sexta-feira, 30 de setembro de 2016

ALFINETADA (149)


MEUS TEXTOS NO SEMANÁRIO ALFINETE – AGOSTO, SETEMBRO E OUTUBRO DE 2004
Hoje a reprodução de mais DEZ, temas variados e múltiplos, ótimos para serem “reeleitos” (palavra criada na véspera da eleição de domingo próximo) hoje e tentando imaginar como essas se davam há exatamente doze anos atrás. Vamos a eles (e para tê-los em tamanho maior, basta um clique em cima de cada texto):

Edição 283 - nº 212 – E por falar em telefones...- 07/08/2004
Edição 284 – nº 213 – O que continuo ouvindo no meu rádio – 14/08/2004
Edição 285 – nº 214 – O tal do Conselho de Imprensa e a posição do Governo Federal – 21/08/2004
Edição 286 – nº 215 – Uma história de um político que deixou saudades – 28/08/2004
Edição 288 – nº 216 – Poesia gerando controvérsias – 11/09/2004
Edição 289 – nº 217 – Gente do Lado de Cá 5: Vicente, o Sorveteiro – 18/09/2004
Edição 291 – nº 218 – Historinhas Eleitorais – 02/10/2004
Edição 293 – nº 219 – Lavando roupa suja – 16/10/2004
Edição 294 – nº 220 – Intolerância Religiosa – 23/10/2004
Edição 295 – nº 221 – No segundo turno o tiro vai sair pela culatra - 30/10/2004

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

COMENDO PELAS BEIRADAS (26)


É NESSAS HORAS QUE VOCÊ PERCEBE DE QUE LADO ESTÁ O POLÍTICO

Hoje ocorreu em Bauru uma grandiosa manifestação estudantil secundarista contra as reformas do ensino público. Os estudantes vindos das mais variadas escolas do município ocuparam primeiro a rua, depois a parte externa e, por fim, todo a parte interna da Delegacia Regional de Ensino de Bauru. Numa ação orquestrada e muito bem construída, souberam fazer tudo sem chamar muito a atenção e nem possibilitar a desconstrução do ato. Quando a direção regional de Educação se deu conta os secundaristas já estavam dentro do prédio, localizado nos altos da vila Falcão, rua Campos Salles, próxima da ITE. A chegada deles todos, registrada por muitas fotos e vídeos se deu de uma forma absoluta, chegando de todos os lados e maneiras, vindo em grupos, em sua maioria a pé e lotando o local. Pouco importa mensurar a quantidade de estudantes ali presentes, pois o que vale mesmo é mensurar a importância deles se reunirem e organizadamente buscarem melhorias no ensino e no lugar certo.

As reivindicações são as mais simples e todas recaem sobre as modificações propostas pelo atual governo estadual, comandando por um senhor que já provou estar pronto, preparado para ir pouco a pouco promovendo a retaliação, reestruturação com malefícios a olhos vistos para todo o ensino. Alckmin, um dos comandantes de um tal de Estado Mínimo, quer se ver livre das obrigações do Estado ainda tendo obrigatoriedades com o ensino e daí, pouco a pouco vai impondo leis em detrimento da Educação num todo. E agora, justamente às vésperas de uma eleição para prefeito e vereadores, ótimo momento para se observar quem são os políticos que estiveram nessa manhã ao lado das manifestações e pelos que não estiveram, um algo mais do posicionamento desses.

Pergunto para vários participantes quem lá esteve e a resposta foi: os candidato a prefeito e vice pelo PCO, Osmar e Aílton, além do atual vereador Roque Ferreira, concorrendo à reeleição pelo PSOL e mais a também candidata pelo PSOL, a Tetê. Ninguém mais dentre toda a gana de candidatos. Por que? Alguns podem até alegar desconhecimento prévio do ato, mas isso não cola. Dos quatro grandões, os que estão na ponta das tais pesquisas divulgadas, nenhum deu o ar da graça e o motivo é muito simples; todos querem estar de bem com o governador, para eles mais importante do que se posicionarem ao lado das reivindicações dos estudantes. Disso tudo a conclusão é muito simples é óbvia: Nenhum dos que despontam como prováveis prefeitos comprarão briga a favor dos estudantes. E se não o fazem a favor desses, também não o farão em muitas outras contendas onde tenhamos algo do Governo estadual ou do atual Federal golpista em jogo. Isso tem nome e sobrenome: Medo e Cagaço.

Esses citados aqui foram os mesmos que ontem estiveram na manifestação na Prefeitura quando outro grupo organizado exigia terra para morar. Hoje a noite outra manifestação, essa contra os desmandos das TV Globo, lá diante da TV TEM, Jardim Bela Vista. Hoje é dia de debate lá naquela emissora e os quatro lá estarão, nenhum do lado de fora gritando slogans contra a bestialidade jornalística hoje produzida por essa emissora, mas todos tecendo loas a “correta condução democrática” da TV Globo em tudo que faz. Estamos mal de candidatos e, em quem você vai votar mesmo no próximo domingo? Pense bem, se fogem de estar junto das reivindicações populares, o que farão por esses?


OBS.: Todas as fotos ilustrativas foram gileteadas de variados fotógrafos que participaram do Ato de protesto.

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

RELATOS PORTENHOS E LATINOS (31)


PEQUENO HISTÓRICO DA QUESTÃO DAS TERRAS NO BRASIL E UMA AÇÃO CONCRETA EM BAURU
Simbolo do Grupo Unespiano

Ontem foi dia de debater a América Latina e tudo o que cerca este instigante tema, possibilidades, história, cerceamentos e proposituras. Faço parte de um Grupo de Estudo formado com mestrandos da UNESP a debater esse tema. Na maioria jovens, ali formados ou em via de formação e sob a coordenação da professora Maria Cristina Gobbi. Ela, assim como todos no grupo, entorpecidos com as possibilidades desse continente abaixo da linha do Equador, viajamos com cada novo texto a nós apresentado. Um texto em debate, o “Tradição e Modernidade no Agir Político na América do Sul: a questão da crise de representatividade”, escrito pelo professor titular de História Moderna e Contemporânea na UFRJ, Francisco Carlos Teixeira da Silva. 30 páginas que nos fazem pensam e em cima disso o debate flui. Num certo momento algo esbarra na aldeia bauruense, aqui transportado por mim para acontecimento, esse em pleno desenvolvimento na cidade onde vivemos, Bauru SP. Fiz um recorte e aqui reproduzo:


“...alguns apontariam a ausência de mudanças estruturais profundas (...), assim processos importantes de modernização política, com ampla base social, foram interrompidos pela ação das oligarquias locais. (...) as limitações, mesmo que restritas, do exercício sem freios do poder local, sobre pobres, índios, mestiços e camponeses foram, inteiramente liberadas. Assim, amplas massas populares ficaram, sem apelação, à mercê de forças sociais adversas que não hesitaram em reafirmar seus mecanismo de dominação (tomada de terras ou imposição do controle do trabalho). (...) A medida básica foi a dissolução de todas as formas coletivas ou corporativas de posse da terra, o que acabou por acarretar a expulsão de milhares de pobres de suas terras tradicionais. Processo idêntico em muitos outros países latinos. (...) ...conseguiram legalizar a apropriação de grandes propriedades, enquanto o campesinato foi abandonado aos mundo dos senhores locais. (...) No caso do Brasil, uma série de leis, a partir de 1850, procura atrelar a libertação dos escravos ao acesso da terra exclusivamente mediante a compra, o que excluiria a imensidão dos pobres sem terra. (...) Multidões são lançadas no mais completo abandono. (...) Foi nas reformas liberais do século XIX, quando as elites locais, as oligarquias agrárias, assumiram de fato o poder político e reformaram o ordenamento jurídico dos países americanos visando a eternização do seu domínio.”.


