quinta-feira, 2 de maio de 2019

OS QUE FAZEM FALTA e OS QUE SOBRARAM (125)


DIA DO TRABALHO - ATO EM BAURU, A BANDEIRA DO LULA LIVRE E A CERTEIRA RESPOSTA DE ROQUE PARA ABESTADO PROVOCADOR

Participei ontem, mesmo gripado e com o corpo em frangalhos, do Ato do Dia do Trabalho/Trabalhador nas imediações do parque Vitória Régia em Bauru, começando com a concentração com alguns representantes dos movimentos sociais rurais na praça do Líbano, uma passeata subindo a Nações até o local onde o ato em si ocorreu, diante do Caminhão Palco da Prefeitura Municipal, ladeado por barracas de vários segmentos sociais da cidade. Foi um grande dia, uma manifestação digna do nome, pois reuniu todos os segmentos seriamente envolvidos na questão da resistência pela perda dos direitos duramente conquistados no passado e hoje sendo jogados todos na lata do lixo pelo desGoverno capitaneado por Bolsonaro, representando o que de pior existe no neoliberalismo predatório, esse câncer dentro do capitalismo a prevalecer atualmente. Quando se sabe da fragmentação dos interesses da esquerda, das dificuldades de união em prol do interesse comum, ontem vi algo salutar, pois estávamos todos ali para deixar bem claro, em alto e bom som: quando o assunto é a luta por direitos, a denúncia de arbitrariedades, estaremos todos juntos. Muitas bandeiras foram levantadas e tiveram espaço ontem: a contra a Reforma da Previdência, a do Fora Bolsonaro e a do Lula Livre.

Lindo demais foi presenciar enquanto estava participando da passeata, ao se aproximar do viaduto sob a Nações, o da avenida Duque de Caxias, um grupo de militantes petistas, do Núcleo de Base DNA Petista, confeccionaram uma gigante bandeira com a estampa da cara do preso político mais importante do planeta, o ex-presidente Lula. Após a passagem do grupo, a mesma foi levada para o parque e içada entre as árvores, num local de destaque, tornando-se durante o dia um dos pontos de maior circulação, como todos querendo tirar uma foto tendo ao fundo a imagem de Lula. O evento em si foi por demais grandioso, pois fugiu do que era regularmente feito em anos anteriores, quando a Prefeitura bancava um show musical, com artista conhecido e o evento em si, a manifestação das causas do trabalhador era deixadas meio que de lado. Sem o show, o que se viu foi a união em torno de uma pauta comum e a movimentação coletiva, propiciando além da apresentação de artistas locais, uma pausa no meio delas para a fala de representantes previamente inscritos, com aproximadamente dois minutos cada (poucos não extrapolaram o tempo). Umas vinte pessoas passaram pelo microfone e deram seu recado. Em cada barraca algo diferente, preparado minuciosamente para o dia, enfim, pode não ter sido um dia de “casa cheia”, mas muito representativa. No rescaldo, todos saíram satisfeitos e esperançosos com as próximas manifestações e reuniões coletivas, todas com o intuito de botar abaixo esse cruel e insano momento vivido pelo país desde o fatídico golpe de 2016.

Dito isso tudo, saliento uma passagem ocorrida quando na passeata pela Nações, algo que pode ter passado desapercebido por muitos e a maioria dos presentes no Vitória Régia nem tomou conhecimento, mas quero aqui relembrar o ocorrido, até para salientar algo muito comum nos tempos atuais. A carreata subia a Nações e no microfone estava Roque Ferreira, com uma verve ótima para tal finalidade. Foi quando vindo de um veículo modelo Ka branco, o motorista faz questão de produzir aquele grito repudiado por todos: “Vão trabalhar, cambada de vagabundos”. Grita e depois acelera. Roque interrompe sua fala e dá a imediata e necessária resposta, em alto e bom som, algo que deve ter sido ouvido pelo abestado provocador. Como exatamente naquele momento estava gravando um vídeo mostrando a passeata em toda sua extensão, registrei a resposta do Roque e aqui a compartilho na íntegra: “Nós estamos trabalhando companheiro, você também precisa porque o seu carrinho está bem derrubado, um kazinho é carrinho de proletário, viu, proletário que ganha muito pouco. Enfim, nós temos que avançar na nossa luta e infelizmente temos um proletário que ganha muito pouco e pede para os outros trabalhar. Todos aqui trabalham, companheiro. Só que nós temos a decência e a coragem de lutar para a defesa dos nossos direitos e das futuras gerações. Essa a luta que estamos travando, essa a consciência que nós temos”. Algo bem sui generis no atual momento brasileiro, quando parte do proletariado, o que deveria estar na luta quando da perda dos seus direitos, age ao contrário, ou seja, defendo os interesses do patrão, do algoz, o que lhe retira os direitos. Inconcebível, mas fruto de uma informação truncada, mentirosa e despejada ininterruptamente pela mídia massiva, faz parte do cenário perverso vivido pelo país no momento. Eis o link desse vídeo, quando a gravação citada faz parte de sua parte final: https://www.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/2647085938654732/

Num outro vídeo, esse quando da passagem pela bandeira com a estampa do Lula, mesmo gravando não me contive e além do grito da massa, minha fala pode ser ouvida: https://www.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/2647106685319324/

Daqui por diante, todos sabem o deve e precisa ser feito para se conseguir o intento de virar essa mesa e devolver o país à sua normalidade: pressão, muita pressão, povo nas ruas e lutas. Do contrário, nada será alcançado. A única linguagem entendida pelos hoje encastelados no poder é sentindo a força das massas, do povo nas ruas.

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