sexta-feira, 2 de novembro de 2018

OS QUE SOBRARAM e OS QUE FAZEM FALTA (119)


ASSENTADOS E SUA PRODUÇÃO NA PRAÇA

Bestas adoram reproduzir baboseiras que desconhecem, como a de que os assentados da reforma agrária nada produzem. O exemplo exatamente ao contrário está mais do que latente em quem já foi na vida em algum assentamento rural. De 01 a 04 de novembro ocorre na Praça Rui Barbosa a FEIRA DA REFORMA AGRÁRIA POPULAR, reunindo artesanato, culinária da terra, alimentos orgânicois e agroecológicos. Realização do MST e HIP HOP, com apoio da Prefeitura Municipal de Bauru, Ponto de Cultura Hip Hop, Casa da Cultura Hip Hop e Conselho Regional de Psicologia, o evento é uma pequena amostra do muito que sai de dentro dos assentamentos para nossas cidades. Na verdade, vejo algo dessa natureza como um "cala-boca" para os a persistirem na bestial e repetitiva ladainha contra algo mais do que necessário nesse país, a reforma agrária. Diante de um momento dos mais preocupantes, quando o próximo governador do estado de SP João Dória e o futuro presidente da República Jair Bolsonaro anunciam perseguição aos movimentos sociais, além do não reconhecimento do trabalho realizado por esses, eis uma amostra valorosa do outro lado, o verdadeiro. Respeito, admiração e valorização da luta empreendida pelos movimentos sociais, eis algo mais que necessário no hoje e, principalmente no amanhã. Valorosas pessoas.

Dentre os produtores na feira uma amostragem da produção de alguns dos assentamentos coordenados pelo MST e representativos da região de Bauru. No de Iaras, talvez o mais famoso e antigo, com excelência de produção, alguns belos exemplos, como o do café embalado e atendendo todos os requisitos de comercialização. O tamanho das goiabas também é para encher os olhos, ainda mais porque todas as plantações estão isentas de agrotóxicos. Feiras desse tipo são para encher os olhos, pois além de demonstrar a eficiência dessas agriculturas de pequeno porte, onde o próprio dono daquele pedaço de chão é quem faz tudo, desde o plantio, acompanhando todo o período de cultivo, até sua fase final que é a comercialização. Vi algo parecido com isso na Itália esse ano, quando os donos das pequenas propriedades se intitulam de "fazendeiros". São de um tamanho até menores que essas dos assentados brasileiros e lá, em cada uma delas, uma casa de bom porte, um local para armazenamento, tudo feito em família. Lá essa distribuição de terras é milenar e a produção é algo feito quase da mesma forma que a desses expositores nessa feira. Imagino a grandiosidade desse trabalho sendo estendido para todas as regiões brasileiras, onde as imensas terras improdutivas brasileiras poderiam ser melhor aproveitadas e uma imensidão de famílias teriam acesso à terra e meios de trabalho saudáveis. Falta bom senso e conscientização para ampliação da reforma agrária no Brasil.

A conversa possibilitada entre os visitantes da feira, também podendo ser considerados como clientes, pois a maioria acaba levando algo é das mais ricas. Isso ocorre também em qualquer feira, dessas todas ocorrendo país afora, mas a possibilidade de tomada de conhecimento da forma de plantio sadio, sem a interferência desses incrementos, que além de danificarem o solo, interferem na vida e saúde de quem manipula é uma tomada de consciência, ou seja, a mudança de um velho hábito de comprar tudo sem saber a procedência. Como é importante e gratificante o papo com quem tem sua vida enfronhada num modo de vida mais simples, trabalhando muito, de sol a sol, sem muitos recursos e trazendo algo de saudável para a mesa do seu semelhante. Bem diferente de quem produz hoje em larga escala e só pensa na produção num todo, sem querer discutir a forma como esse alimento chega às mesas dos consumidores. Eu me admirei e das conversas de hoje, fico cada vez mais determinado a consumir somente produtos advindos de belas experiências como essas. Muitos deles trazem suas produções em seus próprios veículos e tentam revendê-las nas rebarbas das cidades, em carrinhos de mão, bancas espalhadas cidade afora e batendo de casa em casa. Muitos já possuem clientela fixa, dentre restaurantes e supermercados, mas a imensa maioria ainda pena para conseguir vender toda a produção. Faltam cooperativas e locais apropriados para tanto.

Feiras como essas ajudam a diminuir esse preconceito muito forte hoje no país, sobre o que fato ocorre nos assentamentos rurais. Fui, vi, divulgo e sou entusiasta consumidor de produtos oriundos de variados assentamentos na região de Bauru.

Um comentário:

Mafuá do HPA disse...

COMENTÁRIOS VIA FACEBOOK:
Sant'Anna Zanin M Cristina estarei amanhã nessa feira maravilhosa

Duilio Duka Mas, Henrique Perazzi de Aquino, cadê o Coronel? Será que ele foi aí comprar alguma coisa fresquinha e sem agrotóxicos? Será que ele foi aí apreciar o espetáculo de hip hop? Do jeito que os bolsominions são cara de pau...

Agnaldo Martins Guina Parabéns para esse agricultores, mas gostaria que pelo menos 70% do sem terra participasse com as suas produções, e não só 10%

Henrique Perazzi de Aquino Agnaldo Martins Guina, antes que me esqueça, vá plantar batatas. Como vc quer que 70% deles participem de um evento numa praça? Na praça não tem e nem caberiam 10% deles. Tu tá de brincadeira ou é mesmo assim fora da casinha?

Agnaldo Martins Guina Henrique Perazzi de Aquino sou fora da casinha,vc entendeu!

Idenilde Almeida Conceição Muito lindo.

Eduardo Coienca Isto mostra a força de uma nação , tudo feito com muito trabalho

Henrique Perazzi de Aquino Só não entendi o que a TV Tem/Rede Globo fez e faz num evento como esse. Logo ela que tanto nos martirizou e continuará martirizando no dia a dia. Se ela ao menos soubesse entender o que de fato vem a ser o trabalho do MST? Se alguém puder me explicar, agradeço...

José Xaides Alves Show de texto HPA

Ailton Pereira Aguiar Boa tarde Henrique Perazzi de Aquino!!Pelo jeito estamos vendo que o grito do golpe acabou ???Ou a um grande interesse ???
Fico muito triste em ver uma atividade ,com esse tipo de apoio Golpista !!!