Muito mais foi dito e discutido. Impossível não fazer a alusão desse trecho com algo ocorrendo nesse momento em Bauru, quando um número grande de cidadãos impossibilitados de conseguir moradia dentro das atuais condições propostas pela conjuntura ocupa por 24h a Praça das Cerejeiras e o prédio da Prefeitura Municipal de Bauru. Todos oriundos de um grupo organizado pelo MSL – Movimento Social de Luta, com o intuito de buscarem como objetivo principal de luta conseguirem definitivamente um pedaço de chão para morar, não só em áreas ociosas do município, mas em outras num indefinido litígio, ou seja, sem dono certo, ou com propriedades esquentadas ao longos de décadas por apropriações dos ditos “barões” oligárquicos a nos rodear. Cansados de promessas, ocupam pela segunda vez praça e prédio da Prefeitura, em busca da legalização dessas áreas na cidade. Ciente de que, muitas delas nem dono certo possuem, pois foram griladas, ocupadas irregularmente por gente que se dizem seus donos, exigem o seu quinhão. Entenda algo do que ocorreu: http://www.jcnet.com.br/…/prefeitura-municipal-de-bauru-e-t… e http://www.jcnet.com.br/…/semterra-pedem-intervencao-do-pre….

Da reação popular, coincidindo com a segunda ocupação do prédio da Prefeitura, algo pelo qual os sem tetos não mais suportam: evasivas promessas. Isso de terras ociosas estarem nas mãos de graúdos e esses se dizendo donos, sem de fato possuírem escritura definitiva delas, algo mais do que histórico no país. Quem não se lembra da fazenda em Borebi, a dos pés de laranjas derrubados pelos tratores? A CUTRALE nunca foi dona daquelas terras, mas agiam (e agem) como seus definitivos proprietários. Uma história que precisa ser sempre lembrada em Bauru é a do Quilombo PORCINOS, de Agudos. Tudo começou com uma área compreendendo o que seria hoje cinco municípios (Bauru, Lençóis, Agudos, Pederneiras, Cabrália e Duartina), conseguida por herança de um casal de negros no final dos anos 1800. 120 anos depois perderam tudo, tudo requentado ao longo desse tempo todo em cartórios dessas cidades e favorecendo gente “graúda”. Os quilombolas tentam reaver um único pedaço para reconstruírem algo e já sabem, pelas vias legais impera a morosidade. Aqui um pouco dessa história:http://mafuadohpa.blogspot.com.br/search?q=porcinos.

Portanto, a única conclusão plausível diante desse ajuntamento popular lá na Praça das Cerejeiras é somente uma. Todos estão cientes de que, muitas terras no entorno de Bauru e aqui mesmo são fruto de ilegalidades, os tais esquentamentos cartoriais, que até hoje ocorrem, vide a quase consumada legalização do Residencial PAMPLONA, na divisa entre Agudos e Bauru. Parte dos sem teto de Bauru estão mais do que cansados, exauridos de promessas e de presenciar iniquidades. Resolveram partir para a prática: exigem o seu quinhão de volta. Algo usurpado lá atrás só será a eles devolvido sob pressão, ação conjunta, consistente e assim está sendo feito. Portanto, quando nos deparamos com esses todos de barracas montadas em nossas ruas e praças não botemos a culpa neles por ali estarem e sim, no que foi feito no passado, uma arruaça distributiva de terras para “graúdos”, verdadeiros roubos, tudo legalizado da forma mais vil. Esses de hoje só estão a exigir o que sempre foi deles, um naco de terra para viverem. Sacaram isso, estudaram e descobriram o que ocorreu no passado e não aceitam mais serem passados para trás. A história está aí 
comprova isso tudo, basta revê-la, estudá-la a fundo. Quem olha os documentos lá atrás sabe muito bem das maldades já feitas contra o povo brasileiro e latino. Daí, bato efusivas palmas em pé para o vigoroso pessoal do MSL. Movimento mais original, necessário e sincero que esse não vejo ocorrer hoje país afora. Para nossa felicidade estão aqui, em plena aldeia bauruense.Estão de parabéns!

OBS.: As fotos ilustrativas desse texto foram todas gileteadas via redes sociais e internet, tiradas por diferentes fotógrafos.

terça-feira, 27 de setembro de 2016

O PRIMEIRO A RIR DAS ÚLTIMAS (30)


DOS OFÍCIOS ONDE MENTIR SE FAZ NECESSÁRIO E O JEITINHO DADO POR UM QUE DRIBLOU OS GRAÚDOS
Eu tenho uma baita de uma amiga que é radialista numa cidade próxima de São Paulo. Estudou comigo em Bauru, hoje mora e trabalha numa cidade com mais de 500 mil habitantes. Exerce a profissão de radialista faz mais de uma década, vozeirão bonito, imponente, participa de uma programação educativa e sua voz é distribuída para todos os cantos. Muito conhecida por lá, participou de manifestações do Fora Temer!, muito consciente, lúcida, antenada, mas dentro da emissora não pode dar um pio sobre seus posicionamentos, mas é praticamente obrigada a repassar o da rádio, ao vivo e a cores, pelas ondas do rádio e através de sua voz. Vive angustiada consigo mesmo e me diz de variados e múltiplos problemas de saúde, todos arrebanhados nos últimos tempos, a maioria agregados aos que já possuía e tudo por causa de se ver obrigada a transmitir pelas ondas radiofônicas algo, primeiro de caráter mentiroso, depois diz não existir a mínima possibilidade de mostrar o contraditório, o outro lado da moeda. Sofre e muito. Não é a única a fazer algo parecido.

Numa troca de diálogos pelo facebook chegou a me confidenciar: “Já pedi inúmeras vezes pra me tirarem da porra do jornaleco feito aqui, ao estilo copia e cola. Vem tudo pronto e leio a versão oficial do novo Governo. Querem me ver sangrar. Já consultei um advogado e meu caso é difícil. Minha ‘credibilidade’ é minha ‘voz’ e são produtos de mão dupla: são frutos do meu trabalho, mas também são frutos da oportunidade da rádio. Ou seja, sou um papagaio. E preciso do emprego, tenho família. Vivo um baita de um conflito interno”.

Desabafos como esse são mais do que normais nos tempos atuais. Tempos atrás reproduzi aqui outro, o de uma professora, também baita amiga, essa tendo que enfrentar os desmandos de uma diretora de escola impondo situações em detrimento da Educação e tudo para favorecer, o Governo, o do estado, o patrão, que paga o soldo mensal, mas desdiz de suas reais obrigações, porém, quer sempre estar na crista da onda, como bom mocinho. Quantos professores hoje não estão na mesma situação, calados, reprimidos e obrigados a se submeterem às mais cruéis situações, tudo para manter o emprego?

