com a de tantos outros, que labutam pelas ruas de Bauru, com o sonho de ser, fazer e acontecer.
Vamos juntos?
* Meu 73º artigo para o semanário DEBATE, de Santa Cruz do Rio Pardo, edição nas bancas nessa fria manhã de sábado:
Está aberta a temporada de visita dos políticos em nossas cidades, considerados por estes como seus redutos eleitorais. Com o declarado início da campanha política, está dada a largada para uma das mais rápidas que já se teve notícia em toda história brasileira. Os políticos estão em polvorosa e sombreando nossos lares, como aquelas enxurradas de gafanhotos que, vez ou outra se têm notícia de invadir algum lugarejo distante pela aí. No caso dos políticos e neste caso específico, eles não andam em bandos, nem devoram tudo o que encontram pela frente, mas causam estragos.
Seria hilário, não fosse trágico. O único jornal local, hoje funcionando com reduzido quadro de funcionários, passa por apuros, pois numa cidade com 400 mil habitantes, todos batem cartão e por lá passam, clamando por verem depois algo publicado Diante da avalanche destes últimos dias, o critério mudou e nem todos poderão ter mais matérias estampadas em suas páginas. Ou faziam isso, ou não teriam espaço para mais nada. Nas rádios locais, com parcos horários dedicados para os noticiários, ouvi dizer que dias atrás, existia numa delas fila e com minutos cronometrados. Um entra e sai danado, confundindo a cabeça do jornalista encarregado de receber e entrevistar o candidato. Ouvi dizer que, diante de tanta gente e da inexperiência do novato repórter, a pergunta que seria feita para um, acabou sendo direcionada para outro. Ou seja, o confusão está estabelecida.
Na TV local, que um dia foi apregoada como comunitária, cuja audiência não bate nenhum pico, outro ponto de convergência quando o negócio é criar uma agenda para certos candidatos, cujos cabos eleitorais, diante de não saberem direito onde leva-los, acabam por congestionar o corredor e os programas dedicados aos noticiários. Vigora depois da saída do candidato a cobrança para ser repassado o link da matéria ou mesmo a gravação, pois o cabo eleitoral precisa mostrar serviço e o candidato quer evidenciar a sua importância em ter sido entrevistado aqui e acolá.
Vamos juntos?
Eis o link da gravação realizada neste sábado, defronte a Expo: https://web.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/1256254711796861
OBS Final: Gravei o bate papo na rua, com carros passando a todo instante e também com o som o vento forte ali ao nosso lado, o que causou problemas de compreensão, em alguns momentos, principalmente na fala de dona Cidinha. Tentamos e conseguimos. A intenção era essa mesma, não gravar em outro lugar se não ali no local onde ela conseguiu se estabelecer durante a realização da Expo Bauru 2022. Assim como os três pequenos comerciantes ali naquela esquina, outros tantos estavam em outras esquinas, todas no entorno dos mutos da Expo. Mesmo com muito espaço para ter todos no espaço interno, neste ano, nenhuma concessão foi feita além dos que puderam pagar o estabelecido. Noutros, houve muitos comerciantes sendo agraciados com espaços gratuitos. Neste, os que pagaram e tinham, por exemplo, como produto vendido churros, não permitiram que outros, mesmo pequenos, pudessem adentrar o recindo interno. Da conversa com ela, com a persistência do vento, fui o mais breve possível, abordando todos os temas possíveis e ao final, quiz também gravar algo com os dois outros comerciantes na mesma esquina. Foi traçado um ótimo perfil da situação atual dos comerciantes de rua e suas possibilidades. Algo ficou evidente da fala dos três, pois dona Cida, ainda tem seu marido hoje aposentadoi e com renda advinda disso, porém os outros dois, como a maioria dos pequenos nas ruas, todos tirando o sustento total dessa comercailização. Preciso corrigir algo, dona Cida não trabalhou por onze anos dentro da Expo como disse no começo da conversa. Foram três anos e neste, o quarto não lhe deram a permissão. Na verdade, ela trabalha com a venda dos seus salgados há onze anos e nos mais diferentes lugares.
