quarta-feira, 7 de setembro de 2016

MEMÓRIA ORAL (202)


MOVIMENTAÇÕES DA RESISTÊNCIA BAURUENSE


01.) A ESQUINA ANTI-GOLPE DENTRO DA FEIRA DOMINICAL

Essa ocorreu no domingo passado, 04/09 na feira dominical da rua Gustavo Maciel, exatamente na curva da esquina, o ponto já escancarado como de encontro dos que bravamente resistem na aldeia bauruense contra os desmandos desse cruel, infame e bestial golpe. Sim, estamos sob o tacão de um golpe, onde o que de pior temos está a nos governar. E tudo sob o olhar compacente da maioriua dos bauruenses, paulistas e brasileiros.

Em Bauru, nessa esquina na choperia do Barba, um arretado sanfoneiro, certa feita, a alguns domingos atrás, um grupo se achegou e gostou do lugar. Uma fatal encruzilhada, para quem desce da feira dominical da Gustavo, quando ela se junta à feira do Rolo, algo ali acontece, igualzinho quando se curzam as águas escuras do rio Negro e as turbulentas do rio Amazonas. Pois bem, com mesas na calçada certa vez alguns desses ditos resistentes ali se sentaram e, primeiro gostaram do atendimento do Barba & Cia, depois do lugar, a mais movimentada feira de Bauru. Por fim, feira é movimento, gente da periferia de todas as matizes e no melô, logo ao lado uma banca de livros no meio do rolo, a do Carioca, um forasteiro que aqui aportou e consegue continuar vivendo e sobrevivendo vendendo livros e bugigangas mil.

O lugar foi, como posso dizer, conquistado, fincado uma bandeira e ali, a cada novo domingo, ali se reunem uns intrepidos personagens da vida urbana dessa terra do sanduíche. Na primeira vez em que fincaram na parede uma faixa com os dizeres contra o golpe, uma voz se levantou, tentou espernear, mas estava sózinho, isolado e mesmo levantando a voz, acabou por suportar o balaio de gatos que ia se formando à sua frente. Daí por diante, a cada novo domingo, a faixa é erguida, fixada nos arames da cerca da choperia e ali fica estendida por todo o tempo. o horário está mais ou menos estabelecido e acontece todo domingo, com sol ou chuva, das 10h até 12h30, pouco mais, ou mesmo quando o pessoal não quer ir embora, todos são abrigado dentro da choperia e o furdunça continua tarde adentro. Outro dia os últimos a abandonar o local, quando olharam no relógio já passava das 16h30.

Nesse último domingo mais um encontro. o9 gostoso é a renovação de caras e bocas. Nunca você encontra as mesmas. Nesse domingo mesmo, uma boa e necessária renovação. Gente que nunca havia ali estado e declarações de amor. Tem quem já pense em fazer um samba nos próximos encontros. Uma coisa é certa, na banca em frente, comandada pela dona Cotinha, muitos legumes e verduras. Compramos um pacote de tomate e o Barba deixa a gente lavar e cortá-los em rodelas na sua cozinha, daí voltamos e tudo temperado, acaba virando um belo acepipe. O alface alguém sempre traz e em dias próximos do pagamento, chegam também queijos e outras iguarias.

Posto algunas poucas fotos desse último domingo e com elas me despeço. Daria para ficar contando histórias e mais histórias das tantas ocorrências lavradas no local, mas isso demandaria tempo, o que não tenho no momento. Escrevo tudo de uma só sentada e nem os erros de português terei tempo pára consertar. Tudo fica registrado nos anais do grupo assim mesmo, dessa forma cuspida, lépida e fagueira. Até quando puder, vou postando isso e renovando as fotos e algum texto aos domingos e dias seguintes.

No próximo eu não estarei por acá. Cairei na estrada junto de minha companheira, mas prometem que outro registrador irá fotografar tudo e depois publicar. O muito interessante disso tudo é que, nesse momento de tensão social, golpe em curso, muita gente veladamente apoiando a coisa e, pelo visto, sem tomar conhecimento do baú de maldades preparados para nossos costados. Esses da encruzilhada dominical na feira já sacaram que coisa boa não teremos pela frente e resolveram se unir e, juntos se fortalecerem coletivaente, um escorado no outro. Essa a belezura do lugar. Lindo ver os candidatos a prefeito desfilando diante da gente e sem muita coragem para se aproximar, pois os quatro grandões, reconhecidamente golpistas, temem apupos. Um deles se achegou, apertou a mão de todos e ouvir algo mais. Falamos e ouvimos.

Está criado um espaço mais do que democrático em Bauru, reservado para os que levantam cedo aos domingos. E ele cresce, viceja e pela tendência, vai ser imortalizado como ponto de encontro de resistência. Você ainda não conhece? venha no próximo domingo e junte-se a todos os que por lá estiverem. O lugar tem a cara de todos seus frequentadores, a jocosidade necessária para enfrenbtar esses tempos duros e bravios, de insanidade mental sendo desanuviados pela frente e daí, só mesmo coletivamente para enfrentar as agruras todas. Viemos, olhamos, assuntamos, provamos, gostamos e resolvemos ficar a bandeira da resistência no lugar. Essa chama não pode sere apagada.