O texto de hoje é uma ODE a esses todos. A radialista que não pode dizer o que realmente ocorre. A professora que repassa aos alunos uma situação ilusória. O funcionário público que aparece na campanha do candidato oficial de forma forçada. O cartorário que, mesmo sabendo que o terreno do figurão é irregular, carimba seu nome no papel oficializando a mentira. O homem na esquina distribuindo panfleto daquele candidato que ele sabe muito bem que nunca fará nada por gente como ele. O caixa daquela loja que junto da entrega do produto entrega ao cliente um santinho do candidato do dono do estabelecimento. O empregado que tem que ficar quieto toda vez que seu patrão fala horrores do candidato que sempre defendeu os seus lá do bairro. O desempregado, obrigado a dizer que também gosta do mesmo candidato do novo patrão, pois do contrário continuará na rua da amargura. A todos esses, o reconhecimento e a esperança de que o troco pode e deve ser dado no próximo domingo, nas urnas, fazendo exatamente o contrário do previsto. Essa a chance.

Por fim, a historinha de um que conheci anos atrás numa vizinha cidade aqui de Bauru. Esse meu conhecido é até hoje funcionário da Câmara Municipal da cidade e detentor de um cargo de confiança, o único que conseguiu arrumar por lá. Tem lá seu carrinho, mas em toda eleição vende ele antes de começar a campanha eleitoral. Sabem o motivo? Ele me explicou de forma bem rápida: “Eles sugerem assim democraticamente que lotemos nossos carros com adesivos da campanha do candidato lá deles. Quem não o fizer já sabe o que irá lhe acontecer. Eu para não passar constrangimentos, vendo o carro e passada a eleição, compro outro do mesmo jeito. É meu jeito de não entrar no jogo dos graúdos daqui”.

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

AMIGOS DO PEITO (124)


DOIS APOIOS PARA VEREANÇA EM BAURU 
1.) ROQUE É ROQUE E ISSO ME BASTA
Conheço o Roque Ferreira muito antes dele vir a ser vereador. Já discordei dele em posicionamentos lá atrás e, mesmo hoje, sem existir uma concordância integral de ações sinto-me plenamente satisfeito com sua atuação como vereador. Votei nele e fiz campanha dentre os meus em seus dois mandatos à vereança e confesso, preencheu totalmente as minhas expectativas e de todos à minha volta. Agora mesmo, semana passada, fui procurado para dar vazão a uma denúncia sobre vacinas vencidas estarem sendo descartadas no Postão de Saúde Municipal. Não tinha como fazer a denúncia isolado e adivinhem quem procurei? Claro, o Roque. Para mim o único vereador dentro da atual legislatura em condições para dar prosseguimento a algo de tamanha envergadura. Isso tem um nome, respeito, consideração e confiabilidade. Diante de 17 legisladores, o que votei segue altivo, cumprindo suas obrigações como fiscalizador das ações do Executivo Municipal. Querem outro exemplo? Dou. Durante a maior parte desses dois mandatos, Roque pertenceu ao PT e o partido era também o partido da vice-prefeita. Nas condições nada normais dentro do sistema onde estamos vivendo, quem está dentro de uma estrutura dessa natureza faz não só um beija mão ao poder, como nada faz fora do script contra os compondo a coligação em curso. No caso, PMDB e PT. Roque nunca seguiu esse preceito e sempre se colocou, não como empedernido opositor, mas como alguém a fazer o que lhe cabe, ou seja, fiscalizar, denunciar e cobrar, doa a quem doer. Que outro vereador age assim hoje em dia em Bauru? Nenhum outro. Roque não trai seu eleitorado, pois sempre foi o exemplo dignificado em sua conduta. Seu gabinete na Câmara é um dos poucos onde não existe isso de lista com nomes para doações variadas, onde você não fica recebendo cartinhas regulares como demarcação de território por algum favor prestado e com posterior cobrança, essa vindo na forma de voto casado. Ninguém procura o gabinete desse vereador para nada nesse sentido. Roque até pode atender alguma necessidade pessoal de um ou outro eleitor, mas nunca o fará para favorecimento somente de uma pessoa. Suas ações são coletivas, sempre pensando no geral e nunca no individual. Uma postura mais do que conhecida. Pessoa sempre presente nas periferias e atuante em todos os movimentos sociais e reivindicações na defesa dos menos favorecidos, classe trabalhadora e afins. Para ele não existe, lugar nem hora, sempre presente. Não o convidem para convescotes em lugares cheios de pompa. Roque possui um lado e dele não se afasta por nada nesse mundo. Agora mesmo, vive um novo momento em sua candidatura buscando a reeleição. Com a saída do PT e abrigado no PSOL, o grupo político ao qual faz parte, a Esquerda Marxista, sabe de todas as dificuldades, num partido sem coligações, para conseguir mais de dez mil votos, o mínimo necessário dentro da legislação vigente para ser eleito. Daí, não esmorece e redobra esforços. Não possui cabos eleitorais em sua campanha e sim, militantes, gente que de fato acredita e faz parte de seu grupo, assim como amigos e gente que de fato acredita em suas propostas. “Nas ruas e nas Lutas”, seu eterno slogan cai como uma luva para o que sempre foi, onde sempre esteve. Estar com Roque é estar ao lado do que de melhor temos no país no momento. Apoiar Roque em mais essa batalha em sua vida é para mim algo natural, não por tê-lo como amigo, mas por ainda poder confiar em alguém dentro da política, desses que você vota e tem a certeza de que não o decepcionará. Ele sabe, estamos todos torcendo muito para que continue nos defendendo lá no Legislativo bauruense. Roque é desses que não pode ficar de fora do mundo político, ainda mais nesse momento tão conflitante da vida nacional. Presença imprescindível e inquestionável.

