segunda-feira, 5 de setembro de 2016
OS QUE FAZEM FALTA e OS QUE SOBRARAM (91)
PROTAGONISTAS EM AÇÃO – QUARTA, 7/9 É O DIA
O cruel golpe foi sacramentado. O que de pior temos no cenário político nacional hoje governam o país. O PT foi sacado do poder. Errou, como todos os outros, mas foi o escolhido para ser sacrificado em nome de tudo o que todos fizeram de mal ao país. Primeiro, o foi por ter feito algo diferenciado e em desacordo com os demais, fez o que não estava no script e também por insistir em manter um discurso na contramão do ditado pelas leis do pensamento único. Fugiu a regra e teve o pescoço decepado. Também, pudera, tiveram o disparate de se aliar a tudo o que antes condenavam. Inevitável em algum momento esse tipo de acordo conciliatório fazer água. Foram algumas eleições e o PT sempre na ponta, renovando os acordos. Temer mesmo aceitou as regras do jogo e endossou até a realização de programas sociais, mas uma hora, tanto ele como outro tanto de insufladores do caos social cansaram de perder eleições e sacaram os “intrusos” do poder, assumindo eles mesmos o timão. Para tanto, não pensaram duas vezes e derrubaram com um vil golpe até uma presidente legalmente eleita, sem envolvimento com corrupção e deitaram por terra uma insipiente democracia. Isso é o que menos importa, pois o negócio era retomar o poder e isso foi feito. Sacaram do Governo a dita presidenta a atrapalhar a livre negociata. Conluio e golpe executados com o devido sucesso, Dilma dançou, com ela a democracia e o estado de direito.
Diante desse quadro, dos vitoriosos executando e colocando em prática tudo aquilo que tinham me mente como maldades e malversações, retrocesso em curso e muito pior do que o ocorrido com o golpe de 1964. Evidente que uma reação se fazia necessário. Ela ocorre, ainda insípida diante do tamanho do estrago proporcionado ao país, mas com reais possibilidades de crescimento, ou seja, ir tomando pouco a pouco conta de todo o país. A medida que a ficha do povão vai caindo a participação popular tende a aumentar. O povo está saindo as ruas, ainda de forma pacífica, por enquanto só protestando, gritando em voz bem alta e mesmo sem uso da violência, encontra desde o início uma irracional reação dos órgãos repressivos, comandados por alguns dos governos estaduais, principalmente o de São Paulo, comandados pelo truculento Geraldo Alckmin. Tudo sob a anuência do (des)Governo golpista de Michel Temer, um que, pelo visto, nãosabe o que é democracia. Com Dilma, o protesto era contra ela, e ela, democraticamente não reagia, pois entendia que o direito de manifestação é de todos, mesmo e principalmente os contrários, já Temer, acredito, nem saiba direito o sentido da palavra democracia, mesmo sendo professor de Direito. Belo professor, hem!!!
E, se protestos ocorrem país afora, por que não também em Bauru? No dia da consumação do golpe, convocados pela iniciativa de uns poucos militantes, uma concentração é marcada e ocorre diante da Câmara Municipal e de lá sai uma marcha pela avenida Rodrigues Alves. Foi o começo, ou a continuidade de algo iniciado, sempre do mesmo jeito no período antes do golpe. Bauru, como é sabido até pelas pedras do reino mineral é um reduto e concentração de arraigado conservadorismo. O centro do estado hoje mais conservador da federação não podia ser diferente dos demais, ou seja, nesse quesito até extrapola um bocadinho. Passa dos limites, das raias do normal. Mesmo assim, até então, vigorou um percentual de uns 30% do eleitorado votando em candidatos e propostas mais à esquerda. É percebido até uma dissipação disso ao longo desses últimos tempos, mais sombrios impossíveis, algo notado não só na cidade, no estado, mas no país num todo. Reflexos também de uma mídia comprometida com o atraso e com a mentira. Daí, para enganar uma nação um pulo. Junte-se a isso o fato de que o mesmo PT, ultrajado nacionalmente, faz acordo na cidade com quem o esfaqueia nacionalmente, um tal de PRB, mais golpista e conservador impossível. Só podia melar. E melou feio.
Os protestos em Bauru, todos eles até então, em sua maioria até o presente momento não ocorreram ou foram organizados por grupos oficialmente constituídos, e sim, por conjuntos de militantes sociais. Os insatisfeitos se unem e botam o bloco na rua. Foi assim em muito da resistência até então ocorrida nas ruas no anterior ao golpe e também está sendo assim no pós-golpe. No dia diante da Câmara tudo nasceu da iniciativa de uns, com algo postado nas redes sociais e daí tudo nasceu, floresceu e aconteceu. São os tais protagonistas dessa cidade, uns poucos abnegados e com disposição de, não só colocar o bloco na rua, como a cara para bater. É esse tipo de ação a que continua fazendo com que algo continue acontecendo. Enquanto sindicato, associações da classe trabalhadora vacilam e até se omitem, algo está sendo feito á revelia deles.
No ato defronte a Câmara, ao final do percurso, quando da reunião em circulo com os participantes, um megafone e esse sendo oferecido para todo e qualquer que dele quisesse fazer uso. Nasce ali na ideia de não sair das ruas e marcar novas mobilizações e atos contrários ao golpe. Com a proximidade do Sete de Setembro e nele o famoso desfile no Sambódromo, fica decidido algo para aproveitar da grande concentração popular naquele local. Data confirmada, uma reunião é marcada para o dia 03/09, sábado, 17h, na praça Rui Barbosa e lá, não só a decisão final, como os detalhes do envolvimento de um número maior de entidades, consequentemente, pessoas. Lá, um grupo de aproximadamente 30 pessoas, reunindo diferentes segmentos sociais, estudantis, políticos e mesmo independentes decidem após ampla discussão e debate, onde todos puderam livremente se expressar, bater o martelo para o ato a seguir.
Mesmo com muitos dos presentes possuindo posicionamentos diferentes e até interesses divergentes, no frigir dos ovos, o algo em comum falou mais alto e o Fora Temer e o Não ao Golpe e Nenhum Direito a menos vence e se impõe. Ou seja, vai ocorrer algo grandioso, um Ato junto ao Desfile e, dessa forma, esses protagonistas todos dessa varonil cidade estarão unidos no repúdio ao rompimento do estado democrático. Uma das premissas básicas, como se fosse uma palavra de ordem, um grito geral será o de não lançar nada vazio, sem muito sentido ao trabalhador e sim, tentar esclarecer dos malefícios do que está vindo, numa demonstração de que quem estará pagando toda a conta será ele, o trabalhador, o grande vilão para os golpistas, pois muito se fala em seu nome, mas tudo é feito contra ele. Cada um, ao seu modo e jeito estarão convocando os seus mais próximos e ao comparecer no Ato de Repúdio, deixar bem claro a existência de uma Bauru que não se omite, não esconde sua face, não permanece calada diante das atrocidades, pois está nas ruas mobilizada, resistindo, protestando e esclarecendo a todos.
Quarta, 7/9, a partir das 9h30 na praça no Geisel ao lado da concentração do desfile será o ponto de encontro de todos esses e os demais com o mesmo ímpeto e disposição. E isso deve ser só o começo. Um viva bem grande para todos os PROTAGONISTAS dessa aldeia bauruense.
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