outra coisa
ELES ESTÃO ENTRE NÓS** Meu 73º artigo para o semanário DEBATE, de Santa Cruz do Rio Pardo, edição nas bancas nessa fria manhã de sábado:
Está aberta a temporada de visita dos políticos em nossas cidades, considerados por estes como seus redutos eleitorais. Com o declarado início da campanha política, está dada a largada para uma das mais rápidas que já se teve notícia em toda história brasileira. Os políticos estão em polvorosa e sombreando nossos lares, como aquelas enxurradas de gafanhotos que, vez ou outra se têm notícia de invadir algum lugarejo distante pela aí. No caso dos políticos e neste caso específico, eles não andam em bandos, nem devoram tudo o que encontram pela frente, mas causam estragos.
Seria hilário, não fosse trágico. O único jornal local, hoje funcionando com reduzido quadro de funcionários, passa por apuros, pois numa cidade com 400 mil habitantes, todos batem cartão e por lá passam, clamando por verem depois algo publicado Diante da avalanche destes últimos dias, o critério mudou e nem todos poderão ter mais matérias estampadas em suas páginas. Ou faziam isso, ou não teriam espaço para mais nada. Nas rádios locais, com parcos horários dedicados para os noticiários, ouvi dizer que dias atrás, existia numa delas fila e com minutos cronometrados. Um entra e sai danado, confundindo a cabeça do jornalista encarregado de receber e entrevistar o candidato. Ouvi dizer que, diante de tanta gente e da inexperiência do novato repórter, a pergunta que seria feita para um, acabou sendo direcionada para outro. Ou seja, o confusão está estabelecida.
Na TV local, que um dia foi apregoada como comunitária, cuja audiência não bate nenhum pico, outro ponto de convergência quando o negócio é criar uma agenda para certos candidatos, cujos cabos eleitorais, diante de não saberem direito onde leva-los, acabam por congestionar o corredor e os programas dedicados aos noticiários. Vigora depois da saída do candidato a cobrança para ser repassado o link da matéria ou mesmo a gravação, pois o cabo eleitoral precisa mostrar serviço e o candidato quer evidenciar a sua importância em ter sido entrevistado aqui e acolá.
Desafetos se encontram pelos corredores e na fila de espera. Numa cidade como Bauru onde 35 candidatos concorrem as vagas de deputados estaduais ou federais, acontece de tudo e mais um pouco. As histórias são hilárias, mas não para quem está ali para contornar as mais absurdas, algo um tanto folclórico. O candidato “X” se achando mais importante que o “Y” ficou danado da vida ao saber que, seu concorrente, sem a mesma bala na agulha que ele, teve algo gravado, não sobrando maias espaço naquele dia para algo com sua pessoa. O pau come na casa do Noca e algumas histórias já são contadas como fossem piadas.
Existe também aquele candidato que está com hora marcada no meio de comunicação, mas naquele mesmo dia, aparece um figurão de maior relevância, daí é armado todo um emaranhado enrolativo para desmarcar com o visto como inexpressivo e considerar aquele com mais bala na agulha. O meio de comunicação pensa também por esse viés, na audiência ou na importância daquele figurão ter escolhido justamente dar entrevista pra eles. São situações embaraçosas a movimentar a imprensa bauruense por estes dias. Em visitas de campanha acontece de tudo e mais um pouco.
Num dos órgãos da imprensa local, para não ser mais pego de surpresa, jornalista me confidenciou ter sido preparado um rol de perguntas básicas, aquelas que não podem faltar nessas ocasiões e sendo repetidas para todos os que por lá aparecem. Se isso acrescenta ou não votos é outra coisa e o que vale é ser visto, notado, percebido e ter seus minutos de fama. Para alguns, mera rotina, para outros, a possibilidade de ser lembrado e reconhecido. E quem sabe se valorizar para o próximo pleito. Relembrando, a atual prefeita de Bauru, Suéllen Rosim não esperava chegar nem no terceiro lugar na corrida para a Prefeitura e quando acordou estava eleita. Para Bauru, deu no que deu, já teve até processante na metade de seu primeiro mandato, mas isso já é outra história.
Henrique Perazzi de Aquino, jornalista e professor de História (www.mafuadohpa.blogspot.com).
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