2.) COMO SERIA ÓTIMO TER MAGU VEREADOR
O PT, até as pedras do reino mineral sabem meteu os pés pelas mãos, inclusive aqui em Bauru onde comandando pelas mãos de ferro de Estela Almagro foi se coligar com um declaradamente golpista partido, o PRB, também com umbilical e carnal união com a Igreja Universal e tudo o que ela representa no triste cenário religioso e político nacional. Aqui em Bauru, ao abandonar a possibilidade alvissareira e oxigenadora de ter uma candidatura própria, optou por ficar à margem numa candidatura à prefeito, onde o vice é gente ligado à repressão que os petistas sofreram ao longo de décadas. Nesse cenário, o PRB possui milhares de votos de cabresto ligados ao pastor Luiz da Universal e se a coligação conseguir eleger outro candidato a vereador, esse poderia até ser algum do PT. Tudo foi feito para isso ocorrer com Estela Almagro. Como concorrer e desbancar nessa estrutura montada e mantida até sob a custódia da Direção Estadual do PT? Os votos dados a qualquer candidato ajudaria a eleição de quem? Do pastor Luiz e de Estela? Sim, num primeiro momento. Só alguém com uma ampla penetração popular poderia se propor a lançar uma candidatura em oposição a tudo isso e ir à luta em busca de uma grande quantidade de votos, conseguindo suplantar os votos desses dois citados. Muitos estavam propensos a fazê-lo, mas ficaram com receio de ajudar a eleger Estela. Um ousou enfrentar isso, Renato Magu. Criticado de um lado e elogiado de outro, a resposta dada pelo jovem militante petista e também figura das mais conhecidas no universo do Hip Hop e na periferia de Bauru foi ir à luta sem pedir licença, sem parada possível e de forma incessante demonstrar das reais possibilidades disso se concretizar. Magu ousa hoje fazer o discurso tão necessário para a própria sobrevivência do PT, ou seja, em primeiro lugar não desmerece as cores do partido, o vermelho e também o uso da sigla, algo que a própria candidata máster aboliu em sua propaganda. Vê-lo falando pela aí, em todos os lugares por onde passe é constatar a coragem, ousadia e discernimento de falar em alto e bom som de um PT que muito fez nos seus treze anos de Governo no país. Quando tudo e todos insistem em desmerecer o legado petista, enobrece ver alguém ainda acreditando e apostando suas fichas em cima desse positivo argumento. Primordial também saber se desvencilhar das críticas, assumir os erros todos e ressaltar os acertos, algo grandioso para quem joga com a verdade dos fatos. Seguir o que a mídia pratica hoje, com um péssimo jornalismo, ocultando a verdade dos fatos e apunhalando o PT por todos os males da nação é, não só algo vergonhoso, mas eivado de muita mentira. Magu é desses acreditando na salvação não só do PT, mas das conquistas sociais possibilitadas nos últimos anos. Sabe que o caminho trilhado é pedregoso, cheio de obstáculos, cansativo, mas desde o momento em que decidiu se lançar como candidato, não dá mais para ficar olhando pelo retrovisor e o negócio é acelerar, mais e mais. Está a travar uma luta contra o tempo e tentando a todo custo provar que a opção tomada era o único caminho. A intenção dele não é dividir a esquerda mais do que já está, muito menos fazer tanto esforço e dar quinhão para eleger aquilo que o PT precisa mais é expurgar. Magu é valoroso nesse momento, pois aposta toda sua trajetória no renascimento do PT e de um sonho coletivo de fazer política. Ele mesmo afirmou que, percebendo não ter conseguido reunir junto dele e de sua proposta o sonhado, irá rever a tempo de não contribuir para um mal maior dentro da legenda. Vejo nele um desses tantos tentando demostrar na prática ser o PT ainda viável, possível e com valorosos quadros, todos tentando não só salvar o partido, mas contribuir para que não caíamos de vez nas mãos desses raivosos vendilhões do país, golpistas inescrupulosos e nada cordiais. Quantas missões quase impossíveis já estivemos metidos em nossas vidas? Deixar de tentar, de fazer de tudo, não pela realização de um sonho pessoal, mas coletivo, isso faz parte da vida de todo ser à busca da transformação desse mundo em algo mais palatável. Junto isso tudo e faço o que posso para ajudar, contribuir na viabilização de algo tão grandioso. Magu cumpre um papel importante no momento dentro do PT bauruense. Pode ser um divisor de águas e é crendo nisso que lhe dou apoio. Alguns outros candidatos petistas estão na luta, mas vejo que, um algo mais também poderia ocorrer nesse momento, uma união coletiva em torno de somente um nome forte, ampliando ainda mais as possibilidades. Seria fortalecer ainda mais a realização desse sonho. Ainda dá tempo disso tudo e com um grande ato coletivo, construído para fortalecer a luta. Só por desbancar um poder arcaico de mando, já seria um grande feito, mas colocando no Legislativo alguém como Magu, inestimável conquista. Construir a História segundo os preceitos populares não á tarefa fácil, mas não impossível. Existe nesse momento uma possibilidade.

OBS.: Apoio duas candidaturas à vereador dentre tantas surgidas em Bauru. No esforço de ajudá-los, faço pronunciamentos em separado. Entendo como primordial a tentativa de garantir a ambos, Magu e Roque como vereadores. Escrever é o pouco que posso fazer no momento como sincera contribuição.

domingo, 25 de setembro de 2016

BAURU POR AÍ (130)


O PAÍS NO PRECIPÍCIO, AO REDOR ALGUM ALENTO, MAS ALGO ME FAZ CONTINUAR ESGRIMANDO PELA AÍ: MEU FILHO.
Para alguns o país de hoje parece estar uma maravilha. A constatação disso é pelo que vejo nas ruas. Sei que estamos diante de uma população, a maioria dela, amortecida e enganada pelo que vê, ouve ou lê pela mídia local. Ainda hoje cruzo com um amigo de longa data num balcão de bar e ele, direitista assumido vem me dizer que o Lula é isso e aquilo e que merece cadeia. Olho bem para ele, penso antes de falar algo, pois sei que não lê nem bula de remédio, apenas vê TV. Se nem um mero jornal, uma publicação qualquer, um livrinho não lhe passa pelas mãos, como quer tecer tantas considerações e ter tanta certeza disso e daquilo. Nem discuto mais com gente assim, pura perda de tempo. Para gente como ele, uma dor maior no peito, pois mesmo direitista, possui um certo discernimento, lá no fundo sabe do baú de maldades sendo desfechado sob nossos costados, mas prefere continuar pondo a culpa toda no PT. Muitos agem da mesma forma. Dessa experiência de hoje, uma conclusão simples e objetiva: o país está dominado pelo que a mídia lhe incutiu cabeça adentro e não consegue mais discernir entre o certo e o errado, ainda mais porque essa mesma mídia continua despejando diariamente algo novo depois da consumação do golpe. Para os da TV o país mudou para melhor, mesmo que na vida real tudo tenha piorado e muito.

Cansei, estou quase jogando a toalha. Ando de saco cada vez cheio e pavio cada vez mais curto. Sabe aquele personagem que apregoava diante de questionamentos débeis a tal da Tolerância Zero? Estou quase agindo assim. Eu e minha dileta companheira de todas as horas nos entendemos maravilhosamente quanto ao quesito golpe. Podemos não possuir a mesma linha política, mas temos baita afinidade sobre o que ocorreu ao país e sobre tudo o que está ainda por vir. Dentro de casa não tenho problemas nesse sentido. Tenho amigos comungando a mesma linha de pensamento e ação e é com eles que tento seguir a caminhada da vida. Imagine o sofrimento que seria estar rodeado de gente pensando diferente e não tendo com quem compartilhar ideias. Não reclamo disso, pois estou muito bem servido de amigos. Hoje mesmo, estive na Esquina Contra o Golpe, ali na beirada da Feira do Rolo e a maioria dos que ali sentam, bebem, comem e papeiam a manhã toda, sofrem do mesmo mal, estamos na luta contra tudo o que representa o golpe de estado pelo qual o país padece no momento.

Mesmo assim, diante de tudo à nossa volta, vendo as iniquidades todas sendo implantadas sem grande resistência, bate aquele desalento. Ando pelas ruas e ao observar a fisionomia das pessoas, tento entender como eles todos, sofrendo cada vez mais e padecendo brutalmente as mudanças propostas pelos algozes de plantão, nada fazem e agem como se nada possa ser feito. Não consigo tocar a vida indiferente a isso. Sofro, a úlcera cresce, a gastrite estupora, as dores internas dilaceram o corpo já um tanto cansado, veias entopem, músculos se retesam e a vista vai ficando cada vez mais turva. Outro alento me faz seguir adiante: meu filho. Não desisto de tudo por causa dele. Não mando tudo á merda e me enfronho no meio do mato, passando a viver como ermitão por causa dele (e de minha companheira, também). Um meninão, 22 anos, concluindo um curso de Letras e nesse final de semana fazendo questão de me mostrar a sua nova estante no seu quarto. Lá só livros. Queria que fosse conhecer o ajuntamento de leitura conquistado em seu pequeno território.