2.) O FORA TEMER JUNTO DO DESFILE BAURUENSE DO SETE DE SETEMBRO
Foi hoje pela manhã, dia 7 de setembro, o da Independência desse país, nunca completamente independente, feriado nacional e como todos os anos, desfile no Sambódromo. Como estamos em pelno golpe jurídico, midiático e parlamentar, com a anuência de parcela significatica dos brasileiros. Uns vão como o vai da valsa, tocados pelo que vêem e ouvem de uma mídia vendida, mentirosa e tendenciosa. Esse compraram que a maldade está do lado que enos tem culpa e guiados pela flauta doce, emabalado pela música da falácia, se deixam levar, parecem nem perceber que osseus algozes os conduzem para o precipício. Um dia a ficha deles cairá. Junto desses uma turba de aproveitadores, sacanas, gente que enxerga a corrupção no outro, mas nunca a de si mesmo e a dos que defendem. Esses os piores, pois sabem muito bem o que estão a fazer e sacanaeiam com um país inteiro.

Pois bem, diante de um Desfile Cívico Militar, todo certinho, regras estabelecidas, tudo previamente acertado, eis que, surgem vindos ali da curva da esquina um agrupamento de resistentes, prontos para o que der e vier e com o intuito de esclarecer, de tenbtar fazer os que ainda não estão enxergando nada, passame o ver, ouvir e possam falar sem atrevessadores lhes imporem as condições. Esses adentram o desfile e gritam em alto e bom som que a aparente normalidade não tem nada de normal, ou seja, está tudo muito errado e algo precisa ser feito, Esses fazem, estão nas ruas, mobiliazados e prontos para colocar suas caras à tapa.

Descem a avenida do desfile como um verdadeiro e original Bloco dos Sujos, ou saído das entranhas dessa cidade, sem fantasia a cobinar uma com a outra, sem uniforme, as com um grito bem uniforme, coesa e cantando com vontade, algo vindo lá do fundo da alma. Mas o qu querem esses? Querem que o país volta à normalidade, pois está fora do prumo, do rumo e indecentemente golpeado, segue um descaminho cruel e insano. Vários grupos, entidades, partidos, segmentos sociais se juntam e decidem se reunir na concentração do desfile. Numa brecha descem a avenida e levantando cartazes, bandeiras, estandartes, fazem um escarcéu, mostram a verdadeira face dos últimos acontecimentos, algo que uns insistem em dizer dentro da normalidade.

Sabem da fábula do rei nu e do menino lhe apontando o dedo e a dizer para todos o que está ali diante dos olhos, mas ninguém tem coragem de dizer: "O rei está nu". Sim, o rei, a deocracia brasileira está nua, pelada e cada vez mais fragilizada. Com isso alguns acordam da letargia e começam a pensar com suas próprias cabeças, enfim, "o que esses malucos ali na avenida estão a nos dizer não é tão anormal assim". Era exatamente isso o que todos ali queriam provocar, um toque, que os fizesse deixar de seguir o que lhes impõe a televisão, a rádio e o jornal.

O grupo se reuniu perto da concentraão do desfile, juntou pessoas e pouco a pouco a coisa foi se formatando, tomando corpo. Uns trouxeram faixas, outros cartazes, cartolinas com escritos variados, papeis sulfites com igual teor, lambe lambes feitos á guache a canetas pilot. na junção de tudo o grupo desceu, enfrentou vaias, apupos e foi também ovacionado com apupos de apoio. Lindo ver os que desciam da arquibancada e se juntaram aos que desfilavam entoando palavras de ordem. Foram muitos e cada um que assim procedia, ais força dava aos que ali estavam.

Os registros aqui publicados fora feitos em dois momentos. primeiro antes dodesfile, quando da concentração e depois, quando da chegada ao fim da avenida. Nenhum dessas mostra o desfile, pois o fotógrafo estava a desfilar, segurarando cartazes, empunhando faixas e com mãos, bocas e pés ocupados. Outros registraram esse rico momento e algo disso estará sendo exposto por outras pessoas que lá estiveram. Aqui um registro claro da resistência bauruense, uma cidade cheia de muito conservadorismo, mas com muitos propensos a remar contra a maré. Eis alguns deles em ação, repudiando o golpe e clamando para que o país volte à noralidade. o lema da movimentação é bem clara: FORA TEMER, FORA GOLPISTAS E NENHUM DIREITO A MENOS. Conseguindo esclarecer para uns poucos hoje, mais outro tanto amanhã e assim pordiante, temos certeza de a missão de estarmos nas ruas estará plenamente justificada.

Sábado, 10/09, 10h, com concentração na Esquina da Resistência e subida e descida do Calçadão da Batista, a próxima concentração, uma que desde já se iniciando a divulgação. Os motivos são os mesmos e a necessidade mais do que real de estamos todos mobilizados, unidos e contrários à bestiliadade que querem fazer com o país desde que golpistas assumiram o Governo, o poder e as rédeas. Resistência obrigatória. O escrito aqui sai cuspido de uma só talagada e fica publicado do jeito que foi parido, com a emoção do momento e sem as devidas correções. Para bom entendedor, elas nã ose fazem necessárias e nem tempo teria para isso. Por tanto, não reclamem do meu português, tentem curtir desviando dos erros e discordâncias. Vale o escrito.

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