RUI BERTOTTI, O OFTALMO HUMANISTA SE APOSENTOU
A questão médica está na pauta do dia e tudo por causa do destempero do futuro presidente, que nem assumiu ainda o cargo, mas quando emite opiniões, as instituições se borram e já tomam atitudes por ele prescritas. Tentou intimidar Cuba e se deu mal, pois o médicos cubanos se irão antes dele querer implantar seu estilo de desGoverno ao país. Não se fala em outra coisa. E a classe médica brasileira parece abaixar a crista e dizer "Amém". Ou não se fazem mais médicos com antigamente ou tudo está devidamente dominado, como já se suspeita. Existem os remando contra a maré? Sim, claro, evidente. Encontro com um desses hoje na rua e além do abraço, tiro fotos. Um papo de calçada e esse texto sai agora carregado de baita emoção.
RUI CELESTE BERTOTTI sempre exerceu sua profissão, a medicina, na especialidade médico de olhos, a Oftalmologia e à moda antiga. Seu consultório sempre esteve localizado na avenida Rodrigues Alves, quadra 4, 7º andar, centro de Bauru. Um ambiente simples, bem equipado, mas com aquele cheiro gostoso de passado. Quem foi cliente dele sabe que, além do atendimento, algo mais sempre acontecia naquele recinto, na forma de um bate papo, que podia se prolongar por muito tempo quando não existia mais clientes na sala de espera. Além de tudo, esse também ex-vereador, sempre se mostrou um humanista na acepção da palavra. O encontro hoje nas ruas e me confirma: “Estou aposentado. Volto vez ou outra à clínica, mas só para matar saudade”. Decididamente, não se fazem mais médicos no Brasil no formato de gente como Rui Bertotti. Hoje são formados seguindo outra concepção. Quantos não tiveram suas consultas penduradas e nunca foram cobradas. Exercia um dos preços mais baixos no mercado e isso posso constatar, pois fiz meus óculos com eles por seguidas décadas e pagava sempre pouco nas idas e vindas. Meses atrás, para minha surpresa, toca o telefone no Mafuá e do outro lado ele a me pedir um favor: “Henrique, sei que você tem seu blog e como escrevo e só publico ainda na revista Já, do Silvio Rodrigues, quero ter um espaço para deixar registrado tudo o que tenho guardado em pastas. Você me auxilia?”. Claro que concordei. O tempo passou, ele ficou de voltar a me ligar, não o fez e hoje, na porta do Banco do Brasil, agência da praça Rui Barbosa, me diz: “Consegui montar, agora faltar começar a publicar”. Da trombada, ele com as mãos cheias de contas recém-pagas: “Banco é engraçado, pediam para mim digitar a data e ao fazê-lo clicava dia 17. A máquina conversava comigo e me explicava que só aceitaria se clicasse 19 ou os dias seguintes. Fiquei rindo sozinho defronte o caixa eletrônico e quem me viu deve ter me achado louco”. Rui está bem, vem sozinho ao banco, atravessa a praça devagar, caminha com cuidado, o tempo é inexorável, implacável, ele toma seus cuidados e o sorriso franco, sincero continua o mesmo dantes. Um baita de um cidadão humano, um da classe médica que não capirotou. Um resistente, um médico como se vê poucos pela aí. O gostoso é que ele quer conversar, bater papo, ouvir e dar opiniões. Gente assim vale muito.
PRA NÃO DIZER QUE MUDEI DE ASSUNTO, EIS ALGO BEM ATUAL
DORMIR
“Os pobres não dormem porque tem fome e os ricos não dormem porque tem medo dos que tem fome. O que pode ser feito para todos dormirem?”, perguntou ontem no Foro Mundial de Pensamento Crítico, em Buenos Aires, o Prêmio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel.
Aqui no Brasil, os pobres não terão sono tranquilo daqui por diante. Comparem as situações. A classe média argentina votou em Macri pensando que ele facilitaria a sua chegada à classe rica. Esses nunca permitiriam que isso viesse um dia acontecer. Traídos, padecem e muitos já não pagam suas contas, comem o que conseguem, muitos já se mudaram para as calçadas. A classe pobre brasileira, incluindo a trabalhadora votou em Bolsonaro pensando que ele lhes facilitaria suas vidas e lhes trouxesse benesses, vida mais amena. Esse lhes trai em cada ação e será justamente ele quem cravará a mais funda faca nos interesses populares. Como os pobres conseguirão dormir nesses bestiais regimes neoliberais?
Não deixar eles terem sono tranquilo, eis algo arrebatador. O justo troco.
“Os pobres não dormem porque tem fome e os ricos não dormem porque tem medo dos que tem fome. O que pode ser feito para todos dormirem?”, perguntou ontem no Foro Mundial de Pensamento Crítico, em Buenos Aires, o Prêmio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel.
Aqui no Brasil, os pobres não terão sono tranquilo daqui por diante. Comparem as situações. A classe média argentina votou em Macri pensando que ele facilitaria a sua chegada à classe rica. Esses nunca permitiriam que isso viesse um dia acontecer. Traídos, padecem e muitos já não pagam suas contas, comem o que conseguem, muitos já se mudaram para as calçadas. A classe pobre brasileira, incluindo a trabalhadora votou em Bolsonaro pensando que ele lhes facilitaria suas vidas e lhes trouxesse benesses, vida mais amena. Esse lhes trai em cada ação e será justamente ele quem cravará a mais funda faca nos interesses populares. Como os pobres conseguirão dormir nesses bestiais regimes neoliberais?
Não deixar eles terem sono tranquilo, eis algo arrebatador. O justo troco.
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