22 anos e com as paredes no entorno de sua cama lotadas de livros, um sonhador, ciente de que o país daqui por diante piorou, emburreceu e que, cada vez mais e mais será difícil vergar os vetustos governantes em todas nossas esferas. Que merda esse país que ele terá pela frente e o que posso fazer para minimizar isso tudo para gente como ele? Não sei, mas tenho que tentar me manter altivo, na cancha de luta, para não esmorecer também a ele. Por ele eu sigo na luta e pronto para o que der e vier. Quando fiquei ao lado dele folheando seus livros, todos arrumadinhos, a maioria já lidos, ele com a cabeça mais do pensante e pulsante que a minha, percebi a necessidade de continuar lutando. Portanto, não será dessa vez que estarei abandonando as quatro linhas do campo de jogo e indo definitivamente para o vestiário. Ainda tenho alguma lenha para queimar e com elas em chamas, ardendo por dentro e por fora, pretendo proporcionar alguma dor de cabeça para uma cambada de inescrupulosos que vejo pela minha frente.

sábado, 24 de setembro de 2016

O QUE FAZER EM BAURU E NAS REDONDEZAS (81)


AGORA É TUDO A MESMA COISA - HISTORINHAS JUNTADAS COMO AS CERVEJARIAS


1.) Tudo começou no portão aqui de casa. Chego da rua e vejo um folheto enfiado no portão. Um jornal colorido, grandão, propaganda política de Estela Almagro PT. Muita coisa para ler, mas nenhuma lembrança ao PT, o partido a qual pertenceu uma vida inteira a agora candidata. Conferindo não encontro também nada da cor vermelha, antes tão ressaltado nas relações dela com o partido e sim, algo em grená, puxado para o desbotado vinho. Minha conclusão: A cor vermelha desbotada deve ter sido causada pela exposição ao sol ali no portão de casa.

2.) Chego na praça Rui Barbosa para um Ato contra o Racismo, marcado pelo Conselho da Comunidade Negra de Bauru. Ouço o barulho de tambores, vou ver de perto e me deparo com uma banda, que num primeiro momento achei ser escoteiros, mas para minha surpresa aérea, eis um verdadeiro batalhão de jovens da Igreja Adventista. Em formação militar, uniformizados como tais desceram a Batista marchando. Deu medo, cara de milícia.

3.) O Ato contra o Racismo começa a sair e abro a faixa “Diga não ao Golpe”. Sou abordado por duas senhoras, uma fico sabendo a nova presidenta do citado conselho, junto de conselheira. Ambas são taxativas: “Não sairão com a faixa no meio do grupo”. Tento argumentar e digo a elas serem os negros os que mais sofrem com o golpe. Sem acordo. Falo com várias pessoas e ouço que deveria ter “negociado antecipadamente”. Não aceito isso, pois até para protestar tenho que negociar. Saímos, eu e Ricardo Santana, do Sindicato dos Jornalistas, cada um segurando numa ponta, fechando a marcha, numa posição até de melhor destaque. Enfim, luta contra o racismo tem tudo a ver em luta contra o golpe e golpistas. O novo momento do Conselho, não reflete a linha de pensamento da maioria dos seus membros, mas sim da presidência, da linha evangélica conservadora.

4.) Na descida da Batista cruzamos com três grupos diferentes de candidatos, Raul do PV/PSDB, Purini em carreata do PMDB e o Emirates do PRB/PT, nesse um batalhão de gente, não de cabos eleitorais como antigamente, daqueles regiamente pagos, mas agora todos fiéis evangélicos, em sua maioria da Universal. No meio deles, o ex-comandante da PM, Garcia, hoje na reserva, motoqueiro e fazendo questão de ostentar junto aos seus a famosa boina da Rota de lado em sua cabeça. Segui no sentido contrário.

5.) No teatro Municipal hoje à noite tem Vera Fischer, ela que encantou uma geração de hoje marmanjos como esse assumido admirador. Vem com a peça “Ela é o cara” e eu, depois de tantas homenagens a ela prestadas no meu tempo de adolescente, tinha vontade de ir vê-la, eterna miss Brasil. Ana me convence a não ir, pede para me olhe no espelho e diz da ação do tempo sobre as pessoas, daí usa o argumento fatal para me segurar ao seu lado: “Não prefere continuar com a imagem dela do passado em sua mente?”. Preferi.

6.) Fechando o dia de sábado, teremos um debate na TV Preve entre candidatos a prefeito de Bauru, mas não com todos. Excluíram dois, a Flor do PSOL e o Osmar do PCO. Por que? Claro, existem os tais motivos legais, mas o que se encaixa melhor para os acontecimentos é de que, o melhor mesmo para os quatro restantes é não contar no encontro de hoje com perguntadores de inconveniências. Preferiram seguir sem transtornos e assim se entenderão melhor. São umas gracinhas.

7.) A resposta a tudo isso junto e misturado é uma só, muito parecida com a dúvida que tive hoje no horário do almoço diante de três marcas diferentes de cerveja no balde gelado. Um que me acompanhava define bem a situação: “Por que a dúvida, tome qualquer delas, pois todas são feitas hoje via Ambev e no mesmo lugar”. Nada mais assusta e os dias tenebrosos se instalam definitivamente sobre tudo, todas e todos.

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

DICAS (152)


CAIXA DE VACINA VENCIDA DO VÍRUS INFLUENZA PERTENCENTE AO ESTADO É DESCARTADA NO POSTO DE SAÚDE CENTRAL MUNICIPAL – CADÊ AS EXPLICAÇÕES???*

* Hoje mais uma confirmação de que esse blog deve ter lá sua utilidade e esse mafuento algum valor. Sou procurado por alguém querendo se manter no anonimato e acabo sendo o portador de uma séria denúncia de desleixo com a coisa pública. Se fui o escolhido algum valor devo ter...

A situação: A vacina contra o vírus influenza é distribuída pelos Postos de Saúde Municipais seguindo uma prévia regulação, priorizando em primeiro lugar os pacientes que estão na faixa de risco. Ela é repassada aos municípios pela Secretaria Estadual de Saúde.

O motivo da denúncia: Uma caixa representando um lote específico com fabricação datada de maio 2015 e vencimento Maio 2016 está descartada na lixeira central do Posto de Saúde Central Municipal, localizado na rua Quintino Bocaiuva, região central de Bauru. Ou seja, esse lote estadual, não foi repassado ao município, mas alguém do Estado a descartou ali, para que o órgão municipal providenciasse o descarte via Emdurb, o órgão que passa recolhendo lixo hospitalar nas unidades de saúde em Bauru .


As dúvidas: Quem o fez? Por que não o fez no próprio órgão estadual, seguindo as instruções para esses casos, preferindo fazê-lo via município? O caso não é novidade, pois gerou cobrança do órgão municipal para o estadual, feita dias atrás conforme cópia memorando interno, até agora sem resposta e recebido via anônima. Fui no local e conferi o descarte.

O que se pede: O esclarecimento dos fatos, pois o lote estadual ser descartado pelo município e na surdina não é normal. Fui informado que, se algum funcionário perde um frasco desses é chamado para explicações, podendo ser punido em caso de não possuir justificativas convincentes. A vacina é controlada e, pelo visto, algo no controle de distribuição do órgão estadual não está funcionando a contento. Como deixaram ela vencer sem a efetiva distribuição, uma vez que, nos postos de saúde, o controle parece ser rigoroso na sua aplicação?

O local do descarte: No prédio central do Postão de Saúde, antes de subir as escadas, do lado direito de quem entra, uma lixeira de tijolo, com portão e grade com cadeado. Parte da tela frontal está avariada e lá o saco contendo a tal caixa ainda sem identificação de quem a ali descartou. Se a Emdurb passar e recolher esse lixo hospitalar as provas estarão comprometidas, pois não estarão disponíveis para verificação da irregularidade.


Quem sabe disso?: Recebi a denúncia bem fundamentada, inclusive com foto do documento com o memorando trocado entre as secretárias estadual e municipal, inclusive com os nomes das pessoas responsáveis pelos variados setores. Procurei no local pelo pessoal do Conselho Gestor de Saúde e acompanhei junto de um deles a verificação do que está aqui denunciado. Ele também desconhecia o fato e se mostrou alarmado com o encontrado, pois segundo ele, os frascos são muito requisitados pela população. Não sabe explicar do motivo de estarem vencidos e descartados sem nenhum explicação, principalmente por tratar-se de dinheiro público desperdiçado.

Com a palavra as Secretarias Regional Estadual e Municipal de Saúde, a Emdurb, os responsáveis pelo Posto de Saúde, os vereadores de Bauru e o Prefeito Municipal. Que a explicação surja antes do lixo hospitalar ser dali retirado e tudo ser relegado a um segundo plano. As fotos estão aí e comprovam o que aqui está escrito. Aguardando respostas...

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

UMA MÚSICA (140)


PAREM O MUNDO QUE EU QUERO DESCER - VIVA RAUL, NÃO O CANDIDATO DE BAURU, MAS O SEIXAS...
A cada dia as coisas tomam proporções mais catastróficas. Não só aqui no País, mas no mundo todo. Vamos por partes para não assustar os ainda em estado de letargia:

1.) ATÉ QUANDO ESSA FARSA JURÍDICO MIDIÁTICA?
Os sensatos não podem aceitar o que está acontecendo com o país no momento. Quero me juntar a tudo e todos os que resistem nas ruas. é só o que resta fazer nesse momento. Escrachar com o Sergio Moro é o mínimo de sensatez, como o fazem estudantes nesse vídeo: https://www.facebook.com/groups/1758647674353458/permalink/1809122952639263/?pnref=story

2.) A DANAÇÃO DOS DESPIROCADOS NO TEA PARTY
O problema não está localizado só no Brasil. Existem células de despirocados mentais espalhados pelo mundo todo. Vejam a dos anormais norte-americanos radicais. Seria isso verdade ou trata-se de um programa de Humor? Se não for de Humor, por favor, me avisem a tempo, pois quero descer disso tudo na próxima parada. Espiem esse vídeo feito com prováveis eleitores de Donald Trump (não que os de Hillary sejam tão diferentes): https://www.facebook.com/quebrandootabu/videos/1212522798804105/

3.) SOMOS ESPIADOS EM CADA PALAVRA AQUI POSTADA, TUDO O QUE ESCREVEMOS - "ELES" SABEM DE TUDO - VOCÊ JÁ SE DEU CONTA DISSO?
A comprovação de que somos vigiados é algo trivial dentro de tudo o que nos é imposto no dia de hoje. Não estamos com essa tecnologia toda vivendo no mundo de carochinha. Se existe algo em nós a merecer vigilância, claro que o farão e tudo usado contra nós no momento exato em que isso for necessário. Alguém tem dúvida disso. Nesse texto publicado hoje no diário argentino Página 12, algo mais elucidativo sobre esse tema: http://www.pagina12.com.ar/diario/contratapa/13-309951-2016-09-22.html

4.) COMO DESMONTAR GOLPISTAS
Eis um método dos mais simples, a simples exposição de suas práticas diárias. Querem exemplos regionais e locais? Simples. Existem aos borbotões. Eles se desconcertam ao vivo e a cores. João Dória, PSDB, candidato à Prefeitura de São Paulo não é somente o mais rico, mas também o mais enrolado, como comprova essa matéria do Cesar Tralli, mostrando algo sobre quando invadiu uma área pública de 400 m² em Campos do Jordão (SP). Contrariando decisão da Justiça estadual, a prefeitura cobra reintegração de posse e ele não quer sair do local: https://www.facebook.com/folhadesaomateus/videos/1063880607053184/

5.) Prender Guido Mantega e deixar Eduardo Cunha solto é uma bofetada no país: http://www.brasil247.com/pt/colunistas/eduardoguimaraes/256643/Prender-Mantega-e-deixar-Cunha-solto-%C3%A9-uma-bofetada-no-pa%C3%ADs.htm

6.) ALGO FRESQUINHO DA GUERRA NA SÍRIA
Tanques e mísseis russos atingiram alvos do Estado Islâmico em Alepo, a cidade síria totalmente dividida entre os dois lados da questão na guerra na Síria e depois o mundo toma conhecimento que junto aos mortos estavam, israelenses, norte-americanos, sauditas e outros de países ocidentais, ou seja, estavam lá atuando lado a lado, juntinhos com aquilo que o mundo todo diz combater. De que lado estariam esses senhores (da guerra)? Leiam isso: http://www.hispantv.com/noticias/siria/288734/buques-rusos-disparan-misiles-alepo-matan-israelies

Diante de tudo isso, só mesmo enlouquecendo ou se aliando aos loucos, os únicos ainda não contaminados na face da Terra:
COMO ESCOLHO MEUS AMIGOS - PELA LOUCURA...
De um PROVOCAÇÕES do saudoso e querido ANTONIO ABUJAMRA, texto de outro muito saudoso, OSCAR WILDE: https://www.facebook.com/provoca/videos/1131288643594584/

PARE O MUNDO QUE EU QUERO DESCER – RAUL SEIXAS – Cliquem a seguir para ver e ouvir Silvio Brito cantando. A letra vai a seguir, ela o que de melhor explica o mundo de hoje: https://www.youtube.com/watch?v=9nGCFQ6a6WQ

“Pare o mundo que eu quero descer/ Por que eu não aguento mais escovar/ Os dentes com a boca cheia de fumaça/ Você acha graça por que se esquece que/ Nasceu numa época cheia de conflito entre raças./ Pare o mundo que eu quero descer/ Por que eu não aguento mais tirar fotografias/ Pra arrumar meus documentos/ É carteira disso, daquilo que ja até/ Amarelou minha certidão de nascimento. E ainda por cima:/ Ter que pagar pra nascer,/ Ter que pagar pra viver, ter que pagar pra morrer/ Ter que pagar pra nascer,/ Ter que pagar pra viver, ter que pagar pra morrer./ Pare o mundo que eu quero descer/ Por que eu não aguento mais esperar/ O Corinthians ganhar o campeonato/ E trabalhar feito um cão pra pagar multas, impostos,/ Pedágios pra poder engordar os crapus./ Pare o mundo que eu quero descer/ Por que eu não aguento mais noticias de/ Corrupção, violencia que não param de aumentar/ E pensar que a poluição contaminou até as/ Lágrimas e eu não consigo mais chorar./ E ainda por cima:/ Ter que pagar pra nascer,/ Ter que pagar pra viver, ter que pagar pra morrer/ Ter que pagar pra nascer,/ Ter que pagar pra viver, ter que pagar pra morrer./ Tá tudo errado, tá tudo errado/ Desorientado, cego vivo enquanto eu vou/ Ficando aqui parado/ Tá tudo errado, tá tudo errado/ Eu só quero ter você comigo e mandar/ O resto tudo pros diabos./ Tá tudo errado, tá tudo errado/ Desorientado, cego vivo enquanto eu vou/ Ficando aqui parado/ Tá tudo errado, tá tudo errado/ Eu só quero teu amor aqui comigo e mandar/ O resto tudo pros diabos./ Tá tudo errado, tá tudo errado/ Desorientado, cego vivo enquanto eu vou/ Ficando aqui parado/ Tá tudo errado, tá tudo errado/ Tá tudo errado, tudo errado/ Tá tudo errado, tudo errado/ Tudo Errado”.

Tenhamos todos, mais unidos, uma ótima quinta, sexta, sábado, domingo...

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

PERGUNTAR NÃO OFENDE ou QUE SAUDADE DE ERNESTO VARELA (115)


NÃO ME PEÇAM PARA DIVIDIR NESSE MOMENTO, QUERO MAIS MULTIPLICAR E FORTALECER A COLETIVA RESISTÊNCIA

Acompanho o desenlace da tentativa de criminalização de Lula pelo Judiciário, materializado pela Operação Lava Jato e seus asseclas e sendo vergonhosamente confirmada pela maioria da mídia nativa, tendo como um dos seus expoentes a TV Globo e a revista Veja. Nunca se mentiu tanto, se ocultou tanto e se fantasiou tanto, tudo com um só intuito, o de tornar Lula inelegível. Está mais do que claro que, mesmo o PT e o próprio Lula tendo cometido das suas, o excesso sendo direcionado somente para esses, desmerece e torna o momento brasileiro não só trágico, como de uma falsidade até então nunca vista. Existe uma complacência nacional, uma passiva aceitação, incitada pelo ódio ao PT e daí, como já se sabe, tudo é possível, tudo é válido. Mais do que certo que, após a consumação do último ato, a prisão e perda dos direitos políticos de Lula, a Lava Jato deixará de existir e a vida nacional seguirá seu curso dito como normal. Daí, o que faço e vejo tantos outros fazendo, não é a simples defesa de Lula, mas do estado democrático de direito. A usurpação atual degenerou o país de tal forma, desanimando os ainda sensatos.

Vivencio esse momento com muita intensidade. Acredito que me preocupo até mais do que poderia, pois não tenho a vida ganha. Nela existem prioridades mil e não consigo me afastar dos embates inevitáveis desses tempos. Sou assim, tenho um lado e dele não me afasto. Posso não concordar com muitas das atitudes de Lula e Dilma, alguns dos rumos dos seus Governos, mas analiso os acertos como avanços de grande monta para o país. E o retrocesso com o golpe, o ajuntamento de maldades sendo sacramentadas pelos golpistas me deixa inquieto, irrequieto e em estado de alerta. Escrevo muito, envio textos para muitos lugares, demarco meu território, faço o que posso e estou nas ruas e lutas dentro do possível (e até do impossível). Ficar indiferente é algo pelo qual não padeço, pois a cada novo ato neste grande teatro dos horrores acabo por me inserir mais e mais nos embates. Aos 56 anos, depois de tudo o já vivenciado, que outra atitude poderia tomar? Fingir que nada está acontecendo? Para mim isso é mais do que impossível. Sou um ser pensante e pulsante.


E por fim, essas eleições municipais. Olho para o que está em curso e bem nítida uma tentativa de encurralar as esquerdas. Estão se aproveitando do momento onde a direitona botou as manguinhas de fora e desdizem tudo o que a esquerda fez na história desse país. A direita também briga entre si, mas se uniram e defenestraram através de um golpe o que ainda restava de esperança de mudança e de olhos voltados para as questões sociais. E daí, de norte a sul, vejo parcelas da esquerda se digladiando para conquistarem espaço. Normal ocorrer uma disputa por representações em cargos eleitos, mas para mim, muito anormal, entre os ditos esquerdistas o desnecessário confronto entre um e outro. Um se dizendo mais a esquerda que o outro e por isso desmerece, menospreza e o ataca outros do seu lado como o algoz. Vejo grassar uma insensibilidade entre pares até pouco tempo unidos (ou pelo menos tentando) em algo comum, uma luta maior, um objetivo similar.

Não entrarei ais nessa besta briga que vejo acontecer por aí entre PT, PSOL, PCO, PC do B e até mesmo o PSTU, que se fracionou mais um pouco nesse momento. O que tinha que digladiar já o fiz antes do pleito, agora não mais. Tenho como objetivo principal nesse momento garantir a legalidade e uma Justiça imparcial para Lula e todos os demais sendo injustamente penalizados. Quem entender do grandiosidade disso, seguiremos juntos. Nas eleições, estarei ao lado dos que muito já fizeram e dos que vejo podem continuar fazendo algo nesses novos tempos despontando pela frente. Não me peçam para bater em pessoas que tanto fizeram até agora, tudo para favorecer um ou outro e nos dividirmos mais e mais. Não o farei, pois entendo como melhor posicionamento estarmos unidos. Se isso não é possível, cá estarei na minha trincheira lutando contra o golpe e todos os que o defendem. Depois, apoiando quem de fato seja merecedor, principalmente os que sempre fizeram algo de concreto no campo em que me encontro. Tento passar por cima das desavenças sendo criadas e não estarei aliado a quem as fomenta. Entendo existir algo maior e ainda acredito na preservação disso.

Esse meu desabafo não é, como alguns poderão entendê-lo, ficar em cima do muro. Muito pelo contrário. Não criarei mais desafetos dos que já os tenho e mesmo discordando de alguns posicionamentos de alguns bem próximos de mim, sei o quanto fizeram e farão com as oportunidades renovadas. Seria tão bom se estivéssemos todos mais unidos nesse momento, mas na impossibilidade, não perderei meu tempo fomentando e colocando mais lenha em fogueira de vaidades. Eu quero é transformar esse país e para tanto, faço minhas apostas em projetos coletivos, nunca individuais. Erro algumas vezes, mas o faço com a intenção de acertar. E o que mais quero nesse conflitante momento é não errar novamente, para não propiciar mais perdas do que já as tivemos. Entendam esse eu escrito de hoje como o desabafo de alguém querendo evitar confrontos desnecessários. O inimigo se fortaleceu demais da conta e nós, cada vez mais fracos, divididos, porém, assim mesmo, desistir da luta, jamais. Quero muito continuar indo pras ruas e lutas com todos os que nela estiveram até hoje e se isso puder ocorrer sem rusgas, melhor ainda, pois assim estaremos mais e mais fortes. Em frente...



ESSES SÃO OS VEREADORES BAURUENSES QUE NÃO QUEREM INVESTIGAR IRREGULARIDADES NO DAE
Muitos querem se reeleger e alguns até postulam vaga de prefeito. Já sabemos o que fazer com eles...

terça-feira, 20 de setembro de 2016

DIÁRIO DE CUBA (79)


MINHA HOMENAGEM AO ATOR DOMINGOS MONTAIGNER

Primeiramente FORA TEMER, hoje um grito dado desde Nova York.


Eu não assisti, mas muitos vieram me dizer que Camila Pitanga ontem em entrevista ao Fantástico da Rede Globo revelou para todo o pais que o ator estava nos preparativos para, com a família, realizar um dos grandes sonhos de sua vida, visitar, conhecer e vivenciar o sonho possibilitado pelo regime político da ilha de CUBA. Todos os sensatos dessa vida acalentam sonho parecido e o mínimo que posso fazer nesse exato momento, ainda longe de Bauru, em Natal RN até amanhã, é vestir minha já surrada camiseta do CHE GUEVARA e se juntar ao sonho de tantos querendo conhecer de perto uma realidade, muito distante do almejado nirvana, do paraíso terrestre, da Pasárgada, mas o que temos mais próximo disso. Quero, após essa declaração da Camila voltar a publicar, tão logo chegue a Bauru as fotos de minha única e saudosa estada na ilha, no já distante 2008 e tentar ir juntando ideias dos que já haviam demonstrado interesse em formar um grupo de viagem e pra lá se bandear por uns dias. Agora vamos mesmo, juntando cada centavo, um por um. Quero ser um dos que possibilitarão a realização dessa viagem. Quando soube que o Domingos acalentava esse desejo cubano, algo reacendeu em mim o desejo de lá voltar o mais breve possível. Vamos juntar nossos sonhos numa coisa só.

E,finalmente e para todo o sempre, FORA TEMER, o grande vilão golpista do momento.

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

CHARGE ESCOLHIDA A DEDO (112)


UM PROFESSOR CONHECENDO UMA DAS FACETAS DESSAS MUITAS BAURUS

Paulo Neves, emérito professor de História, hoje com aulas no Colégio D'Incao. Mora nas imediações da avenida Getúlio Vargas. Até tempos atrás seu point era saborear um filé ali no Eskinão, mas desde o seu fechamento teve que se mudar de mala e cuia. Anda a procura de um novo espaço para saborear uma boa comida, sem amolações e sem ser obrigado a ouvir algo ao seu lado, como o ocorrido dias atrás e relatado por ele nas redes sociais. Do relato, uma clara faceta de uma Bauru, oculta até pouco tempo atrás, mas hoje cada vez com as manguinhas de fora. Leiam e reflitamos juntos:

"Estou envergonhado!
Na sexta-feira, dia 16 de setembro, cheguei ao Fran's Caf'e da Av. Getúlio Vargas, para tomar um café cappucino e uma água, estava eu e mais dois senhores no fundo da primeira sala. Quando sentei os senhores falaram assim : "Esses comunistazinhos deveriam ser banidos da terra, discípulos de Karl Marx (as vozes, começaram a ficar mais alta e eu tomando minha água)...Cuba não existe mais e aquele barbudo nojento tá morrendo, aliás acho que a pessoa que usa barba é porca, antigênica...(e eu sentado alí, pensando em responder, mas as pernas estão fracas e os braços também...eu tomando água) ...nisso passa o Tidei (de Lima), e diz" Meu diretor do coração, como vc está ...fica sentado...um abraço" . Os dois lá atrás " Não suporto essas pessoas de teatro tudo homossexual"...pensei em levantar, mas sem condições física para enfrentar os dois...saí da primeira sala, e falei com a caixa, que iria mudar para uma mesa ao ar livre, fui, sentei, ato contínuo os dois sentaram atrás de mim, na mesa da parede e recomeçaram: "A China já se curvou a Washington, o resto é comunistazinho podre..." . Levantaram e foram embora, eu tomei meu café , minha água e fui embora...confesso o medo bateu pesado. Atravessei a Getúlio Vargas e fui para casa. A que ponto chegamos, meus amigos! Isso me fez mal, mas...é o retrato do país!".

Sim, esse é o retrato atual do país onde vivemos. Não reflete só Bauru, talvez não o Brasil num todo, mas o estado de São Paulo sim, esse perdido. Estamos infestados de gente pensando e agindo exatamente como esses dois senhores lá na avenida que foi palco das passeatas a favor do golpe, a favor do Temer, do Alckmin, do anti-petismo, dos movimentos sociais e favoráveis ao arrocho salarial e empresarial. Pelo visto, a avenida já se tornou o reduto preferido dos novos mandantes do país.

domingo, 18 de setembro de 2016

AMIGOS DO PEITO (123)


RELATOS DE TRÊS AMIGOS E TRÊS FOTOS DE UMA VIAGEM AINDA EM CURSO
“A mão que ampara a hóstia á mesma que puxa o gatilho.
O malhete que condena o inocente famélico é o mesmo que se omite ou absolve poderosos corruptos.
A arma que dispara mortalmente na periferia é a mesma que silencia nos jardins.
A imprensa que publicou o massacre de Canudos e as cabeças do cangaço é a mesma que hoje sustenta o golpe de estado”, poeta caipira e nietchziano Lázaro Carneiro.


A) Com essa poesia de um amigo de todas as horas começo minhas escrevinhações deste domingo. Quero juntar aqui três fotos tiradas ao longo desse passeio, viagem à trabalho e lazer. Dez dias longe de Bauru, entre João Pessoa PB e Natal RN. Na primeira foto, um amigo argentino sensível com o momento vivido pelo Brasil nesse pós-golpe, país dilacerado me envia por um colega participando do congresso acadêmico a edição do diário argentino que tanto gosto, o Página 12, edição especial deles justamente do dia seguinte ao golpe fatal que retirou Dilma do poder e o entregou ao golpista Temer. Folheio o jornal e leio suas páginas em estado de puro êxtase, edição que encadernarei e lá algo que a mídia brasileira escamoteia, o com a chamada de capa “La tristeza no és solo brasileira”. Dentro um texto de um dos melhores jornalistas brasileiros, Eric Nepomucemo, me faz literalmente chorar: “Canalhas! Canalhas! Canalhas!”. Um mimo inesquecível, de valor inestimável para esse velho macanudo, lobo cansado de tantas batalhas e esgrimando contra intermináveis moinhos. Paro tudo para folher o jornal como um adolescente o faria diante de um brinquedo tão desejado.

“Fui vacinar os cachorrinhos e tinha uns 45 entregando santinhos. Falei tudo que tinha que ser falado. Lavei a alma! Vai pra puta que pariu Golpista!”, comerciante Guilherme Reis, num sincero desabafo hoje, diante de uma campanha recheada de fascistas na Bauru de todos nós.

B) Circulo pelo Congresso de João Pessoa ostentando um botton do Fora Temer. Sou abordado por alguns e cinco deles ganham de mim a peça a alfinetar minhas camisetas. Uma dona de um bar na orla, um atendente de mercado, um expositor no stand de uma fábrica de redes (o Allyson na segunda foto), uma estudante de enfermagem na universidade privada e um segurança na mesma universidade. Foram cinco pessoas que me abordaram por causa do botton, parei para conversar, trocamos ideias e por fim, temos um entendimento um tanto similar do que está a acontecer com o país. Esses resistem aqui no Nordeste do país, eu junto a tantos outros em Bauru e um país demonstrando repulsa pelos atrasos já anunciados.

“Fui à padaria e, aos risos, a atendente comentava que a Camila ficou sem amante na novela e um rapaz disse que "gostava de uma pitanga"... Segurei a língua e sai de lá chocada com o desrespeito!”, Ana Lellis, uma inconformada senhora, tentando sobreviver diante das barbaridades que ouve pela aí.

C) Já escrevi anos atrás algo de dois irmãos cariocas, livreiros e mambembes, caixeiros viajantes do século XXII. Sabem lá o que venha a ser alguém se especializar em livros segmentados para os mais variados congressos acadêmicos e viajar o país inteiro a vendê-los em quase todos, de norte a sul desse país? É isso que faz garbosamente o Stevenson, hoje morando um Curitiba, mas um cidadão do mundo, ou melhor, das universidades brasileiras. Ele vende muito, conhece todas as universidades, professores e estudantes. Ouvir suas histórias de como faz para carregar de um lado a outro uma infinidade de pesados volumes de livros, driblar o excesso de peso nos aeroportos, do contato que faz aqui e ali é algo inebriante. Se existe uma pessoa pela qual nutro uma pitada de saborosa inveja, esse alguém é do Stevenson, que agora reencontro em João Pessoa, mas já o fiz em outras oportunidades em Caxias do Sul, São Paulo, Fortaleza, Salvador, Curitiba, etc. Ser caixeiro viajante nesses tempos de hoje é algo mais do que encantador e ele, com seu jeito malemolente é desses personagens improváveis, mas bem real. Merece uma observação maior diante dessas tantas profissões se desmilinguindo com o passar dos anos.